sexta-feira, 30 de março de 2012

Alerta da Direcção-geral da Saúde

(imagem retirada da internet)


Poeiras vindas de África obrigam a cuidados nos próximos dias

A Direcção-geral da Saúde (DGS) aconselhou hoje a população a reduzir os esforços ao ar livre e evitar a exposição a «factores de risco», como o fumo do tabaco, devido ao aumento do nível de poeiras na atmosfera.

Nos últimos dias, a corrente de Sueste de ar quente e seco transportou para Portugal Continental partículas em suspensão com origem no Norte de África. «Este evento natural, tido como de intensidade média, está já em diminuição, prevendo-se que termine na próxima sexta-feira, dia 30 de Março», refere a DGS em comunicado publicado no site oficial.

A DGS adianta que estas partículas atmosféricas têm um diâmetro inferior a 10 µm (micrômetro) pelo que são inaladas pelo sistema respiratório, podendo ser responsáveis por efeitos adversos. «São, actualmente, consideradas como um dos principais poluentes do ar exterior», sublinha.

Nesse sentido, a Direcção-geral da Saúde aconselha a população em geral a «reduzir os esforços prolongados, designadamente ao ar livre e a evitar a exposição a factores de risco, tais como, o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes». Estes conselhos devem ser adoptados, principalmente, por doentes com problemas respiratórios crónicos, principalmente com asma, crianças e idosos. «Os doentes crónicos devem procurar cuidados médicos em caso de agravamento de sintomas», salienta a DGS.

O coordenador da área do ar do departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), Francisco Ferreira, disse na segunda-feira à Agência Lusa que o nível de poeira na atmosfera em Portugal ultrapassa, desde sábado passado, o limite aconselhável para a saúde. Este aumento do nível de partículas de poeira no ar aumentou devido a um fenómeno climático que leva o vento a arrastar as tempestades de areia do Norte de África, um fenómeno que é comum em ilhas como a Madeira, Cabo Verde e Canárias, mas mais invulgar em locais mais a norte.

«Em determinadas épocas do ano, há tempestades de areia que levam a que muitas poeiras sejam arrastadas pelo vento desde o Norte de África - estamos a falar principalmente dos desertos do Saara e do Sahel - até vários locais da Europa, mas principalmente à Península Ibérica», explicou Francisco Ferreira. «Em determinadas circunstâncias, estas poeiras podem ser arrastadas para bem mais longe e foi isso que aconteceu», disse, adiantando que «os ventos trouxeram estas partículas do Norte de África e, [no sábado, isso] coincidiu com alguma chuva», tendo-se feito notar pela sujidade e pó que deixou sobretudo nos automóveis. O fenómeno deverá manter-se até ao próximo sábado, segundo Francisco Ferreira.


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