quarta-feira, 25 de abril de 2012

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!

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O 25 de Abril - A Revolução dos Cravos 

Há exatos 38 anos dava-se a Revolução dos Cravos. O Estado Novo que vigorara em Portugal durante décadas chegava ao seu fim, assim como o regime ditatorial que por mais anos esteve no poder na Europa. 

Na noite de dia 24 de Abril, o quartel da Pontinha, em Lisboa, era secretamente ocupado por um grupo militar, chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho. Pelas 22h 55, os Emissores Associados de Lisboa emitiam a canção E Depois do Adeus de Paulo de Carvalho, a primeira senha do golpe militar que terminaria com o Estado Novo. A segunda senha era transmitida à meia-noite e vinte, pela Rádio Renascença, no programa “Limite”, com a música Grândola Vila Morena de Zeca Afonso. O golpe começava, com a intervenção de vários regimes militares, como, por exemplo, o de Lisboa, do Porto, de Santarém, de Viseu, de Braga, de Mafra e de Viana do Castelo. 

Às 3h, as tropas do Movimento das Forças Armadas (MFA), numa ação conjunta, ocuparam vários pontos estratégicos de Lisboa, como o Aeroporto e as estações emissoras (Rádio Clube Português, Emissora Nacional e RTP), entre outros. Os Quartéis-generais eram cercados e o MFA passou a emitir vários comunicados 

Nas horas seguintes, os Ministros do Estado Novo reuniram-se, era preciso travar a situação. O MFA pôs várias autometralhadoras e blindados na Praça do Comércio e na Rua do Ouro. O Capitão Salgueiro Maia, personagem de relevo em todo este processo, ocupou o Terreiro do Paço com a coluna da Escola Prática de Cavalariça, que veio de Santarém. 

Pelas 6h30, o Presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, refugiou-se no Quartel do Carmo, sede da PIDE/DGS, enquanto isto, o cerco a Lisboa ganhava forma e o Porto e pontualmente muitas zonas do país aderiram ao golpe. As horas seguintes marcaram a perda da força do regime. 

O Quartel do Carmo passou a albergar os vários membros do Governo, que protegidos pela GNR, que fechou as portas do quartel, manifestavam a intenção de resistir. Contudo, as tropas do MFA lideradas por Salgueiro Maia, movimentaram-se e vários populares foram atingidos pelas forças do regime. 

O Estado Novo percebeu que o seu fim estava iminente e que o melhor era tratar das negociações. A Comissão Democrática Eleitoral distribuiu, então, um comunicado, solidarizando-se com o MFA e os populares cercaram o Largo do Carmo. Marcello Caetano e o Quartel do Carmo renderam-se. Salgueiro Maia revelava que iria proceder-se à “transmissão de poderes” de Caetano para o General Spínola, o que aconteceu nos minutos seguintes. 

O regime de exceção que vigorou no país por 48 anos, chegava ao fim. A Liberdade e a Democracia eram anunciadas. Os meses seguintes seriam turbulentos, mas Portugal renascia com o 25 de Abril. 


Carlota Joaquina 

Há 237 anos, a 25 de Abril de 1775 nascia, em Espanha, Carlota Joaquina, rainha de Portugal. Muito já se escreveu e disse sobre ela, do epíteto de “Megera de Queluz” não se livra. Esposa de D. João VI, procurou governar mais que o marido, iniciando com ele, uma disputa muito forte. Foi com D. João VI para o Brasil e deve-se a ela a expressão Quinto dos Infernos, devido ao calor brasileiro, além que quando regressou a Portugal, despojou-se das roupas que trazia do Brasil, não querendo guardar nenhuma recordação do tempo que passou em terras brasileiras. Foi uma apoiante do Absolutismo e posteriormente de D. Miguel, seu filho. Muitos são aqueles que afirmam, sobretudo depois de testes, que envenenou seu marido. O seu nome marcou época e a nossa História. 


Acidente nuclear de Chernobyl 

Na noite de 25 para 26 de Abril, mas de 1986, o Reator Nuclear de Chernobyl (Ucrânia), na então URSS, explodiu, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a Europa Ocidental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais contaminação que a bomba atómica lançada sobre Hiroshima, no final da II Guerra Mundial. O acidente levou à evacuação de mais de 200 mil pessoas e tornou prementes os temas da segurança da indústria nuclear soviética. É difícil precisar o número de mortos causados pelos eventos de Chernobyl, mas ainda hoje morrem pessoas devido às radiações. 

Neste dia 25 de Abril, dia em que Portugal comemora a Liberdade, é preciso avaliar o estado da Democracia e da Liberdade em Portugal. Num momento crucial da nossa História, em que somos impelidos a tomar decisões e ter atitudes, não podemos imiscuir-nos dos nossos deveres. Precisamos de ter uma voz ativa na luta pelos nossos direitos e relembrar que a Liberdade foi um bem precioso que conquistamos e não podemos deixar que nos roubem a fraternidade, a solidariedade e o espírito de Abril. A crise não pode servir como explicação para o desrespeito pelos nossos direitos, mas também não podemos esquecer que temos deveres. 

Nesta encruzilhada onde se encontra a nossa sociedade, reitero um pensamento que me acompanha nas comemorações da Revolução dos Cravos, 25 de Abril sempre, Fascismo nunca mais

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira 

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MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

4 comentários:

  1. Neste momento carecemos de um 25 de abril! Mas com consciência dos atos, não de forma leviana como atualmente se verifica, onde os postes de trabalhos deixam de produzir enquanto os empregados gritam por justiça no mercado de trabalho. Não deixam de ter razão em parte, por outro estão a contrariar-se. È tempo sim, de trabalhar horas extraordinárias se for necessário para garantir a produtividade no país e alcançar um futuro com as regalias de que todos nós merecemos. No entanto, não é altura de aclamar aos ventos melhores condições nos diversos sectores ,mas sim, é tempo de procurar ferramentas e por em prática as nossas ideias. Alcançar a plenitude? Talvez, um dia, mas antes, temos de andar sobre pedras!

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  2. E como disseste-me hoje 25 de Abril sempre, fascismo nunca mais.

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  3. Gostei da apresentação que fizeste da Revolução dos Cravos, mas a pequena parte da Carlota Joaquina está muito apelativa. Já te ouvi falar dela, mas não sabia que ela tinha sido assim tão "megera".

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  4. Fascismo nunca mais???? Há forças politico-financeiras, q se movem na sombra, q nos colocaram "grilhões" piores q qqr fascismo nacional socialista ou coorporativista, movimentaram se silenciosa/te, usando "armas sedutoras" q aprisionaram qu...ase todos a este sistema, sentimos agora as primeiras consequências e a mordaça q nos foi colocada, presos de pés e braços...E ñ será uma guerra convencional q acabará c isto, terá de se ir ao Cerne de Todas as Questões... Adorei a referência a tão "dignissima" rainha consorte de D. João VI, Carlota Joaquina, o episódio q me marca mais, terá sido o seu desembarque em terras brasileiras completamente careca, devido a uma praga de piolhos a bordo... LOL Mas é uma personagem, q deveria de ser analisada com mais cuidado pela nossa História, pois apesar de dúbia, é inegável q foi uma mulher forte e de convicções, e merece algo mais q o simples epíteto de "megera"... Qto a Chernobyl, as consequencia continuam a ser nefastas p a saúde pública, pesando ainda o fato das terras e água estarem impróprias p consumo e estéreis por mts séculos vindoros... Mas a tragédia poderá ser ainda pior, se as autoridades russas ñ selarem em condições o q resta das instalações da central núclear, visto o q foi feito até agora ser francamente insuficiente, ao ponto do q resta da estrutura estar em risco de derrocada, o q exporá toneladas de substâncias radioactivas q comprometerão o futuro de milhões de russos e europeus... Algo q por má vontade, ou, por "falta de verbas", como é veículado oficial/te pelas autoridades russas, ainda ñ foi feito... Mais uma vez te parabenizo pela transversalidade das tuas crónicas!!

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