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Pedro Álvares Cabral - o achamento do Brasil
A 9 de Março de 1500, há exactos 502 anos, Pedro Álvares Cabral e a sua frota, partiam de Lisboa com destino à Índia e acabaram por fazer a descoberta do Brasil.
Naquele ano de 1500, Portugal já festejava a abertura do caminho marítimo para a Índia, mas a primeira visita de Vasco da Gama ao território do oriente não tinha sido fácil, era preciso solidificar as relações comerciais entre os dois países. Era necessário preparar outra frota. Além disso, Portugal queria afirmar-se no mundo e mostrar a sua primazia nas descobertas.
É aqui que a História e as lendas se juntam. Muito se tem dito que, desde o tempo do Rei D. João II, mestre em espionagem, já havia informações da existência de territórios para a aquela zona do Atlântico, e isso explica o porquê da mudança do meridiano divisório das 100 para as 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde, quando foi assinado o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que dividia o mundo entre Portugal e Espanha. D. João II queria incorporar para a Coroa portuguesa aquele território e como a disputa com Espanha estava a atingir o seu apogeu, era necessário tratar do “achamento” oficial do Brasil. As rotas marítimas usadas pelos navegadores portugueses no Atlântico mostram que bastava um percurso mais alargado para se chegar ao Brasil, utilizado para garantir a passagem do Cabo da Boa Esperança. É possível que o Brasil tenha sido avistado numa dessas viagens. A verdade é que a necessidade de voltar à Índia levou ao achamento do Brasil.
Pedro Álvares Cabral, fidalgo da Corte, foi escolhido para comandar a armada. A frota era constituída por dez naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos, com o dobro do tamanho das anteriores, um bom carregamento de armas e 1 500 homens, era a maior esquadra enviada até então para o Atlântico Na partida, no Restelo, estavam presentes D. Manuel I e toda a sua Corte, assim como a Nobreza e muita gente do povo.
Antes do início da viagem, D. Diogo Ortiz, Bispo de Ceuta, celebrou uma missa, no interior da capela de Belém. Cabral recebeu a bandeira da Ordem de Cristo e a bênção do Bispo. Em seguida, o Comandante da armada recebeu o barrete que o Papa lhe mandara. Chegara a hora de partir.
A rota iniciada por Pedro Álvares Pereira era a mesma de Vasco da Gama. No entanto, a armada fez uma rota mais alargada, para sudoeste. A 22 de Abril de 1500 avistaram terra e efectuaram o desembarque na zona onde hoje fica Porto Seguro. Estava descoberto, oficialmente, o Brasil
Na famosa Carta do achamento do Brasil, Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada cabralista, relata a D. Manuel I as peripécias da viagem e o encontro entre povos. Segundo Caminha, o choque cultural foi evidente. Os indígenas não conheciam os animais que os navegadores portugueses transportavam. Pedro Álvares Cabral ofereceu comida e vinho aos índios, que prontamente rejeitaram, mas sentiram-se curiosos em relação aos objectos não conhecidos, como por exemplo, as contas de um rosário, tocando e apalpando neles. Os portugueses, por sua vez, ficaram admirados com os metais preciosos que os indígenas tinham consigo. Era sinal que a terra tinha riquezas a descobrir e a desfrutar.
A 26 de Abril, os portugueses celebraram a primeira missa em território brasileiro, convidando os índios a assistir e partiram para o objectivo final da viagem, a Índia. Contudo, achou-se necessário avisar o Rei da descoberta, sobretudo porque a viagem à Índia e o regresso demorariam muito tempo, e era preciso preparar uma viagem para explorar as riquezas daquele novo território, assim a naveta de mantimentos, comandada por Gaspar de Lemos, retornou a Portugal, levando consigo a Carta de Pero Vaz de Caminha. Este morreu, naquele ano, na Índia, sem nunca ter voltado a Portugal, contudo deixou o seu relato, que é um tesouro da escrita náutica mundial.
Actualmente falta o tal espírito cabralista de aventura e de procura de soluções ao povo português. É necessário encontrar novos rumos, novos caminhos para se sair da crise. É o momento de arregaçar as mangas e pôr as mãos na massa. A situação difícil em que Portugal caiu, não é sinal que devemos desistir de encontrar novas saídas, novas formas de ajudar a reconstruir o país, mas que devemos ser mais audaciosos, persistentes e inovadores na criação de outras vias para o futuro.
É preciso viver o passado para construir o futuro!
Francisco Miguel Nogueira
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MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
Meu amigo a tua escrita transporta-nos na história. Mais uma vez um óptimo texto como tem sido teu apanágio.
ResponderEliminarCaro Compatriota Dr. Francisco Miguel Nogueira:
ResponderEliminarGosto do seu estilo!
Primeiro está a cronologia.
Segundo os factos históricos.
Terceiro usar linguagem clara e objectiva ao nível do povo.
Parabens! Deve continuar com este seu método. Assim toda a gente o vai entender melhor e arranjar mais interesse pelo valor da História de Portugal, porque o povo português precisa deste tipo de estímulo.
Continuação e boa sorte!
Manuel Luciano da Silva
Dr. Manuel Luciano da Silva agradeço-lhe imenso os elogios, que vou usar como guia para continuar sempre a dar o meu melhor...é bom ver alguém que escreve maravilhosamente bem como o Dr a ler e a gosta do nosso trabalho.
ResponderEliminarUm bem-haja!
O trabalho é marcado pela qualidade e pelo incentivo à História.
ResponderEliminarContinua
A emigração de hoje em dia é um percurso mto menos doloroso, do q a partida p o desconhecido preconizada pelos portugueses há mais de 500 anos, por isso nem tomo este facto da emigração das últimas décadas como ponto de partida p o meu raciocínio acerca do espírito cabralista e dos milhares de portugueses q participaram e deram o mote aos Descobrimentos... Ñ penso q a associação q se faz entre estes factos seja sequer lógica... Pq eu questiono me antes, se este é o povo q teve coragem de partir p o desconhecido, qdo tudo era misticismo e religião... Onde anda esse povo ancestral, constituido por mto poucos, mas q ousou fazer algo q de tão inovador, só tem comparação c feitos tão grandes, como a exploração do sistema solar e do universo, por parte dos americanos, e atrevo me a dizer q ainda foi mais grandioso, pois o acesso à informação era mto escasso e os nossos recursos humanos mto limitados... Ñ reconheço este povo, nem revejo as qualidades de liderança e ousadia desses tempos... Vejo antes sim, um povo deprimido, oprimido, humilhado, acomodado, resignado, sem voz a nível internacional, sem liderança, na verdadeira acessão do termo, arrisco a dizer, verdadeira/te PERDIDO...sem qqr rumo, q ñ sabe o q quer nem p onde vai, ñ abundam ideias inovadoras nem empreendedorismo... Eu pergunto me antes de mais e acima de tudo, se herdamos alguma dessas qualidades dos nossos antepassados, de q tanto se ouve falar como grandes feitos, mas q há mto ñ se vêem...
ResponderEliminarResumindo, perdeu se a nossa singularidade e passou se a admirar e copiar modelos estrangeiros, q nunca resultarão na nossa especificidade, já ñ se ousa pensar a realidade nacional e aplicar, ñ abundam ideias nem se usa a imaginação p encontrar soluções, apenas acatamos ordens externas e temos mentecaptos tecnocratas q aplicam as receitas pré feitas e teorias liberais das univ ditas do 1º mundo, mas q por cá, definitiva/te ñ resultam a curto prazo... Pensar custa e dá trabalho, é um exercício cada vez mais escasso.......
ResponderEliminarSempre adorei esta história! Lembro-me de tu, sentado no meu sofá da sala a contares-me os pormenores da descoberta do Brasil que não foi tão acidental quanto isso.
ResponderEliminarE sim, mais uma vez concordo que faltam pessoas com o carácter cabralista (não da Sra. Berta dos Açores lol) mas desse grande senhor que marcou a nossa história com um feito inigualável.
O que foi pena foi a independência do Brasil. Acho piada que nós é que descobrimos e domesticámos os índios brasileiros e hoje eles fazem anedotas dos portugueses (em que o português é sempre o palerma) e o acordo ortográfico foi claramente uma adaptação àquela linguagem que eles têem e que designam de português.