terça-feira, 11 de setembro de 2012

Crónicas 10 minutos - Tecnologicamente falando

Imagem retirada AQUI

Pesquisadores desenvolvem técnica 
para controlar remotamente uma barata viva


A fobia ou simplesmente o ‘nojo’ que as pessoas têm pelas baratas é algo muito comum. As que nos invadem a casa de vez em quando são responsáveis pela transmissão de várias doenças, através das patas e fezes pelos locais onde passam. Por isso são consideradas perigosas para a saúde dos seres humanos. No entanto, estes insetos podem vir a servir um papel mais honroso. 

Os pesquisadores e engenheiros da Universidade de Carolina do Norte, nos Estados Unidos da América, criaram um método para controlar, ou melhor dizendo, ‘guiar’ uma barata viva comum. 

Foi desenvolvida uma interface eletrónica biológica sem fios e de baixo custo que permitiu interagir com o inseto. Em termos mais concretos, falo de um chip que pesa menos de 1 grama montado na carapaça da barata e que tem uns fios ligados a uma das antenas e a um órgão sensorial de nome cerci. Este órgão serve para detetar a mais pequena movimentação do ar – por isso reagem tão rápido quando a tentamos matar -, enquanto a antena dá indicações de proximidade de um objeto físico. Portanto, iludindo o inseto para perigo iminente os cientistas conseguiram ‘guiá-la’ numa linha curva, como podem ver no vídeo abaixo. 

Mas todo o processo é feito com muita minúcia. O microcontrolador instalado que serve de interface entre o tecido e os eletrodos também evita danos neurológicos no inseto. A espécie utlizada foi a Madagascar hissing, uma das maiores da sua família. 

Agora podem estar a pensar, mas o que me interessa isto?? 

Bom, não foi por mero acaso que se escolheu a barata para esta experiência. Falamos de um ser vivo que já anda por cá há mais de 300 milhões de anos e tem uma resistência inacreditável, para não dizer única! Conseguem ficar até um mês sem se alimentar e vários dias sem cabeça, isto porque a maioria dos seus órgãos vitais estão localizados no abdómen. Quando tal situação ocorre, um gânglio nervoso no tórax passa a coordenar os seus movimentos. São portanto robustas, muito pequenas, capazes se de infiltrar em espaços pequenos e com uma resistência fora do normal para sobreviver em ambientes extremos. Ora, com a capacidade de as controlarmos, seriam o sensor perfeito para recolher informação, tal como pesquisa de sobreviventes num edifício destruído num terramoto, ou num desabamento de tuneis/minas. 

Não esquecer que falamos de um processo ainda muito embrionário mas que permite vastas e importantes aplicações no futuro. Eu, a título pessoal, acredito que iremos ver ‘animais biónicos’ controlados por humanos num futuro não muito distante. Há, inclusive, várias informações já disponíveis sobre um programa lançado pela Johns Hopkins University, também ela nos Estados Unidos, para desenvolver micro-robots que se assemelham em aspeto e em movimentação às mariposas, ‘primas’ das borboletas. Não é preciso ser-se um especialista na arte da guerra para se compreender o potencial que tal invenção teria no campo de batalha… No entanto, eu prefiro focar mais as utilizações nobres que tais projetos podem vir a ter, e menos nas suas aplicações bélicas. 

Por isso já sabe, quem lhe diz se a próxima barata que esmagar ao canto do quarto não iria salvar vidas humanas?

Vejam o vídeo onde os cientistas guiam a barata viva:



Tal como a tecnologia, inove, melhore, evolva! 
João Oliveira 

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2 comentários:

  1. Todo o inseto que me aparecer á frente, não salvará nenhuma vida,…serei egoísta??? :): )
    Uma vez que a barata é cosmopolita (porque existe em todo o mundo), certamente conseguirão elaborar um exército desses insetos (que imagem repugnante), mas uma ideia genial!

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  2. Creio que estás a brincar/ironizar com o comentário de isso ser egoísmo da tua parte. De qualquer modo, eu respondo! ;-) Primeiro, não será egoísmo da tua parte, pois falo de uma situação que está ainda em estudo e muito longe de ser implementada. E por outro lado, não conto em ver alterações radicais de comportamento por parte dos leitores. O meu objetivo principal será, de momento, a consciencialização de que o descrito poderá ser uma realidade daqui a alguns (muitos?) anos.
    Concordo que essa ideia do exército de insetos é genial, mas aterradora se utilizada para fins menos idealistas...

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