(imagens retiradas da internet)
Efemérides semana de 9 a 15 de março
Partida de Lisboa de Pedro Álvares Cabral
Há exatos 513 anos, a 9 de Março de 1500, Pedro Álvares Cabral e a sua frota partiam de Lisboa com destino à Índia e acabaram por fazer a descoberta do Brasil. Pedro Álvares Cabral, fidalgo da Corte, foi escolhido para comandar a armada que pretendia solidificar as relações comerciais entre Portugal e a Índia, depois da abertura do caminho marítimo para a Índia. Portugal queria afirmar-se no mundo e mostrar a sua primazia nas descobertas.
A frota de Cabral era constituída por dez naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos, com o dobro do tamanho das anteriores, um bom carregamento de armas e 1 500 homens, era a maior esquadra enviada até então para o Atlântico. Na partida, no Restelo, estavam presentes D. Manuel I e toda a sua Corte, assim como a Nobreza e muita gente do povo. A rota iniciada por Pedro Álvares Pereira era a mesma de Vasco da Gama. No entanto, a armada fez uma rota mais alargada, para sudoeste. A 22 de Abril de 1500 avistaram terra e efetuaram o desembarque na zona onde hoje fica Porto Seguro. Estava descoberto, oficialmente, o Brasil.
Na famosa Carta do achamento do Brasil, Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada cabralista, relata a D. Manuel I as peripécias da viagem e o encontro entre povos. Segundo Caminha, o choque cultural foi evidente. Os indígenas não conheciam os animais que os navegadores portugueses transportavam. Pedro Álvares Cabral ofereceu comida e vinho aos índios, que prontamente rejeitaram, mas sentiram-se curiosos em relação aos objetos não conhecidos, como por exemplo, as contas de um rosário, tocando e apalpando neles. Os portugueses, por sua vez, ficaram admirados com os metais preciosos que os indígenas tinham consigo. Era sinal que a terra tinha riquezas a descobrir e a desfrutar.
O último imperador da China, fantoche do Japão
A 9 de março 1932, Pu Yi, o último Imperador da China de 1908 a 1912, transformava-se em Regente do estado japonês Manchukuo. Pu Yi nasceu em Pequim, a 7 de fevereiro de1906 e foi coroado como Imperador Hsüan-T'ung aos 3 anos, foi obrigado a abdicar quatro anos depois pela revolução republicana. Adotou o nome de Henry e continuou a viver na Cidade Proibida de Pequim até 1924, quando foi obrigado a viver no exílio. Instalou-se na zona ocupada pelo Japão Tianjin, onde viveu até que o governo japonês o instalou como Regente marioneta de Manchukuo em 1932.
Em 1934, transformou-se em K'ang Te, Imperador de Manchukuo, exercendo como tal até à sua captura pelas tropas soviéticas nos finais da II Guerra. Em 1950, Pu Yi voltou à China e foi aprisionado até que o líder da revolução Mao Zedong lhe concedeu a amnistia em 1959. Após a sua libertação, trabalhou como mecânico numa oficina em Pequim. Morreu em Pequim a 17 de outubro de 1967.
Bombardeamento de Tóquio
Há exatos 78 anos, a 10 de março 1945, 300 bombardeiros norte-americanos lançavam 2 000 toneladas de bombas em Tóquio, capital do Japão. O ataque destruiu uma grande parte da capital japonesa. As bombas mataram cerca de 100 000 civis. O ataque fez parte da estratégia dos EUA para conseguirem que o Japão se rendesse durante os últimos meses da II Guerra Mundial. A deflagração criada pelas bombas incendiárias acabou rapidamente com as estruturas de madeira de Tóquio, criando uma tempestade de fogo que substituiu o oxigénio por gases letais, sobreaqueceu a atmosfera e criou ventos violentos que espalharam um muro de fogo pela cidade. Do ataque resultaram 15 quilómetros quadrados da parte leste de Tóquio totalmente arrasados e perto de 250 000 edifícios destruídos. Durante os dias seguintes, bombardeiros dos EUA levaram a cabo as mesmas missões contra Nagoya, Osaka e Kobe. A guerra só terminaria após o lançamento de bombas atómicas sobre Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto) e a capitulação final do Japão a 2 de setembro de 1945.
Cândido José Xavier
A 11 de março de 1769, há exatos 244 anos nascia Cândido José Xavier, um estadista, que se celebrizou durante as guerras liberais. Cândido José Xavier Dias da Silva foi um oficial do Exército Português, membro do conselho de D. João VI e sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa e posteriormente secretário particular de D. Pedro IV, enquanto Regente. Ocupou ainda em 1833, durante a Regência de Angra, por duas vezes, o lugar de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino, ou seja, chefe de governo, cargo que exercia quando morreu em Lisboa, de apoplexia, a 15 de outubro de 1833.
Marcha do Sal
A 12 de março de 1930, há 83 anos, iniciava-se a Marcha do Sal ou Satyagraha do sal liderada por Mahatma Gandhi. A Marcha do Sal foi um ato de protesto contra a proibição, imposta pelos britânicos, da extração de sal na Índia, Gandhi caminhou de Sabarmati Ashram a Dandi, a ele juntaram-se livremente um grande número de indianos para pegarem um pouco de sal para si. Os britânicos nada puderam fazer contra Ghandi, pois não havia incitado ninguém a segui-lo. Gandhi punha em andamento um dos seus lemas de vida, a “não-violência”, a via pacífica para resolver os problemas. A Marcha do Sal decorreu de 12 de março a 6 de abril de1930.
Anschluss
Há exatos 75 anos, a 12 de Março de 1938, as tropas nazis entravam na Áustria, efetivando o Anschluss. Após a supremacia de Hitler sobre toda a Alemanha, devido à propaganda nazi, que limitou a visão dos alemães à mesma visão do Führer, de uma Grande Alemanha. Hitler fez da Áustria um objetivo.
A Áustria era um país recente, nascido com o fim do Império Austro-Húngaro. Com a queda dos Habsburgos, os austríacos perderam o seu sentimento de pertença, de identidade. Pode-se até dizer, atravessavam, desde 1919, uma grave crise de identidade. Por isso, Hitler pensou que a Áustria era um solo fértil para implantar as suas ideologias, sobretudo se tivermos em conta que os austríacos são de origem germânica. Devido sobretudo às discordâncias ideológicas no parlamento austríaco e ainda mais profundas na sociedade, houve uma fácil implantação da ideia do Anschluss, uma união à Alemanha.
Schusschnigg, o chanceler austríaco, acabou por aceitar a participação de nazis alemães no seu governo. Contudo a pressão nazi de anexação foi crescendo. E por isso a 9 de março de 1938, Schusschnigg, desafiando o regime de Hitler, anunciou um projeto para um referendo sobre o sim ou não à manutenção da independência. Schusschnigg esperava que a vontade dos austríacos fosse continuar independentes. Contudo esta iniciativa não é apreciada por Hitler, que ameaça uma invasão da Áustria se o projeto do referendo fosse em frente, porque Hitler tinha medo de um voto desfavorável ao Anschluss.
Hitler acaba por conduzir Schusschnigg à demissão. A 13 de março de 1938, Hitler proclamou a união da Áustria à Alemanha, contudo para afirmar ao Mundo Ocidental que a anexação ao III Reich fora da vontade popular dos austríacos, Hitler organizou um referendo. Este confirmou a vontade popular de união, com 99.7% dos eleitores a votar sim. A França e a Inglaterra reagiram ao Anschluss, apenas com uma condenação verbal. A Alemanha fizera a sua primeira anexação, e ninguém reagira contra, agora nada a podia parar.
Liquidação final do gueto de Cracóvia
A 13 de março de 1943, há 70 anos, em plena II Guerra, Hitler declarou a liquidação do gueto de Cracóvia, na Polónia. A perseguição da população judaica de Cracóvia começou logo depois das tropas nazis invadirem a cidade a 1 de setembro de 1939 ( a II Guerra começaria 2 dias depois, a 3 de setembro de 1939, com a declaração de guerra anglo-francesa a Hitler como resposta à invasão nazi da Polónia).
O Gueto de Cracóvia foi formalmente estabelecido a 3 de março de 1941 no distrito de Podgórze, ao invés do distrito judaico de Kazimierz. As famílias polacas de Podgórze que estavam desalojadas assumiram as antigas residências dos judeus expulsos. Cerca de 15 000 deportados foram comprimidos em uma área que abrigava anteriormente 3 000 pessoas em um distrito que consistia de 30 ruas, 320 construções residenciais e 3 167 cômodos. Como resultado, cada apartamento passou a abrigar quatro famílias, enquanto os menos afortunados passaram a viver nas ruas.
A 13 de março de 1943 foi organizada a "liquidação" final do gueto sob o comando do SS-Untersturmführer Amon Göth. Assim, 8 000 judeus considerados aptos para trabalhar foram levados para o campo de trabalho de Plaszow. Já 2 000 foram considerados inaptos e mortos nas ruas, entre eles estava Genia Chill, de 4 anos, conhecida no gueto pelo seu casaco vermelho, e que viria a inspirar a famosa cena da Lista de Schindler, baseada nas memórias de sobreviventes.
Papa Pio VII
Há exatos 213 anos, a 14 de março de 1800, o italiano cardeal Barnaba Chiaramonti era eleito o Papa Pio VII. Pio VII nasceu a 14 de agosto de 1740. Era monge beneditino. O seu Papado ficou conhecido pela sua oposição a Napoleão Bonaparte, apesar de ter assinado com ele uma Concordada, em 1802, prejudicial ao estado pontifício, pelos dolorosos "artigos orgânicos".
A 2 de dezembro de 1804, Napoleão Bonaparte coroou-se Imperador dos Franceses, na catedral de Notre-Dame. Napoleão procurou dar à sua coroação o mesmo significado simbólico que teve a coroação de Carlos Magno, muitos séculos antes. Por isso, no ato de sua coroação, Napoleão entrou na catedral com a espada e usava o manto do imperador franco. À semelhança de Carlos Magno, Napoleão também foi coroado em dezembro, mês do natal, e não poupou esforços para que a cerimónia fosse realizada com luxo e requinte. Napoleão e Josefina compareceram ao evento vestidos de veludo bordado e seda trabalhada em ouro e prata. A coroa de louros dourados, usada por Napoleão, evocava o esplendor da Roma Antiga.
Um dos momentos mais marcantes desta cerimónia, e que mostra muito da personalidade de Napoleão e da imagem que queria transmitir a todos, foi quando retirou a coroa das mãos do Papa Pio VII, que viajara especialmente para a coroação, e se coroou a si próprio. Foi um momento único e que mostrou, até à Santa Sé, que Napoleão não toleraria autoridade alguma superior à dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina. Pio VII recusou colaborar com Napoleão, que então ocupou os Estados Pontifícios, prendendo o Papa e o seu secretário, o hábil cardeal Consalvi. O Papa esteve aprisionado em Savona e depois em Fontainebleau, só regressando a Roma em 1814.
No congresso de Viena os Estados Papais foram restaurados. Pio VII restabeleceu a Companhia de Jesus, fortalecendo as alianças com os demais soberanos "restaurados" e vencedores que emergiram da campanha contra Napoleão. Pio VII faleceu a 20 de agosto de 1823.
EUA vota contra Portugal na ONU
A 15 de Março passaram-se exatos 52 anos que os EUA aprovaram uma moção condenatória da política colonialista da ditadura portuguesa no Conselho de Segurança da ONU. Era a primeira vez que os EUA votavam contra Portugal. Salazar indignou-se com a atitude norte-americana de votar uma resolução contra um país seu aliado, que tinha concedido facilidades nos Açores e apoiado os intentos dos EUA em defender o mundo ocidental da URSS. Desde o Acordo de 1944, que as relações entre ambos os países tinham entrado numa fase de maior estreitamento, consolidado com a renovação do Acordo em 1948, em 1951 e em 1957, por isso a reação de Lisboa ao saber do voto foi de pura consternação.
Ao longo de 1961 e parte de 1962, os EUA votaram sistematicamente contra o colonialismo português. O acordo de 1957, que prolongava a concessão de facilidades norte-americanas até final de 1962, estava perto do seu terminus. Os EUA iam precisar de renovar o acordo e Salazar sabia que as Lajes eram imprescindíveis à política externa de defesa americana, assim, pressentiu que tinha um trunfo nas mãos. Ia usar as Lajes para travar a política anticolonial da administração Kennedy face à África portuguesa.
Porque recordar é viver, para a semana continuaremos a aprender!
Francisco Miguel Nogueira
MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!
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