(imagens retiradas da internet)
Viver o passado:
Efemérides da semana de 4 a 10 de maio
Eduardo de Westminster
Há exatos 542 anos, a 4 de maio de 1471, morria Eduardo de Lancaster, mais conhecido pelo sobrenome Westminster, palácio onde nasceu. Eduardo, filho de Henrique VI da Inglaterra e de Margarida de Anjou, nasceu a 23 de outubro de 1453. Era o único filho do Rei Henrique VI, sendo assim, herdeiro ao trono e, por consequência, Príncipe de Gales e Duque da Cornualha.
O novo Príncipe de Gales foi educado principalmente pela sua ambiciosa mãe, em plena Guerra das Rosas. Esta foi uma guerra civil pela conquista do trono inglês, travada entre 1453 e 1485. Nela se enfrentaram a família real de Lancaster, cujo brasão tem uma rosa vermelha, e a de York, que traz no seu uma rosa branca. Durante os 30 anos do conflito, a Coroa britânica alternou-se entre as duas casas, o que provocou um enfraquecimento da nobreza.
Durante esta disputa, Henrique VI foi preso por Eduardo de York, que se tornou Rei da Inglaterra. O príncipe de Westminster e a mãe conseguiram fugir para a Escócia e para o País de Gales. Em 1470, já no exílio em França, Eduardo casou com Anne Neville, filha do Conde de Warwick, que se tornou aliado dos Lancaster. Conseguiu-se assim derrubar Eduardo IV e Henrique VI restabeleceu a sua coroa, mas por pouco tempo. Eduardo IV derrotou e matou Warwick na batalha de Barnet, deixando a fação de Lancaster em má situação. Procurando recuperar o poder, o inexperiente Westminster liderou o seu exército na batalha de Tewkesbury, instigado pela mãe. O príncipe morreu na batalha. Poucas semanas depois, Henrique VI era assassinado na Torre de Londres.
Napoleão Bonaparte
A 5 de maio de 1821, há exatos 192 anos, morria Napoleão Bonaparte, Imperador de França, no exílio da Ilha de Elba. Napoleão I nasceu em Ajacio (Córsega) a 15 de agosto de 1769, Napoleão Bonaparte escolheu a carreira militar desde pequeno e ganhou uma bolsa para a Academia Militar Francesa.
As estratégias de conquista napoleónica chegaram a abalar o continente europeu e, em alguns momentos, chegaram até a ameaçar o equilíbrio. Para além de ser um dos maiores estrategas e conquistadores da história, Napoleão Bonaparte revelou ser um administrador competente. A todos os países conquistados outorgou-lhes uma Constituição, chegou a abolir feudalismos e estabeleceu governos eficazes. Em França, Bonaparte reviu e reuniu as leis em códigos, incorporando as conquistas da Revolução Francesa, como a tolerância religiosa.
A 2 de dezembro de 1804, Napoleão Bonaparte auto-coroou-se Imperador dos Franceses, na catedral de Notre-Dame. Napoleão procurou dar à sua coroação o mesmo significado simbólico que teve a coroação de Carlos Magno, muitos séculos antes. Por isso, no ato de sua coroação, Napoleão entrou na catedral com a espada e usava o manto do imperador franco. À semelhança de Carlos Magno, Napoleão também foi coroado em dezembro, mês do natal, e não poupou esforços para que a cerimónia fosse realizada com luxo e requinte. Napoleão e Josefina compareceram ao evento vestidos de veludo bordado e seda trabalhada em ouro e prata. A coroa de louros dourados, usada por Napoleão, evocava o esplendor da Roma Antiga. Um dos momentos mais marcantes desta cerimónia, e que mostra muito da personalidade de Napoleão e da imagem que queria transmitir a todos, foi quando retirou a coroa das mãos do Papa Pio VII, que viajara especialmente para a coroação, e se coroou a si próprio. Foi um momento único e que mostrou, até à Santa Sé, que Napoleão não toleraria autoridade alguma superior à dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina.
Apesar de hoje brincarmos com a sua baixa estatura, Napoleão teve uma visão grandiosa e foi um dos homens que mais marcaram o século XIX. O seu Império Francês atingiu, em 1812, a sua extensão máxima, ocupando a Europa Ocidental e grande parte da Oriental, possuindo 150 departamentos, com 50 milhões de habitantes, quase um terço da população europeia da época. Napoleão concedeu títulos nobiliárquicos aos seus familiares. Além disso, colocou-os em altos cargos públicos. Formou uma nova corte com membros da elite militar, da alta burguesia e da antiga nobreza. Para celebrar os triunfos de seu governo, Napoleão construiu monumentos grandiosos, como o Arco do Triunfo que, como outras grandes obras da época, por sua grandiosidade e por criar empregos, melhorava a imagem de Napoleão perante o povo.
D. Afonso III
Há exatos 803 anos, a 5 de maio de 1210, nascia D. Afonso III, 5º Rei de Portugal, em Coimbra, cognominado o Bolonhês por ter sido casado com a condessa Matilde II de Bolonha. Era filho de D. Afonso II e o seu antecessor foi seu irmão D. Sancho II. Foi durante o seu reinado que a (re)conquista cristã terminou em Portugal!
D. Afonso partiu para a Dinamarca, acompanhando a sua irmã D. Leonor, que ia desposar o rei Valdemar III. Mais tarde, integra a corte da sua tia materna, a rainha D. Branca de Castela, esposa de Luís VIII de França. Aqui completou a sua educação e foi armado cavaleiro. Adquiriu também o seu título de Conde de Bolonha por casamento com Matilde de Bolonha, herdeira do condado, em 1238. O prestígio adquirido por D. Afonso na Corte francesa levou a que, perante a desordem administrativa que grassava em Portugal e a hostilidade das classes privilegiadas contra D. Sancho II, o seu nome surgisse como desejada alternativa para o governo do país. Assim, em 1246, o Conde de Bolonha desembarcou em Portugal, assumindo a regência do Reino por decreto papal de Inocêncio IV. O clima de guerra civil instalou-se, mas a enfraquecida posição política de D. Sancho II condenou-o ao exílio em Toledo, onde morreu a 4 de janeiro de 1248. Com a atribuição da coroa a D. Afonso, este dedicou-se a repor a ordem e a justiça perdidas.
Depois de reposta a autoridade real, procedeu-se à conquista do Algarve (1249-1250), embora a definição final das fronteiras apenas sucedesse após a resolução de intenso conflito diplomático com Afonso X de Castela, questão que D. Afonso III soube gerir proveitosamente.
A reorganização politica e administrativa de Portugal ocupou então o novo Rei, que seguiu a ação política do pais. Convocou as Cortes de Leiria em 1254, as primeiras a incluir representantes municipais. Com vista à consolidação das finanças do Reino e do fortalecimento do poder real, D. Afonso determinou a reestruturação da moeda e conduziu as Inquirições Gerais de 1258.
D. Afonso III foi o 1º rei português a ter uma ideia avançada da administração municipal, ao procurar criar centros de vida autónoma para o surto do Estado Português. D. Afonso III proibiu os bispos de cobrarem os dízimos, obrigou os clérigos a trabalhar nas obras das muralhas das vilas, mandou prender e executar clérigos sem autorização dos bispos, ameaçou de morte ao arcebispo e aos bispos e, ainda, nomeou judeus para cargos de grande importância. Assim, o Papa Gregório X excomungou o rei e interditou todo o reino em 1277.
À sua morte, em 1279, D. Afonso III jurou obediência à Igreja e a restituição de tudo o que lhe tinha tirado. Perante esta atitude do rei, o abade de Alcobaça levantou-lhe a excomunhão e o rei foi sepultado no Mosteiro de Alcobaça. Foi sucedido pelo filho D. Dinis, para além deste teve mais nove filhos legitimos e mais dez bastardos.
Batalha de Puebla
A 5 de maio de 1862, As tropas do General Ignacio Zaragoza, formadas por dois mil soldados e largamente ultrapassadas em número pelos franceses, durante a guerra franco-mexicana, conseguiram uma importante vitória em Puebla de Los Angeles, uma pequena localidade no coração do país.
A derrota dos franceses na Batalha de Puebla trouxe muita moral ao governo mexicano, chefiado por Benito Juárez, eleito Presidente em 1858. Do mesmo modo, simbolizou a capacidade do país para defender a sua soberania contra a ameaça de outras nações mais poderosas. Em 1861, o Imperador Napoleão III ordenou uma invasão do México, com o objetivo de alargar o III Império francês para além do território mexicano, pela América Central e do Sul e abastecer a França de matérias-primas. Após 6 anos de resistência mexicana, a França pôs fim à sua aventura imperial e bateu-se em retirada. Hoje em dia, o México celebra uma festa nacional no dia da Batalha de Puebla, O Cinco de Maio, como símbolo da coragem mexicana.
1º selo
A 6 de maio de 1840 foi feita a 1ª emissão de selos de correio do mundo. O 1º selo postal foi produzido a 1 de maio, mas só foi validado cinco dias depois, a 6 de maio. Até então, os envios eram pagos pelo destinatário e o preço dependia da quilometragem, pois não era tido em conta o peso. Foi Rowland Hill quem propôs que o envio fosse pago pelo remetente em função do peso. Foi designado um comité da Câmara dos Comuns para estudar os tipos e sistemas de franquia, foi aceite a proposta e, no ano de 1839, foi ditada uma providência autorizando ao Tesouro fixar os tipos de franquia.
Desta forma foi criado o 1º selo postal do mundo: Penny Black. Nele reflete-se a imagem da Rainha Vitória que escolheu o perfil da medalha cunhada por ocasião da coroação em 1837.
Hindenburg
O dirigível Hindenburg, o maior da história e o orgulho da Alemanha nazi, explodiu a 6 de maio de 1937 em chamas minutos antes de aterrar em Lakehurst, Nova Jersey, acabando com a vida de 36 passageiros e da tripulação. O dirigível cheio de hidrogénio, com cerca de 250 metros da popa à proa, fazia a sua 1ª viagem transoceânica de luxo, mais rápido que qualquer barco. O locutor de rádio Herb Morrison, à espera de uma aterragem rotineira, imortalizou o acidente pelas ondas em directo, no relato "Oh, a Humanidade!", enquanto o dirigível caía a pique cerca de 50 metros.
A viagem de dirigível caiu radicalmente após o desastre. Várias teorias sobre o acidente foram elaboradas depois dos acontecimentos: sabotagem, fraude da companhia de seguros, simples acidente devido a um choque no aeroporto, um raio devido à trovoada da altura... Mas até hoje não foi possível descobrir a verdadeira causa da explosão.
Derrota francesa em Dien Bien Phu
A 7 de maio 1954, Dien Bien Phu, uma localidade francesa bem protegida no norte do Vietname, caiu perante os norte-vietnamitas após 57 dias de cerco. Em 1959, Ho Chi Minh iniciou a guerra de guerrilhas contra os franceses, que lutavam para manter intactos os seus interesses coloniais no país.
Em 1953, os franceses, exaustos da guerra na selva, ocuparam Dien Bien Phu, esperando que o Viet Ming saísse para campo aberto. O Viet Minh, a coligação de nacionalistas vietnamitas liderada por Ho Chi Minh, atacou a fortaleza francesa e no mês de março, perto de 50.000 vietnamitas tinham cercado Dien Bien Phu.
No dia 7 de maio, as posições francesas colapsaram. Embora a derrota tenha levado à retirada da França das suas tentativas coloniais na Indochina, os Estados Unidos apareceram em cena, aumentando a ajuda militar ao Vietname do Sul e enviando os primeiros assessores militares ao país em 1959.
II Guerra Mundial
Há 68 anos, a 8 de maio de 1945, dava-se a capitulação alemã perante os exércitos anglo-americanos. No dia seguinte, perante o exército soviético. A II Guerra terminava na Europa, embora continuasse no Pacífico. O processo de expansão hitleriana começou com a reintegração do Sarre, em 1935, após um plebiscito. De seguida, a Alemanha desrespeitou o Tratado de Versalhes, remilitarizando a Renânia, isso foi uma primeira afirmação do regime do III Reich. Após a supremacia sobre toda a Alemanha, devido à propaganda nazi, que limitou a visão dos alemães à mesma visão de Hitler, o Führer fez da Áustria um objetivo. Hitler pensou que a Áustria era um solo fértil para implantar as suas ideologias, sobretudo se tivermos em conta que os austríacos eram de origem germânica. Sobretudo devido às discordâncias ideológicas no parlamento austríaco e ainda mais profundas na sociedade, houve uma fácil implantação da ideia do Anschluss, uma união à Alemanha.
Schusschnigg, o chanceler austríaco, acabou por aceitar a participação de nazis alemães no seu governo. A pressão nazi de anexação foi cada vez maior e, por isso, a 9 de março de 1938, Schusschnigg, desafiando o regime nazi alemão, anunciou um projeto para um referendo sobre o sim ou não à manutenção da independência. O chanceler austríaco esperava que a vontade dos seus concidadãos fosse de continuar independentes, contudo esta iniciativa não foi apreciada por Hitler, que ameaçou que invadiria a Áustria se o projeto do referendo fosse em frente. Hitler acabou por conduzir Schusschnigg à demissão. A 13 de março de 1938, Hitler proclamou a união da Áustria à Alemanha, mas para afirmar ao mundo ocidental que a anexação ao III Reich fora da vontade popular dos austríacos, Hitler organizou um referendo, que confirmou a vontade popular de união, com 99,7% dos eleitores a votar sim. A França e a Inglaterra reagiram ao Anschluss, apenas com uma condenação verbal. A Alemanha fizera a sua 1ª anexação, e ninguém reagira contra, agora podia continuar.
O apetite de Hitler não se resumiu apenas ao Anschluss. A Checoslováquia foi a próxima presa do Führer. A sua população era composta por varias etnias, uma delas era a germânica, na zona ocidental, a zona dos Sudetas. Hitler declarando que a etnia germânica era em número superior às outras etnias, aproveitou este discurso e afirmou juntar esta zona à Alemanha. Hitler denunciou ao mundo a opressão que os alemães eram vítimas na Checoslováquia e a sua intenção de integrar esta zona a Alemanha. Devido a esta reivindicação, a Europa estava preparada para fazer a guerra. O mundo estava perante uma crise política e Hitler procurou perceber a forma como os países ocidentais iriam reagir às suas exigências. Hitler, que sabe das atitudes mais moderadoras da Grã-Bretanha, solicitou uma entrevista com Chamberlain, para apresentar a sua reivindicação sobre a integração dos Sudetas no III Reich. Se os britânicos pareciam mais dispostos a ceder às exigências de Hitler, depois das radicalizações destas, as suas atitudes foram de maior cautela e maior cuidado perante as pretensões do regime Alemão. Perante as ameaças de Hitler, a França e a Grã-Bretanha começaram a mobilizar-se militarmente.
Os partidários da paz encontraram uma solução para acalmar a situação, a Conferência de Munique. Esta foi apresentada como uma iniciativa de Mussolini. Assim, os 4 representantes da Itália, Alemanha, Grã-Bretanha e da França, Mussolini, Hitler, Chamberlain e Daladier, foram convidados a reunir-se, a 29 setembro de 1938, na FührerHaus, em Munique Depois de um dia e uma noite de negociações, a Checoslováquia foi então desmembrada de grande parte dos seus territórios, assim como de um grande número de indústrias e dos seus dispositivos militares de defesa territorial, Excetuando a Checoslováquia, com esta conferência, todo o mundo pensou ter tido uma vitória, mas afinal ganharam apenas mais tempo. Hitler saiu desta negociação mais forte, com as suas reivindicações aceites. As delegações britânicas e francesas regressaram aos seus países com uma promessa de paz.
A política saída da conferência de Munique ficou conhecida de Appeasement (Apaziguamento), face às atitudes expansionistas de Hitler. Munique legitimou o Führer a anexar a Áustria e os Sudetas na Grande Alemanha. Contudo Hitler queria mais e, em março de 1939, a Alemanha pura e simplesmente invadiu o que restava da Checoslováquia, transformando-a no Protetorado de Boémia-Morávia. A Alemanha informou que pretendia integrar o corredor polaco no seu III Reich. A França e a Grã-Bretanha apareceram como garantes da independência da Polónia. Após a assinatura do Pacto de não-agressão germano-soviético, a 1 de setembro de 1939 a Alemanha invadiu a Polónia e dois dias depois a França e a Inglaterra declaram-lhe guerra. Era o início da II Guerra Mundial.
A guerra na Polónia foi uma Blitzkrieg, uma guerra-relâmpago, com bombardeamentos e tanques poderosos. A Inglaterra e França não reagiram militarmente, só ameaçaram, a chamada drôle de guerre, apesar da declaração de guerra. Não havia guerra efetiva. A URSS, cumprindo o pacto germano-soviético, ocupou o que restava da Polónia e dos países bálticos. Na Inglaterra, a política do appeasement foi posta em causa e Chamberlain foi demitido. Churchill tornou-se 1º ministro da Inglaterra.
A Alemanha rapidamente invadiu a Dinamarca e a Noruega (pontos estratégicos) e ainda a Holanda, a Bélgica e o Luxemburgo. Em maio de 1940, deu-se a invasão da França, feita pelos territórios das Ardenas, ridicularizando a Linha Maginot (conjunto de fortificações e barreiras que atravessavam grande extensão da fronteira de França com a Alemanha). A França não conseguiu reagir, a Inglaterra tentou ajudar mas fracassou. Assim, deu-se a capitulação francesa na mesma carruagem onde fora assinada a rendição alemã na I Guerra. A França foi então dividida, a França ocupada e a França de Vichy, com Pétain no poder. Foi colaboracionista até 1942. Foi também aqui que se iniciou a resistência à ocupação, com o apoio de Charles de Gaulle.
A Itália entrou na guerra ao abrigo do Pacto de Aço. A Itália tinha ambições na região balcânica e em África. Assim, envolveu-se em conflitos, mas foi mal sucedida. A Alemanha viu-se obrigada a alterar posições para ir em seu socorro, atrasando a invasão da URSS. A Suíça e a Suécia ficaram neutrais. A Península Ibérica era simpatizante de Hitler. Tentou-se conquistar a Inglaterra, pois era o ponto essencial que faltava dominar para ter o controlo sobre toda a Europa. Houve uma 1ª Tentativa por mar, a Inglaterra venceu com o poderio naval. A 2ª tentativa foi feita por ar, com bombardeamentos, mas houve uma forte resistência das populações e novos meios antiaéreos.
Sem conseguir dominar a Inglaterra, Hitler virou-se para leste, a sua psicologia, obrigava-o a destruir o Comunismo e a Rússia Comunista, na chamada Operação Barbarossa. A invasão começou com bombardeamentos nos aeroportos e nas populações. No início do Inverno já estavam a 100km de Moscovo. A URSS não estava preparada, mas iniciou a sua resistência e Moscovo não foi conquistada. Iniciou-se aqui a 1ª travagem ofensiva, com o General Inverno, como chamava Napoleão, além de problemas logísticos e de abastecimento.
Neste momento, assistimos à mundialização da Guerra. Além do envolvimento da URSS, em dezembro de 1941, o Japão atacou Pearl Harbor, e EUA declararam guerra. Início da guerra no Pacifico. Formou-se a aliança entre Inglaterra, EUA e URSS, os Aliados. É importante relembrar que o Japão fez parte do Pacto Anti-Comitern, aliando-se à Alemanha e depois à Itália. Já os EUA e a Inglaterra assinaram a Carta do Atlântico, onde foi estabelecida a ordem mundial no pós guerra, defendeu-se a autodeterminação, o livre comércio, o liberalismo e a democracia. Assim, os EUA e a Inglaterra fizeram a Declaração da Nações Unidas – coligação militar contra as potências do Eixo.
Em 1942, Hitler já governava a Europa, de Berlim ele controlava um vasto império, mas lentamente a expansão foi regredindo, pois em todos os países ocupados pelos nazis foi-se organizando movimentos de resistência. O momento de reviravolta foi a vitória soviética na batalha de Stalingrado. Na Primavera de 1942, durante o ataque a Stalingrado, houve uma grande resistência russa. As tropas alemães ficaram em grandes dificuldades. Em fevereiro de 1943, a Alemanha capitulou. Era o início da viragem decisiva no desenvolvimento da guerra. A URSS ganhava força. Seguiu-se a batalha de Kursk, que ficou famosa como a maior batalha de tanques da história e que pertenceu já ao princípio da retirada alemã.
A partir de 1943, a guerra estava objetivamente decidida, quer dizer, pelas características que tinha, os fatores de potencial económico, político e militar estavam agora nas mãos da coligação antifascista. O exército vermelho começou a sua expansão para ocidente. Foi depois aberta uma 2ª frente de guerra, com o desembarque das forças aliadas na Normandia, a 6 de junho de 1944. Este episódio é relembrado como a maior operação de transporte de tropas da história militar. O desembarque no norte da França, conhecido como Operação Overlord, teve a direção do general norte-americano Eisenhower, e contou com 2 200 000 homens e mais de 450 000 veículos, desde tanques a veículos de transporte.
Em julho de 1944, deu-se outro desembarque no sul de França. Assim, as tropas aliadas atacaram as forças do Eixo em 3 frentes. Uma frente a partir da costa atlântica em direção a Paris. Outra frente a partir de Itália e a 3ª frente era a soviética, que avançava do leste.
Quanto à Itália, durante a II Guerra, reafirmou a sua aliança com Hitler e com o Japão, com o Pacto do Eixo, em 1940, no auge das conquistas militares nazis, o que permitiu à Itália poder incorporar parte do território da Jugoslávia. Depois, atacou a Grécia, porém foram repelidos e expulsos por completo em 8 dias de batalha. Derrotado em África em 1941, o Duce teve a sua liderança repudiada pelo Grande Conselho Fascista, em 1943. Foi então destituído por Pietro Badoglio em julho 1943, renunciando ao poder. Destituído e preso, foi libertado pelos para-quedistas SS alemães em Gran Sasso no dia 12 de setembro de 1943, numa ação de resgate admirável, liderada por Otto Skorzeny, conhecida como Operação Eiche. Em liberdade, Mussolini fundou a República Social Italiana, conhecida como República de Salò, no norte da Itália, mas já desmoralizado e isolado, foi preso por guerrilheiros da Resistência italiana, ao tentar fugir para a Suíça. No dia 28 de abril de 1945, juntamente com a sua companheira da época, Clara Petacci, Mussolini foi assassinado por integrantes da resistência em Giulino di Mezzegra.
Em fins de 1944, os Alemães ainda reagiram com uma ofensiva nas Ardenas, que gerou fortes combates, embora a situação para a Alemanha fosse já de desespero. Mesmo assim, a psicologia de Hitler não permitia que ele aceitasse derrotas, defendendo: “Nós não capitularemos. Nunca. Podemos perder. Mas levaremos o mundo connosco”. As tropas aliadas libertaram Paris em agosto de 1945, com a participação ativa dos resistentes e da população civil numa insurreição, e depois Berlim. A Itália foi libertada a 25 de abril de 1945.
Em fins de abril de 1945, deu-se o encontro das forças americanas e soviéticas em Torgau, nas margens do rio Elba. A Alemanha estava atacada por todos os lados. As tropas soviéticas estavam à entrada de Berlim, Hitler refugiou-se então no abrigo antiaéreo em Berlim. A 29 de abril, Hitler ditou o seu testamento e casou oficialmente com Eva Braun. No dia 30 de abril de 1945, Hitler e Eva suicidaram-se com a ingestão de cápsulas de cianeto. A 2 de maio, os soldados do exército vermelho encontraram os restos carbonizados dos corpos de Hitler e de Eva na cratera de uma bomba, provavelmente levando-os para a URSS. As tropas soviéticas entraram e arrasaram Berlim. Houve uma dupla capitulação alemã, a 8 de maio em Reims, perante as tropas anglo-americanas, a 9 de maio em Berlim, perante o exército soviético. Era o fim da Guerra na Europa.
No Pacífico a Guerra continuou. Em junho de 1945, os EUA bombardearam em força o território japonês. A 6 e a 9 de agosto de 1945, foram lançadas as bombas atómicas respetivamente sobre Hiroshima e Nagasaki. O Japão pediu a 10 de agosto para encentar negociações. A II Guerra mundial terminava oficialmente a 2 de setembro de 1945, a um dia de completar-se 6 anos do seu início.
Outro ponto essencial da ação política de Hitler durante a II Guerra foi o Holocausto (Shoah), o genocídio dos judeus. Ian Kershaw afirmou que “o holocausto só foi possível porque o caminho para tamanho crime foi pavimentado pela indiferença”, pois normalidade da sociedade, decorreu ao mesmo tempo que a tragédia. O historiador francês Philippe Burrin, que utilizou o termo “acomodação”, ao analisar a opinião pública francesa durante o regime de Vichy, considerou também que o regime nazi, como todo o regime de tipo totalitário, procurou suscitar a adesão e reforçar a coesão e não o fez recorrendo unicamente às suas forças.
Hitler, na sua política antissemita, seguiu 3 lógicas, a repressão política (neutralizar os adversários), a reforma Social (vigiar população pura alemã) e a exclusão (saneamento do povo). O extermínio foi feito por etapas, na 1ª, definiu-se a categoria de “judeus”. Na 2ª Etapa, de 1 abril de 1933 até 1938/39, houve o boicote ao comércio judeu, a exclusão dos judeus das profissões liberais e da função pública, a esterilização, o aborto eugénico e a eutanásia estatal. Já na 3ª Etapa, entre outubro de 1939 e 1941, o regime nazi expropriou as propriedades judias. Houve de imediato uma aceleração da emigração, a 1ª solução para a questão judia. Seguiu-se a deportação, mas o número de judeus presos era cada vez maior e o facto de se estar em guerra, dificultou o processo. A 4ª etapa foi marcada pela concentração de judeus nas grandes cidades, junto aos nós rodoviários, e o seu fecho em guetos. Começavam os massacres. Com a invasão da URSS, houve uma radicalização da política antijudaica. Na 5ª e última etapa, o regime nazi prosseguiu uma política de deportação e execução em massa, o extermínio dos judeus ganhou força. Nos campos de concentração, começaram o extermínio com gás Zyklon B, o que permitiu a “industrialização da morte”. O resultado final foram milhões de mortes.
Na preparação para a Paz, num prenúncio do quadro político militar que vigorará no pós-1945 e estruturará a paz, os 3 Grandes (Churchill, Roosevelt e Stalin) reuniram-se 3 vezes. Em Teerão, em novembro 1943, chegaram a acordo acerca da fronteira russo-polaca. Decidiu-se a abertura de uma 2ª frente e a URSS comprometeu-se a ajudar na guerra contra o Japão. Em Yalta, em fevereiro de 1945, os 3 Grandes apresentaram diferenças ideológicas, decidiu-se a criação de instituições internacionais (ONU, FMI), a realização de eleições democráticas nas zonas de influência e uma “desnazificação”. A última reunião já se deu depois do fim da Guerra na Europa, em julho de 1945, em Potsdam. Os intervenientes inglês e norte-americano mudaram: Atlee substituiu Churchill no 2º dia de Conferência, pois venceu as eleições, e Truman assumiu a presidência dos EUA após a morte de Roosevelt. Assim, o ambiente foi mais tenso e menos decisões foram tomadas, ratificou-se os acordos de Yalta. Decidiu-se pela criação do Tribunal Internacional, para julgar os crimes de guerra.
A II Guerra foi, sem dúvida, um dos maiores acontecimentos da história da humanidade, sendo a maior guerra e a mais destrutiva, envolvendo 72 Estados, 110 milhões de combatentes e mais de 50 milhões de vítimas mortais. É essencial que aprendamos com os erros do passado, que não se cometam os mesmos erros e que a emergência dos totalitarismos nos anos 30 e 40 do século XX nos mostrem que é importante não deixarmos os “ismos” ganharem força, pois toda a ação extremista pode e deve ser travada. Não podemos deixar que se volta a pôr em causa o valor da Humanidade.
Marquês de Pombal
Há exatos 231 anos, a 8 de maio de 1782, morria, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. Muito já se disse e escreveu sobre o Marquês de Pombal, várias acusações recaem sobre o seu nome, apesar de tudo, continua a ser uma das personagens mais conhecidas da nossa História.
Muito já se disse e escreveu sobre o Marquês de Pombal, várias acusações recaem sobre o seu nome, apesar de tudo, continua a ser uma das personagens mais conhecidas da nossa História. Quem nunca ouviu falar de Pombal?? Da relação com a Alta Nobreza?? Das reformas da Educação?? Da expulsão dos Jesuítas?? Da reconstrução da Baixa Pombalina?? Esta última, uma obra tão grandiosa que ainda hoje perdura e carrega o nome do seu principal impulsionador.
Em 1755, D. José I convidou Pombal para Secretário de Estado do Reino, e após a eficácia política demonstrada com o Terramoto de 1755, o Marquês recebeu do Rei plenos poderes para o governo do país. O terramoto de 1 de novembro de 1755 havia destruído a cidade de Lisboa. No meio da confusão do terramoto, Pombal decidiu que era urgente, enterrar os mortos e cuidar dos vivos, uma medida vital para “resgatar” o país. O terramoto causou a morte a cerca de 60 mil pessoas, 20 mil só em Lisboa, daí a medida do Marquês ter sido tão importante para o impedimento da propagação de epidemias e para a rápida reconstrução da cidade.
Pombal tratou de recuperar o atraso de Portugal em relação ao resto da Europa. Criou as companhias monopolistas controladas pelo Estado e a primeira região demarcada do vinho, no Douro. Deveu-se a Pombal a instalação de novas indústrias no país, mas também a perseguição à alta nobreza.
A família Távora, umas das mais importantes e ricas famílias nobres portuguesas, estava em desacordo com a política pombalina para a Nobreza, sendo, por isso, sua inimiga. Isto levou à criação de duas facções, marcadas por rivalidades e divergências crescentes, daí a história da culpabilidade dos Távoras na tentativa de assassinato de D. José, ser, para muitos, discutível. Oportunismo político de Pombal? Verdadeira tentativa de assassinato? Culpados ou não, os Távoras foram condenados e os seus bens expropriados, com isso o Marquês reforçou o seu poder, “silenciando” a Alta Nobreza e os seus adversários. De seguida, conseguiu a expulsão dos jesuítas de Portugal. O seu poder estava afirmado e confirmado. Era o verdadeiro governante do país.
Até 1777, Sebastião José de Carvalho e Melo será a mais importante figura política de Portugal, contudo com a morte do Rei, perdeu os seus poderes e foi proibido de estar a menos de 20 milhas de Lisboa, pois as relações com a nova Rainha, D. Maria I, não eram as melhores. O desentendimento entre os dois era mais do que conhecido. D. Maria I não foi mais longe, porque isso seria, também, manchar a imagem do pai.
Por tudo o que fez, de bom e de mau, o Marquês de Pombal é uma figura nunca esquecida da nossa História. Figura ímpar, o seu nome carrega a evolução do nosso país, mas também a controvérsia. Amado e odiado… reforçou o poder do Rei e foi o responsável pelo desenvolvimento do país, apostando nas novas indústrias e fomentando a economia.
Acordo Luso-britânico
Há exatos 627 anos, a 9 de maio de 1386, era renovado o acordo Luso-Britânico, a mais antiga aliança entre nações em vigor.
O acordo era a renovação e ratificação da assinatura do acordo entre Portugal e Inglaterra de 16 de junho de 1373. Este pacto assinado em Londres lançou a primeira pedra nas relações luso-britânicas. Segundo o seu artº 1º: “Em primeiro lugar, assentamos e acordamos que desde este dia, de hoje em diante, haverá entre o nosso Senhor Eduardo (Eduardo III), Rei de Inglaterra e França, e o Senhor Fernando, Rei de Portugal e Algarve ……, verdadeira, fiel, constante, mútua e perpétua amizade, uniões, alianças e ligas de sincera afeição, e que como verdadeiros e fieis amigos ficarão daqui em diante reciprocamente amigos dos amigos e inimigos dos inimigos, assistirão, manterão e auxiliarão um ao outro mutuamente por mar e por terra contra todos os homens vivos ou mortos…”.
Esta aliança é muito crítica ao longo da História, pois acabou por influenciar a ação de Portugal. Assim, é bom sabermos que este Tratado foi reforçado ao longo do tempo, inclusive em 1386 (após a subida ao trono da 2º Dinastia), 1643 (com o fim do domínio espanhol e a restauração da independência), 1654, 1660, 1661 (em plena Guerra da Restauração, 1640-1668), 1703 (Tratado de Methuen), 1815 (devido ao Congresso de Viena) e por uma declaração secreta em 1899. Reconheceu-se nos Tratados de Arbitragem, no século XX entre Inglaterra e Portugal em 1904 e 1914.
Foi com base nesta aliança de 1373 que, em plena II Guerra Mundial, a Inglaterra faria o seu pedido oficial para cedência de facilidades nos Açores. A Inglaterra solicitava a cedência de Bases nos Açores para o emprego de aviões e de navios de superfície, considerando que a concessão de facilidades era “um fator decisivo na rápida derrota da campanha submarina alemã no Atlântico e, por consequência, uma contribuição vital para a rápida vitória das Nações Unidas”.
Porque recordar é viver, para a semana continuaremos a aprender!
Francisco Miguel Nogueira
MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
Quando se pensa que a 5 de maio de 1821, há apenas 192 anos, morreu Napoleão Bonaparte é que se percebe o quanto ainda temos para aprender com a história. É que se compreende o atraso social em que ainda nos encontramos pois que sob a capa de uma democracia ainda existe uma nobreza um clero e um povo na mais tradicional das divisões da sociedade. Talvez sempre perdurará essa divisão em virtude da própria natureza do homem. Cabe-nos lutar pelos direitos e pela igualdade social.
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