(imagem retirada da internet)
Os segredos do Sangue
As análises clínicas são essenciais para avaliar a saúde, e muitas vezes servem para afastar suspeitas de determinadas doenças, em especial as genéticas. O diagnóstico começa quase sempre no laboratório. Das anemias às doenças hepáticas, ou até à existência de bactérias, o sangue não consegue esconder (quase) nada das análises. No entanto, para a maioria das pessoas as análises clínicas apenas significam estar no hospital muito cedo e sem nada no estômago, sentir uma picada e, após uns dias, receber um relatório com os resultados, quase imperceptíveis para olhos sem treino clínico.
No laboratório de um hospital, acaba por se descobrir que o que acontece com aquele tubo de sangue é muito semelhante ao que se vê na televisão, em séries como o CSI. Em certas análises a amostra é agitada e depois vista ao microscópio, noutros casos é colocada numa centrifugadora para separar o plasma, e só depois é analisada, em máquinas que reconhecem vários elementos presentes no sangue através dos reagentes. É a versão computadorizada do Grissom (CSI Las Vegas) pulverizar um cotonete com um reagente, que em contacto com uma determinada droga muda de cor. No hospital Garcia de Orta, em Almada, «todos os dias são analisados mais de 500 tubos», afirma à Tabu Humberto Ventura, chefe de serviço de Patologia Clínica daquele hospital. O médico acompanhou a visita guiada aos bastidores do laboratório, onde cada amostra é avaliada, em média, em onze parâmetros de análise, dos níveis de colesterol à quantidade de glóbulos brancos.
Menos tempo para as bactérias
Tendo em conta que as análises podem despistar suspeitas de problemas de saúde, mas também podem confirmar diagnósticos graves, é essencial que os resultados sejam fiáveis. E isso só se consegue através da identificação constante de todas as embalagens com sangue. O conteúdo de um tubo é vertido para outros recipientes, dependendo dos parâmetros pedidos, que têm de ser devidamente identificados. Este processo ocorre todo dentro de máquinas, que além do reconhecimento de substâncias, fazem, imprimem e colam etiquetas com um código de barras, que contém toda a informação do paciente, dados físicos e clínicos. «A segurança dos resultados é uma preocupação do hospital. O processo das análises e a sua credibilidade estão sujeitos a vários controlos, internos e externos», garante Ana França, directora clínica do Garcia de Orta. Tudo para que uma má notícia não seja dada por engano a uma pessoa saudável ou, pior, que seja aplicada uma terapêutica incorrecta a um paciente.
Na maioria das análises, os resultados são obtidos ao fim de algumas horas. No entanto, quando se entra no campo da microbiologia, o processo pode ser mais moroso e a espera pode ser de dias. É necessário isolar bactérias e observar o seu desenvolvimento, o que demora tempo, para descobrir a que tipo ou estirpe pertencem, e, então, adequar a terapêutica conforme o resultado. Para encurtar a espera, o Garcia de Orta, a par do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, conta com uma tecnologia capaz de fazer em duas horas o que antes precisava de 18 ou 24. «Os resultados são mais do que promissores e o potencial é gigante», considera Humberto Ventura.
Escrito por Joana Andrade
Créditos: Sol/Vida
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