(imagens retiradas da internet)
Viver o passado
Efemérides da semana de 20 a 26 de julho
Alexandre Magno
A 20 de julho de 356 a. C. nascia Alexandre III da Macedónia. Conhecido como Alexandre Magno ou Alexandre, O Grande, foi um génio da estratégia militar que conseguiu unir meio mundo num dos maiores Impérios da História Universal.
Alexandre Magno era filho do Rei Filipe II da Macedónia. Com apenas 11 anos, o seu pai confiou a sua educação ao filósofo Aristóteles, o principal sábio da sua época, que exerceu sobre ele uma profunda influência. Alexandre fez os seus primeiros combates em campanhas contra os Trácios, os Gregos (Queronea, 338 a. C.) e os Ilírios. Em 336 a. C., o seu pai foi assassinado e Alexandre sucedeu ao seu pai.
O reinado de Alexandre foi marcado pelas conquistas e lutas. Alexandre, com uma hábil mistura de crueldade e de clemência, submeteu Tebas, Atenas e as outras cidades gregas. Dedicando à expedição sonhada pelo pai, a Ásia. Alexandre decidiu que Antipater governasse a Macedónia e cuidasse da Grécia durante a sua ausência, e de seguida repartiu os seus bens entre os seus amigos e, partiu.
Em Tróia, Alexandre ofereceu sacrifícios a Príamo e Aquiles e, após um combate encarniçado, derrotou o exército persa da Ásia Menor. Passou o Inverno em Caria, após o que retomou a marcha. Em Górdio partiu com a sua espada o famoso nó górdio e, assim, cumpriu o oráculo que prometeu o Império da Ásia àquele que tal feito cometesse (333 a. C.). Cruzou então o rio Tauro e adoeceu, o que acontecia, segundo a tradição, a todo aquele que tomasse banho nas águas geladas do Cidno depois de transpirar. Continuou o seu caminho, contornando o golfo de Isso e, antes de entrar na Síria, derrotou nas planícies de Isso, o inumerável exército reunido por Dário, que fugiu. Alexandre submeteu o litoral sírio, assediou as cidades fenícias de Tiro e Gaza e entrou no Egipto. Pela sua tolerância e pelo respeito político que mostrou para com as suas crenças, o macedónio ganhou o respeito dos Egípcios, assegurando-se da fidelidade desta rica região, nexo de união entre o mundo mediterrâneo e o Extremo-Oriente. Entrando pelo deserto da Líbia até ao oásis de Ámon, fundou Alexandria no extremo ocidental do delta do Nilo, nos limites do deserto, nas margens do Mediterrâneo, numa situação admirável.
Na Primavera do ano de 331 a. C., depois de isolar completamente Dário do mundo helénico, através da conquista sistemática de todas as costas do Império Persa, Alexandre atirou-se para o interior, conquistando cidade atrás de cidade. Dário, perseguido pelo macedónio através de Media e Bactriana, morreu assassinado. Com ele terminou a dinastia dos Aqueménidas e o 1º Império Persa.
A partir desse momento, a obra de Alexandre mudou de carácter: aos 26 anos terminou a conquista, passou a consolidar os seus novos territórios. E, juntamente com macedónios e gregos, entraram no seu exército tropas persas e bárbaras. O próprio Alexandre modificou o seu regresso imediato ao converter-se em soberano da Ásia, com grande desgosto para os seus velhos companheiros de armas, que apenas queriam ver nele o rei da Macedónia. Converteu-se num semideus perante o qual os Persas se prostravam.
Nos anos seguintes, Alexandre fundou novas cidades que levaram o seu nome e, chegado ao extremo oriental da planície iraniana, penetrou no vale do Indo. Com um exército reforçado por novos bárbaros, venceu o valoroso rei Poro nas margens do Idaspes. Chegou então o momento em que os seus soldados, cansados da guerra, negaram-se a seguir em frente. Alexandre levantou então doze altares gigantescos e bateu-se em retirada. Antes de voltar, seguiu o curso do Indo até ao Oceano Índico, onde os Gregos, que então apenas conheciam o Mediterrâneo, mar interior, contemplaram surpreendidos o fenómeno das marés vivas. Construiu uma frota nas margens do Idaspes e incumbiu Nearco da exploração do litoral do novo oceano. Atravessou o Sul do Irão e fez o caminho de regresso em risco de perecer de fome e de sede com os seus soldados nos desertos.
No ano de 325 a. C., Alexandre entrou, finalmente, em Susa. Levou ainda mais longe a sua política de fusão, animou os Macedónios a casar-se com mulheres persas e ele mesmo casou-se com Estatira, filha de Dário. A partir de então organizou por completo a sua corte à maneira persa. Na Babilónia, a sua residência favorita, recebeu embaixadores de todos os países do mundo então conhecido. Enquanto preparava novos planos de exploração, de conquista e levava a cabo os imensos preparativos apropriados, morreu atormentado com umas febres, possivelmente tifóide, a 13 de junho de 323 a.C. Tinha 33 anos. Não dispunha de tempo para culminar a obra da sua vida: a fusão de Asiáticos e Helenos. Assim, dado que não tinha designado sucessor, mas antes de morrer legou "ao mais forte", o seu império desmoronou-se rapidamente.
Ao longo da sua vida militar, Alexandre não perdeu uma única batalha, exercendo uma Hegemonia Universal e mostrando grande magnanimidade para com os povos submetidos voluntariamente. Foi implacável com os que lhe resistiram e o atraiçoaram.
Calouste Gulbenkian
Há exatos 58 anos, a 20 de julho de 1955, morria, em Lisboa, Calouste Gulbenkian.
Calouste Gulbenkian nasceu em Scutari, em Istambul, a 23 de março de 1869, filho dos comerciantes arménios Sarkis e Dirouhie Gulbenkian.
Calouste Gulbenkian começou os seus estudos em Kadikoy (Calcedónia), 1º na escola Aramyan-Uncuyan, depois na escola francesa de St. Joseph. Esteve em Marselha, onde aprofundou os seus conhecimentos de francês. Licenciou-se em Engenharia, com distinção, em 1887, no King's College de Londres.
Com apenas 22 anos, em 1891, Gulbenkian viajou pela Transcaucásia e visitou os campos petrolíferos de Baku. A jornada inspirou a escrita de um livro La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvenirs de Voyage. Detentor de uma fortuna colossal, o bem-sucedido homem de negócios tornou-se num dos mais notáveis colecionadores de arte do século XX.
A paixão de Calouste Gulbenkian pela arte revelou-se cedo. Juntou ao longo da vida, ao sabor das viagens e conduzido pelo seu gosto pessoal, por vezes após longas e laboriosas negociações com os melhores peritos e comerciantes especializados, uma coleção muito eclética, única no mundo. São hoje mais de 6 000 peças, desde a Antiguidade até ao princípio do séc. XX. A sua ligação às obras que foi adquirindo era de tal forma estreita que as considerava suas filhas.
Em busca de tranquilidade, em plena II Guerra, chegou a Lisboa em abril de 1942, tendo passado os últimos treze anos da sua vida no Hotel Aviz. Reconhecido pela boa hospitalidade portuguesa “que nunca havia sentido em mais lado nenhum”, presenteou, entre 1949 e 1952, o Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa com um importante núcleo de azulejos oriundos do Médio Oriente, uma escultura egípcia do período ptolomaico, um torso grego do século V a.C., bem como um notável conjunto de arte europeia com obras de Lucas Cranach, o Velho, Van Dyck, Largillière, Hubert Robert, Reynolds, Hoppner, Dupré, Courbet e Rodin.
No testamento, datado de 18 de junho de 1953, Gulbenkian criou uma fundação com o seu nome, que ficou herdeira do remanescente da sua fortuna, e que tem fins caritativos, artísticos, educativos e científicos, elegendo Portugal para a sua fixação - agradecendo, postumamente, o acolhimento que teve num momento crítico da história da Europa e sabendo o respeito que em Portugal haveria pelo escrupuloso cumprir da sua vontade. Assim, a partir de junho de 1960, a coleção Calouste reuniu ao longo da vida foi toda exposta num mesmo local. Em 1969 foi inaugurado o edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian e o Museu, onde se encontra esta coleção permanente. Em 1983 foi ainda inaugurado o Centro de Arte Moderna.
Barragem de Assuão
Após 10 anos de construção, a barragem de Assuão foi terminada a 21 de julho de 1970. As 12 turbinas do dique foram concebidas para fornecer potência suficiente ao Egipto para ser autossuficiente em termos energéticos.
Esperava-se que o dique protegesse toda a localidade contra a seca e inundações. No entanto, a diminuição das inundações devido à barragem prejudicou realmente a agricultura, o rico fertilizante do Nilo já não se depositava periodicamente nas terras de cultivo. Apesar de tudo, a barragem de Assuão foi considerada uma dádiva para a economia egípcia.
Papa Dionísio
A 22 de julho do ano de 259, o Papa Dionísio era eleito o 25º Papa.
O Papa Dionísio nasceu provavelmente em Turio na Magna Grécia. Dionísio foi eleito papa em 259, um ano após o martírio do Papa Sisto II, em 258. A Santa Igreja teve dificuldades em eleger um sucessor para Sisto por causa das violentas perseguições que os cristãos sofriam. Quando as perseguições diminuíram, Dionísio foi eleito bispo de Roma. O imperador Valeriano foi capturado e morto pelo rei da Pérsia, em 260. O novo imperador, Galiano, emitiu um édito de tolerância, até ao ano de 303, que levou ao fim da perseguição aos cristãos e dando um status legal à Igreja.
Dionísio começou a reorganizar a Igreja, tendo designado bispos dependentes da sua ordem direta e presbíteros, em vez de diáconos (como tinha sucedido até essa data), à frente das paróquias. Este sistema agilizou a atividade da Igreja, conseguindo que os seus meios auxiliassem cada vez mais cristãos. Dionísio adquiriu igualmente, do imperador Galiano, a libertação de muitos cristãos, assim como a restituição das propriedades que tinham sido da Igreja (como cemitérios, igrejas, etc.).
O cristianismo pôde nesta altura difundir-se, por meio de escritos como os de Lactâncio, Tertuliano, São Cipriano e outros autores. Dionísio providenciou também ajuda moral e financeira às igrejas orientais, que tinham de lidar com graves problemas causados pelos bárbaros (como a da Capadócia, por exemplo, invadida pelo povo Godo).
Dionísio sobre o protesto de alguns fiéis, em Alexandria, exigiu do bispo de Alexandria, também chamado Dionísio, explicações sobre a sua doutrina sobre a relação de Deus com o Logos.
Dionísio foi o 1º Papa que não é listado como um mártir. Faleceu a 26 de dezembro de 268. Foi sepultado na Catacumba de São Calisto. Foi sucedido por Félix I.
Foi posteriormente canonizado como São Dionísio.
Naguib tomou o poder no Egipto
No Egipto, a Sociedade de Funcionários Livres assumiu o comando do governo egípcio através de um golpe de estado militar. O Rei Faruk, cujas leis tinham sido alvo de críticas devido à corrupção e aos fracassos na 1ª guerra árabe-israelita, foi obrigado a abdicar e a deixar o poder nas mãos do General Muhammad Naguib, líder do golpe.
Os revolucionários redistribuíram as terras, julgaram os políticos por corrupção e aboliram a monarquia em 1953. Contudo, um ano depois, o Coronel Gamal Abdal Nasser desafiou as leis de Naguib, ocupando a chefia do Estado.
Batalha de Ourique
Há exatos 874 anos, a 25 de julho de 1139, deu-se a vitória de D. Afonso Henriques na Batalha de Ourique, de acordo com a tradição, no dia do seu provável aniversário e de São Tiago, que a lenda popular tinha tornado patrono da luta contra os mouros, um dos nomes populares do santo, era precisamente "Matamouros", o que ajudou a criar a lenda do Milagre de Ourique.
D. Afonso Henriques terá nascido a 25 de julho de 1109 e aos 14 anos armou-se a si próprio cavaleiro, algo que só um filho de Rei podia fazer. Filho do Conde D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa, após a morte do pai, entrou em disputa com a mãe pelo Condado Portucalense. A relação amorosa de D. Teresa com o conde galego Fernão Peres de Trava, fez ressurgir o medo da perda de autonomia do Condado, o que contrariava os objetivos da nobreza portucalense, que procurava fugir ao domínio do Rei de Leão e Castela.
A 24 de junho de 1128, D. Afonso Henriques, ainda antes de ser Rei de Portugal, venceu as tropas da mãe, D. Teresa, bem perto do Castelo de Guimarães, na Batalha de São Mamede. Segundo o reconhecido historiador Professor José Mattoso esta batalha foi um "acontecimento, na verdade, memorável, porque fez explodir a força de um movimento autonomista que havia séculos se gerava nestas terras. Uma vez desabrochado, não cessou de aumentar e se fortalecer até criar esta Nação que tem desafiado os séculos. Assim nasceu a nossa Pátria, a fonte onde haurimos a nossa consciência de pertencermos a uma sociedade com características próprias. Melhor ou pior, temos uma personalidade nacional que se foi formando ao longo dos séculos. Por isso mesmo, não podemos deixar de nos sentirmos fascinados com as nossas próprias origens."
Da vitória de S. Mamede nasceu aquela que é uma das mais conhecidas lendas da nossa nacionalidade. Segundo esta, D. Afonso Henriques terá batido em sua mãe, prendendo-a no Castelo de Lanhoso. D. Teresa, revoltada com a atitude do filho, lançou-lhe uma maldição. Em 1169, durante o cerco de Badajoz, D. Afonso Henriques, ao fugir do Castelo, feriu-se na coxa com os ferros que guarneciam a entrada, tendo ficado prisioneiro do genro e Rei de Leão. O povo não se esqueceu e clamou: era a maldição da mãe a cair sobre o filho!
A 25 de julho de 1139, deu-se a Batalha de Ourique, que se reveste da maior importância para a independência e afirmação de Portugal como nação independente. Ela determina não o momento de afirmação da independência, mas o momento da justificação divina para a existência de um país independente, reconhecido pelo próprio Deus dos cristãos.
A batalha está envolvida em mistério, havendo mesmo quem afirme que efetivamente nunca ocorreu, pelo menos da forma como se julga. Na batalha, D. Afonso Henriques terá defrontado os exércitos de cinco taifas, ou reinos muçulmanos, vindos de Sevilha, Badajoz, Elvas, Beja e Évora. A batalha terá ocorrido durante uma das muitas “correrias” que tinham lugar naquele tempo durante a Primavera e o Verão, durante as quais se aproveitava para atacar os muito divididos reinos muçulmanos da península.
Segundo a lenda (que viria a condicionar a História), as forças muçulmanas eram claramente superiores às forças portuguesas e a certeza da derrota tinha-se apoderado do pequeno exército comandado por D. Afonso Henriques.
O futuro rei, terá tido uma visão na véspera da esperada batalha, em que um eremita e depois o próprio Jesus Cristo terá aparecido e profetizado que D. Afonso Henriques sob o sinal da cruz, seria Rei, e que o seu reino se expandiria pelos lugares mais estranhos e recônditos do mundo, para espalhar a fé cristã e a palavra de Cristo.
A batalha foi ganha pelas forças portuguesas, e, embora não reconhecido, D. Afonso Henriques se proclamou Rex a 26 de julho de 1139.
A batalha de Ourique, tenha ou não ocorrido conforme as lendas e tradições indicam, tem no entanto a maior importância histórica porque ela marca o início de uma lenda que suporta e justifica mais tarde o direito de D. Afonso Henriques a declarar-se Rei de Portugal, pois a batalha ficou ainda marcada pela referência à frase que Cristo terá proferido perante Constantino, o Imperador de Roma e que é comum em várias culturas europeias em que Cristo promete a vitória àqueles que defenderem a Cruz: “IN HOC SIGNO VINCES”, ou seja, “Com este sinal vencerás”. Por causa dessa referência, as armas e o escudo armorial de Portugal, mantêm desde então e até hoje, cinco escudetes posicionados em forma de cruz, representando cada um dos cinco reinos derrotados na batalha.
A 5 de outubro de 1143, D. Afonso Henriques assinava, com seu primo, D. Afonso VII, Rei de Leão e Castela, o Tratado de Zamora. Nascia, então, Portugal. O passo seguinte foi a reconquista cristã aos mouros. São 7 os castelos que a nossa bandeira nacional alberga, lembrando a todos, as terras que o primeiro Rei de Portugal conquistou para a recém-criada nação.
Em 1179, o Papa Alexandre III, com a Bula Manifestis Probatum, reconheceu, formalmente a realeza de D. Afonso Henriques e a independência de Portugal. Em 1185, D. Afonso Henriques morreu na cidade de Coimbra, onde provavelmente terá nascido, tendo deixado para o seu filho, D. Sancho I, uma nação forte e em crescimento.
Lenda, mito, realidade…a História perpetuou a sua aura de Conquistador, que lutou contra os mouros e contra os vizinhos católicos, estendendo o país e formando novas aldeias!
D. Afonso Henriques é umas das maiores referências do nosso imaginário coletivo, o pai da nossa nacionalidade.
Duque da Terceira
Há exatos 180 anos, a 24 de julho de 1833, as tropas liberais, comandadas pelo duque da Terceira, entraram em Lisboa, depois de terem derrotado as tropas miguelistas lideradas por Teles Jordão na batalha da Cova da Piedade. O 1º Duque da Terceira foi símbolo da luta liberal contra o Absolutismo e comandante dos liberais. Foi o grande responsável pela preparação das tropas na Terceira e pelo desembarque no continente português.
A 18 de março de 1792, nascia D. António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha, em Lisboa. Com apenas dois anos de idade perdeu o pai, sucedendo-lhe, então, como Conde de Vila Flor. A Europa absolutista caía e os ideais franceses de Liberdade, Igualdade e Fraternidade ecoavam por todo o lado. Assim, o futuro Duque da Terceira cresceu em plena difusão dos ideais liberais e participou nas Guerras napoleónicas, tendo sido agraciado pelo seu empenho e bravura.
Durante os anos seguintes, desempenhou vários cargos, sendo nomeado Par do Reino, aquando da promulgação da Carta Constitucional de 1826 e depois Governador das Armas da Província do Alentejo, tendo logo de reprimir algumas insurreições militares que se levantaram a favor do Absolutismo. Começava a sua luta pelo Liberalismo. No Alentejo, Vila Flor, comandou o exército, repelindo os absolutistas em várias zonas do país. As vitórias valeram-lhe o título de Marquês de Vila Flor e a nomeação para governador das armas do Porto.
Com a chegada de D. Miguel a Portugal, o Absolutismo ganhou força e Vila Flor foi demitido, saindo de Portugal. Era a época do seu exílio em Inglaterra. Portugal sucumbia ao Miguelismo. A Ilha Terceira que se tinha tornado o último baluarte do Liberalismo, passou a atrair Vila Flor, que pretendia continuar a sua luta. O Duque de Saldanha, próximo de Vila Flor, partiu para a Ilha e este depois juntou-se a Saldanha. O Duque de Palmela, outro liberal, nomeou-o Capitão-General dos Açores. Vila Flor conseguiu escapar aos britânicos e instalar-se na Terceira.
Depois fixada a residência de Vila Flor em Angra, a 1º ação de Vila Flor foi terminar com as discórdias e divisões locais, aproximando-os para a defesa da causa liberal. A seguir, organizou-se a resistência aos ataques de D. Miguel. A 11 de agosto de 1829, na famosa Batalha da Praia, os Miguelistas tentaram invadir a Ilha, Vila Flor conseguiu organizar uma boa defesa, restaurando a linha de fortes da Terceira. Começava um novo ciclo de vitórias, que fariam de Vila Flor um comandante de prestígio. Foi criada a Regência de Angra, que orientou os destinos dos liberais até à chegada de D. Pedro à Terceira. Angra era a capital da Monarquia Constitucional. A Regência emitiu várias proclamações e 65 decretos, sobretudo pelas mãos de Mouzinho da Silveira, que depois de 1834, tornar-se-iam nacionais.
Em abril de 1831, a Regência avançou para as restantes ilhas. Vila Flor esteve ao comando das conquistas, pondo fim às resistências. Com o apoio de D. Pedro IV, que depois de abdicar do trono português e posteriormente do brasileiro, tornou-se Duque de Bragança, Vila Flor ultimou o desembarque no continente, tendo comandado os Bravos do Mindelo. O Liberalismo começava a afirmar-se.
Em nome de todo o seu empenho para a causa liberal, Vila Flor foi elevado, a 8 de novembro de 1832, a Duque da Terceira, ligando-se o seu futuro ao da Ilha que bem o acolhera e que tivera ao seu lado. O 1º Duque da Terceira participou nos principais momentos da Guerra Civil, liderando as tropas que libertaram Lisboa em 24 de julho de 1833, estando também ao lado de D. Pedro aquando da abdicação do trono por D. Miguel. D. Maria II era novamente rainha e o Liberalismo triunfara.
O papel de Vila Flor, depois de 1834, passou pela política. D. Maria II quando se tornou Rainha nomeou um novo governo, liderado por Palmela e Terceira tornou-se ministro da Guerra. Com uma forte oposição, o novo governo caiu e Terceira foi nomeado comandante-em-chefe do exército. Acabou por pressionar os militares e levou à queda do novo ministério que substituiu o dele. Algum tempo depois, a 19 de abril de 1836, Terceira organizou um novo governo, assumindo a presidência e o ministério da Guerra
A Revolução Setembrista (setembro de 1836) levou ao final do governo do 1º Duque da Terceira, que se afirmava como o grande defensor da Carta Constitucional. Terceira foi chamado a formar governo a 9 de setembro de 1842, com Costa Cabral, que era o verdadeiro líder. O ministério durou 4 anos, caindo a 20 de maio de 1846, quando rebentou no Minho a revolta conhecida pela Revolução da Maria da Fonte. D. Maria II convidou Terceira para seu lugar-tenente, enviando-o para sufocar a revolta do Minho. Terceira não conseguiu e acabou preso por Passos Manuel no Castelo de S. João da Foz. Foi libertado no fim das hostilidades.
Em 1850, Terceira foi nomeado comandante da 1ª divisão (até 1855), apenas com a interrupção dum ano, enquanto foi ministro da guerra no gabinete que saiu do movimento de 1851 (Regeneração). Em 1855 foi ainda nomeado 1.º ajudante de campo de D. Pedro V. Morreu a 26 de abril 1860, sem descendência, mas com uma vida recheada de feitos. E, em nome de todo o seu empenho, foi inaugurada uma estátua em sua homenagem, junto a uma praça que recebeu seu nome, a 24 de Julho de 1877, exatos 44 anos depois da libertação de Lisboa do jugo absolutista.
O Duque da Terceira foi um importante comandante e homem do Liberalismo, sendo uma das mais importantes figuras daquele tempo. Foi um herói que não teve medo de desafiar e lutar pelo que acreditava. Atualmente os nossos políticos precisavam de batalhar pelos direitos dos seus concidadãos e defender Portugal. É no meio desta crise que os nossos políticos devem ouvir o povo e procurar melhores saídas para todos os portugueses. Não podemos alhear-nos dos nossos deveres e temos que “gritar” pelo que queremos, fazer-nos ouvir, pois a Democracia é um direito e um dever de e para todos os portugueses.
Porque recordar é viver, para a semana continuaremos a aprender!
Francisco Miguel Nogueira
MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
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