(imagem retirada da internet)
Equipa lusa finalista em prémio mundial de tecnologia
A ideia de dois estudantes da Universidade da Madeira é utilizar a tecnologia móvel para maximizar o aproveitamento da energia solar. O projeto é finalista do concurso mundial Ericsson Application Awards, uma competição anual que junta alunos e empresas dos vários cantos do globo para encontrar as melhores aplicações para o sistema operativo Android. Joel Rodrigues e Poan Shen juntaram-se e formaram a equipa GreenSpark, uma das duas candidatas ao prémio final de 25 mil euros. Para além da remuneração, os estudantes da Madeira podem ainda ver a sua aplicação divulgada no mundo das telecomunicações. "A nossa equipa focou-se em utilizar ideias inovadoras para melhorar o uso desta energia verde. Nesta competição colocamos o nosso ênfase na energia solar", explica a equipa no site dedicado ao concurso da Ericsson.
O objetivo da aplicação da GreenSpark é monitorizar a produção e utilização de energia através de um smartphone, bem como os possíveis erros que podem surgir neste tipo de "sistema complexo".
A aplicação promete melhorar gestão da energia renovável
Os estudantes da área de tecnologia quiseram mostrar que existem alternativas ao computador pessoal que, para fazer a gestão dos painéis solares, necessita estar ligado "24 horas de sete dias da semana". A ideia é ter ao alcance de um telemóvel todo o painel de gestão do seu próprio gerador de energia. "Algumas soluções já existentes comprometem a segurança dos computadores pessoais pelo facto de terem de estar expostos à Internet, e podemos ver que muitas dessas soluções têm também problemas de eficiência", explica a equipa. Esta aplicação alternativa poderá ajudar a que os produtores de energia limpa tenham um melhor aproveitamento do seu produto e que consigam fazer a sua gestão com mais segurança e privacidade.
"Acreditamos que com a nossa ideia vamos poder impulsionar a utilização da energia solar entre as famílias. Como resultado, temos esperança que num futuro próximo as cidades vão poder ter menos poluição e um custo de energia mais baixo", refere a GreenSpark no site da Ericsson. Joel Rodrigues, natural da ilha da Madeira, está a frequentar a pós-graduação em Aspetos Humanos da Tecnologia e Poan Shen, natural do Taiwan e residente no Funchal, é aluno de mestrado em Tecnologias do Entretenimento.
Notícia sugerida por António Resende
Créditos: Boas Notícias
Vinhos portugueses recebem 34 medalhas no Reino Unido
Os vinhos portugueses estão entre os mais recomendados para os hotéis, restaurantes e bares do Reino Unido. O concurso britânico Sommelier Wine Awards, que decorreu este mês em Londres, premiou a produção vitivinícola lusa com 34 medalhas de ouro, prata e bronze. Os prémios Sommelier Wine são atribuídos todos os anos aos vinhos que apresentam uma melhor qualidade de produção e que melhor se adaptam aos serviços de hotelaria e restauração daquele país. Como resultado, os 324 vencedores deste ano passam a integrar a lista que sugere as melhores bebidas para os estabelecimentos britânicos.
Na categoria de ouro, os vinhos portugueses arrecadaram nove medalhas. A produção vitivinícola do Douro recebeu cinco desses prémios, sendo que os vinhos alentejanos ficaram com três medalhas e a Companhia das Quintas, de Lisboa, uma medalha. Em grande destaque esteve o Vinho do Porto, da Wiese & Krohn. A produção de 1982 desta companhia sedeada no Douro foi uma das doze premiadas com a distinção da "Escolha do Crítico". "Um Porto inspirador a um preço francamente ridículo, um vinho merecedor do inaugural Prémio Auchterlonie", descreve a organização do evento no seu site oficial.
12 de prata e 13 de bronze
Doze vinhos portugueses foram distinguidos com a medalha de prata, sendo que mais uma vez o Douro é produtor em destaque com seis prémios arrecadados nesta categoria. Os produtores alentejanos conseguiram três medalhas, sendo que as restantes três foram distribuídas por vinhos do Dão, da Península de Setúbal e do Algarve. As medalhas de bronze foram entregues a 13 vinhos portugueses, cinco deles entregues aos produtores do Douro. A produção alentejana foi distinguida com três medalhas e duas para a região das Beiras. Os restantes três prémios foram entregues à Quinta do Monte d'Oiro, de Lisboa, à Adega da Ponte da Barca, vila de Viana do Castelo, e à casa Aliança, da região da Bairrada.
Clique AQUI para aceder à lista dos vinhos premiados (em inglês).
Créditos: Boas Notícias
Ténis de Mesa: Par luso ganha prata em Espanha
Diogo Chen e Jorge Costa, jogadores que estão a representar Portugal no Open de Espanha de Juniores e Cadetes de ténis de mesa, conquistaram, esta quinta-feira, a medalha de prata em Pares na competição, que integra o Circuito Mundial de Juniores 2013 e decorre até domingo em Platja D'Aro, na Catalunha. De acordo com a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM), a dupla nacional foi derrotada na final com os japoneses Kosei Hirano e Kenta Tazoe por 1-3, com os parciais de 3-11, 9-11, 11-8 e 3-11 mas, mesmo assim, não deixou escapar a prata.
Saliente-se que o japonês Kenta Tazoe, um dos medalhados com o ouro em pares, conquistou também o primeiro lugar em singulares ao bater, na final, o coreano Minhyeok Kim por 4-3. Esta sexta-feira disputam-se as provas de equipas dos escalões de juniores e cadetes, nas quais Portugal estará representado pelos 12 atletas presentes em Espanha. Na categoria de juniores masculinos vão competir Diogo Chen, João Geraldo e Jorge Costa e, na de juniores femininos, serão Joana Mota, Patrícia Maciel e Rita Fins a entrar em prova.
Miguel Pinto, Paulo Silva e Tiago Li são os representantes portugueses no escalão de cadetes masculinos e Marta, Raquel Andrade e Raquel Martins na categoria de cadetes femininos. No total, o Open de Espanha de Juniores e Cadetes está a reunir, na Catalunha, 119 jogadores e 90 jogadoras a competir por 28 países diferentes.
Notícia sugerida por Diana Rodrigues
Créditos: Boas Notícias
Filme turístico do Porto recebe mais um prémio
Depois de conquistar o primeiro lugar no International Tourism Film Festival, que decorreu em Barcelos, o vídeo turístico “Oportonity City” volta a ser distinguido, desta vez no “Film, Art & Tourism Festival”, cuja entrega de prémio vai decorrer no final deste mês, na Polónia.
De acordo com o site oficial do Turismo do Porto, o vídeo ficou em segundo lugar na categoria “Tourist Film” do Festival da Polónia, cuja 8ª edição decorre entre 22 e 24 de Maio, altura em que serão entregues os prémios. Este filme de quatro minutos, realizado pelo português Luís Miguel Amaral de Araújo, convida os espetadores a viajar pelos locais mais emblemáticos da Invicta, como a zona da Ribeira e a Ponte D. Luís I.
Os espaços de lazer ao ar livre, o Vinho do Porto, a vida cultural e a riqueza monumental e artística da cidade são algumas das razões que o "Oportonity City" aponta para que se visite a cidade do Porto. O "Film, Art & Tourism Festival" tem como objetivo selecionar os melhores filmes sobre roteiros turísticos, património cultural, arte e viagens em geral - de todas as partes do mundo – e os concorrentes são avaliados por especialistas internacionais das áreas da indústria cinematográfica, da publicidade e do turismo.
Ver video AQUI
Créditos: Boas Notícias
Portuguese Surf Film Festival arranca em Maio
A 2ª edição do Portuguese Surf Film Festival vai estar na Ericeira, entre os dias 5 e 7 de Julho. Mas antes disso, o festival - este ano subordinado ao tema Alquimia - vai arrancar com um 'roadshow' com paragens nas cidades de Viana do Castelo e Torres Vedras. Com o intuito de levar o festival a outras partes do país, o festival vai passar pelo Centro de Alto Rendimento de Surf de Viana do Castelo, no dia 25 de Maio, e pelo Cine-teatro de Torres Vedras, no dia 5 de Junho.
A entrada é gratuita e os filmes que vão ser exibidos no 'roadshow' são os vencedores da edição anterior, que correspondem às categorias de “Melhor filme português”, “Melhor curta”, “Melhor filme de surf” e “Mais sustentável”. As candidaturas para o Portuguese Surf Film Festival de 2013 estão abertas até ao dia 6 de Junho e o festival conta, este ano, com um novo prémio para a “Melhor banda sonora”.
O júri desta edição é composto pelo músico Frankie Chavez, pela fundadora e diretora do New York Film Festival Morgan Rae Berk, pelo designer gráfico e ilustrador João Catarino, pelo jornalista Jorge Pelicano, pela ex-campeã nacional de surf Teresa Abraços e pelo jornalista Vítor Moura.
A entidade organizadora do festival, explica que os objetivos do evento “passam por educar as gerações futuras em assuntos relacionados com a sustentabilidade”, sendo que "controlar a pegada ecológica no exercício da modalidade e no estilo de vida relacionado com o surf é o modelo que consideramos justo e sustentável, de modo a reduzir o impacto no ambiente”.
Créditos: Boas Notícias
Elétrico 28 vende pastéis de nata em Londres
Há sabores nacionais a encantar quem passa no pitoresco mercado de Camden Town, em Londres. Uma réplica do elétrico 28 que vende pastéis de nata e café português nas ruas começou, há pouco mais de três meses, a funcionar na capital londrina, pela mão de dois empreendedores lusitanos, Jaime Silva e Nuno Patrício, e a experiência está a ser uma agradável surpresa quer para os criadores, quer para os clientes.
"Tudo começou em 2011 quando, em conversa com o Nuno num dos mercados londrinos, verificámos que existia espaço para um projeto português com imagem, qualidade e personalidade e ali mesmo decidimos que iríamos vender pastéis de nata", conta Jaime, que vendeu a marca de cafés que já tinha em Lisboa para tirar um MBA (mestrado em administração de negócios) em Londres, em entrevista ao Boas Notícias.
No dia seguinte, o modelo de negócio estava escrito e a ideia começou a amadurecer. Porém, foi necessário mais de um ano para que o projeto evoluísse o suficiente para ser colocado em prática, já que os dois amigos, que partilham "o gosto por desenvolver ideias", se foram dedicando em simultâneo a outros projetos: no caso de Jaime, os estudos e, no caso de Nuno, a profissão de arquiteto, que exerce em Inglaterra.
O desejo de ambos veio a concretizar-se com a ajuda da família e dos amigos, que consideram "determinante". "Sem eles não conseguiríamos reunir as condições financeiras para lançar o projeto", admite Nuno, um estreante neste tipo de negócio que se mostra muito satisfeito com a resposta do público até ao momento.
A experiência dos pastéis de nata e do café português é, essa, baseada nos pormenores. Os bolos, sempre quentinhos e feitos no dia, são vendidos numa motorizada triciclo de transporte transformada e pintada em Leeds, Inglaterra, para se tornar uma réplica perfeita do 28, o mítico elétrico de Lisboa.
Segundo os mentores do Nata28 - como foi batizado o negócio -, nenhum detalhe foi deixado ao acaso e nem sequer falta o "trrim triim" do elétrico, que dá um toque especial ao ambiente do Camden Lock Market e se junta ao cheiro a canela espalhado pelo ar que encanta o olfato dos transeuntes, alguns deles portugueses ali radicados e habituados ao sabor mas, sobretudo, muitos turistas curiosos. "Os que conhecem os pastéis não hesitam e os que olham, incrédulos, depois de experimentarem levam, normalmente, uma caixa de quatro e voltam", contam os sócios, que apostam também na oferta de amostras para captar clientes e que disponibilizam, igualmente, além da tradicional "bica", cappuccinos e cafés em copo grande misturados com leite.
Expansão para outros locais já está no horizonte
Para já, este "elétrico", que comercializa cerca de 600 pastéis de nata por dia e se está a revelar lucrativo, só está aberto ao fim-de-semana, mas Jaime e Nuno disponibilizam também o serviço em eventos e festas privadas e esperam passar a vender, "em breve" os sabores nacionais "noutras localizações" além de Camden Town. "Passada esta primeira fase do projeto, cujo objetivo é testar e aperfeiçoar o modelo, a ideia será desenvolver uma rede de pequenos 'mini elétricos' um pouco por toda a Europa e quem sabe outros continentes". Isto porque "o sonho comanda a vida" e o nascimento do Nata28 é prova disso, concluem os empreendedores.
Clique AQUI para visitar a página oficial do Nata28 no Facebook eAQUI para conhecer o site do projeto.
Notícia sugerida por Elsa Martins, Diana Rodrigues e Vítor Fernandes
Créditos: Boas Notícias
Português co-autor de dispositivo que gera eletricidade
Ricardo Ribeiro é coautor de uma investigação internacional que deu azo à criação de um dispositivo, com a espessura de um atómo, que gera eletricidade. O projeto científico desenvolvido em conjunto com Andre Geim e Konstantin Novoselov, ambos Nobel da Física 2010, foi publicado quinta-feira, dia 02, na revista Science. Este dispositivo tem "uma capacidade extraordinária" e promete revolucionar o modo como é produzida a energia elétrica. Ricardo Ribeiro, do Centro de Física da Universidade do Minho (UMinho), acredita que este poderá ser "um novo paradigma na fotodeteção e na energia solar".
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, o investigador da UMinho (à direita) explica que a eletricidade gerada com este dispositivo é produzida de "uma forma limpa", com base na utilização de "materiais amigos do ambiente".
Um dos materiais utilizados na construção do mecanismo foi o grafeno, subproduto da grafite, descoberto em 2004 por Gaim e Novoselov, que é o material mais fino do mundo e, por isso, melhor condutor de eletricidade do que o cobre. Outra das vantagens da utilização deste material é a sua resistência, superior à do aço.
Um dos melhores conversores do mundo
"Por cada 100 fotões de luz, 30 são convertidos em eletricidade, o que o coloca entre os melhores conversores de luz em eletricidade que existem. E também já pode competir com as melhores células solares que se produzem, apesar de ser apenas um protótipo", explica Ricardo Ribeiro. Uma das possibilidades que este dispositivo oferece é a sua integração em muitos tipos de substrato, incluindo aqueles que são mais flexíveis, como o caso do plástico. "Vai ser possível ter células solares com alta eficiência embutida nas nossas roupas e a carregar os nossos telemóveis", salienta Ricardo Ribeiro.
O estudo "Strong Light-Matter Interactions in Heterostructures of Atomically Thin Films" contou com a participação de Andre Geim e Konstantin Novoselov, os "Nobel do grafeno", e de investigadores das universidades de Manchester (Reino Unido), Minho (Portugal), Freie (Alemanha), Nacional de Seul (Coreia do Sul), Nacional de Singapura (Singapura) e o Instituto de Tecnologia de Microeletrónica (Rússia).
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado na revista Science (em inglês).
Créditos: Boas Notícia
The Times publica artigo sobre a cidade do Porto
Inspirada nas maravilhas da Invicta, a jornalista Jane Knight publicou no histórico jornal britânico The Times um artigo dedicado à cidade do Porto, em que o principal destaque é dado à Livraria Lello, que a repórter associa ao imaginário da saga Harry Potter. Ao longo da peça, intitulada “Um fim de semana no…Porto”, a jornalista refere que a escadaria vermelha da livraria Lello é tão mágica que, apesar de não se mexer – como a da ficção - parece adaptar-se perfeitamente à escola de bruxaria e feitiçaria de Hogwarts.
Jane Knight acrescenta ainda que “não seria de estranhar ver Harry Potter e Hermione naquele cenário encantador, com paredes forradas de livros, vitrais no teto, elaboradas decorações em gesso e colunas decorativas em branco e rosa”. Facto é que esta livraria, inaugurada na cidade em 1906, serviu realmente de inspiração para a escritora J.K. Rowling, que era frequentadora habitual da Lello enquanto dava aulas de inglês no Porto.
De realçar que esta não é a primeira vez que a Livraria Lello surge em destaque na imprensa estrangeira: em 2008, por exemplo, o jornal inglês The Guardian considerou-a a terceira mais bela do mundo. Em 2011, a livravia voltou a obter a mesma classificação, atribuída pelo Lonely Planet, no guia "Lonely Planet's Best in Travel 2011", que a descreve como "uma pérola de arte nova", destacando as "prateleiras neo-góticas" e a "escadaria vermelha em espiral".
Clique AQUI para ler o artigo completo (em inglês).
Créditos: Boas Notícias
Portugueses vencem título de melhores alunos europeus
Quatro estudantes portugueses venceram o prémio internacional de melhores alunos do ano, na área de Engenharia Industrial e Gestão. O título foi conquistado no concurso Tournament in Management and Engineering Skills (TIMES), que se realizou em Munique (Alemanha) onde as competências dos alunos foram postas à prova. Esta é a primeira vez que uma equipa portuguesa vence este torneio, que juntou, entre 22 e 28 de Abril, as nove melhores equipas de estudantes europeias, vindas das escolas mais conceituadas da União Europeia.
© UP - Henrique Cruz, Xavier Azcue, Nuno Carneiro e João Cunha
A equipa é composta por três alunos de licenciatura da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (UP) - Henrique Cruz, João Cunha e Nuno Carneiro - e pelo estudante de mestrado em Engenharia de Gestão Industrial do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Xavier Azcue. Durante a penúltima semana de Abril, a organização do evento testou as competências das equipas de alunos com propostas de atividades que puseram à prova os seus conhecimentos na área da Engenharia Industrial e Gestão.
Os estudantes venceram em Fevereiro a Local Qualification do Porto, prova que lhes deu acesso à fase final do concurso, disputada em Munique, na Alemanha. Esta é a primeira vez que o título "European IEM Students of the Year" é entregue a uma equipa portuguesa.
"Foi a primeira vez que este título veio para Portugal e obviamente isso é um orgulho imenso para nós ao podermos divulgar o nome dos nossos cursos e do nosso país desta forma. Preparámos intensivamente a Final de Munique e correu-nos tudo muito bem", salientaram os estudantes no site oficial da UP.
A competição junta todos os anos mais de 250 equipas de estudantes europeus, tendo a UP destacado que nesta edição participaram "seis equipas de faculdades europeias de topo", vindas de Berlim, Eidhoven, Kaiserslautern, Helsínquia, Belgrado e Gotemburgo.
Notícia sugerida por António Resende
Créditos: Boas Notícias
Cientista português descobre marcador de cancros cerebrais
Pedro Castelo-Branco, do Hospital para as Crianças Doentes de Toronto, no Canadá, publicou a descoberta de um novo marcador biológico de cancros do cérebro, na revista The Lancet Oncology. O investigador português, que é o primeiro autor do artigo, e os colegas verificaram que a actividade do gene hTERT sofre alterações apenas em cancros cerebrais pediátricos, e que este resultado pode ser utilizado para melhorar o diagnóstico dos cancros e as terapias. O gene hTERT comanda a produção de uma proteína responsável pela imortalização das células tumorais. Ou seja, torna-as cancerosas, já que estas células são imortais, dividindo-se continuamente, enquanto das normais se destroem ao fim de umas quantas divisões. Quando a sua actividade está alterada, o gene não se inactiva, como aconteceria em situação normal: “O gene mantém-se sempre activo para favorecer a divisão e, consequentemente, a imortalização das células tumorais”, explica ao PÚBLICO Pedro Castelo-Branco, 39 anos, que é investigador do Centro de Investigação de Tumores Cerebrais do hospital pediátrico de Toronto e se doutorou em biologia molecular na Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O biomarcador agora descoberto, na sequência do estudo de 350 crianças com vários tipos de cancros cerebrais, terá implicações clínicas, ao permitir melhorar a determinação do grau de malignidade dos tumores. Dessa forma, poder-se-á separar doentes de baixo e alto risco quanto ao prognóstico, assim, conceber terapias específicas para cada caso. “Os doentes de alto risco poderão ter terapias mais agressivas, enquanto os de baixo risco poderão ver as suas terapias diminuídas, reduzindo assim efeitos secundários”, refere o investigador, citado em comunicado. Além dos cancros do cérebro nas crianças, a equipa pensa que este biomarcador também está presente em cancros de adultos, nomeadamente da próstata, como sugerem alguns resultados preliminares. Para avaliar o potencial deste marcador no cancro da próstata, foi criado um consórcio internacional de instituições da Alemanha, Áustria, Canada e Portugal – neste último caso, participa o Serviço de Urologia e Transplante Renal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. “Já temos cerca de 400 amostras”, conta o investigador.
Créditos: Público
Portugueses identificam nos cogumelos compostos letais para temível bactéria
O estafilococo áureo multirresistente é insensível à maioria dos antibióticos e pode tornar-se uma ameaça para a saúde pública. Mas os cogumelos poderão estar na base de novos fármacos capazes de o neutralizar.
Uma equipa portuguesa mostrou, pela primeira vez, que certos compostos presentes nos cogumelos são eficazes contra o estafilococo áureo multirresistente (MRSA) - e já começou também a desvendar o mecanismo de acção desses compostos. Os resultados, que poderão permitir desenvolver novos medicamentos contra esta (quase) invulnerável bactéria, são hoje publicados na revista Journal of Applied Microbiology. O MRSA é a principal causa de infecções hospitalares no mundo. Já em 2005, a mortalidade anual associada a esta "superbactéria" ultrapassava a do vírus da sida. Mais: estes perigosos microorganismos também começam a aparecer "na rua", em pessoas saudáveis. "A maioria das infecções é hospitalar, mas a dispersão ao nível da comunidade tem aumentado muito", disse ao PÚBLICO Manuela Pintado, da Universidade Católica do Porto (UCP), que dirigiu o trabalho agora publicado.
Aliás, Sally Davies, directora-geral da Saúde do Reino Unido, também alertava recentemente para o facto de que, daqui por 20 anos, a crescente ubiquidade das bactérias multirresistentes aos antibióticos poderia configurar um "cenário apocalíptico", com as pessoas a morrerem por causa de uma simples infecção devido à falta de qualquer tratamento que as consiga salvar. E por cá, o Ministério da Saúde revelou há uns meses que "Portugal é um dos países da União Europeia com maior taxa de prevalência de infecções" adquiridas em meio hospitalar (ver Governo vai dar prioridade ao controlo das infecções, PÚBLICO de 17/03/2013). E também é um dos países onde a resistência aos antibióticos mais tem aumentado.
Acção antibacteriana
Era sabido, com base em estudos anteriores, que os extractos de algumas espécies de cogumelos silvestres podem agir contra as bactérias. Mas agora, a equipa de Manuela Pintado, da Escola Superior de Biotecnologia da UCP, que se interessa pela identificação de fontes naturais de compostos com acção antimicrobiana, foi mais longe. Em colaboração com colegas do Instituto Politécnico de Bragança, especializados no estudo dos cogumelos ("Trás-os-Montes é uma região muito rica em cogumelos", comenta Manuela Pintado), estes cientistas realizaram, pela primeira vez, a análise sistemática de uma série de substâncias contidas nesses extractos. "Os extractos são misturas e nós quisemos avaliar a actividade composto a composto", salienta a cientista.
Mais precisamente, avaliaram a actividade contra o MRSA e outras bactérias multirresistentes de 16 compostos presentes em diversas espécies de cogumelos, vindas de países como Portugal, Espanha, Finlândia, Turquia, Índia, Coreia do Sul - e algumas das quais comestíveis. Como? Introduzindo esses compostos em amostras biológicas colhidas junto de doentes infectados que se encontravam internados na Unidade de Chaves do Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro. Resultado: seis dos 16 compostos revelaram ser "bastante activos" contra a bactéria MRSA em particular, diz-nos ainda Manuela Pintado. Pergunta seguinte: por que é que esses compostos eram mais activos do que outros?
Mas antes de mais, é preciso dizer que os antibióticos mais utilizados (do grupo da penicilina) actuam destruindo as bactérias ao ligarem-se (inibindo a sua função) a uma proteína bacteriana chamada PBP (penicillin-binding protein). Esta proteína é crucial para as células bacterianas manterem a integridade física da sua membrana. Ao serem atacadas pelos antibióticos, as bactérias não conseguem portanto reconstruir o seu invólucro e rebentam.
Já no caso do MRSA, isso não acontece porque esta bactéria multirresistente conseguiu "adquirir" um gene que altera a proteína PBP (para uma variante designada PBP2a), fazendo com que os antibióticos não se consigam ligar a ela para surtir o seu efeito destruidor. Há algumas alternativas aos antibióticos convencionais, mas a sua utilização é mais delicada. "A vancomicina, que é hoje usada como alternativa [nestes casos], exige a hospitalização do doente e muitos cuidados médicos", explica Manuela Pintado. Donde a importância - e a urgência - de "descobrir novas alternativas tão eficazes como a penicilina".
Tendo identificado os compostos mais activos, os investigadores determinaram a estrutura química de base - "nuclear" - comum a todos eles para tentarem perceber o mecanismo de acção ao nível molecular. E descobriram então que, ao que tudo indica, o efeito anti-MRSA se deverá, justamente, à capacidade de esses compostos se ligarem à PBP2a, impedindo o seu correcto funcionamento. Uma explicação ainda especulativa, mas que é reforçada por outra descoberta dos mesmos cientistas: o facto de os ditos compostos não terem qualquer efeito sobre as bactérias que possuem uma proteína PBP normal. "Isso comprova o mecanismo de acção que nos propomos", frisa Manuela Pintado.
Porém, mesmo depois de confirmados os resultados agora anunciados, a sua aplicação clínica remete para um futuro mais ou menos distante: "Os nossos resultados podem servir como modelo, mas um novo fármaco leva dez a 15 anos" a entrar na clínica, explica ainda a cientista. Mas não duvida de que a descoberta constitui "uma abertura muito grande em termos da possibilidade de desenvolver novos fármacos".
Seja como for, a procura de inéditas substâncias antibacterianas não vai parar aqui: "As bactérias vão sempre encontrando novas soluções contra os medicamentos e a escassez de moléculas activas é cada vez maior", constata a cientista.
Créditos: Público
Portugal é campeão europeu de futebol robótico em simulação 3D
A vitória não é uma novidade para os alunos e professores portugueses que participaram no campeonato RoboCup German Open 2013, que decorreu no final da semana passada, em Magdeburg, na Alemanha. Após cinco jogos, a final foi disputada entre a equipa FC Portugal 3 D e a alemã magmaOffenburg. Portugal ganhou nas grande penalidades. Uma equipa composta por estudantes e professores das universidades do Minho, Aveiro e Porto venceu o campeonato europeu de futebol robótico simulado em 3D. O projecto consiste em programar uma equipa de robots para jogar futebol simulado num computador a três dimensões.
Foi a décima vez que a equipa coordenada por investigadores das três universidades portuguesas ganhou a competição de futebol robótico simulado, tendo sido por três vezes campeã a nível mundial e sete a nível europeu. Para ganhar esta competição é preciso ter “melhor investigação que as outras equipas, inovar e desenvolver novos métodos para os robots caminharem e chutarem a bola e melhorar a sua inteligência”, disse Luís Paulo Reis, professor do Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho ao PÚBLICO.
A liga de simulação 3D consiste em duas equipas de 11 robotshumanóides virtuais a jogar futebol através de um simulador. As máquinas são totalmente autónomas, não havendo intervenção humana durante o jogo porque foram previamente programados.
O código aplicado nos robots virtuais é o mesmo que nas máquinas reais, mas a programação para os simuladores é uma vantagem, assume Luís Paulo Reis, porque permite testar múltiplos robotsnum menor espaço de tempo e aperfeiçoar técnicas ou movimentos sem o desgaste dos robots reais. A vitória nestas competições permite demostrar que a investigação feita pela equipa portuguesa é “de qualidade igual ou superior à dos Estados Unidos, do Japão ou da Alemanha”, acrescentou Luís Paulo Reis. “Também dá maior visibilidade à investigação que estamos a fazer”, não só ao nível de robots que joguem futebol mas noutras áreas como a dança ou até mesmo no resgate ou salvamentos em caso de catástrofes.
Ao contrário dos campeonatos disputados por jogadores de carne e osso, neste caso não se ganham prémios monetários mas reconhecimento. Por isso, o investigador congratula-se com a promoção feita ao trabalho desenvolvido pelos portugueses. O futebol é uma modalidade muito disputada nesta competição, com seis tipos de jogos diferentes. Desde robots reais aos virtuais, este desporto foi escolhido por ser “um domínio muito atractivo para os investidores e para o público em geral”, explicou Luís Paulo Reis.
Desde 2000 que o campeonato europeu é disputado na Alemanha ou na Holanda. Foi nesse ano que a equipa portuguesa se estreou nas vitórias quando venceu a modalidade de simulação 2D. Agora, prepara-se para o Campeonato Mundial da RoboCup, a disputar em Eindhoven, na Holanda, de 26 a 30 de Junho.
Créditos: Público
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