sexta-feira, 1 de março de 2013

Ideias em movimento!

(imagem retirada da internet)



David Fonseca recorda 10 anos a solo e antecipa concertos nos coliseus

O músico David Fonseca, na véspera de atuar nos coliseus de Lisboa e Porto, diz à Lusa que já passaram "dez anos muito preenchidos", desde que se estreou a solo, só que "grande parte das coisas ainda está para acontecer". O músico regressa àquelas duas salas - sábado, em Lisboa, e dia 09, no Porto - para apresentar o álbum "Seasons", composto pelos discos "Rising" e "Falling", mas, na verdade, vai aproveitar para olhar para o passado, para os dez anos em que assina música em nome próprio, depois do fim dos Silence 4.
Nestes dez anos, David Fonseca editou cinco álbuns, um DVD ao vivo, participou no projeto Humanos, deu dezenas de concertos, reinventando-se ao vivo, de norte a sul do país, e manteve acesa a criatividade na fotografia e na imagem em movimento. "Fiz tantas coisas, até tenho dificuldade em compreender como é que cabem em dez anos. Eu acho que grande parte das coisas ainda está para acontecer. Não tenho essa sensação de que estou há muito tempo. Agora é que estou a começar qualquer coisa", afirmou.
Os dois concertos nos coliseus terão um alinhamento especial, possivelmente com convidados, com versões - como a do tema "Lithium", dos Nirvana - e refletem uma escolha transversal por todos os discos, desde "Sing me something new", de 2003. Nessa altura, da estreia discográfica, depois do sucesso dos Silence 4, David Fonseca "recusava muito a ideia de ser músico e de continuar a fazer aquilo como profissão".
A mudança só se deu em 2007, quando saiu "Dreams in colour", um dos discos que teve mais impacto e, possivelmente, mais vendas, e que o conduziu a um concerto esgotado no Coliseu de Lisboa, convertido em DVD.
Em dez anos, David Fonseca nota mudanças, sobretudo na forma como as pessoas vivem e escutam música. "O que é o sucesso hoje é muito difícil de medir. Podes ter muito sucesso e não vender quase discos nenhuns. Podes não ter muito sucesso radiofónico, e vender muitos discos", argumentou. O músico tem hoje muito mais contacto com o público, nos concertos e nas redes sociais, mas possivelmente vende menos discos. "É estranho que a minha página de Facebook tenha 220 mil pessoas associadas. Soa mesmo estranho ter muitas pessoas interessadas. Eu acho estranho. É um número gigantesco. A última vez que uma banda em Portugal vendeu 200 mil discos, foi com os Silence 4 em 1998. Nunca mais aconteceu. Eu tenho 200 mil pessoas no Facebook, mas não tenho 200 mil pessoas a comprar os meus discos", sublinhou.
Depois dos coliseus de Lisboa e Porto, David Fonseca prossegue a digressão com o álbum "Seasons", que incluirá concertos em Madrid e Barcelona, em abril. "Seasons", disco de ouro em Portugal, que conta com a participação da cantora brasileira Mallu Magalhães, tem garantia de edição, ainda sem data, no Brasil.
Créditos: Lusa / SOL/Cultura


"Tabu" recebe prémio de melhor filme na Colômbia

A mais recente produção do português Miguel Gomes voltou a ser distinguida a nível internacional. A longa-metragem "Tabu" venceu o prémio de melhor filme na 53ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cartagena, na Colômbia. Depois das distinções nos prémios Sociedade Internacional Cinéfilae no Festival de Cinema de Berlim, a obra de Miguel Gomes recebeu o galardão de melhor filme, esta quarta-feira, num dos mais antigos festivais internacionais de cinema da América Latina.
O realizador de 40 anos soma estes prémios às várias distinções que tem recebido desde 2012, tendo visto o seu filme em destaque em festivais de todo o mundo e em revistas conceituadas da área, como é o caso da francesa "Cahiers du Cinema", a inglesa "Sight & Sound" e a norte-americana "New Yorker".
"Tabu" retrata uma história sobre memória e passado, focada na personagem Aurora, uma mulher que viveu amor e traição em África e que recorda os seus tempos durante uma velhice solitária e amargurada. O filme de Miguel Gomes homenageia o cinema mudo e a preto e branco, com um elenco que conta com os atores Carlotto Cota, Ana Moreira, Laura Soveral e Teresa Madruga. O realizador português é também autor das longas-metragens "Querido Mês de Agosto" e "A cara que mereces" e de curtas-metragens como "Kalkitos", "Inventário de Natal" e "Entretanto".
Clique AQUI para visualizar fotografias e vídeos de "Tabu".
[Notícia sugerida por Ana Oliveira]
Créditos: Boas Notícias


Novo romance de Mia Couto desvenda figura de Ngungunhana

O escritor moçambicano Mia Couto revela que está escrever um romance que abordará "as construções mitológicas sobre o império de Gaza", que se localizou no sul de Moçambique, em que pretende questionar o personagem de Ngungunhana. "Há pinturas que são feitas (à volta da figura do imperador Ngungunhana) e a pergunta é essa: quem era esse verdadeiro personagem do Ngungunhana?", diz Mia Couto, em entrevista exclusiva à Lusa, sobre a nova produção literária.
O escritor mais traduzido de Moçambique está, desde o ano passado, a escrever o livro, que, garante, "muito certamente não será acabado este ano", pelo que pretende trabalhar o romance ainda sem título mais um ano. "A grande preocupação que eu tenho é mostrar que essa História, a grande História com H maiúsculo, a história oficial de um país é sempre construída - não só no nosso caso, em todos os casos do mundo - a partir de pequenas mentiras, pequenas ilusões. A necessidade de fabricarmos grandes heróis, personagens que estão acima de um humano tem que ser de alguma maneira desconstruída", diz.
Contudo, assinala Mia Couto, a ideia não é atacar os mitos, porque, diz, entende "que um país precisa de heróis, mitos fundadores, mas, por outro lado, é preciso que a gente saiba que eles são fabricações".
As proezas de Ngungunhana já tinham sido narradas em livro, em 1987, pelo escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa num romance intitulado Ualalapi, que, em seis episódios, narra os excessos daquele chefe após assumir o trono do império de Gaza, substituindo o seu irmão. 
"O Ualalapi foi um grande livro inspirador para este mesmo livro. Esta desconstrução da imagem que foi construída ideologicamente do Ngungunhana, quer dizer, é muito curioso, porque a personagem Ngungunhana é reconstruída do ponto da elaboração mítica, tanto pelos portugueses, como por nós, moçambicanos", afirma Mia Couto. O romance de Ungulani Ba Ka Khosa integra a lista dos 100 maiores romances do século passado.
No próximo romance, Mia Couto vai falar sobre as construções mitológicas sobre o império de Gaza, a partir do seu tempo, olhando para trás. "Obviamente, eu quero questionar o tempo presente a partir dessas lições que nos deviam chegar do passado", afirma.
Créditos: Lusa/SOL/Cultura


30 Produtores de cinema português criaram nova associação

Cerca de trinta produtores portugueses juntaram-se para formar a Associação de Produtores de Cinema e Audiovisual (APCA), que pretende dar mais visibilidade ao setor, disse à agência Lusa um dos membros da direcção, Fernando Vendrell.
A associação, formalizada na sexta-feira em Lisboa, junta cerca de trinta produtores de cinema, como António da Cunha Telles, Paulo Branco, Rui Simões, Rodrigo Areias, Pedro Borges, Luís Galvão Telles, Luís Urbano, Alexandre Oliveira, Paulo Prazeres, José Carlos Oliveira, Susana de Sousa Dias e Pandora da Cunha Telles. "É um momento importante, um ato de grande maturidade. É uma iniciativa ampla de um grupo de produtores de cinema, e que fazem ficção de qualidade para televisão, que querem dar a conhecer uma actividade que é economicamente relevante", explicou Fernando Vendrell.
De acordo com o produtor, a produção cinematográfica portuguesa "tem capacidade de empregabilidade e representa um volume de negócios grande", ainda que tenha sofrido nos últimos anos com a conjuntura económica e, em 2012, com a ausência de concursos públicos de apoio financeiro.
Actualmente existem em Portugal várias associações do sector - de realizadores, produtores, argumentistas e dramaturgos, cinema de animação -, mas Fernando Vendrell considera que a união de vários produtores naquele organismo é importante numa altura "em que o sector está muito fragilizado".
A nova lei do cinema entrou em vigor há poucos meses, mas a regulamentação não foi publicada na totalidade; os concursos do Instituto do Cinema e Audiovisual - que estiveram suspensos em 2012 - reabriram este ano, mas a divulgação dos resultados e assinatura de contratos de financiamento só deverão acontecer no Outono. Além de querer dar a conhecer, com regularidade, a produção cinematográfica, a APCA não quer esquecer a internacionalização do cinema português, nomeadamente marcando presença nos mercados que decorrem nos principais festivais internacionais, como o de Cannes, em Maio, disse Fernando Vendrell.
Da direcção da APCA fazem parte Pandora da Cunha Telles, Rodrigo Areias e Fernando Vendrell.
Créditos: Lusa/SOL/Cultura


Nuno Júdice lançou romance em Fevereiro

O novo livro de Nuno Júdice, o romance "A Implosão", foi editado no dia 19 de fevereiro, anunciaram as Publicações D, Quixote, que chancelam a obra. Segundo comunicado desta editora do Grupo LeYa, a obra conta o encontro de dois antigos companheiros da oposição a uma ditadura num uma "país imaginário" da Europa. "Um deles convida o outro para o acompanhar a uma igreja, onde se encontra um caixão cujo conteúdo não revela. A história acaba com a descoberta do segredo que o caixão esconde e com os dois amigos a partirem na madrugada do dia em que a igreja vai ser implodida", adianta a editora.
A mesma editora colocou no mercado, no dia 12, o texto épico finlandês, "Kalevala", de Elias Lonnrotm, o médico e folclorista que, em 1835, editou pela primeira vez a recolha de cantigas da tradição oral que fez na região da Carélia. A edição portuguesa segue a versão de 1849, "considerada definitiva e que ainda hoje, por todo o mundo, serve de base ao estudo da literatura e da cultura finlandesas", afirma a editora.
O romance "O Golpe de misericórdia", de Marguerite Yourcenar, com uma introdução de Agustina Bessa-Luís, escrita para a edição original portuguesa de 1978, da antiga Arcádia, é colocado à venda no dia 19 de Fevereiro. A mesma tradução de "O Golpe de misericórdia" foi publicada pela D. Quixote, em 1986, na Colecção de Bolso.
No dia 26, esta chancela do grupo LeYa publica "Nadar Para Casa", de Deborah Levy, obra que, no ano passado, foi finalista do Man Booker Prize.
Créditos: Lusa/SOL/Cultura


Livros de Saramago em chinês saem ainda este ano

As traduções chinesas dos romances "Ensaio sobre a Cegueira" e "Ensaio sobre a Lucidez", de José Saramago, anunciadas no Verão passado, sairão no primeiro semestre de 2013, disse hoje à agência Lusa fonte da editora. Na versão chinesa, ambos os títulos têm os caracteres "ming zheng" ("visão", em português), mas no primeiro, sobre a cegueira, trata-se de uma perda e o segundo, dedicado à lucidez, corresponde a uma recuperação, contou o tradutor, Fan Weixin. "Só varia o verbo. Num caso é perder (‘shi'), noutro é recuperar (‘fu')", precisou.
Fan Weixin, que já traduziu também "Memorial do Convento", gostaria que os dois livros fossem lançados ao mesmo tempo, mas a editora, a Thinkingdom Media Group, tem outros planos. "Ensaio sobre a Cegueira" sairá depois da passagem do ano lunar, em meados de Fevereiro, e "Ensaio sobre a Lucidez" em Abril, indicou a mesma fonte. Em Portugal, os dois livros foram publicados com quase uma década de intervalo, em 1995 e 2004, respectivamente.
A Thinkingdom Media Group, uma editora privada cujo catálogo inclui obras de Gabriel Garcia Marquez, Murakami Haruki, Toni Morrison e Paulo Coelho, tenciona também reeditar "Memorial do Convento", o primeiro livro de Saramago traduzido e publicado no país, em 1997. "Comparando com ‘Memorial do Convento', que tinha muitos termos religiosos, os outros dois foram mais fáceis", disse o tradutor. "Quando traduzi o ‘Ensaio sobre a Lucidez' já estava reformado. Para mim foi um passatempo", acrescentou.
Fan Weixin, 72 anos, já traduziu também mais de uma dezena de obras de outros autores portugueses e brasileiros, entre os quais Jorge Amado, Erico Veríssimo, Eça de Queiroz e Miguel Torga. Antigo jornalista da secção portuguesa da Rádio Internacional da China, Fan Weixin fez parte da primeira turma de português criada na Republica Popular da China, em 1960.
José Saramago (1922-2010) é o único escritor de língua portuguesa galardoado com o Premio Nobel da Literatura, em 1998.
Créditos: Lusa/SOL/Cultura


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