(imagem retirada da internet)
Aldeia de Tomar transforma-se em 'aldeia Astérix'
A aldeia de Cem Soldos, no concelho de Tomar, está a preparar-se para a «festa mágica» que a transforma, nos anos pares, num grande palco de divulgação do «vigor» da produção musical portuguesa, através do Festival Bons Sons. Luís Ferreira, director do festival, disse à agência Lusa que a festa de lançamento acontece no próximo dia 19, «para lembrar que este ano é ano de Bons Sons», uma «festa da música portuguesa» que decorre no verão, na terceira semana de Agosto.
Cem Soldos torna-se então «numa aldeia Asterix», uma imagem que remete para uma comunidade que se fecha no seu espaço (durante o festival é preciso pagar para entrar na aldeia) e que se envolve activamente em todas as tarefas que permitem, ao longo de quatro dias, receber 42 concertos em seis palcos espalhados na malha urbana. «Não nos conformamos com uma visão da aldeia associada aos enchidos e aos animais campestres. Como um lugar do passado. A nossa meta maior é a luta pelo lugar da aldeia como um espaço onde se pode ter uma linguagem contemporânea», disse Luís Ferreira à Lusa.
Para o director do Bons Sons, o facto é que Cem Soldos consegue mostrar «o que de melhor se faz em Portugal» no domínio da música, juntando o festival deste ano músicos consagrados, «que continuam a produzir», como Vitorino ou Maria João e Mário Laginha, à nova geração. «Aproveitando um momento de particular vitalidade da música portuguesa», o festival, que vai decorrer entre os dias 16 e 19 de Agosto, vai divulgar novos projectos musicais portugueses que assumem influências de outras paragens e os que transportam para o presente as raízes tradicionais da música portuguesa, entre outras linguagens musicais.
Márcia, Nuno Prata, grupos como Linda Martini, Os Passos em Volta, Lousy Guru, Os Velhos, Capitão Fausto, You Can’t Win, CharlieBrown são alguns dos nomes em cartaz, a par de Lengendary Tiger Man e Maria João & Mário Laginha. Pé na Terra, Xícara e ATMA, Vitorino, António Zambujo, Aldina Duarte, A Naifa, a guitarra de Filho da Mãe, as baterias de PAUS, o acordeão de Celina da Piedade e o piano de Joana Sá são outros concertos agendados.
Depois de Cabo Verde e Brasil, o país convidado é este ano Espanha, com El Naán e Vigüela, sendo os novos territórios da música explorados e experimentados por Gala Drop, Mikado Lab e Gabriel Ferrandini & Pedro Sousa.
Cada uma das noites (longas) termina com «uma identidade muito própria», apresentada por Yechidah, Batida, João Gomes e Bento 17.
A ligação do Bons Sons com as linguagens mais tradicionais é reforçada com a parceria com A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria (MPAGDP), que terá um palco próprio para mostrar a música portuguesa na sua vertente mais informal, com Cosie Cherie, Carlos Batista, Abaixonado, Joana Espadinha, Canto Hondo, Gobi Bear, Rafael Carvalho, Martim Torres e Birds are Indie. Além dos concertos, o festival conta com espectáculos performativos, uma exposição colectiva, feira de marroquinarias, apresentação de curtas-metragens, entre outras iniciativas.
O festival tem uma mascote, a Lagartixa Tixa, que é manufacturada, desde a primeira edição, em 2006, por um grupo de avós e de netos e que serve de base para porta-chaves, pregadeiras ou ganchos para o cabelo.
A verba destas vendas e a obtida com os bilhetes revertem para projectos comunitários, sendo este ano objectivo conseguir financiamento para uma residência que servirá para alojar quem participa nas muitas iniciativas da associação cultural local ou, para fins turísticos, como um hostel rural, disse Luís Ferreira à Lusa.
Créditos: Lusa/SOL/Cultura
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