(imagens retiradas da internet)
Viver o passado especial
Efemérides semana de 8 a 28 de junho
Devido a motivos profissionais, esta rubrica não pôde ser publicada nas semanas anteriores. Assim, esta semana, procurarei sintetizar as principais efemérides das últimas 3 semanas.
Maomet
A 8 de junho de 632, o fundador do Islão, Maomet, morria em Medina, nos braços de Aishah, a sua 3ª esposa e a favorita.
Numa gruta no norte de Meca, em 610, Maomet teve uma visão em que Deus “lhe ordenou” transformar-se no profeta árabe da "verdadeira religião". Assim, Maomet considerou-se a si mesmo como o último profeta da tradição judaico-cristã e os seus ensinamentos intuitivos e inspirados conseguiram unir as tribos beduínas da Arábia. Depois de conseguir seguidores em Meca, viu-se obrigado a fugir para Medina, onde administrou um império crescente. Em 630, Maomet voltou a Meca como um verdadeiro conquistador, e na sua morte, dois anos depois, já era um gestor eficiente de todo o sul da Arábia. Durante o século seguinte, os seguidores mantiveram vastas conquistas e, em 732, os seguidores do Islão formavam o maior império do mundo. Na atualidade, o Islão é a segunda religião do planeta.
Guerra dos 6 dias
Há exatos 46 anos, a 10 de junho de 1967, terminava a Guerra dos 6 dias. Pelas 07h45 do dia 5 de junho de 1967, o exército israelita atacava de surpresa o exército egípcio e depois abria outras tantas frentes contra o Iraque, contra a Síria e contra a Jordânia. Era o início da Guerra dos 6 dias.
Israel apoderou-se dos Montes Golan, da metade oriental de Jerusalém, que estava partilhada, e da Faixa de Gaza, que estava sob controlo egípcio, assim como do Deserto do Sinai e também da margem ocidental do rio Jordão. Destes territórios continuam ocupados até hoje a margem ocidental do Jordão, Jerusalém e a Faixa de Gaza. Quando a 10 de junho foi assinado o cessar-fogo, os tanques israelitas já avistavam as mesquitas da capital da Síria, Damasco. No conflito, os árabes perderam no seu conjunto 430 aviões, 800 tanques e tiveram 15 000 baixas, contra perdas de 40 aeronaves e 803 mortos por parte de Israel. Este país passou de um território de 20 720km2 a 5 de junho para 73 635km2 em apenas seis dias.
Luís Vaz de Camões
A 10 de junho de 1580, há 433 anos, Luís Vaz de Camões morria, em Lisboa.
Camões deve ter nascido em Lisboa, por volta de 1524, e recebeu uma educação “clássica”, típica do renascimento, onde dominava o Latim, a Literatura e a História. Cedo iniciou-se na vida poética, na Corte de D. João III, tendo uma existência repleta de aventuras e desventuras.
No tempo que frequentou a Corte de D. João III, Luís de Camões viveu intensamente os amores, que tão bem cantava, desde damas da Nobreza a mulheres do Povo. Contudo, foi um amor frustrado que levou Camões a alistar-se como militar e partir para África, onde perdeu um olho em batalha. Voltando de novo ao Reino, o temperamento intempestivo do Poeta levou-o a entrar em conflito com um servo do Paço, ferindo-o. Preso, Camões foi perdoado, mas partiu para o Oriente na nau São Bento, na frota de Fernão Álvares Cabral, em 1553.
Camões passou vários anos no Oriente, onde combateu várias vezes a favor do Estado português da Índia, porém foi preso inúmeras vezes, sobretudo, devido ao seu estilo combativo e sangue quente. O facto de ter passado pelas regiões onde Vasco da Gama navegara em 1500, inspirou-o, começou, então, a escrita d’Os Lusíadas, onde contava as aventuras dos descobrimentos e da História de Portugal. Numa das viagens pelo Índico, conforme se conta, a nau onde Camões navegava afundou-se, tendo o poeta que se atirar ao mar para salvar o seu manuscrito. Assim, Camões salvou Os Lusíadas. Esta situação, inspirou-lhe as célebres redondilhas Sobre os rios que vão, deixando-o com um trauma do naufrágio, que se refletiu na sua poesia posterior.
Em dezembro de 1567, Camões iniciou a sua viagem de regresso a Portugal. A bordo da nau Santa Clara, chegou a Lisboa, a 7 de abril de 1570. Rapidamente finalizou Os Lusíadas, dedicando o livro a D. Sebastião, rei impulsivo e, também, com um forte espírito guerreiro, que se interessou pela obra de Camões. D. Sebastião recebeu uma pequena pensão do Rei pelos serviços prestados à Coroa, mas depois do desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer Quibir, viveu na miséria.
Luís Vaz de Camões viveu pobre e só depois de morrer, é que a sua obra lírica foi publicada numa coletânea chamada Rimas, assim como 3 obras de teatro cómico. Em pouco tempo, o reconhecimento que não recebera em vida, chegava. Era visto como um ícone da Literatura Ocidental, um renovador da Literatura e da Língua portuguesa. Os Lusíadas tornaram-se numa das obras de referência do Renascimento.
D. João III
Há exatos 456 anos, a 11 de Junho de 1557, morria D. João III, o Piedoso. O reinado do 16º rei de Portugal marcou a introdução da Inquisição em Portugal.
D. João III nasceu a 6 de junho de 1502, filho de D. Manuel I, o Venturoso e de D. Maria de Castela, filha dos Reis Católicos. Tornou-se Rei de Portugal aos 19 anos, corria o ano de 1521. D. João herdou um vasto império, que embora disperso, atingia todo o globo. Assim, tal como o seu antecessor, D. João III procurou centralizar o poder. O império português na Ásia cresceu, com a aquisição de Chalé, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau. Em 1543, pela primeira vez, um grupo de portugueses chegou ao Japão, estendendo, assim, a presença portuguesa de Lisboa até Nagasaki. A colonização brasileira tornou-se efetiva, com as capitanias hereditárias.
D. João III, o Piedoso, deveu o seu cognome à sua imensa “religiosidade”, que em plena Contrarreforma e Reforma Católica, levou-o a introduzir a Inquisição em Portugal, em 1536. Esta nova instituição religiosa obrigou à fuga de muitos mercadores e cristãos-novos para o estrangeiro, assim também se deu a saída de muito capital de Portugal. Esta situação afetou fortemente a economia portuguesa.
A Inquisição entrou em Portugal, a 23 de maio de 1536, com sede em Évora. Assim, toda a população foi convidada a denunciar os casos de heresia de que tivesse conhecimento. O próprio irmão do Rei, o Cardeal D. Henrique, tornou-se o chefe máximo. D. João III depois assume-se como Inquisidor Geral, assim a Inquisição passou a ser uma ferramenta do Rei para o controlo do país. Quando D. João III morreu foi sucedido pelo seu neto D. Sebastião.
Alexandre Magno
A 13 de junho de 323 a.C., morria Alexandre III da Macedónia, na Babilónia, com a idade de 33 anos. Conhecido como Alexandre Magno ou Alexandre, O Grande, foi um génio da estratégia militar que conseguiu unir meio mundo num dos maiores Impérios da História Universal. Alexandre Magno nasceu no ano de 356 a. C., filho do Rei Filipe II da Macedónia. Com apenas 11 anos, o seu pai confiou a sua educação ao filósofo Aristóteles, o principal sábio da sua época, que exerceu sobre ele uma profunda influência. Alexandre fez os seus primeiros combates em campanhas contra os Trácios, os Gregos (Queronea, 338 a. C.) e os Ilírios. Em 336 a. C., o seu pai foi assassinado e Alexandre sucedeu ao seu pai.
O reinado de Alexandre foi marcado pelas conquistas e lutas. Alexandre, com uma hábil mistura de crueldade e de clemência, submeteu Tebas, Atenas e as outras cidades gregas. Dedicando à expedição sonhada pelo pai, a Ásia. Alexandre decidiu que Antipater governasse a Macedónia e cuidasse da Grécia durante a sua ausência, e de seguida repartiu os seus bens entre os seus amigos e, partiu.
Em Tróia, Alexandre ofereceu sacrifícios a Príamo e Aquiles e, após um combate encarniçado, derrotou o exército persa da Ásia Menor. Passou o Inverno em Caria, após o que retomou a marcha. Em Górdio partiu com a sua espada o famoso nó górdio e, assim, cumpriu o oráculo que prometeu o Império da Ásia àquele que tal feito cometesse (333 a. C.). Cruzou então o rio Tauro e adoeceu, o que acontecia, segundo a tradição, a todo aquele que tomasse banho nas águas geladas do Cidno depois de transpirar. Continuou o seu caminho, contornando o golfo de Isso e, antes de entrar na Síria, derrotou nas planícies de Isso, o inumerável exército reunido por Dário, que fugiu. Alexandre submeteu o litoral sírio, assediou as cidades fenícias de Tiro e Gaza e entrou no Egipto. Pela sua tolerância e pelo respeito político que mostrou para com as suas crenças, o macedónio ganhou o respeito dos Egípcios, assegurando-se da fidelidade desta rica região, nexo de união entre o mundo mediterrâneo e o Extremo-Oriente. Entrando pelo deserto da Líbia até ao oásis de Ámon, fundou Alexandria no extremo ocidental do delta do Nilo, nos limites do deserto, nas margens do Mediterrâneo, numa situação admirável.
Na Primavera do ano de 331 a. C., depois de isolar completamente Dário do mundo helénico, através da conquista sistemática de todas as costas do Império Persa, Alexandre atirou-se para o interior, conquistando cidade atrás de cidade. Dário, perseguido pelo macedónio através de Media e Bactriana, morreu assassinado. Com ele terminou a dinastia dos Aqueménidas e o 1º Império Persa. A partir desse momento, a obra de Alexandre mudou de carácter: aos 26 anos terminou a conquista, passou a consolidar os seus novos territórios. E, juntamente com macedónios e gregos, entraram no seu exército tropas persas e bárbaras. O próprio Alexandre modificou o seu regresso imediato ao converter-se em soberano da Ásia, com grande desgosto para os seus velhos companheiros de armas, que apenas queriam ver nele o rei da Macedónia. Converteu-se num semideus perante o qual os Persas se prostravam.
Nos anos seguintes, Alexandre fundou novas cidades que levaram o seu nome e, chegado ao extremo oriental da planície iraniana, penetrou no vale do Indo. Com um exército reforçado por novos bárbaros, venceu o valoroso rei Poro nas margens do Idaspes. Chegou então o momento em que os seus soldados, cansados da guerra, negaram-se a seguir em frente. Alexandre levantou então doze altares gigantescos e bateu-se em retirada. Antes de voltar, seguiu o curso do Indo até ao Oceano Índico, onde os Gregos, que então apenas conheciam o Mediterrâneo, mar interior, contemplaram surpreendidos o fenómeno das marés vivas. Construiu uma frota nas margens do Idaspes e incumbiu Nearco da exploração do litoral do novo oceano. Atravessou o Sul do Irão e fez o caminho de regresso em risco de perecer de fome e de sede com os seus soldados nos desertos.
No ano de 325 a. C., Alexandre entrou, finalmente, em Susa. Levou ainda mais longe a sua política de fusão, animou os Macedónios a casar-se com mulheres persas e ele mesmo casou-se com Estatira, filha de Dário. A partir de então organizou por completo a sua corte à maneira persa. Na Babilónia, a sua residência favorita, recebeu embaixadores de todos os países do mundo então conhecido. Enquanto preparava novos planos de exploração, de conquista e levava a cabo os imensos preparativos apropriados, morreu atormentado com umas febres, possivelmente tifóide. Tinha 33 anos. Não dispunha de tempo para culminar a obra da sua vida: a fusão de Asiáticos e Helenos. Assim, dado que não tinha designado sucessor, mas antes de morrer legou "ao mais forte", o seu império desmoronou-se rapidamente. Ao longo da sua vida militar, Alexandre não perdeu uma única batalha, exercendo uma Hegemonia Universal e mostrando grande magnanimidade para com os povos submetidos voluntariamente. Foi implacável com os que lhe resistiram e o atraiçoaram.
José Silvestre Ribeiro e a 2ª Caída da Praia
A 15 de junho, há exatos 172 anos, em 1841, a Praia da Vitória sofreu um forte terramoto que levou ao que se chama da 2ª Caída da Praia. A 1ª ocorrera a 24 de maio de 1614, numa fase final do domínio filipino. A Praia da Vitória, que se reconstruíra da 1ª Caída, assistiu, a partir de 12 de junho, a uma crise sísmica. No dia 13, esta ganhou força, com alguns danos em várias moradias do Ramo Grande, mas particularmente da Praia da Vitória. A população começou a refugiar-se em zonas seguras. Os Praienses estavam assustados e desorientados.
Na madrugada de dia 14 de junho, a crise sísmica aumentou de intensidade, o medo entre os habitantes locais gerou pânico e a procura de segurança. Já no dia 15, pelas 03h25, um violento sismo arrasou completamente com a Praia da Vitória. Era possível ver, então, uma enorme fissura no centro da ainda Vila. A terra tremera e fizera os seus estragos.
Com a 2ª Caída da Praia, grande parte do Ramo Grande foi destruído, sobretudo as Fontinhas, e, em menor grau, as freguesias circundantes, com centenas de casas danificadas. A Praia iniciara uma fase de desenvolvimento, pois pouco tempo sofrera com as lutas liberais, onde desempenhou um papel de destaque, sobretudo pela vitória a 11 de agosto de 1829 sobre o exército miguelista. Assim, por todo o papel simbólico que a Terceira teve como baluarte da Liberdade, Angra tornou-se do Heroísmo e a Praia da Vitória. Mal saíra de uma luta, a Praia da Vitória entrou noutra, a de sua reconstrução.
No meio do sismo, um homem surgiu e desempenhou um papel de destaque, José Silvestre Ribeiro, o governador do novo distrito de Angra do Heroísmo. Desde o primeiro dia, Silvestre Ribeiro seguiu os passos de Pombal e tratou de cuidar dos vivos. Numa política de grande empenho, ajudou-se os desfavorecidos e apostou-se na reconstrução do Ramo Grande. O Governador incentivou o desenvolvimento dos sectores da saúde, da assistência, mas sobretudo da educação. Empenhou-se, assim, no futuro do distrito. Silvestre Ribeiro criou uma rede de Comissões de Socorros, com base em cada uma das freguesias afetadas, assim, conseguiu-se, não só a união da população em torno do socorro às vítimas, mas também na rápida reconstrução das habitações. Contudo, o Governador de Angra do Heroísmo procurou fiscalizar a reconstrução e criou um verdadeiro plano arquitetónico e urbanístico, que permitiu a clara melhoria da qualidade das habitações e do traçado da Praia da Vitória e das freguesias afetadas. Surgiu, então, a chamada Arquitetura do Ramo Grande, hoje considerada como a de melhor qualidade estética e funcional nos Açores. Digamos que devemos reconhecer e divulgar este facto.
Uma das grandes obras de Silvestre Ribeiro foi a construção da Biblioteca Pública, que hoje ostenta o seu nome, numa clara política de incentivo à leitura. O Governador de Angra do Heroísmo procurou incentivar a educação no distrito e o desenvolvimento da cultura na Ilha. Cessou funções em 1844, mas continuou ligado a grandes obras por onde passou. O povo não se esqueceu do seu papel na 2ª Caída da Praia e homenageou-o, com uma estátua, no jardim municipal. O Ramo Grande estava, pouco tempo depois, reconstruído.
Napoleão Bonaparte
Há exatos 198 anos, a 18 de junho de 1815, Napoleão Bonaparte sofreu uma derrota descomunal em Waterloo perante o Duque de Wellington, terminando assim a era napoleónica na Europa. A 18 de maio de 1804, Napoleão Bonaparte tornou-se Imperador dos Franceses com o nome de Napoleão I. Poucos meses depois, a 2 de dezembro de 1804, Napoleão Bonaparte auto-coroava-se Imperador, na catedral de Notre-Dame. Napoleão procurou dar à sua coroação o mesmo significado simbólico que teve a coroação de Carlos Magno, muitos séculos antes. Por isso, no ato de sua coroação, Napoleão entrou na catedral com a espada e usava o manto do imperador franco. À semelhança de Carlos Magno, Napoleão também foi coroado em dezembro, mês do natal, e não poupou esforços para que a cerimónia fosse realizada com luxo e requinte. Napoleão e Josefina compareceram ao evento vestidos de veludo bordado e seda trabalhada em ouro e prata. A coroa de louros dourados, usada por Napoleão, evocava o esplendor da Roma Antiga. Um dos momentos mais marcantes desta cerimónia, e que mostra muito da personalidade de Napoleão e da imagem que queria transmitir a todos, foi quando retirou a coroa das mãos do Papa Pio VII, que viajara especialmente para a coroação, e se coroou a si próprio. Foi um momento único e que mostrou, até à Santa Sé, que Napoleão não toleraria autoridade alguma superior à dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina.
Durante os anos seguintes, o Império francês cresceu. Contudo, obrigado a abdicar como imperador francês em 1814, Napoleão escapou de um breve exílio em Elba para França em 1815, onde voltou a reunir um novo Grande Exército. Durante 100 dias, Napoleão, cuja fama de comandante invencível atravessava fronteiras, desfrutou de vários êxitos nos campos da Europa.
No entanto, a 18 de junho de 1815, na Batalha de Waterloo, na Bélgica, sofreu a sua maior e última derrota perante um exército aliado comandado por Wellington. Pouco depois, Napoleão foi preso e exilado em Santa Helena, onde morreu seis anos depois. Apesar de hoje brincarmos com a sua baixa estatura, Napoleão teve uma visão grandiosa e foi um dos homens que mais marcaram o século XIX. O seu Império Francês atingiu, em 1812, a sua extensão máxima, ocupando a Europa Ocidental e grande parte da Oriental, possuindo 150 departamentos, com 50 milhões de habitantes, quase um terço da população europeia da época. Napoleão concedeu títulos nobiliárquicos aos seus familiares. Além disso, colocou-os em altos cargos públicos. Formou uma nova corte com membros da elite militar, da alta burguesia e da antiga nobreza. Para celebrar os triunfos de seu governo, Napoleão construiu monumentos grandiosos, como o Arco do Triunfo que, como outras grandes obras da época, por sua grandiosidade e por criar empregos, melhorava a imagem de Napoleão perante o povo. Napoleão deixou um legado de revoluções, lutas pelos direitos e um orgulho de ser Francês.
Guerra da Coreia
A 25 de junho de 1950, as tropas norte-coreanas, quase 100 000 homens, irromperam pelo paralelo 38, passando pelos defensores coreanos da fronteira sul. Dois dias mais tarde o Presidente americano Harry Truman anunciou que os EUA iriam intervir no conflito, e a 28 de junho, as Nações Unidas aprovaram o uso da força contra a Coreia do Norte comunista. Nos meses iniciais da guerra, as forças da ONU, lideradas pelos EUA, avançaram rapidamente sobre os coreanos do Norte, mas em outubro, as tropas comunistas chinesas entraram na disputa, forçando os Aliados a uma retirada geral.
Em 1953, foi assinado o acordo de paz, dando a guerra por terminada e restabelecendo a divisão da Coreia de 1945 que todavia ainda hoje existe. A ONU e as forças sul-coreanas sofreram 500 000 baixas na Guerra, enquanto as perdas comunistas foram pelo menos três vezes mais.
Bloqueio de Berlim
Há exatos 65 anos, a 26 de junho de 1948, iniciava-se o bloqueio a Berlim ocidental, por parte da URSS, nos inícios da Guerra Fria. A II Guerra veio alterar o sistema internacional, com a divisão do mundo em 2 blocos, o capitalista, liderado pelos EUA e o comunista, liderado pela URSS. As conferências de paz da II Guerra estabeleceram as diretrizes básicas para a administração da Alemanha após o conflito mundial. Os dois blocos concordaram em Postdam na histórica decisão, confirmando o plano da Conferência de Yalta, para a divisão da Alemanha em 4 zonas de ocupação, cada uma de diferente influência: norte-americana, soviética, britânica e francesa. Berlim, a capital, que ficava no sector soviético, foi igualmente dividida em quatro partes.
O clima de Guerra Fria já se fazia sentir, tanto que a gestão conjunta do território alemão criou um novo momento de desentendimento e confrontação entre os 2 blocos. As potências ocidentais decidiram unificar as suas 3 zonas de influência e, para isso, criaram uma moeda comum, o deutsche mark. A URSS reagiu a isso de forma negativa, com medo da crescente influência dos EUA na Europa Central, os soviéticos decidiram o bloqueio terrestre total a Berlim. Este processo de provável divisão trouxe para o centro da discórdia a situação de Berlim, já que na capital, situada no centro da zona de influência soviética, continuavam estacionadas as forças militares das 3 grandes potências. Depois de alguns dias de intenso dramatismo em que se pós seriamente a hipótese de eclosão de uma nova guerra, o presidente Truman decidiu abastecer a cidade através de uma gigantesca ponte aérea. Embora não tenha evitado as privações e o racionamento, a ponte aérea permitiu a Berlim Ocidental resistir ao bloqueio, que se prolongou de 26 de junho de 1948 a 12 de maio de 1949. Terminado o bloqueio, as 3 potências ocidentais uniram as suas zonas de influência, criando a República Federal Alemã (RFA). A URSS protestou contra aquilo que considerava ser uma violação dos acordos estabelecidos mas, perante o decorrer dos acontecimentos, acabou por desenvolver um projeto semelhante no seu território, criando um Estado paralelo, sob a sua alçada, a República Democrática Alemã (RDA).
Rainha Vitória
A 28 de junho de 1838, a rainha Vitória do Reino Unido era coroada rainha. Vitória seria rainha por 63 anos e 7 meses, o mais longo reinado, até à data, da história do Reino Unido e ficou conhecido como a Era Vitoriana. Foi um período de mudança industrial, cultural, política, científica e militar e ficou marcado pela expansão do Império Britânico. Vitória foi coroada Imperatriz da Índia, tornando-se a soberana do maior Império do seu tempo, aquele onde o sol nunca se punha. A rainha Vitória foi a última monarca da casa de Hanôver. O seu filho e sucessor, o rei Eduardo VII, pertencia à nova casa de Saxe-Coburgo-Gota. Uma das curiosidades mais conhecida desta Rainha, foi o facto de ter-se casado por amor e de ter usado luto depois de viúva (em 1861) até aos finais dos seus dias. Conta-se que preparava diariamente a roupa de seu marido, mesmo depois dele já ter falecido.
Arquiduque Francisco Fernando
A 28 de junho de 1914, o príncipe Francisco Fernando, arquiduque e herdeiro do trono austro-húngaro, foi assassinado em Sarajevo, por Gravrilo Princip, um estudante sérvio da Bósnia, desencadeando a I Guerra Mundial. Durante 4 anos, vários países digladiaram-se sobretudo na Europa. Há 11ª hora do 11º dia do 11º mês de 1918 era assinado o armistício da Grande Guerra. Cinco anos depois do início da Guerra, a 28 de junho de 1919, era assinado, em França, o Tratado de Paz de Versalhes, que terminava simbolicamente com a I Guerra Mundial.
COMECON
Em 1991, a 28 de junho, o COMECON, o Council for Mutual Economic Assistance ou Conselho para Assistência Económica Mútua, era dissolvido em consequência do início do colapso da URSS. O COMECON foi fundado em 1949 e visava a integração económica das nações da Europa de Leste, em resposta ao Plano Marshall do bloco ocidental. Os países que o integraram foram a URSS, a RDA, a Checoslováquia, a Polónia, a Bulgária, a Hungria e a Roménia, mas outros países não-europeus aderiram ao Conselho, como a Mongólia (1962), Cuba de Fidel Castro (1972) e o Vietname (1978), depois da sua reunificação.
Batalha de São Mamede
Há exatos 885 anos, a 24 de junho de 1128, D. Afonso Henriques, ainda antes de ser Rei de Portugal, venceu as tropas da mãe, D. Teresa, bem perto do Castelo de Guimarães, na Batalha de São Mamede. Segundo o reconhecido historiador Professor José Mattoso esta batalha foi um "acontecimento, na verdade, memorável, porque fez explodir a força de um movimento autonomista que havia séculos se gerava nestas terras. Uma vez desabrochado, não cessou de aumentar e se fortalecer até criar esta Nação que tem desafiado os séculos. Assim nasceu a nossa Pátria, a fonte onde haurimos a nossa consciência de pertencermos a uma sociedade com características próprias. Melhor ou pior, temos uma personalidade nacional que se foi formando ao longo dos séculos. Por isso mesmo, não podemos deixar de nos sentirmos fascinados com as nossas próprias origens."
D. Afonso Henriques terá nascido em 1109 e aos 14 anos armou-se a si próprio cavaleiro, algo que só um filho de Rei podia fazer. Filho do Conde D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa, após a morte do pai, entrou em disputa com a mãe pelo Condado Portucalense. A relação amorosa de D. Teresa com o conde galego Fernão Peres de Trava, fez ressurgir o medo da perda de autonomia do Condado, o que contrariava os objetivos da nobreza portucalense, que procurava fugir ao domínio do Rei de Leão e Castela. Então, vários nobres aliaram-se a D. Afonso e, em 1128, na famosa Batalha de S. Mamede, junto ao Castelo de Guimarães, venceram as tropas de D. Teresa. Da vitória de S. Mamede nasceu aquela que é uma das mais conhecidas lendas da nossa nacionalidade. Segundo esta, D. Afonso Henriques terá batido em sua mãe, prendendo-a no Castelo de Lanhoso. D. Teresa, revoltada com a atitude do filho, lançou-lhe uma maldição. Em 1169, durante o cerco de Badajoz, D. Afonso Henriques, ao fugir do Castelo, feriu-se na coxa com os ferros que guarneciam a entrada, tendo ficado prisioneiro do genro e Rei de Leão. O povo não se esqueceu e clamou: era a maldição da mãe a cair sobre o filho!
A 5 de outubro de 1143, D. Afonso Henriques assinava, com seu primo, D. Afonso VII, Rei de Leão e Castela, o Tratado de Zamora. Nascia, então, Portugal. O passo seguinte foi a reconquista cristã aos mouros. São 7 os castelos que a nossa bandeira nacional alberga, lembrando a todos, as terras que o primeiro Rei de Portugal conquistou para a recém-criada nação. Em 1179, o Papa Alexandre III, com a Bula Manifestis Probatum, reconheceu, formalmente a realeza de D. Afonso Henriques e a independência de Portugal. Em 1185, D. Afonso Henriques morreu na cidade de Coimbra, onde provavelmente terá nascido, tendo deixado para o seu filho, D. Sancho I, uma nação forte e em crescimento.
Lenda, mito, realidade…a História perpetuou a sua aura de Conquistador, que lutou contra os mouros e contra os vizinhos católicos, estendendo o país e formando novas aldeias! D. Afonso Henriques é umas das maiores referências do nosso imaginário coletivo, o pai da nossa nacionalidade, um homem que lutou pelo que acreditava e, neste momento de crise, temos de olhar para estes exemplos e ver que é tempo de “arregaçar as mangas” e procurar novas saídas, com espírito de combate.
Porque recordar é viver, para a semana continuaremos a aprender!
Francisco Miguel Nogueira
MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
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