quinta-feira, 14 de junho de 2012

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!

Imagem retirada AQUI


D. João III – O Inquisidor 

Há 455 anos, a 11 de Junho de 1557, o Rei D. João III morria em Lisboa. O seu reinado marcou a introdução da Inquisição em Portugal. 

D. João III tornou-se Rei de Portugal aos 19 anos, corria o ano de 1521. Filho de D. Manuel e de D. Maria de Castela, filha dos Reis Católicos, D. João herdou um vasto império, que embora disperso, atingia todo o globo. Assim, tal como o seu antecessor, D. João III procurou centralizar o poder. 

O império português na Ásia cresceu, com a aquisição de Chalé, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau. Em 1543, pela primeira vez, um grupo de portugueses chegou ao Japão, estendendo, assim, a presença portuguesa de Lisboa até Nagasaki. A colonização brasileira tornou-se efetiva, com as capitanias hereditárias. 

D. João III, o Piedoso, deveu o seu cognome à sua imensa “religiosidade”, que em plena Contrarreforma e Reforma Católica, levou-o a introduzir a Inquisição em Portugal, em 1536. Esta nova instituição religiosa obrigou à fuga de muitos mercadores e cristãos-novos para o estrangeiro, assim também se deu a saída de muito capital de Portugal. Esta situação afetou fortemente a economia portuguesa. 

A Inquisição entrou em Portugal, a 23 de maio de 1536, com sede em Évora. Assim, toda a população foi convidada a denunciar os casos de heresia de que tivesse conhecimento. O próprio irmão do Rei, o Cardeal D. Henrique, tornou-se o chefe máximo. D. João III depois assume-se como Inquisidor Geral, assim a Inquisição passou a ser uma ferramenta do Rei para o controlo do país. 

Ao longo dos anos seguintes, a Inquisição “incendiou”, perseguiu e executou em autos-de-fé várias pessoas. Tinha a sua independência face aos Rei, o que a tornou num poder paralelo e forte. Contudo, houve um homem que conseguiu dominar a máquina e usá-la a favor dos seus interesses, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. 

Um dos exemplos do controlo pombalino foi a morte por auto-da-fé do jesuíta Pe. Gabriel Malagrida, de 72 anos, acusado de ter pregado que o terramoto de 1755 que destruiu Lisboa fora um castigo divino. Assim, ao transformar a Inquisição num instrumento político, Pombal terminou com a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos. 

Data da era pombalina a publicação do último Regimento da Inquisição. Assim, Pombal deu início ao fim da Inquisição, ao tirar o seu lado religioso, impondo um cunho político. A Inquisição vigorou até 1821, extinguindo-se com a Revolução Liberal de 1820. Ainda hoje, em pleno século XXI, assistimos a inúmeras faltas de respeito e de liberdade pelas opções dos outros. Infelizmente, o ser humano não aprendeu com o passado e continua a esquecer que nascemos todos iguais e que todos nós temos direito às nossas opções e aos nossos caminhos. 

A Liberdade de cada um, termina quando interfere na do outro…por isso, é tempo de compreensão e sobretudo respeito democrático…ao nascermos, somos todos iguais…ninguém se esqueça disso! Nunca! 

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira 

P.S. Esta crónica estará em destaque aqui blogue para dar oportunidade de todos os visitantes de darem a sua opinião sobre a mesma.A sua opinião é importante, PARTICIPE! 

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1 comentário:

  1. Bem....depois de ler essa crónica, parece que a Humanidade parou no tempo em determinados aspectos!Não evolui...infelizmente estamos a anos luz do respeito e igualdade de opinião..
    Muita coisa felizmente já mudou,mas em outros campos vivemos literalmente numa falsa Democracia:/
    No fim de contas passam-se os anos e as histórias repetem-se....
    Camarada, obrigado pela excelente informação que tens dado a conhecer sobre a História do nosso país...no fundo andamos às voltas!
    Adoras transmitir conhecimentos e não ficas com eles só para ti...o que demonstra uma grande humildade e generosidade da tua pessoa:)
    Bem hajam pessoas como tu e força!

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