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Ignorar hoje, ignorado depois!
Desconheço se é cíclico, talvez seja uma trama da vida como forma de aprendizagem, mas o sentimento de ser ignorado, o sentimento de nos tornamos invisíveis em qualquer espaço num segundo, é algo que nos inunda de um místico de revolta, ódio e de autojustificação. A quebra de forças que advém do seu familiar e/ou do núcleo de amizades são os mais difíceis de se aceitarem pois como prosseguir no futuro com um espelho dissimulado nas costas?
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Deitada sobre a areia quente dos Açores com a vitamina D a bronzear-me a pele, relaxada, pensamento longínquo, uma respiração profunda que me levava a desejos e ambições eloquentes. Nisso, oiço as minhas amigas, Zenilda e Leda, a comentar sobre um menino que foi ignorado , quando este retorquiu a seu pai do seu desejo de ser um dia, piloto. O pai, funcionário publico, ironizou tal desejo e capacidade, o pai desse menino queria que seu filho mantivesse o negócio da família, pequenos comerciantes com reconhecimento na aldeia, mas que nas ultimas décadas deixara de proporcionar o bom nível de vida que antes ocorrera com os antecedentes, por isso, o senhor Martinho recorreu a uma profissão distinta afim de acarretar com as despesas de lá de casa.
O menino se fez homem, e só aos 18 anos de vida teve a capacidade de dizer NÃO ao seu pai e dedicar-se ao seu sonho, tal posição de autonomia oferecido pela sua namorada, que sempre achara que o Rodrigo teria capacidade! O Rodrigo Viez tem hoje 26 anos, e é piloto, pensa em casar no próximo ano com a mulher que desde sempre lhe apoio. A relação com o seu pai é nula…o sentimento de revolta separou-os durante os últimos 8 anos, talvez perdure, se o senhor Martinho não lhe soletrar um…perdoa-me!
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Qual o significado de ignorado? É ser esquecido, posto á margem, o que é extremamente comum na vida de pessoas com deficiências, etnias, migrantes, também podemos classificar com o seguinte adjetivo, abandonado! Contudo, na dimensão de uma vida, o sentimento de ser ignorado tem na sua bagagem vastos sentimentos, como a revolta, o não conseguir perdoar por quem se foi e é ignorado, um sentimento de sofrimento escondido.
Todos os seres racionais vivos têm objetivos, fazem projetos, aspiram por algo, por alguém, mas quantas vezes já convivemos com pessoas, e com leis que nos respondem: NÃO ÉS CAPAZ, NÃO É PARA TI! A resposta que o próprio coração nos dá é o da tristeza e inconformidade. Ora, como não se pode fazer algo que gostamos e que será benéfico para nós? Será que as possibilidades motoras, institucionais, financeiras serão o grande motivo para desistir de algo?
Novamente entramos nas peripécias da vida, o sentimento positivo, a vontade constante na revolta de sermos ignorados (e até poderia acrescentar, subestimados), dão-nos ferramentas para construir uma caixa. Essa caixa é nem mais nem menos do que as nossas capacidades a serem projetadas no que queremos perante as janelas que se abrirão aos poucos no dia-a- dia. O amor-próprio será a melhor ferramenta a ter na sua caixa, as limitações são certas, mas nada será impossível de se ver concretizado, apenas levará mais ou menos do tempo do que esperava concretizar, para tal tem que trabalhar imenso com os outros e consigo próprio. Nesse caminho encontrará outros obstáculos, e incapacidades suas, porém, uma mente límpida consegue chegar á primeira meta, á segunda meta… e tantas quanto as desejar!
Há um outro aspeto que penso ser importante o sublinhar nesta página que mais se assemelha a um diário, conhece-se histórias de vingança quando se é subestimado, tenham em atenção, pois perder tempo a vingar-se de quem se riu de si, serão horas e até anos desperdiçados, que afetarão a concretização do seu sonho.
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Enquanto Leda admirava a sua barriguinha de mamã e passava levemente a sua mão longa enchente de protetor solar, eu e a Zenilda com os olhos ofuscados da tarde ardente que se fizera, discutíamos se o distanciamento de Rodrigo e do senhor Martinho resolveria alguma coisa!
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Quanto á questão de se perdoar por quem se foi ofendido é demasiado copioso para se opinar, tudo depende da dimensão da história! Nesta que apresento talvez o Rodrigo Viez volte a socializar com o seu pai quando este igualmente tiver seus filhos e perceber que na tentativa de se ambicionar o melhor para os seus, muitas vezes não serão as opções que os tornarão mais felizes! Um pai e uma mãe, também erram, assim como seus filhos, assim como os amigos! Erramos porque temos limitações! Limitações intelectuais, limitações na profundeza das energias que advém do nosso terceiro cérebro, que é o coração.
Hoje você foi ignorado, amanhã ganhará todas as capacidades de mostrar a essa pessoa como estava errada quanto a si, e terá a mesma atitude perante terceiros! Ambas as situações são incorretas, por isso, será inútil focar no NÃO, mas sim focar na realização pessoal…a preocupação com as superficialidades alheias, apenas nos atrapalha e é uma perda de tempo para a construção da nossa caixa de felicidade!
NOTA: Os nomes apresentados ficarão a seu critério quanto á identificação! Em exceção, Leda e Zenilda, porque estas meus caros, já existem na minha realidade! :): )
Sugestão:
Em caso de curiosidade pode consultar:
“O prisma da Verdade” (1ª Parte) AQUI
“O prisma da Verdade” (2º Parte) AQUI
“o prisma da verdade (3ª parte) AQUI
“Neste Natal ,ofereça atenção aos seus idosos” AQUI
“Encontros de baixo dos lençóis” AQUI
(_ Sapatos?-Sei,…são para os pés e ponto!)
autoria de, Marisa Leonardo
P.S. Esta crónica estará em destaque aqui no blogue até a próxima crónica para dar oportunidade de todos os visitantes lerem e darem opinião sobre a mesma. O seu comentário é importante, PARTICIPE!
MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
Por vezes criamos expectavivas um pouco elevadas pelas pessoas e o medo de ser ignorado é sempre constante ... por vezes depositamos confiança sobre uma pessoa que julgamos que está a ser verdadeira para nós ao ponto de nos prometer que no
ResponderEliminars vai fazer felizes, mas afinal é uma méra ilusão ... Não digo que todas as pessoas são iguias porque não são, mas a partir do momento que nós mulheres somos enganadas uma vez para voltar a depositar confiança em outra pessoa é um pouco dificel ...Falo em várias vertentes seja em relações amorosas de amizade ou mesmo familiares ... Acho uma perca de tempo vingar-mos seja porque motivo for, se valer a pena lutar , lutaremos até ao fim pelo que queremos porque a felicidade é para ser conquistada e não ignorada ... Beijinhos
Também já tive esse peso de ser ignorada por muitas pessoas que passaram na minha vida mas felizmente consigui superar essa fase com ajuda de outras que apareceram na minha vida para fazer a diferença;):)
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarSei muito bem o que é essa experiência devido ao facto de ser portador de deficiência. Penso que já fui mais ignorado, mas mesmo assim continuo a ser ignorado/descriminado pela sociedade.
ResponderEliminarO ser ignorado parte muitas vezes de membros do grupo de amigos, do grupo de colegas de trabalho e á vezes da própria família.
Penso que as pessoas portadoras de deficiência são sempre as principais afectadas por esse comportamento, devido á sua imagem, á sua incapacidade de se movimentar e participar nas actividades do dia a dia, como uma pessoa normal. Sao postos muitas vezes de parte e ignorados/descriminados.
Em Portugal ignora-se/descrimina-se muito a pessoa portadora de deficiência...
Muitas vezes fui ignorado, algumas doeram, outras nem tanto, outras agradeço., pois sem saberem me fizeram feliz...
ResponderEliminarVingança!!!! fria ou quente, nao a quero. Nao bebo veneno à espera que outros morram...prefiro continuar a ser ignorado, as personagens de minha realide motivam-me o suficiente pra repudiar a velha maxima dos invejosos: "NAO ÉS CAPAZ, NAO É PARA TI".
A eles agradeço o desdém, a eles agradeço que me ignorem...
Pois sao eles que me fazem ver cada vez mais além...
HF
Ser ignorado deve ser um dos estados mais deprimentes para o ser humano.É terrivel psicologicamente, aí é fundamental exercer a fé para a pessoa subreviver.
ResponderEliminarO ser ignorado é um sentimento complexo, dificil de ser definido por ser tão único. Certamente que o facto de depender de quem te ignora, onde e o porquê torna esta sensação muito pessoal e diferente de pessoa para pessoa.
ResponderEliminarNão tenho dúvidas de que cada um de nós que leu o artigo identificou diferentes vivências da sua vida nas palavras que a Marisa escreveu. Bom artigo!
Foi interessante verificar os diferentes sentimentos que cada um de vós sente perante esta situação. Não é desconhecida a ninguém, ser subestimado, ignorado eleva-nos a uma sensação única de luta e de aprovação, igualmente podes levar-nos á perda de energia quando interiorizamos esse facto e projetamo-los na vingança!
ResponderEliminarMais uma vez aprendi com os comentários aqui apresentados e às restantes pessoas que quiseram falar comigo em privado! O meu muito obrigado!