sábado, 1 de junho de 2013

Recordar é viver!

(imagens retiradas da internet)




Viver o passado
Efemérides da semana de 25 a 31 de maio


D. Pedro III

Há 227 anos, a 25 de maio de 1786 morria D. Pedro III, Rei consorte de Portugal, marido da rainha D. Maria I, sua sobrinha. Personagem esquecida da nossa História, a sua morte e a de seu primogénito contribuíram fortemente para a “loucura” da Rainha. Oliveira Martins chegou a apelidá-lo de “o sacristão” devido ao ser fervor religioso. Pedro Clemente Francisco José António de Bragança nasceu a 05 de julho de 1717, filho de D. João V e de D. Maria Ana d’Áustria, D. Pedro era irmão de D. José I, com quem chegou a ter algumas divergências de opinião. D. João V investiu-lhe na dignidade de Grão-Prior do Crato, Senhor da Casa do Infantado (pertença dos segundos filhos dos reis de Portugal) e Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro de Espanha. Tinha uma excelente relação com o pai.
D. Pedro, ainda em vida do pai, começou a transformação da Casa de Campo da Quinta do Infantado em Palácio de Queluz. A sua relação nem sempre amistosa com D. José, obrigou-o, no reinado do irmão, a passar longos períodos em Queluz, apesar de ter sido escolhido para marido da herdeira D. Maria Francisca, com quem contraiu matrimónio em 1760. Era 17 anos mais velho do que a esposa. 
Em 1777, D. Maria I ascendeu ao trono e iniciou-se um período chamado de “A viradeira”, em que a ação de Pombal foi criticada e este afastado da Corte. D. Pedro III esteve ao lado da esposa, ouvindo as queixas dos “inimigos” do Marquês, estando disposto a ir mais longe na repressão ao antigo governante. Contudo, D. Maria I não quis manchar a imagem do pai e não avançou mais fundo nas acusações. 
D. Pedro era muito religioso e, por isso, defendeu os Jesuítas, que haviam sido expulsos pelo Marquês de Pombal em 1759, afirmando que nunca esqueceria “os bons ensinamentos e instruções que eles me deram”. Foi um passo importante para a restauração da Companhia de Jesus. D. Pedro tinha uma grande influência sobre a sua esposa, embora se tenha mantido neutro e longe da governação. 
A 24 de outubro de 1779, D. Pedro lançou a primeira pedra da Basílica da Estrela, em cumprimento de uma promessa feita por D. Maria I, caso lhe fosse concedida descendência varonil, o que aconteceu com o nascimento de D. José, Príncipe do Brasil, em 1761.  D. Pedro morreu a 25 de maio de 1786. Tinha 69 anos. Jaz no Panteão dos Braganças em São Vicente de Fora. D Pedro III foi cognominado de o Edificador pelas obras feitas em Queluz e na Basílica da Estrela e como o Capacidónio, pois dizia “capazeidóneo” a alguém “capaz” e “idóneo”. 


Infante D. Henrique

A 25 de maio de 1420, o Infante D. Henrique foi designado governador da Ordem de Cristo, iniciando a sua aposta nos Descobrimentos. O Infante D. Henrique nasceu no Porto em 1394, filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. D. Henrique foi armado cavaleiro com 21 anos. Feito então duque de Viseu e senhor da Covilhã. Em 1417 participou com o pai e os irmãos na Conquista de Ceuta, ponto de partida para os Descobrimentos. 
D. Henrique fundou uma vila no promontório de Sagres, para onde foi viver, a Vila do Infante. A expansão europeia dava os seus primeiros passos, com o Infante a subsidiar e a apoiar ao máximo os Descobrimentos. Madeira, Açores e por aí adiante, Portugal dava mundos ao Mundo. O Infante ganhava o cognome do Navegador. D. Henrique foi ainda Grão-mestre da ordem de Cristo, fronteiro-mor de Leiria, cavaleiro da ordem da Jarreteira, de Inglaterra, senhor da Covilhã, de Lagos e de Sagres, do Algarve, de cujo reino foi governador perpétuo.  Morreu na sua Vila, em Sagres, estávamos a 13 de novembro de 1460 e Portugal já explorava África até onde hoje é a Serra Leoa.


Bram Stoker

A 26 de maio de 1897, há exatos 116 anos, Bram Stoker publicava o seu mais famoso livro, Drácula. Abraham "Bram" Stoker, um romancista, poeta e contista irlandês, nasceu a 8 de novembro de 1847, na Irlanda e desde cedo mostrou talento para a literatura. Com apenas 16 anos, escreveu o seu primeiro ensaio. Em 1878, Stoker casou-se com Florence Balcombe, mudando-se para Londres, onde passou a trabalhar na companhia teatral Irving Lyceum, assumindo várias funções e permanecendo nela por 27 anos. Depois de anos a pesquisar o folclore europeu e as histórias mitológicas de vampiros, publicou o Drácula. Stoker morreu a 20 de abril de 1912.


Vila-Francada

Há exatos 190 anos, a 27 de maio de 1823, iniciou-se o Golpe de Estado que ficou conhecido como Vila-Francada. A Vila-Francada ocorreu entre 27 de maio e 3 de junho de 1823, e pôs fim à primeira experiência liberal em Portugal. Assim, a 27 de maio, D. Miguel, defensor intransigente das instituições absolutistas, dirigiu-se para Vila Franca de Xira à frente de um regimento de infantaria. Dois dias depois saem todas as tropas de Lisboa, com exceção de um regimento, que fica de proteção ao pai de D. Miguel, o rei D. João VI. Entretanto, verificou-se uma cedência das Cortes e a crise resolveu-se, com a entrega do comando do exército a D. Miguel. D. João VI assumia assim um compromisso com D. Miguel que viria a revelar-se pouco duradouro, pois em 1824 houve nova tentativa de derrube de D. João VI, na chamada Abrilada.


Czar Alexandre III

A 27 de maio de 1881 subiu ao trono o czar Alexandre III. Foi um soberano autoritário que manteve o sistema autocrático e absolutista da monarquia russa, isolou-se das influências europeias e abandonou as reformas políticas e sociais. O seu pai, Alexandre II, foi assassinado em 1881 por um grupo de ativistas revolucionários chamados "Vontade do Povo", e uma das obsessões de Alexandre III foi perseguir implacavelmente os terroristas. Segundo as suas próprias palavras, "pego neste cetro como um autocrata que obedece a um mandato divino" e, desde a sua estância no poder, inimizou-se com a Alemanha, pressionou a zona do Báltico e invadiu o Turquestão. Alexandre III executou a sua política com base na repressão do coletivo de judeus e, em 1882, redigiu um estatuto que os obrigava a exilar-se na zona ocidental. Com a sua morte, subiu ao trono o seu filho, Nicolau II, o último Czar da Rússia.


Eduardo VIII

A 28 de maio de 1972, Eduardo VIII, Duque de Windsor, morria. Eduardo VIII era filho de Jorge V e foi rei do Reino Unido e Irlanda e Imperador da Índia. Teve um reinado curto de 326 dias, de 20 de janeiro a 11 de dezembro de 1936. Tornou-se o membro mais polémico da família real e foi o 1º da sua dinastia a abdicar. Pouco tempo antes de assumir o trono, Eduardo VIII provocou uma crise constitucional, quando pediu em casamento a plebeia e norte-americana Wallis Simpson, divorciada então por duas vezes. Eduardo VIII foi pressionado pela família para desistir de casar com Wallis, mas não aceitou. Acabou por abdicar e foi sucedido pelo seu irmão mais novo, o príncipe Alberto, conhecido como Jorge VI, que outorgou ao irmão o título de duque de Windsor.


Bartolomeu Dias

Há exatos 513 anos, a 29 de maio de 1500, morria o navegador Bartolomeu Dias, o primeiro europeu a “dobrar” o Cabo das Tormentas, depois chamado Cabo da Boa Esperança. Este feito, foi um dos grandes marcos dos Descobrimentos, abrindo passagem para o Índico e, consequentemente, para o caminho marítimo para a Índia. Bartolomeu Dias deve ter nascido em 1450, em pleno desenvolvimento dos Descobrimentos, tendo-se tornado num experiente homem do mar. Não se sabe muito do seu crescimento mas, em 1486, encontramo-lo, sobre as ordens de D. João II, no comando de duas caravelas e de uma naveta de mantimentos, com o objetivo de avaliar a possibilidade da abertura de um caminho marítimo para a Índia, apesar de oficialmente D. João II, o mestre na espionagem, ter declarado que a expedição servia para saber novas das terras de Preste João (Pérsia).
Em agosto de 1487, Bartolomeu Dias comandou a expedição que partiu de Lisboa rumo ao sul do Atlântico. Com eles viajavam dois negros e quatro negras, capturados por Diogo Cão na costa ocidental africana, com o intuito de serem largados na costa oriental africana para testemunharem junto das populações a bondade e a grandeza dos portugueses. Em Dezembro, atingiu a costa da atual Namíbia, o ponto mais a sul cartografado pela expedição de Diogo Cão e continuou mais para sul, descobrindo primeiro Angra dos Ilhéus, sendo apanhado, em seguida, por um violento temporal. Mesmo assim, Bartolomeu não desistiu do seu intuito.
Já em 1488, depois de dias seguidos de “tormentas”, a expedição de Bartolomeu Dias avistou a ponta sul de África, conseguindo “dobrá-lo”. Deu-lhe, então, o nome de Cabo das Tormentas. Ao regressar a Lisboa, em Dezembro de 1488, D. João II mudou o nome para Cabo da Boa Esperança, pois abria a “boa esperança” para chegar maritimamente à Índia, o tão ambicionado objetivo de Portugal. Contudo, Bartolomeu Dias não foi recompensado devidamente pelo sucesso da sua descoberta.
Bartolomeu Dias continuou a ser um navegador respeitado. Assim, acompanhou a construção dos navios e acompanhou a esquadra de Vasco da Gama, que partiu de Lisboa, em 1497, rumo à Índia. Em 1500, acompanhou Pedro Álvares Cabral na famosa viagem em que este descobriu o Brasil. Quando a frota já seguia para a Índia, o navio em que ia Bartolomeu Dias naufragou, o navegador morreu, assim, junto à sua maior descoberta, o Cabo da Boa Esperança.


Constantinopla – a Queda

A 29 de maio de 1453, há 560 anos, os exércitos do sultão otomano Mehmed II, o Conquistador, capturavam Constantinopla, pondo fim ao Império Bizantino. A conquista de Constantinopla pelos otomanos, constituiu uma das mais importantes batalhas da História, assinalando mesmo, na opinião de muitos historiadores, o final da Idade Média. As tropas de Mehmed II, designadamente os seus famosos janízaros, cristãos de nascimento convertidos ao islamismo, acabaram por vencer a oposição das forças de Constantino XI. Poucos combates fizeram correr tanto sangue. Depois de tomada, a cidade ganhou o nome de Istambul.


John Fitzgerald Kennedy

Há 96 anos, a 29 de maio de 1917, nascia Kennedy, 35° presidente dos EUA, entre 1961 e 1963, considerado uma das grandes personalidades do século XX. Ficou conhecido como JFK. Era jovem quando assumiu a liderança dos EUA e o seu mandato marcou o início de uma política anticolonial na administração norte-americana.  Morreu assassinado, em Dallas, a 22 de novembro de 1963. Tornou-se um mito da política mundial.


Joana d’Arc

A 30 de maio de 1431, Joana d'Arc morria queimada na fogueira aos 19 anos, acusada de bruxaria. Joana d'Arc nasceu em Domrémy, em França, a 6 de janeiro de 1412, filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée. Joana ajudava o pai no trabalho na terra e na criação de carneiros. Não aprendeu a ler nem escrever. Joana foi criada seguindo os princípios da fé católica e com 12 anos de idade, afirmava que o arcanjo São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, lhe tinham aparecido e ordenaram que procurasse o príncipe Carlos VII e libertasse a cidade de Orléans, que estava em poder dos ingleses. Assim, Carlos VII tornava-se o rei de França.
Com 17 anos, Joana resolveu pedir uma escolta para acompanhá-la até o príncipe. Viajou durante 10 dias e 10 noites, chegando ao Castelo na cidade de Chinon. Interrogada por bispos e cardeais, acabou por convencer a todos. Joana ganhou então a confiança de Carlos VII, que depressa entregou-lhe o título de chefe de guerra. Partiu de seguida, liderando a tropa e durante 3 dias, conseguiu vencer os inimigos, que bateram em retirada. Estava libertada a cidade de Orléans. Outra cidade importante, Reims, voltou também ao poder dos franceses. Carlos VII, agora reconhecido legítimo rei da França, foi coroado e consagrado a 17 de julho de 1429, na Catedral de Reims.
Na primavera de 1430, Joana retomou a campanha militar e tentou libertar a cidade de Compiègne, dominada pelos borgonheses, aliados dos ingleses. Foi presa a 23 de maio do mesmo ano e foi entregue aos ingleses, que queriam julgá-la segundo as regras da Santa Inquisição, o mais elevado tribunal da Igreja em França. O tribunal reuniu-se pela primeira vez em fevereiro de 1431, com a presença do Bispo, um partidário do Duque de Borgonha, aliado da Inglaterra. O seu julgamento foi uma verdadeira tortura, acusada de herege e feiticeira, depois de meses de julgamento foi queimada viva, no dia 30 de maio de 1431.
Depois de 25 anos, a Igreja reabriu o seu processo e Joana d'Arc é fi reabilitada de todas as acusações, tornou-se a primeira heroína da nação francesa. No dia 16 de maio de 1920, 500 anos depois, o papa Bento XV a proclamou santa.  Atualmente, Joana D'Arc é a Santa Padroeira de França.


Abade Faria

Há exatos 267 anos, a 31 de maio de 1746, nascia, em Goa, o Abade Faria. José Custódio de Faria era filho de Caetano Vitorino de Faria e de sua mulher Rosa Maria de Sousa, ambos Goeses católicos, o que influenciou a educação do jovem Faria. Chegou a Lisboa em 1771 e, um ano depois, a Roma, onde viveu até 1780, formando-se em Teologia e recebendo as ordens de sacerdote.
Faria pertenceu ao grupo dos conspiradores que tentaram derrubar o regime português em Goa em 1787, mas que foi descoberto e reprimido pelas autoridades portuguesas. Faria apressou-se a partir de novo para a Europa e, em 1788, chegava a França. Foi um defensor da Revolução Francesa de 1789. Liderou uma das secções que, em 1795, atacaram a Convenção Nacional. Foi ainda professor de Filosofia nos Liceus de Marselha e Nîmes. Iniciado na prática do magnetismo animal, abriu em 1813, em Paris, um gabinete de magnetizador. A prática de hipnose por sugestão trouxe-lhe uma enorme clientela e uma pronta reação de descrédito, sendo rotulado de maníaco e bruxo. Foi o primeiro a descrever com precisão os métodos e efeitos da hipnose. 
O Abade Faria passou os últimos anos de vida como capelão de um convento de religiosas. Morreu em Paris, a 20 de setembro de 1819. Foi a inspiração para o Abade do romance O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas.


Porque recordar é viver, para a semana continuaremos a aprender! 
Francisco Miguel Nogueira 


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