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A arte de mandar à fava e de engolir sapos!
Algumas pessoas foram consideradas corajosas porque tinham medo de fugir.
Thomas Fuller
No país onde vivemos actualmente, em que o Presidente da República se queixa da mediocridade das suas reformas e em que o Primeiro-Ministro não só nos aconselha a emigrar como nos chama de piegas, dominar a arte de engolir sapos e de mandar à fava é, sem dúvida, uma habilidade útil. Acho mesmo que deveria ser administrada como cadeira obrigatória em algumas faculdades e integrada nos planos de formação de activos.
Há quem diga que são duas artes distintas. Eu acho que são (ou devem ser) complementares. Na verdade, existem indivíduos que só sabem engolir sapos (alguns bem gordos e viscosos), tal como existem aqueles que só sabem mandar à fava (e para outros sítios que não convém apontar aqui). Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Dominar um pouco de cada é uma virtude.
Na vida, engole-se muitos sapos. Uns por necessidade, outros por sobrevivência. Muitos por interesse. É a realidade do país em que vivemos. Da sociedade que habitamos. Num tempo em que a psicologia e a gestão glorificam a assertividade, lamber botas ainda traz muitos resultados. Olhar para o lado, fingir que não se ouve, fechar os olhos, assobiar e imaginar que nada se passa. Seguir com a nossa vidinha e simular que está tudo bem.
Também existem aqueles indivíduos que são incapazes de engolir um sapo que seja. Não são assertivos, são simplesmente agressivos. Acham-se donos do mundo (ou pelo menos do seu mundo) e vêm os outros como peões num jogo pessoal. São os que acham que têm sempre razão e são incapazes de admitir o erro ou simplesmente aceitar que existem diferentes versões da verdade.
É difícil conviver com qualquer um destes modelos.
Quer-se espinha dorsal mas também alguma maleabilidade. Quer determinação mas também compreensão. Coragem e bom senso. No equilíbrio se encontra a virtude (ou neste caso, a arte).
Engolir uns sapos quando valer a pena. Mas acima de tudo, saber o melhor momento para mandar à fava.
Seja você mesmo, seja livre!
Crónica de Márcia Leal
P.S. Esta crónica estará em destaque aqui no blogue até a próxima crónica para dar oportunidade de todos os visitantes lerem e darem opinião sobre a mesma. O seu comentário é importante, PARTICIPE!
MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
Sem dúvida que manter o equilibrio entre estas artes é mto dificil...mas nos dias que correm, é bom saber manter o equilibrio...amei!
ResponderEliminarTás de parabéns!