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D. Fernando I – “O Formoso”
A 22 de outubro passam exatos 629 anos que, em 1383, D. Fernando I, o último Rei da I Dinastia morria.
D. Fernando nasceu a 31 de Outubro de 1345, filho de D. Pedro I e de D. Constança Manuel de Castela. Em 1367, com 22 anos, sucedeu a seu pai.
O início do reinado de D. Fernando foi marcado pela morte, em 1369, de D. Pedro I, Rei de Castela, sem herdeiros masculinos. D. Fernando era bisneto de D. Sancho IV de Castela, pelo lado materno, e declarou-se herdeiro do trono castelhano. Assim nasceu uma guerra com outros interessados no trono, Pedro IV de Aragão, Carlos II de Navarra. João de Gant, duque de Lancaster, casado com a filha mais velha do falecido Rei de Castela e Henrique da Trastâmara, irmão bastardo de Pedro de Castela e que se havia declarado Rei, como Henrique II. Estava iniciada uma contenda entre países ibéricos, as chamadas Guerras Fernandinas.
A 1ª Guerra Fernandina (1369-1370) terminou com a mediação do Papa Gregório XI. Foi assinado o Tratado de Alcoutim, em 1371, referido à época como as Pazes de Alcoutim, entre o Rei de Portugal e o de Castela. Pelas suas cláusulas, D. Fernando I comprometia-se a manter boas relações com o rei de França e decidiu-se o matrimónio do Rei português, com a filha de Henrique II. Contudo, D. Fernando enamorou-se de Leonor Teles de Menezes, que era casada e não avançou com o acordo. Conseguiu-se a anulação do primeiro matrimónio de D. Leonor e D. Fernando desposou-a. A população não reagiu bem ao casamento, mas Henrique II nada fez, casando sua filha com Carlos III de Navarra.
Na 2ª Guerra Fernandina (1372-1373),o duque de Lancaster convenceu D. Fernando a participar num acordo secreto para expulsar Henrique II do trono de Castela. Contudo a Guerra terminou rapidamente e foi assinado o Tratado de Santarém entre ambos os reis ibéricos, nele se estipulava a expulsão dos apoiantes galegos de D. Fernando do território português.
D. Leonor tinha cada vez mais influência sobre o marido e a sua política externa, o que levou a um forte descontentamento da população. A Rainha era rejeitada pelos seus súbditos, que a chamavam a Aleivosa. Apesar disso, a paz assinada com Castela permitiu a D. Fernando dedicar-se à administração do Reino. Assim, mandou reparar muitos castelos e construir outros, ordenando a construção de novas muralhas em redor de Lisboa e do Porto. Com o objetivo de desenvolver a Agricultura, D. Fernando promulgou a Lei das Sesmarias, que impedia o pousio nas terras suscetíveis de aproveitamento e procurava o aumento de homens nas terras.
O Rei D. Fernando I alargou as relações mercantis de Portugal, incentivando a presença de mercadores estrangeiros, em Lisboa. Assistiu-se também ao desenvolvimento da marinha. D. Fernando deu a autorização ao corte de madeiras nas matas reais para a construção de navios a partir de certa tonelagem, decidiu ainda pela isenção total de direitos sobre a importação de ferragens, de apetrechos para navios e até da aquisição de navios já feitos. Criou, então, a Companhia das Naus, na qual todos os navios tinham que ser registados, pagando uma percentagem dos lucros de cada viagem para a caixa comum, que servia posteriormente para o pagamento dos prejuízos dos navios que se afundassem ou sofressem avarias.
Entre 1381 e 1382, deu-se a 3ª Guerra Fernandina. Assim, com a morte de Henrique II, em 1379, o duque de Lancaster reclamou novamente os seus direitos. Tendo D. Fernando como aliado. Contudo, a relação entre ambos esfriou. Foi então assinada a paz com Castela, no Tratado de Elvas, em 1382, onde ficou estipulado que D. Beatriz, a herdeira de D. Fernando, se casaria com o filho do rei João I de Castela.
D. Fernando assinou o Tratado de Salvaterra de Magos, pouco antes de morrer. Este acordo entre Portugal e Espanha punha fim às Guerras Fernandinas e oficializava o casamento de D. Beatriz, não com o filho mas com o próprio João I de Castela. Em Salvaterra de Magos, D. Fernando procurou evitar a união das duas coroas ibéricas, decidindo que quando D. Fernando morresse, iria ficar sua mulher, D. Leonor Teles, regente de Portugal até que o filho de D. Beatriz e do Rei de Castela atingisse os 14 anos (D. João tinha filhos do primeiro casamento e assim não se comprometia a independência). Assim, quando esse filho atingisse os 14 anos, seria o futuro rei de Portugal. D. Fernando também exigiu que os reinos de Portugal e Castela nunca se unissem
A 22 de outubro de 1383 morreu D. Fernando I, D. Leonor Teles foi nomeada regente em nome de sua filha. A transição não foi pacífica, pois havia quem declarasse que esta situação seria a anexação de Portugal por Castela. Vários apoiantes a favor da independência se juntaram em torno de D. João, Mestre de Avis, meio-irmão de D. Fernando. A este período chamou-se a crise dinástica de 1383-1385, que terminou com a vitória de D. João e o nascimento da Dinastia de Avis, a 2ª da História de Portugal.
D. Fernando como era Formoso, ganhou este cognome pela gentileza do seu porte, embora alguns atestam que devido à sua política externa, com as Guerras Fernandinas e porque após a sua morte, o trono português esteve à beira de ser anexado por Castela, o Rei devia ser chamado do Inconsciente ou até do Inconstante.
Neste momento da nossa História, estamos novamente a passar por uma crise e por várias “batalhas”, em que os governantes parecem ter esquecido dos seus cidadãos e das suas necessidades. Não parecemos um país guerreiro, que luta por um caminho melhor para todos, não! Neste momento, somos um país que não pensa nos seus, mas nas regras da Troika que têm penalizado os portugueses. Nós somos Portugal e devemos preservar e defender o nosso país, o nosso povo, a nossa cultura….é o momento de lutar e de não aceitar que destruam o nosso país com quase nove séculos de História…Sejamos firmes e determinados.
É preciso viver o passado para construir o futuro!
Francisco Miguel Nogueira
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MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
ó camarada.falas mt bem....mas infelizmente isso não vai por bons caminhos...o povo é quem paga, mas os bmw e os motoristas não são eliminados nas despesas...enfim nós povo já sentimos mt coisa na pele!ou os governantes cortam nas mordomias,deputados, viagens e afins , onde se podiam poupar milhões ...não o fazem...quem manda a cantina da assembleia da república pagarem uma bacatela por uma refeição, qd ganham milhares de euros...uma injustiça!mas os ladrões nc vão alterar as leis para se prejudicarem...a realidade é que vaia quem vaia ao poder corrompe-se por ele msm!
ResponderEliminarparabéns pela crónica:) pena os nossos governantes não lerem determinadas alternativas do passado que bem podia ser utilizadas hoje em dia em outros campos!
força para a tua luta!