terça-feira, 12 de março de 2013

Os 5 sentidos...

(imagem retirada da internet)



Mitos alimentares?

O que se diz por aí sobre aquilo que comemos nem sempre corresponde à verdade científica. Descubra quais são as ideias feitas que têm fundamento e aquelas que são para esquecer!


Os alimentos doces deixam-nos mais bem-dispostos. — VERDADEIRO

É conhecida a capacidade do cérebro de produzir neurotransmissores, substâncias químicas libertadas pelas terminações nervosas que enviam impulsos nervosos através do corpo, atuando assim como uma espécie de mensageiros. A produção e a libertação destes neurotransmissores, pode ser alterada pelo consumo de certos alimentos, o que significa que aquilo que comemos pode influenciar a forma como nos sentimos e comportamos.
Pesquisas recentes sugerem que as refeições ricas em hidratos de carbono influenciam a síntese de serotonina, um neurotransmissor que regula o sono, a atenção, a impulsividade e o humor e pode ser útil para resolver estados depressivos. Estudos demonstram que uma refeição rica em hidratos de carbono pode influenciar o metabolismo central de serotonina, o que poderia influenciar um humor positivo. Outro efeito do aumento da serotonina no cérebro é o declínio dos efeitos negativos do stresse no humor. Pessoas sujeitas a muito stresse correm mais risco de falta de serotonina e comem, mesmo sem intenção, refeições mais ricas em hidratos de carbono, para o compensar. Estas pesquisas só vêm confirmar o que as pessoas, amantes da gastronomia, já experimentaram: as pessoas sentem-se mais sonolentas após uma refeição rica em gorduras e pobre em hidratos de carbono; pelo contrário, o estado de humor melhora (sentimo-nos mais enérgicos) após uma refeição rica em hidratos de carbono e pobre em gorduras.


A falta de açúcar afeta as nossas capacidades de memória e concentração — VERDADEIRO

O cérebro tem necessidade de receber continuamente combustível pois não pode em caso algum interromper as suas funções. O combustível do cérebro é a glicose*, por isso, quando se dá uma diminuição dos níveis de açúcar do organismo, as nossas capacidades (cerebrais e não só) são obviamente afectadas. O nosso corpo tem mecanismos que asseguram que o fornecimento de glicose ao cérebro não seja interrompido, no entanto, quando os níveis de açúcar são muito baixos surgem uma série de sintomas físicos e psicológicos, como tremores, suores, confusão mental e problemas de percepção, associados a uma diminuição geral das nossas funções cognitivas. O açúcar refinado com que enchemos os açucareiros e adoçamos bolos, bebidas e sobremesas é uma substância que se encontra na natureza, na cana ou beterraba açucareiras. Este açúcar - a sacarose - contém uma molécula de glicose e outra de frutose (o açúcar da fruta) e é usado pelo corpo, da mesma forma que todos os açúcares provenientes de hidratos de carbono são usados: transformam-se em glicose, a nossa principal fonte de energia. Tomar um bom pequeno-almoço é um passo importante para manter os níveis de açúcar no sangue estáveis, durante a manhã. Está provado que quem toma o pequeno-almoço tem melhores capacidades de atenção, memória e aprendizagem. A FAO e a OMS recomendam que o pequeno-almoço deve conter cerca de 30% da energia diária e 65 a 75 g de hidratos de carbono, sob a forma de pão e cereais.


É aconselhável retirarmos todas as gorduras da alimentação – FALSO

Cada nutrimento tem funções específicas: os hidratos de carbono fornecem energia facilmente disponível para as células, as vitaminas protegem o corpo de muitas doenças, as proteínas têm uma função essencialmente construtora. As gorduras (ou lípidos, como também podem ser designadas) são, à semelhança de todos os outros nutrimentos, uma parte essencial da dieta e não podem ser postas de parte. Retirar todas as gorduras da alimentação representa corrermos o risco de privar o organismo de nutrimentos importantes. É que as gorduras, para além de representarem uma forma concentrada de energia, são componentes essenciais das membranas celulares e têm um papel fundamental na absorção e utilização das vitaminas A, D, E e K, presentes nas gorduras provenientes de peixes gordos, óleos vegetais e lacticínios. Assim, retirar, por exemplo, a gordura do leite, significa também retirar grande parte das suas vitaminas. Para além das funções já mencionadas, não podemos esquecer o contributo das gorduras para tornar a nossa alimentação mais saborosa. As gorduras dão aos alimentos uma textura cremosa, intensificam o seu sabor e, consumidas dentro dos valores recomendados, não representam qualquer perigo para a saúde.
Os nutricionistas recomendam que 15 a 35% das calorias ingeridas por dia sejam provenientes das gorduras, valor este, que depende da atividade física diária de cada um, do padrão corporal além de outros factores.
Há ainda a considerar o facto de existirem dois tipos de gorduras – saturadas e insaturadas – devendo ter-se especial cuidado no consumo das primeiras, uma vez que o seu excesso está ligado ao aparecimento de muitas doenças como a aterosclerose, o cancro e doenças cardíacas.


O leite acalma - VERDADEIRO

Quando estamos mais nervosos, sujeitos a mais stresse ou a atravessar uma crise de ansiedade, podemos recorrer à alimentação para atenuar alguns sintomas.
Os nutricionistas recomendam alimentos ricos em vitaminas do complexo B (como nozes, vegetais de folha verde-escura, queijo, etc.), e alimentos ricos em vitamina C (como, por exemplo, citrinos). A ansiedade está associada a uma carência de magnésio e vitamina B6. Para além disso, quando se encontra em stresse o organismo gasta mais rapidamente a vitamina C. É por isso que as pessoas mais ansiosas devem consumir alimentos ricos em vitaminas destes dois grupos. Em relação ao leite, este também pode ajudar a combater a ansiedade. O leite contém um aminoácido (chamado triptofano) que estimula a produção de serotonina, um composto que acalma e "dá sono".


Quando uma pessoa está com febre deve comer menos – FALSO

A febre significa que o corpo está com algum problema e tenta combater uma infeção. A temperatura ultrapassa os valores considerados normais para a pessoa e o organismo responde, transpirando, o que origina uma perda de líquidos. Para além disso, o facto de se estar febril leva o corpo a perder energia mais rapidamente: por cada 1º C de aumento da temperatura, o ritmo do metabolismo sobe cerca de 71%, o que aumenta a necessidade de calorias.
Apesar disso, não deixa de ser verdade que, quando uma pessoa tem febre, fica geralmente com falta de apetite e a ingestão de alimentos é uma tarefa difícil.
No caso de a pessoa ter outros sintomas, como diarreias e vómitos, é preferível que coma menos para que os intestinos e todo o organismo recuperem. Caso contrário, é aconselhável a ingestão de refeições ligeiras mas nutritivas, como sopas ou papa e bananas, acompanhadas da ingestão de muitos líquidos.


Uma alimentação irregular causa alterações de humor – VERDADEIRO

O facto de passarmos longos períodos sem comer pode levar o cérebro a compensar a redução dos níveis de glucose no sangue. Esta compensação é feita através da utilização de substâncias resultantes da combustão de gorduras, que se transformam em combustível para o cérebro (ou seja, o corpo vai buscar gorduras acumuladas e transforma-as em energia). Este processo pode, em certos casos, provocar uma sensação de "exaltação" – daí o jejum ser tantas vezes associado à meditação, já que o facto de não comermos causa um certo "despertar".
Por outro lado, existem muitas pessoas que ao acordar se sentem irritadas e mal dispostas. Comer uma refeição rica em hidratos de carbono, logo pela manhã, pode ajudar estas pessoas.


Alguns alimentos causam acne - FALSO

O acne é um problema causado por um distúrbio das glândulas sebáceas que atinge grande parte dos adolescentes e algumas pessoas durante quase toda a vida. Muitas pessoas afirmam que o consumo de determinados alimentos, como é o caso do chocolate, das batatas fritas, dos amendoins e refrigerantes, está relacionado com o aparecimento do acne. Esta teoria não está de maneira nenhuma provada, ou seja, não é correto afirmar que um alimento específico causa acne. Mais do que isso, não há qualquer prova que determinadas restrições alimentares possam prevenir ou curar o acne. Pensa-se que a origem do acne possa estar ligada a uma certa tendência genética, à actividade hormonal, a determinados tipos de pele, à exposição a ambientes poluídos, podendo agravar-se com o calor e com o stress.


"Uma banana equivale a um bife!" – FALSO

Normalmente, os alimentos são "arrumados" em diferentes grupos, cada um deles possuindo qualidades nutritivas próprias – uma característica principal (por exemplo, o grupo das frutas e legumes compreende os alimentos ricos em água, vitaminas, fibras e sais minerais).
As comparações e equivalências só fazem sentido entre alimentos do mesmo grupo, com base nas suas características principais. Basta um pouco de bom senso, para concluir que estes dois alimentos não são de maneira nenhuma comparáveis, uma vez que nem sequer pertencem ao mesmo grupo de alimentos: a banana é um fruto (com as características do grupo a que pertence), com a particularidade de fornecer algumas calorias e ser uma excelente fonte de potássio e magnésio. Um bife é um bife... rico em proteínas, algumas gorduras (dependendo de que animal se trata e que parte do mesmo), ferro e algumas vitaminas do complexo B.


As gorduras são todas iguais – FALSO

Existem duas "famílias" de gorduras que se distinguem pelo tipo de ácidos gordos que as constituem – as gorduras ricas em ácidos gordos saturados e as gorduras ricas em ácidos gordos insaturados. As gorduras saturadas são, na sua maioria, de origem animal e mantêm-se sólidas à temperatura ambiente. Como exemplos, temos, a gordura da carne, a banha, a manteiga, as natas. Existem também alguns alimentos de origem vegetal, ricos em gorduras saturadas – a manteiga de cacau e os óleos de coco e palma. Um consumo excessivo deste tipo de gorduras pode ser prejudicial, nomeadamente porque pode aumentar os níveis de colesterol no sangue. A "família" das gorduras insaturadas encontra-se geralmente no estado líquido e divide-se, por sua vez, em dois grupos: as gorduras monoinsaturadas – presentes, por exemplo, no azeite, óleo de colza, nozes e abacates, - e as polinsaturadas – presentes em quase todos os óleos vegetais, óleos de peixe e peixes gordos.
Ao contrário dos ácidos gordos saturados e monoinsaturados que o nosso organismo é capaz de produzir, existem certos ácidos gordos polinsaturados (os chamados ácidos gordos essenciais) que só podem ser obtidos através da alimentação: os ómega 6 – presentes no azeite e óleo de girassol – e os ómega 3 – presentes nos peixes gordos (cavala, sardinha, salmão), no óleo de soja e nas nozes –, ambos essenciais à vida humana.


Laranja: De manhã ouro, à tarde prata e à noite mata! FALSO? VERDADEIRO?

Esta frase, um pouco enigmática e assustadora relaciona-se muito provavelmente com a quantidade de vitamina C das laranjas.
Como é sabido, a vitamina C é considerada, entre outras, uma vitamina "anti cansaço" que exerce uma ação excitante e estimulante. A vitamina C, sobretudo se for ingerida através dos alimentos é, em princípio, bem suportada pelo organismo. No entanto, há quem afirme que existem casos de pessoas muito sensíveis que toleram mal esta ação "anti cansaço" das laranjas. Daí a expressão "de manhã ouro", uma vez que a vitamina C é uma boa maneira de começar o dia e assegurar uma parte das necessidades diárias; "à tarde prata" porque um suplemento de vitamina C à hora do almoço poderá já causar agitação a algumas pessoas particularmente sensíveis; e "à noite mata" porque se comerem laranjas à noite, estas pessoas poderão correr o risco de não pregar olho. Apesar de esta ser uma ideia muito difundida, não existem no entanto estudos científicos que demonstrem que a vitamina C impede o sono: existe um mito, mas não a confirmação científica. E não há dúvidas de que esta frase é, pelo menos, muito exagerada...


Quando o óleo deita fumo é porque está "velho" – VERDADEIRO

O óleo começa a fumegar nas frigideiras quando atinge uma temperatura muito alta. E é precisamente este sobreaquecimento que desencadeia todo o seu processo de degradação: as altas temperaturas modificam os elementos que constituem o óleo, o que faz com que grande parte das suas propriedades se percam. Por isso, quando um óleo deita fumo é porque está de facto "velho" e deve ser rejeitado.
Antes de utilizar um óleo para fritura, convém ler bem o rótulo da garrafa e seguir os conselhos de utilização. Convém também saber que os óleos mais ricos em ácidos gordos saturados são os que melhor resistem às altas temperaturas (ex.: azeite, óleo de girassol e amendoim).

Algumas regras:
  • Não acrescentar óleo novo a um óleo já usado.
  • No caso dos óleos de girassol e milho a temperatura de fritura não deve ultrapassar os 170° a 180° (verificar no termostato da fritadeira).
  • Não usar os óleos de soja e de noz para fritar (apenas para temperar).

O chocolate é rico em magnésio – VERDADEIRO

Por vezes somos assaltados por uma grande vontade de comer chocolate. Muitas vezes trata-se apenas de gulodice pura...; outras poderá tratar-se de uma resposta a uma necessidade do nosso corpo, nomeadamente de ferro ou magnésio. O magnésio é um elemento essencial ao bom funcionamento do sistema nervoso central. É por isso que quando nos falta este elemento ficamos irritados, nervosos e de mau humor...
A reputação do chocolate como alimento rico em magnésio tem assim razão de ser, mas é bastante mais válida para o chocolate negro e para o cacau do que para os outros tipos de chocolate: uma tablete de 100g de chocolate negro fornece-nos 112 mg de magnésio, enquanto que a mesma tablete de chocolate de leite nos fornece cerca de um terço da quantidade de magnésio. De qualquer forma, e comparativamente a outros alimentos com igual reputação de "ricos em magnésio" (por exemplo, frutos secos e oleaginosos, pão completo, legumes secos) este continua a ser um bom valor.


"Os espinafres são a melhor fonte de ferro" – FALSO

Os espinafres ganharam esta reputação provavelmente por serem um alimento rico em sais minerais - ferro e magnésio, sobretudo. No entanto, apenas 10% do ferro que ingerimos proveniente de fontes vegetais é absorvido pelo nosso organismo. Os restantes 90% não são assimilados pelo corpo, (apesar disto o ferro de origem vegetal também é importante do ponto de vista alimentar).
O ferro presente na carne - o chamado ferro do heme – é absorvido com mais eficácia pelo nosso corpo: cerca de 25 % do ferro é absorvido.
Há, contudo, uma forma de aumentar a absorção do ferro proveniente das fontes vegetais: acompanhá-las de alimentos ou bebidas ricas em vitamina C (por exemplo, pimentos, kiwis ou laranja).


Beber durante as refeições engorda – FALSO

Diz-se muitas vezes que ingerir bebidas à refeição engorda. A justificação apresentada é que os líquidos ajudam a esvaziar o estômago mais rapidamente, e levam-nos a comer mais. No entanto, não existe qualquer ligação entre estes dois factos. O que acontece é que as bebidas que tomamos às refeições diluem os sucos gástricos e tornam a digestão mais longa. Apenas por essa razão (e não porque engorda beber às refeições) é preferível beber pouco quando se come e deixar as bebidas para os intervalos entre as refeições.


O açúcar refinado é artificial – FALSO

A sacarose no açúcar refinado é exatamente a mesma que a sacarose na cana-de-açúcar. Ao contrário do que muitas vezes é referido, o açúcar refinado não contém quaisquer aditivos ou conservantes e não é sintetizado, ou seja, não passou por nenhum processo químico. Este açúcar foi simplesmente esmagado, lavado, purificado e finalmente cristalizado, tratando-se assim de um produto natural. Por outro lado, é comum ouvir-se dizer que existem diferenças entre o açúcar branco, o escuro e o amarelo. Do ponto de vista nutricional, não existe uma diferença significativa entre os diversos tipos de açúcar. O que os distingue é o uso que se deveria fazer de cada um deles, pois têm sabor e cor diferentes uns dos outros.


As bactérias do iogurte são benéficas – VERDADEIRO

O iogurte é geralmente obtido pela fermentação do leite, através da ação de duas bactérias – Streptococcus thermophilius e Lactobacillius bulgaricus – que transformam a lactose (o açúcar do leite) em ácido láctico. Uma vez que são adicionadas após o processo de pasteurização do leite, estas bactérias permanecem "vivas", tornando os iogurtes verdadeiros "alimentos vivos". Um dos aspectos positivos que decorre é o facto de as duas bactérias do iogurte conseguirem manter no intestino um meio ácido que impede o desenvolvimento de outros microrganismos e leveduras prejudiciais que podem causar infecções. Para além desta vantagem, as bactérias do iogurte ajudam o nosso corpo a reagir quando a flora dos intestinos se encontra fraca ou na presença de microrganismos prejudiciais.


Betacaroteno: pode prevenir os golpes de sol - VERDADEIRO

"A vitamina A encontra-se exclusivamente nos organismos animais; no entanto, as plantas contêm substâncias capazes de serem transformadas em vitamina A, quando absorvidas por animais. Chamam-se por esta razão provitaminas e o betacaroteno é um exemplo. O betacaroteno confere aos vegetais cor, entre o amarelo e o vermelho, como acontece nas cenouras, mangas ou alperces. Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos e divulgado no American Journal of Clinical Nutrition, uma alimentação rica em betacaroteno e vitamina e pode ser muito eficaz contra as queimaduras solares. Neste estudo, 22 pessoas foram expostas à ação dos raios ultravioletas: numa primeira fase a exposição foi feita em condições normais; numa segunda fase, a exposição foi feita após um suplemento de betacaroteno. Observou-se que o impacte dos raios ultravioleta foi 30% menor após este tratamento vitamínico, com duração de 8 semanas, e que se tornou ainda mais evidente quando o tratamento se prolongou até às 12 semanas. Este facto parece indicar que os efeitos protetores observados estão relacionados com um consumo regular de vitaminas e não com um tratamento pontual.


O bicarbonato torna os legumes mais frescos – FALSO

Acontece muitas vezes, ao cozinharmos legumes e hortaliças, perder-se a cor verde que os caracteriza. Há muitas pessoas que optam por adicionar um pouco de bicarbonato à água da cozedura para evitar que isto aconteça, criando assim a falsa ilusão de que os legumes se mantêm mais "frescos".
No entanto, a "frescura" dos alimentos não sai beneficiada deste truque, antes pelo contrário: o bicarbonato não só provoca alterações bioquímicas prejudiciais, como carrega os legumes de sódio e chega até a destruir algumas vitaminas. Ou seja, apesar de manter a cor destrói alguma da sua frescura.


Consumimos demasiados hidratos de carbono - FALSO

Os alimentos ricos em hidratos de carbono como o pão, as massas, o arroz ou as batatas, foram até há poucos anos considerados alimentos "engordantes". Atualmente, esta ideia tem vindo a desmistificar-se, sabendo-se que os hidratos de carbono são um elemento essencial para uma alimentação equilibrada. Os estudos demonstram que o consumo atual de hidratos de carbono na Europa representa, em média, cerca de 45% do total de calorias ingeridas. A opinião da FAO/OMS é que este valor deveria aumentar para cerca de 55%. Este aumento deveria ser acompanhado na mesma proporção pela diminuição do consumo de gorduras.


Os desportistas devem seguir um regime especial - FALSO

É comum ouvir-se dizer que as pessoas que praticam desporto devem ter uma alimentação diferente e seguir uma dieta especial, no entanto, devem é praticar uma alimentação saudável e equilibrada. Esta alimentação deve, é claro, ser adaptada à intensidade e duração do esforço físico (comer mais quantidade em caso de esforços maiores) e obviamente às suas preferências alimentares. Hoje em dia, os nutricionistas recomendam que as calorias ingeridas diariamente sejam repartidas pelas seguintes percentagens de nutrientes: 50 a 55% de hidratos de carbono, 30 a 35% de lípidos, 12 a 15% de proteínas. A prática amadora mais intensiva (artes marciais, jogging, etc.) praticada com regularidade (3 ou mais vezes por semana) faz aumentar em cerca de 15% as calorias diárias. Este aumento satisfaz-se automaticamente com mais comida, dentro das proporções para uma alimentação saudável. No entanto há que ter em atenção dois aspectos: antes da prática deve ingerir-se uma refeição de fácil digestão, rica em amido (pão, bolachas, etc.) e que proporcione boa hidratação. A seguir à prática deve tomar-se uma refeição rica em hidratos de carbono, de forma a repor a reserva muscular de glicogénio, e que hidrate o corpo para compensar a perda de água.


As natas têm mais gordura que a manteiga – FALSO

As natas contêm menos gordura do que a manteiga, uma vez que contêm também água. Basta bater bastante uma certa quantidade de natas para se chegar à conclusão que uma parte se transforma em manteiga e a restante é água: ou seja, a manteiga é obtida a partir da gordura das natas. No que respeita ao valor nutricional, manteiga e natas são bastante semelhantes: ambas contêm bastantes gorduras saturadas, pelo que devem ser consumidas com moderação, e são também ricas em vitamina A.


O chá contém antioxidantes – VERDADEIRO

Nos últimos anos, o chá parece ter entrado na moda... E por que razão? Porque o chá contém muitos flavonóides – um grupo de substâncias presentes nos chás preto e verde que tem propriedades antioxidantes muito fortes. Os antioxidantes são substâncias que reagem contra os radicais livres – moléculas instáveis que podem causar danos às células – neutralizando-os e diminuindo os prejuízos que estes podem causar. Algumas investigações, do início dos anos 90, demonstraram que os antioxidantes podem contribuir para a prevenção do cancro e das doenças cardiovasculares.


Uma bebida quente refresca mais que uma bebida gelada – VERDADEIRO

Quando está muito calor, as bebidas quentes podem de facto ajudar o nosso corpo a adaptar-se às altas temperaturas e a fazer-nos sentir mais frescos. Depois de uma bebida quente começamos primeiro por sentir uma onda de calor a invadir-nos, depois o corpo transpira (para responder a esse aquecimento) e finalmente refrescamos. Isto acontece porque o calor da bebida, ao aumentar ligeiramente a temperatura do corpo, provoca uma dilatação dos vasos, ajudando o calor a perder-se através da pele: a transpiração aumenta, o corpo refresca e sentimo-nos bem.


Os alimentos congelados alimentam menos que os frescos – FALSO

As técnicas actuais de congelação permitiram diminuir o risco de danificação das células dos alimentos, por isso, desde que tenham sido submetidos a um processo correcto de congelação e descongelação, os alimentos não perdem nenhuma das suas características e propriedades.
O processo de congelação restitui-nos aquilo que lhe foi entregue ou seja, se um alimento foi congelado fresco, as suas qualidades de origem são preservadas, caso contrário também é certo que o frio não melhora a sua qualidade. Quando o peixe é congelado ainda no alto mar, ou os legumes logo após a colheita, não há dúvida que as suas características nutricionais só têm a ganhar. As vitaminas, por exemplo, conservam-se melhor após um processo de congelação do que no caso de o produto ter seguido um circuito de transporte e armazenamento desfavoráveis. A congelação em casa não garante a mesma segurança que a congelação industrial. Alguns conselhos:
  • Congelar apenas alimentos frescos, sãos, no ponto certo (nem verdes, nem demasiados maduros, no caso de frutas e legumes).
  • Embalar os alimentos em invólucros de qualidade, próprios para o efeito, que se fechem depois de se retirar o ar.
  • Regular o congelador no máximo (-24° C a -32°C) algumas horas antes de congelar o que quer que seja. Passadas 24 horas a temperatura pode voltar de novo ao normal (-18ºC).

"O leite gordo contém a mesma quantidade de cálcio que o leite magro" – VERDADEIRO

O cálcio não se encontra na parte gorda do leite. por isso a quantidade de cálcio não varia, seja o leite gordo, meio gordo, ou magro. Mas a absorção e utilização do cálcio em leites e produtos magros pode sair prejudicada pela menor presença ele, vitaminas liposolúveis.
O que distingue os leites com diferentes teores de gordura, para além ela percentagem de gordura, é a quantidade ele calorias e o teor de vitaminas lipossolúveis (como as vitaminas A, D, E e K). A maioria dos nutrientes mantém-se inalterada, à excepção das vitaminas lipossolúveis, que no caso do leite magro são bastante menores devido ao facto de a gordura ter sido retirada (as vitaminas A, E e K estão presentes na gordura do leite).

       Leite
  • Gordura (%) Calorias
  • Gordo 3,5 66
  • Meio gordo 1,6 46
  • Magro 0,1 33
          NOTA: Valores para 1 litro de leite.


Os ovos fazem mal ao fígado – FALSO

Ao contrário do que se possa pensar, os ovos são alimentos que se digerem muito bem. O que por vezes pode acontecer é os diferentes modos de preparação os tornarem indigestos, como acontece, por exemplo, com os ovos fritos em demasiada margarina ou azeite ou os ovos cozidos que se comem com maionese. A clara do ovo contém quase exclusivamente proteínas e a gema fornece sobretudo gorduras, sais minerais (cálcio, ferro e fósforo) sendo muito rica em vitamina A e D. Tal como a carne ou o peixe, as proteínas dos ovos são das mais bem aproveitadas pelo organismo e fornecem todos os aminoácidos indispensáveis.
Por todas estas razões, os ovos recomendam-se desde a mais tenra idade: as gemas podem juntar-se aos purés e as crianças raramente recusam um ovo estrelado ou mexido.

Duas receitas rápidas, saudáveis e saborosas:

Ovos Verdes Gratinados: Cozem-se os ovos e abrem-se longitudinalmente. Retira-se a gema para um recipiente e junta-se salsa, sal, pimenta, mostarda e sumo de limão. Com a ajuda de uma colher de sobremesa recheiam-se as claras com este preparado, cobrem-se com molho branco e levam-se ao forno a gratinar, polvilhadas com queijo ralado.

Ovos mexidos com míscaros e bacalhau: Numa frigideira deita-se um pouco de azeite, cebola às rodelas e alho. Deixa-se amolecer a cebola sem deixar queimar e juntam-se os míscaros cortados e lascas de bacalhau cozido. Tempera-se, e por fim juntam-se os ovos batidos que devem ficar mal passados.


O peixe não alimenta – FALSO

O peixe sofre do mesmo descrédito que os ovos. Não é raro ouvir-se a expressão "Peixe não puxa carroça" a alguém que põe de lado um belo peixe e prefere um bife ou qualquer outro prato de carne, pensando que acabará a refeição muito melhor alimentado. O peixe está associado à quaresma, e associa-se também às dietas. No entanto, não há nenhuma razão para o peixe não ser considerado um excelente alimento, antes pelo contrário: é uma fonte de proteínas de alta qualidade, como são as dos ovos e da carne e a única diferença reside no seu teor de gordura, bastante mais baixo (apesar de variar bastante de peixe para peixe) e que o coloca em primeiro lugar na lista de preferências dos regimes pobres em gorduras. Também o peixe congelado, desde que tenham sido cumpridas todas as regras de congelação e descongelação, apresenta o mesmo valor nutritivo do peixe fresco e é mais barato.


O pão engorda – FALSO

Este é um erro muito generalizado, que começa aos poucos a ser reconhecido. Depois de ter sido banido de muitas mesas, o pão faz aos poucos a sua reaparição, reconquistando o lugar importante que merece na nossa alimentação. Apesar de não fazer engordar, como tantas vezes se ouve dizer, é importante não esquecer que a sua riqueza em glúcidos nos fornece calorias: por cada 100 g que comemos, recebemos 250 cal. E convém também lembrar que com pão, come-se sempre mais qualquer coisinha, e talvez seja este o verdadeiro problema...



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