(imagem retirada da internet)
Português vence concurso da BBC com ilustração
Chama-se Leonel David Mendes, é português e acaba de sagrar-se um dos vencedores do concurso internacional "What if?", lançado no início deste ano pela cadeia britânica BBC. O jovem artista aceitou o desafio, criou uma ilustração e foi agora premiado pelo júri do concurso, deixando para trás mais de 800 participações vindas de todo o mundo.
A proposta da BBC passava pela criação de imagens estáticas ou vídeos que retratassem o futuro sem palavras. Depois de largas centenas de contribuições, um painel internacional de jurados, em representação dos cinco continentes, escolheu os seus favoritos e, a partir destes, foram selecionados dois vencedores, um para cada categoria.
Leonel David Mendes, residente no Porto, arrebatou a categoria de imagens estáticas com uma ilustração simples, a preto e branco, de um bebé que parece ser sugado pelos fios da tecnologia. Na opinião de Steve Harding-Hill, responsável pela companhia de animação Aardman, já agraciada com um Óscar, e júri europeu do concurso, trata-se de "uma imagem impressionante, simples e que estimula o pensamento".
Ilustração de Leonel David Mendes premiada pela BBC
Segundo Harding-Hill, a ilustração "representa a ideia de as nossas crianças a serem conduzidas e cegadas pela tecnologia". "É uma visão muito sombria do futuro e do papel que a tecnologia terá nele", considerou o especialista, que caraterizou o trabalho do português como "frio, horripilante e poderoso" mas, ao mesmo tempo, quase como "uma sátira, quase como o que está representado já se tivesse tornado realidade".
Em declarações à BBC, reproduzidas num vídeo divulgado pela cadeia televisiva que homenageia o trabalho dos dois vencedores, o jovem ilustrador Leonel David Mendes confessa ter ficado "entusiasmado" e "acelerado" ao saber que tinha sido um dos premiados.
"Esta ilustração é muito simples e não fazia ideia que fosse ganhar. O conceito era muito interessante para mim e adorei trabalhá-lo", acrescenta o jovem, que frequentou a Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. De salientar que, na categoria de vídeo, a vitória foi entregue à búlgara Marina Koleva, cujo trabalho, sublinha Harding-Hill, transmite uma ideia "muito simples e forte" e contém "verdadeira emoção humana".
Os dois vencedores do concurso organizado pela BBC ao longo de dois meses vão agora receber um computador portátil no valor de cerca de 3.000 euros.
Clique AQUI para conhecer os 10 finalistas da competição e AQUI para aceder ao portfólio do jovem ilustrador que usa o nome artístico de Cogita.
Créditos: Boas Notícias
Portugal conquista quatro prémios Europa Nostra
Portugal acaba de conquistar quatro galardões europeus no âmbito dos Prémios Europa Nostra do Património Cultural da União Europeia (UE). No total foram 30 os premiados deste ano, tendo o nosso país sido distinguido nas áreas de Conservação, Serviço à Comunidade e Educação. Os vencedores foram anunciados esta terça-feira, em Bruxelas, e escolhidos entre 200 candidaturas. Dos 30 premiados, os seis melhores serão ainda galardoados os prémios principais - prémios monetários no valor de 10.000 euros - que serão entregues em Atenas, na Grécia, a 16 de junho.
Um dos projetos portugueses premiados pela União Europeia foi o restauro do Liceu Passos Manuel, em Lisboa que, de acordo com o júri do concurso, "prova que a introdução de infraesturutras atuais e dos serviços necessários para uma aprendizagem contemporânea pode ser compatível com a manutenção do 'tecido' histórico". "Não só os elementos históricos foram reutilizados de uma forma bela, como a própria mobília original foi mantida, o que constituiu uma vantagem na adaptação criativa das antigas instalações escolares às necessidades futuras", considerou o painel de jurados, citado no site oficial dos Prémios Europa Nostra.
Ainda na área da Conservação, também a recuperação do Chalet da Condessa de Edla, em Sintra, mereceu a atribuição de um galardão Europa Nostra. "O júri apercebeu-se do grande charme e da importância deste edifício romântico e ficou impressionado com o seu restauro meticuloso após um incêndio em 1999", revelou a organização.
Serviço à comunidade e educação também premiados
A Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva foi outro projeto português premiado no âmbito destes galardões, tendo sido distinguido na área dos serviços prestados à comunidade pelo trabalho desenvolvido no sentido de "ensinar às novas gerações o rigor dos antigos mestres" no artesanato tradicional. "A grande iniciativa a que deu início há 60 anos e que passa por oferecer condições de alta qualidade na formação de artesãos com as técnicas necessárias para restaurar e criar uma variedade de objetos culturais impressionou o júri", que defendeu ser louvável o esforço para a manutenção de técnicas que, de outro modo, se perderiam no tempo, não chegando às gerações futuras.
Os Prémios Europa Nostra distinguiram ainda, em Portugal, na área da educação, o Projeto SOS Azulejo, que tem sido levado a cabo em Loures e que "torna mais fácil a identificação e recuperação de azulejos roubados", evitando a destruição do património cultural. "O facto de já terem alcançado tanto sem um orçamento adicional é um sinal de criatividade, paixão e dedicação de todos os envolvidos", destacou o júri, que elogiou o facto de o projeto contar com o apoio de universidades e escolas locais.
De recordar que, o ano passado, Portugal, que organizou a cerimónia dos prémios Europa Nostra (realizada no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa) foi também premiado, como o Boas Notícias adiantou à data, pelo restauro dos seis órgãos do Palácio de Mafra, na sequência de um projeto que durou mais de uma década. Os Prémios Europa Nostra do Património Cultural da União Europeia (UE) foram criados em 2002, fazendo parte da implementação do Programa Europeu Cultura, e são atribuídos anualmente pela Federação pan-Europeia para o Património Cultural Europa Nostra sob a égide da Comissão Europeia.
Clique AQUI para conhecer a lista completa dos 30 vencedores destes prémios.
[Notícia sugerida por Ana Oliveira]
Créditos: Boas Notícias
Arquitetura: Edifício português vence prémio mundial
Há um projeto português entre os vencedores da primeira edição dos prémios internacionais de arquitetura "A+ Awards". O edifício "Casa", da autoria dos arquitetos Luís Rebelo de Andrade, Tiago Rebelo de Andrade e Manuel Cachão Tojal, foi considerado um dos mais surpreendentes e eficientes do mundo pelos utilizadores do portal Architizer, que organizou os galardões.
A "Casa", situada na Travessa do Patrocínio, em Lisboa, foi eleita pelos votantes a melhor residência familiar a concurso. Segundo os seus criadores, o projeto representa um "mini-pulmão" em plena capital e é "um exemplo de sustentabilidade para a cidade de Lisboa, mantendo os princípios de um habitat vivo e uma relação com o exterior graças ao seu papel de revitalização urbana". Este edifício habitacional de quatro andares distingue-se pelo facto de as paredes exteriores estarem completamente cobertas com vegetação. O jardim vertical conta com cerca de 4.500 plantas de mais de 25 variedades - desde o açafrão à lavanda e ao rosmaninho - num total de 100 metros quadrados.
Os vários andares são unidos por uma única escadaria, "construída em alusão às famosas escadarias de Alfama", que, de acordo com Luís Rebelo de Andrade, Tiago Rebelo de Andrade e Manuel Cachão Tojal, liga as diferentes dimensões da casa.
No último andar - o terraço - existe uma piscina que se "estende" ao longo de todo o comprimento do local e, no rés-do-chão, há ainda uma garagem e uma sala musical. Os quartos ocupam o primeiro andar e o segundo destina-se à convivência, albergando as salas de estar e de jantar. No total, 87 edifícios foram premiados graças aos votos do júri e do público em 52 categorias diferentes. Já que os A+ Awards pretendem "celebrar a diversidade da arquitetura mundial", os vencedores vão desde "enormes arranha-céus a pequenos apartamentos", localizados em países tão díspares entre si como a China ou os EUA.
Segundo Mark Kushner, diretor executivo do Architizer, "a missão dos Architizer A+ Awards é recordar toda a gente de que todos somos fãs de arquitetura, mesmo sem nos apercebermos".
"Os vencedores deste ano tornam fácil o nosso trabalho. São projetos em que ambições nobres se combinam com uma sofisticação formal, que representam a melhor arquitetura espalhada por todo o globo", conclui o responsável.
Clique AQUI para conhecer a lista completa de vencedores.
[Notícia sugerida por David Ferreira]
Créditos: Boas Notícias
Liga Portuguesa Contra a Epilepsia distingue investigação da UC
A Liga Portuguesa Contra a Epilepsia atribuiu o prémio de “melhor artigo publicado por autores portugueses em revistas internacionais” a uma equipa de investigadores das Faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Medicina (FMUC) da Universidade de Coimbra (UC). O artigo premiado foi publicado no Journal of Neuroscience Methods, em Setembro de 2012, intitulado “Modeling epileptic brain states using EEG spectral analysis and topographic mapping”.
Tendo como primeiro autor Bruno Direito, o artigo científico envolveu os investigadores César Teixeira, Bernardete Ribeiro e António Dourado, do departamento de Engenharia Informática da FCTUC, Miguel Castelo-Branco, do Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem (IBILI), e Francisco Sales, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
A investigação, em torno da previsão de crises epiléticas, resulta de uma colaboração entre o Centro de Informática e Sistemas (CISUC), o Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem (IBILI) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Créditos: CiênciaPT
Portugueses criam nova terapia para cancro da mama
Uma equipa de investigadores portugueses está a desenvolver um novo tratamento que promete melhorar a eficácia da eliminação do cancro da mama. A técnica tem por base a criação de um anticorpo que desencadeia o combate às células tumorais, que poderá vir a ser também utilizado no combate a outros tipos de cancro. Através da manipulação de anticorpos, os cientistas vão unir as células do sistema imunitário, designadas células T, com as do cancro da mama, para que as primeiras eliminem as segundas.
Paula Videira, líder da investigação, explicou à agência Lusa que o cancro da mama tem caraterísticas que "criam um efeito imunossupressor", ou seja, o sistema imunitário não consegue eliminar as células tumorais malignas, que progridem no organismo.
Para solucionar esse impasse a equipa de cientistas propõe criar um anticorpo "bi-específico", que desencadeia o combate às células cancerígenas pelas células T. A investigadora da Universidade Nova de Lisboa salienta que se a investigação for bem sucedida pode ser "um passo importante" no tratamento mais eficaz e menos tóxico do cancro da mama, ou mesmo de cancros de estômago, pâncreas e de cólon.
A investigação venceu a sexta edição do Prémio de Mérito Científico Santander Totta/Universidade Nova de Lisboa e vai ser desenvolvida ao longo dos próximos dois anos.
Numa primeira fase da investigação, os cientistas vão "finalizar o fabrico" do anticorpo que vai reconhecer as células do cancro da mama. As moléculas geradas em laboratório será testadas "in vitro" em células humanas e, depois, em animais vivos, "capazes de receber células humanas sem as rejeitar".
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes]
Créditos: Boas Notícias
Science4You: O sucesso da ciência a brincar
Em cinco anos, Miguel Pina Martins transformou uma ideia que lhe parecia pobre numa marca de referência de brinquedos científicos praticamente 100% made in Portugal. A Science4You estimula a criatividade e, ao mesmo tempo, ensina. A empresa já vendeu mais de três milhões de euros em brinquedos. Tudo começou com uma ‘rifa’. Um grupo de alunos finalistas de Finanças do ISCTE aguardava pelo tema do seu trabalho de fim de curso. O professor tinha um conjunto de papelinhos na mão, cada um com a respectiva área de negócios, e os alunos deveriam transformar essa ideia numa empresa.
O jovem Miguel Pina Martins ainda se lembra do desalento do seu grupo quando lhes saiu a ‘rifa’. «Tirei o papelinho e apareceu lá ‘kits de física’. Olhámos uns para os outros e pensámos ‘ninguém quer isto para nada’». Até pediram ao professor que lhes mudasse o rumo do projecto. Maior aridez era impossível. Mas também era impossível voltar atrás. O grupo lá foi à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), a mentora da ideia e parceira do ISCTE nestes projectos. E lá viram os tais kits. «Eram grandes e eram coisa para quase dois mil euros». Por outras palavras, o projecto parecia condenado à partida. Mas Pina Martins e o grupo lá se dedicaram a ele, aproveitando a credibilidade do selo da FCUL, que aparecia na caixa dos kits. «Olhámos para o símbolo e pensámos que se os professores podem certificar estas coisas, então também podiam certificar outro tipo de material». Neste ponto, numa banda desenhada, iria acender-se uma luzinha numa lâmpada. Fizeram o plano de negócios para uma empresa de brinquedos científicos.
E ficaram por aí. O trabalho exigia-lhes que tentassem simular a constituição de uma empresa a partir do tema. Tiveram boa nota e «foi cada um à sua vida», recorda-se Pina Martins, que depois seguiu para a ainda mais árida banca de investimento. Entre compra e venda de acções, pouco mais horizonte havia naquela ocupação. Miguel Pina Martins tinha apenas 21 anos quando decidiu tomar a decisão de sair. «Era naquela altura que ia dar um rumo diferente à minha vida e não quando tivesse três filhos, casa e carro para pagar». Sempre tinha querido ser empresário, falou do assunto a Luís Martins – hoje director-geral do Audax, o centro de empreendedorismo do ISCTE – e lançaram-se à aventura empresarial. E o que melhor havia do que dar nova vida ao trabalho de fim de curso?
Hoje, têm uma pequena empresa associada à FCUL, quase como a haviam concebido nos tempos académicos. ‘Quase’, bem entendido: «No ano passado facturámos perto de um milhão e meio de euros» e este ano expandiram-se para Espanha. E é preciso notar que a empresa, a Science4You (o ‘4’ faz de ‘for’, em ‘ciência para ti’), nasceu já em plena crise financeira, há cinco anos, num pequeno armazém que depois cresceu, e com os escritórios centrais na FCUL, no Campo Grande (Lisboa). Afinal, Pina Martins pouco teve de se deslocar do sítio onde tudo tinha começado, o ISCTE.
A brincadeira deu resultado. Dos primeiros kits de física já quase só resta memória. No início, Miguel tratava de tudo, até do design das caixas. «Eram horríveis. Usávamos o símbolo da faculdade e tentávamos puxar por aí. Mas eu sou de finanças, foi o que se conseguiu arranjar». Passado pouco tempo, o sucesso bateu-lhe à porta. Qual foi o segredo? Levar a ciência a brincar, produzindo brinquedos que cativassem o interesse pelo facto de terem de ser montados mas que, ao mesmo tempo, ensinassem. Pina Martins e a sua equipa constataram que não havia praticamente lojas de brinquedos em Portugal, quanto mais de brinquedos científicos. Surgiram assim os vulcões – é possível fazer uma erupção em casa, basta seguir as instruções (é uma pequena erupção, inofensiva, para os pais mais apreensivos). Ou os brinquedos movidos a energia solar, como um pack com cinco possibilidades: um carro, um avião, uma hélice, um hovercraft e… um cão (abana o rabo desde que apanhe sol…).
A acompanhar cada caixa de brinquedos, está um livrinho que explica o fenómeno com o rigor científico necessário e suficiente e, sobretudo, numa linguagem mais que acessível para o comprador, tenha ele oito ou 88 anos. Falta apenas um ingrediente fundamental em tempos de crise: o preço. A caixa ‘solar’, por exemplo, custa 10 euros (ou 9,99, para ser mais exacto). Com brinquedos fabricados usando diferentes plásticos, a equipa de Miguel Pina Martins – composta por designers e cientistas – não se virou para a solução de comprar na China. Virou-se para a produção nacional, que hoje preenche cerca de 75% das necessidades da Science4You.
Cinco anos depois, o pequeno armazém expandiu-se, o escritório em Lisboa gerou um descendente em Madrid e a venda ao público faz-se em seis locais na capital, além de Coimbra e Aveiro. Miguel frisa a mensagem que sempre deixa quando fala em público da sua experiência de remar contra a maré económica actual: «Não posso estar a vender a história de que é o projecto mais inovador do mundo. Acima de tudo, é importante dizer às pessoas que podem acreditar, porque é possível». Afinal, a empresa começou com 45 mil euros de capital de risco do Estado. Os sócios iniciais tinham cinco mil euros. E Miguel tinha, da sua parte, apenas 1.125 para aplicar.
Créditos: Sol/Vida
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