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“O meu filho fez o quê???”
Quantos pais não sentem um suor frio quando recebem um telefonema da escola, ou se preparam para ler um recado do professor escrito no caderno do filho? E que dizer das verdadeiras dores de cabeça que surgem quando se tem de escolher a escola? Ajudar os pais desde a altura em que vão matricular os filhos até àquele dia em que recebem um telefonema do professor por mau comportamento dos educandos é um dos objectivos do mais recente livro O meu filho fez o quê???, da jornalista do PÚBLICO, Bárbara Wong.
A obra, editada pela Porto Editora, foi lançada no dia 29 de Janeiro, na livraria Bertrand do Chiado, em Lisboa, com apresentação de José Morgado, professor do Instituto Superior de Psicologia Aplicada do Instituto Universitário. “Este livro pretende ser um guia de ajuda aos pais desde o momento em que pensam matricular os filhos na escola, passando por informações sobre acção social escolar, até questões como apoiar os filhos no estudo, como preparar o ano escolar e como lidar com problemas de comportamento (do filho, dos colegas ou dos professores)”, descreve Bárbara Wong, especialista em educação que editou A minha sala de aula é uma trincheira, onde reflecte sobre os mitos associados à profissão de professor.
Desta vez, a jornalista, percebeu que havia alguma “dificuldade” no diálogo entre pais e escola: “Por vezes não é fácil falar com um professor das queixas que chegam a casa, algumas mais graves, contra colegas ou contra os professores. Os professores queixam-se que os pais só ouvem os filhos e não fazem uma triagem daquilo que ouvem. Por sua vez, os pais temem que, ao falar na escola, os seus filhos possam ser prejudicados na sua avaliação. O livro procura dar algumas pistas para resolver estas questões”, explica a autora.
Para criar este guia, que oferece “sugestões” e “informações concretas”, mas não “receitas miraculosas”, a jornalista foi para o terreno ouvir pais, professores, alunos, directores de escolas, psicólogos e investigadores. Para Albino Almeida, da Confederação Nacional das Associações de Pais, que escreve o prefácio, trata-se de uma obra que relata histórias com as quais quase todos os pais se vão identificar e que apela aos encarregados de educação para que se organizem de forma a ajudar na identificação e resolução de problemas: “Acho que pode mostrar caminhos que motivem os pais a participar na vida das escolas”, diz ao PÚBLICO.
O livro, que tem a estrutura de pergunta/resposta, é para “ir sendo consultado à medida que as questões surgem, à medida que o filho vá crescendo”: “A ideia era criar um guia objectivo para pais e creio que esta estrutura facilita a leitura aos encarregados de educação que podem recorrer, mais do que uma vez, à sua consulta. Ou seja, a intenção não era criar um livro que se lesse uma vez e se pusesse na estante, mas um manual ao qual os pais podem recorrer sempre que tenham dúvidas”, frisa a autora.
Para além de se envolverem com a escola, a jornalista alerta para a importância de os pais conhecerem e acompanharem os filhos: “É importante sabermos como estão, com quem estão, como estão a correr as coisas na escola, se estão a aprender, se têm dificuldades e em que áreas. Tudo isto se pode saber através deles e através da escola”, diz, acrescentando que, em vez de esperarem que a escola os surpreenda com más notícias, os encarregados de educação devem “antecipar-se e prevenir que essas notícias não cheguem.”
Como? “Através de um contacto permanente com o professor titular da turma ou com o director de turma. Sem, como é óbvio, martirizar o docente. Há que ter bom senso. Um sinal de alarme, por exemplo, é quando os pais ficam muito surpreendidos com as notas dos filhos, normalmente quando não são muito boas, o que significa que não sabem o que se está a passar, não viram nem souberam que testes o filho foi fazendo”, alerta.
Créditos: família e relações
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