(imagem retirada da internet)
Festival de curtas de Vila do Conde faz 20 anos
Festival tem a maior competição nacional de sempre e filmes encomendados pelo certame. Entre as obras a concurso estão os filmes de Gabriel Abrantes, Sandro Aguilar, João Pedro Rodrigues ou Basil da Cunha. O Curtas Vila do Conde faz 20 anos no "ano de todos os perigos" para o cinema português, mas não deixa que o negrume do quadro lhe dê cabo da festa. O programa da 20.ª edição, a decorrer de 7 a 15 de Julho, foi anunciado ontem. Vai ser um aniversário "não em modo best of", nas palavras de um dos três directores-programadores, Dario Oliveira, mas "criando peças de arte, novos filmes, para mostrar que somos um festival sempre em reinvenção".
A festa faz-se com a maior presença nacional de sempre: 19 filmes a concurso, 45 produções portuguesas entre todas as secções, seleccionados de entre mais de 200 submissões. Entre os títulos competitivos estão os novos filmes de Gabriel Abrantes (Zwuzo), Sandro Aguilar (Sinais de Serenidades por Coisas sem Sentido), João Pedro Rodrigues (Manhã de Santo António) ou Basil da Cunha (Os Vivos também Choram). Dario Oliveira diz que "é um ano excepcional, em que tivemos de aumentar o número de sessões nacionais para não deixar de fora filmes de que gostamos e em que acreditamos. É o resultado de uma afirmação do cinema de curta-metragem português que estava em franca ascensão - mas é também o fim de uma colheita, porque estes são os últimos filmes a terem sido apoiados pelo actual sistema de produção".
A festa faz-se também com quatro estreias mundiais comemorativas dos 20 anos do Curtas. São desafios lançados a cineastas internacionais que fazem parte do que Dario Oliveira chama a "família" do festival, propondo a cada um deles filmar em Vila do Conde ou ao seu redor, mas dentro das suas temáticas habituais e usando jovens técnicos locais. Os quatro cineastas que responderam "presente" são o americano Thom Andersen (Reconversão), o francês Yann Gonzalez (Land of My Dreams), o russo Sergei Loznitsa (O Milagre de Santo António) e o brasileiro Helvécio Marins Jr. (O Canto da Rocha). (A restante "família" será também "retratada" num livro com 20 entrevistas a 20 autores dos 20 anos do Curtas, a lançar durante o festival, e no documentário de José Vieira Mendes Geração Curtas?). Serão também estreados quatro filmes no âmbito do projecto Campus (programa de formação de estudantes de cinema organizado pelo Curtas), dirigidos por cineastas portugueses - Luís Alves de Matos (Um Rio Chamado Ave), João Canijo (Obrigação), Graça Castanheira (A Rua da Estrada) e Pedro Flores (Cinzas).
O Curtas homenageia ainda Stanley Kubrick com uma exposição na galeria Solar, 2012 Odisseia Kubrick, reunindo obras de artistas plásticos e multimedia nacionais e internacionais inspiradas pelo realizador de Laranja Mecânica e 2001: Odisseia no Espaço. Inaugurada no próximo dia 28, a exposição ficará patente até 11 de Novembro, e prolonga-se pela projecção de alguns filmes do cineasta (entre os quais a sua terceira longa-metragem Um Roubo no Hipódromo), pela presença do seu cunhado Jan Harlan (com o documentário A Life in Pictures), e pela exibição do documentário de Rodney Ascher sobre The Shining, Room 237. Kubrick será também um dos traços de união de Vila do Conde com Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012: Um Roubo no Hipódromo será apresentado numa das sessões de antevisão agendadas para Guimarães entre 2 e 6 de Julho, que mostram ainda os filmes premiados ao longo dos 20 anos do Curtas. Por seu lado, alguns dos filmes comissariados por Guimarães irão ser exibidos em Vila do Conde - é o caso de Posfácio nas Confecções Canhão, de António Ferreira, O Dom das Lágrimas, de João Nicolau, e Vamos Tocar Todos Juntos para Ouvirmos Melhor de Tiago Pereira.
A festa do Curtas, evidentemente, faz-se também com as secções de sempre. Numa forte competição internacional, apresentam-se filmes de Lisandro Alonso, Valérie Massadian, Ben Rivers, Jay Rosenblatt, Tsai Ming-Liang, Ken Jacobs ou Vincent Dietschy. Os filmes-concerto estão este ano entregues aos Black Bombaim e Evols. A secção retrospectiva In Focus debruça-se sobre o francês Olivier Assayas e sobre o cineasta americano Robert Todd. Ambos estarão presentes no festival, apresentando os seus filmes e encontrando-se com o público, a par de Ed Lachman, director de fotografia que trabalhou com Todd Haynes, Steven Soderbergh ou Larry Clark, e João Braz, montador de João Canijo, presentes para workshops. Da Curta à Longa, dedicada à exibição de longas-metragens de cineastas que já foram premiados ou visitantes do Curtas, mostra o mais recente filme do tailandês Apichatpong Weerasethakul, Mekong Hotel, a par de obras de Nicolas Provost (The Invader, escolhido como filme de abertura), Laurent Achard e Adrian Sitaru. Tudo isto, e muito mais, de 7 a 15 de Julho no Teatro Municipal de Vila do Conde.
O programa completo pode ser consultado aqui.
Créditos: Público/Ciências
MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
Sem comentários:
Enviar um comentário