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Alcácer Quibir - a batalha dos três Reis
No dia 4 de agosto passaram 434 anos do maior desastre da história militar portuguesa, a batalha de Alcácer Quibir. Em Marrocos pereceram o rei D. Sebastião e grande parte do seu exército, e com eles, desapareceu o sonho de independência de Portugal.
D. Sebastião cresceu querendo ser um grande guerreiro, como tinham sido os seus antepassados. A pressão feita pelos muçulmanos no norte de África às fortalezas portuguesas levou o Rei a planear um ataque à zona. Assim, formou-se um exército de 17 000 homens, dos quais 5 000 eram mercenários estrangeiros. Com D. Sebastião a comandar a armada, o exército partiu de Lisboa a 25 de junho de 1578. A armada portuguesa fez escala em Cadiz e aportou em Tânger. O exército seguiu depois para Larache. Apoiando as forças portuguesas encontrava-se o Sultão Mulei Mohammed, que havia sido destronado do trono de Marrocos pelo seu tio, o novo Sultão Mulei Moluco, aliado dos otomanos.
Era tradição as grandes vitórias portuguesas se darem junto à costa, assim, os capitães aconselharam D. Sebastião a não se afastar do Atlântico. Por seu lado, os exércitos muçulmanos preferiam iniciar o combate longe da costa, por isso, deixaram os portugueses tomarem a iniciativa. D. Sebastião esquecendo os conselhos dos capitães, entrou por terra adentro, rumo a Alcácer Quibir.
A 4 de agosto as forças portuguesas encontraram-se com as muçulmanas, depois de 7 dias de marcha em território marroquino. Os portugueses encontravam-se exaustos da viagem e depararam-se com um exército de cerca de 60 000 homens. Portugal estava em desvantagem, de 4 para 1. Foi uma luta muito desigual.
O combate iniciou-se com um ataque de arcabuzeiros seguido de uma carga de cavalaria ligeira muçulmana, forçando logo as primeiras linhas do exército português a recuar. Gerou-se, então, uma grande confusão. Os portugueses tentaram ainda responder, mas sem grande resultado, acabando cercados. Em pouco tempo, metade do exército português pereceu em batalha. D. Sebastião morreu neste dia, a independência portuguesa passou a estar ameaçada. Os sobreviventes foram feitos prisioneiros, obrigados a trabalhar na construção de uma fortaleza em Larache.
Do lado muçulmano, as perdas não foram muito grandes, mas mesmo assim, os dois reis, tio e sobrinho, morreram. Assim, esta batalha entrou para a história, como a batalha dos três reis, o português e os dois marroquinos que desapareceram em combate.
D. Sebastião morreu sem herdeiros, sucedendo-lhe o seu parente mais próximo, neste caso, o tio-avô Cardeal D. Henrique, já idoso, que morreu, em 1580, sem herdeiros diretos. Abriu-se, assim, uma crise de sucessão. Houve três principais herdeiros, D. Catarina de Bragança, Filipe II de Espanha e D. António, Prior do Crato. Este último foi aclamado Rei em Santarém, contudo Filipe II enviou o seu exército para Portugal, que mais bem preparado venceu os apoiantes de D. António. O Prior do Crato acabou por refugiar-se na Terceira, o único ponto do país que ficou do seu lado. Em pouco tempo, Filipe II era aclamado Rei de Portugal em Tomar. Iniciava-se então um período de 60 anos de dominação espanhola.
O episódio de Alcácer Quibir mostra-nos a necessidade, tanto na vida, como na política, de uma boa estratégia. Assim, é bom os portugueses lutarem pelo que querem, pelos seus objetivos, mas trilhando o seu caminho, com segurança e convicção. Não devemos deixar-nos ir pelos nossos ímpetos, mas sermos ponderados, apoiados numa boa base de ideias e com diálogos construtivos, sem embarcarmos em objetivos demagógicos, tão em voga nos últimos anos em Portugal.
É preciso viver o passado para construir o futuro!
Francisco Miguel Nogueira
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MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
amigo és um grande historiador. continua
ResponderEliminarPor causa de Alcácer Quibir, estivemos 60 anos sob o jugo espanhol. Ironia actual: por causa dum irreponsaSebastião
ResponderEliminar. . PORTUGAL foi e está sendo triplamente e constantemente penalizado na destruição da sua economia . . pela crise financeira NACIONAL . . . INTERNACIONAL e pela resistencia da corrupção existente . .no poder politico. . e bancario . .e outros cumplices de colarinho branco . . os corruptiveis sejam velhos ou novos já corre -lhes no sangue o virus da corrupção e são fáceis de identificar . . basta analisá-los e persegui-lhos . .
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