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Vasco da Gama - As viagens à Índia
Há 510 anos, a 12 de Fevereiro de 1502, Vasco da Gama iniciava a sua segunda viagem à Índia. Entre 1497 e 1524, Vasco da Gama será o homem da “Índia”. Foi o responsável pela armada que abriu o caminho marítimo para a Índia e foi lá que morreu, como vice-rei, procurando impor a ordem e a soberania portuguesa na região de Cochim.
A 8 de Julho de 1497, a armada de Vasco da Gama partiu de Belém, Lisboa, com destino à Índia. D. Manuel I queria abrir o comércio marítimo com o sub-continente indiano. Da armada faziam parte 4 caravelas, a São Gabriel (uma carraca de transporte com 27 metros de comprimento e 178 toneladas), comandada directamente por Vasco da Gama, a São Rafael por Paulo da Gama, a Bérrio e a São Miguel e contava, ainda, com cerca de 170 homens. A caravela de Bartolomeu Dias, o primeiro a navegar longe da costa no Atlântico Sul, acompanhou a expedição até à Mina, no Golfo da Guiné. A expedição seguiu depois sozinha.
A 4 de Novembro de 1497, a armada chegou ao litoral africano, tendo então atravessado mais de 6 000km de mar aberto, a viagem mais longa até então realizada em alto mar. Quando a 16 de Dezembro, Vasco da Gama ultrapassou o chamado "rio do Infante", a armada portuguesa estava em territórios “nunca dantes navegados”. Era um ponto de viragem para a náutica e para a História de Portugal. Na costa de Moçambique, encontraram os primeiros mercadores indianos, com quem comerciaram, mas tiveram pequenos problemas com o sultão, o que os obrigou a sair rapidamente de Moçambique.
Em Fevereiro de 1498, a armada comandada por Vasco da Gama desembarcou em Melinde, sendo bem recebidos pelo sultão que lhes forneceu um piloto árabe, que lhes ajudou a chegar a Calecut, na Índia. Luís Vaz de Camões cantou, na sua obra Os Lusíadas a presença de Gama junto do “Rei de Melinde”. Só a 20 de Maio de 1498, Vasco da Gama chegou à Índia, estabelecendo a Rota do Cabo e abrindo o caminho marítimo dos Europeus para o Oriente. Iniciava-se a globalização, o comércio internacional ganhava forma. O ano de 1498 marcou uma viragem de capítulo da História Mundial e os portugueses deram um “empurrãozinho”, forte e determinado.
Após um período de contactos e trocas comerciais, Vasco da Gama iniciou a sua viagem de regresso a Portugal. A 29 de Agosto de 1498, a armada portuguesa partia da Índia. Com problemas devido aos ventos, a morte de vários tripulantes e o desaparecimento de duas caravelas, a expedição de Gama chegava a Portugal. A 10 de Julho de 1499, 2 anos depois de terem partido, a caravela Bérrio chegava a Lisboa. Vasco da Gama, depois de passar pela Ilha Terceira nos Açores, onde sepultou o irmão Paulo da Gama, chegou a Lisboa. Estávamos em Setembro de 1499. Apenas 55 dos 170 homens chegaram vivos.
A 12 de Fevereiro de 1502, Vasco da Gama zarpava de Lisboa, comandando uma segunda armada à Índia, desta vez com cerca de 20 navios de guerra. Era preciso fazer cumprir os interesses portugueses no Oriente, pois havia histórias de destruição da feitoria portuguesa construída em território indiano.
Nesta viagem, Vasco da Gama tomou e exigiu um tributo à ilha de Quíloa (África Oriental), que tinha combatido contra os portugueses, tornando-a tributária de Portugal. Com o ouro proveniente de 500 moedas do régulo de Quíloa, D. Manuel I mandou construir para o Mosteiro dos Jerónimos, a Custódia de Belém (peça única da ourivesaria portuguesa, que se encontra actualmente no Museu Nacional de Arte Portuguesa, em Lisboa). Vasco da Gama, após várias batalhas, conseguiu fundar a primeira colónia portuguesa de Cochim, na Índia. As relações entre ambos os povos estavam cimentadas. Regressou a Portugal em Setembro de 1503.
No reinado de D. João III, em 1524, Vasco da Gama foi enviado uma terceira e última vez à Índia, desta vez como vice-rei. O objectivo era controlar as escaramuças e impor a ordem. Vasco da Gama conhecia bem o lugar e o povo e era uma garantia para a Coroa portuguesa. Contudo, Gama morreu, pouco tempo depois, em Cochim, nas vésperas do Natal de 1524,
As viagens de Vasco da Gama à Índia abriram um novo ciclo na História Mundial. Uma “pequena” aventura de apenas 4 caravelas, deu origem a uma nova estrutura da economia-mundo e abriu portas a Portugal.
Hoje em dia precisamos de aventureiros corajosos e com objectivos, que queiram abrir novos caminhos e que saibam como fazê-lo. Portugal precisa do empenho e entrega dos seus governantes na ajuda da resolução e que não tenham medo de enfrentar os “grandes” ou seja quem for. Temos de nos fazer ouvir junto da União Europeia e fazer pressão para que Portugal não seja relegado para um plano secundário, mesmo que os abutres continuem a pairar sobre as nossas cabeças.
É preciso viver o passado para construir o futuro!
Francisco Miguel Nogueira
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MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
Novo texto interessante e boa leitura, sempre perspicaz.
ResponderEliminarContinua a surpreender-nos.
Pois concordo plenamente com o teu comentário final no último parágrafo. Vasco da Gama fez isso sem se preocupar com ordenado que recebia e sim apenas por AMOR e ENTREGA à própria pátria. Isto falta aos nossos presidente da república e do governo central que se queixam do que recebem e só nos poem mal e pra baixo.
ResponderEliminarNecessitamos sim de mais portugueses assim para levantar este país.
GOstei de saber que, mais uma vez, a Terceira está a marcar uma parte da história. Muito bem!
Parabéns Miguel! Continua...
Gosto da tua escrita directa e clara, estás novamente de parabéns.Fazes um excelente serviço publico e de divulgação.
ResponderEliminarSou cada vez mais tua admiradora.
Grande crónica rapaz.
ResponderEliminarTrabalho destes valorizam a história e o nosso passado. O Francisco Miguel Nogueira além de um jovem talentoso, cheio de energia e capacidades, é um historiador com grandes conhecimentos.
ResponderEliminarEstejamos todos de olho neste jovem, que tem ainda um percurso brilhante a trilhar.
Continue assim.
Obrigado meus leitores...é bom saber que este texto fez-vos pensar...Vasco da Gama e a Índia representam um momento de viragem na historia universal...o inicio da globalização...e nós portugueses demos um grande contributo...deixemos de nos lamentar e mostremos que hoje como ontem estamos prontos a lutar...
ResponderEliminarExcelente, sempre a aprender :) obrigado
ResponderEliminarDaqui se conclui que Vasco da Gama passou alguns meses em Angr, acompamhando a evoluçaõ da doença do irmão Paulo. Portanto, é mais uma base suficiente para admitir que a Ilha dos Amores do canto IX dos Lusíadas é a Ilha Terceira. Muito provavelmente Camões passou Angra, também. Esta é uma tese sustentada por João Teixeira Soares e defendida em vários artigos publicados no jornal A UNIÂO, nºs 45 a 51, inclusivé, em Janeiro de 1894.
ResponderEliminarMuito interessante...e bem visto...Parabéns !
ResponderEliminarFalta nova/te qualidade patriotica às elites e às massas... A Democracia e o facilitismo inerente ao regime tornou-nos comodistas, pois temos os direitos sociais como algo inato e adquirido, mas os tempos estão a mudar e são de luta, digo até pela sobrevivência... Precisamos de novas gerações c novas mentalidades, mas c a combatividade e ousadia dos Homens, q como Vasco da Gama tiveram a coragem de enfrentar todas as adversidades p atingirem um objectivo...Pois como tu dizes e bem, temos os "abutres" ou seja, os especuladores e credores sobre as nossas cabeças...
ResponderEliminarPortugal foi o Mundo e hoje somos tão pequenos numa Europa incendiada e destroçada por uma moeda única que nos faz perder a coragem, a confiança...confiança e apoio que os nossos governantes não nos sabem dar. Apesar de tudo, dos erros, da mentalidade clássica e religiosa da época, parece-me que seriamos "melhor governados"...Adorei a tua crónica, mais uma (boa)!Vamos continuar, quem sabe, à espera do novo D. Sebastião...Viva os Descobridores do Novo Mundo e esperança para o futuro... Teresa Soares
ResponderEliminarConcordo, há que lutar por aquilo que é nosso!
ResponderEliminarHá que ser como Vasco da Gama, não ter medo de enfrentar as circunstâncias da vida...
Temos essa gente necessária, mas que não está nogoverno, que por sua vez são um grupo de "maricas" que se não querem indispor contra os grandes interesses mafiosos instalados.
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