(imagem retirada da internet)
Beber leite ajuda a controlar o peso?
O leite aparece na biosfera com os primeiros mamíferos há aproximadamente 500 milhões de anos. O género Homo evolui há cerca de 2,6 milhões de anos e durante a maior parte do processo a glândula mamária da mulher constituiu a única possibilidade para consumir leite. Quando a Natureza não permitia que um recém-nascido fosse alimentado pela progenitora, a criança podia ser amamentada por outra mãe; de outro modo, eram elevadas as probabilidades do recém-nascido morrer.
O Homem só aprendeu a domesticar animais e a desenvolver práticas agrícolas há cerca de dez mil anos atrás - como mostram várias pinturas no maciço do Tibesti (Chade) e esculturas na região de Monte Bego (França). Entre as primeiras referências históricas (3200 AC) ao consumo de leite proveniente de animais domésticos, incluem-se várias pinturas em baixo-relevo na Mesopotâmia. Na Bíblia, o leite é mencionado pelo menos 50 vezes.
A beleza da coloração branca do leite com a sua reflexão característica de luz, muito se deve a uma classe especial de proteínas que também se associam ao cálcio. Estima-se que esta associação natural de nutrimentos, bem como a presença da lactose (o principal hidrato de carbono do leite; a parte não digerida pode também ser fermentada pela nossa flora intestinal em determinadas condições de habituação), possam contribuir para aumentar a nossa capacidade de utilização metabólica do cálcio. Os leites enriquecidos com vitamina D podem, ainda, acrescentar maior teor deste nutrimento com influência no aproveitamento do cálcio. Indivíduos com intolerância à lactose ou alergia às proteínas do leite de vaca deverão observar as condições de restrição de consumo que lhes são medicamente recomendadas.
Classicamente, a riqueza nutricional do leite, especialmente de proteínas, vitaminas e minerais, e a excelente relação custo/qualidade, torna-o de grande importância na satisfação das nossas necessidades. Para além disso, desde 2000 que surgem evidências de que o cálcio e os produtos lácteos possam ter um “efeito anti-obesidade”, mesmo sem restringir a ingestão energética, como registamos em alguns dos nossos estudos.
Os mecanismos que poderão explicar estes efeitos são bastante complexos, precisando de mais investigação para os esclarecer, mas admite-se que incluam: a acção do cálcio proveniente dos alimentos, na produção de certas hormonas, e no metabolismo das células gordas (adipócitos), contrariando a acumulação de gordura nestas células; componentes proteicos do leite que poderão actuar, de forma independente ou em sinergia com o cálcio, nos mecanismos atrás descritos; e a excreção de pequena quantidade de gordura pelas fezes. Este conjunto de dados de vantagem nutricional mantêm viva a conclusão já registada por Hipócrates de que o "leite é um alimento muito próximo da perfeição".
Escrito por Pedro Moreira, nutricionista
Nutricionista e Professor Catedrático da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto
Créditos:life & style
MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
Sem comentários:
Enviar um comentário