terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

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Crónicas 10 minutos - Tecnologicamente falando

Imagem retirada AQUI



Projecto que visa banir a LAG 
dos videojogos online

Hoje falo-vos do pior ‘adversário’, e também de uma das situações mais irritantes que qualquer jogador online enfrenta: a famosa lag

Mas em concreto, o que é a lag? Antes de mais, é um estrangeirismo, que vem de Latency At Game, ou, em Português, Latência No Jogo, e que se refere, de uma forma muito global, ao tempo que o computador do utilizador fica atrasado em relação ao servidor principal. Quando falamos desta situação fora do mundo dos videojogos, podemos falar do termo mais generalista: latência. 

Portanto, tal situação não se verifica apenas em jogos, mas também em chamadas videoconferência, chamadas VOIP, software da bolsa/câmbios, etc. Exemplo prático, sabem quando estão no Skype a ver/falar com alguém e há cortes ou ‘travagens’ na imagem? Isso é o efeito da lag. Mas a lag está por toda a parte, mesmo se sairmos do raio de acção dos internautas. Quando estão a ver o Telejornal e o jornalista que está no exterior demora vários segundos a começar a responder à pergunta feito pelo outro jornalista que está em estúdio, isso também é o efeito da lag, mesmo que a comunicação seja feita via satélite. 

As razões habituais para a ocorrência desta situação pouco agradável são a distância entre o remetente e o destinatário do pacote de dados, já que, quanto maior a distância, maior o tempo em que o pacote demorará a chegar ao destino. E também se deve à baixa taxa de transferência da ligação local (velocidade de internet) ou então porque outros computadores dessa mesma rede estão a ocupar bastante largura de banda. 

Mas o projecto que vos trago incide a sua acção mais directamente na utilização de aplicações baseadas na internet por isso vou-me dirigir mais especificamente aos jogadores. A Comissão Europeia decidiu aplicar 3.6 milhões de euros faseadamente durante os próximos três anos numa mão cheia de faculdades e empresas para que elas possam, através do projecto RITE, ‘vencer’ a lag. Entre eles, a Alcatel-Lucent Bell, a Simula Research Labs, o Instituto Mines-Telecom e a Universidade de Aberdeen. O objectivo é redesenhar a forma como os computadores ‘falam’ uns com os outros, para diminuir o delay que a internet tem. Pormenores técnicos ainda não foram revelados, mas o desejo dos investigadores passa por fazer grandes alterações, introduzindo mecanismos quer na própria rede global Europeia, quer no ‘fim da linha’, que são os servidores. O objectivo, caso venha a ser atingido, será reduzir significantemente - ou mesmo eliminar – a lag como tal a conhecemos hoje. O Professor Fairhurst, da Universidade de Aberdeen indicou que estão “focados num problema definido e achamos que há soluções para ele, mas temos de mudar os padrões actuais da internet”. Mais adiantou que é muito provável verificar-se a resistência de mudança por parte dos gigantes tais como Microsoft e Google. 

Como podem calcular, milhões serão beneficiados, muito para além dos jogadores. Isto pode vir a traduzir-se numa internet mais eficiente para a maior parte das coisas que fazemos. Senão vejamos, em apenas 10 anos, a proposta comercial de internet em Portugal passou de 512kbps para uns alucinantes 400MBps! (velocidades contratadas, podem não ser as velocidades reais). Para que não haja equívocos, estes valores representam um aumento que ronda os 800%! Embora tenha havido uma enorme melhoria, a verdade é que a situação da latência não teve essa mesma evolução que a largura de banda. Posso dar o meu caso prático, enquanto jogador online, tenho a mesma latência quer tenha uma velocidade de internet real de 10mbps ou de 30mbps (internet por cabo). Não falo de fibra óptica, porque aí iria existir uma melhoria. No entanto, mesmo com a melhor velocidade de fibra óptica, existe uma latência desagradável visível! 

Este exemplo serviu apenas para tentar mostrar que o caminho que os investigadores pretendem tomar é viável e que pode realmente dar resultados excelentes. Uma internet que hoje é mais modesta, ficará mais ‘ágil’ com tais alterações, sem aumentar a velocidade. Caso venha a dar ‘frutos’, este projecto RITE, vai eliminar as desculpas dos jogadores que acusam a lag do seu mau desempenho! =) 

E vocês, o que acham da internet que têm em casa? 


Tal como a tecnologia, inove, melhore, evolva! 
João Oliveira 


P.S. Esta crónica estará em destaque aqui blogue para dar oportunidade de todos os visitantes de darem a sua opinião sobre a mesma. A sua opinião é importante, PARTICIPE! 


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Os 5 sentidos


(imagem retirada da internet)



Fibras: um puzzle (ainda) difícil de resolver


Não existe consenso em torno de uma definição das fibras. As certezas referem-se apenas aos benefícios da sua ingestão para a saúde. 

Na década de 1970, Burkitt e Trowell relacionaram a ingestão de fibras com a prevenção de doenças que eram frequentes em populações ocidentais, mas raras em populações rurais africanas. Surgiu assim a hipótese de doenças como a obstipação, diverticulose, hérnia do hiato esofágico, apendicite, hemorroidas, litíase biliar (pedra na vesícula biliar), obesidade, diversos tipos de cancro, doença coronária e diabetes, ocorrerem pela falta de fibras na alimentação. Naquela época referia-se que as fibras correspondiam à porção proveniente da parede celular de alimentos de origem vegetal, mal digerida pelo homem. Actualmente, várias definições existem, sem um consenso. E o obstáculo para uma definição única relaciona-se com: a dificuldade em definir as fibras como uma única entidade em nutrição; o elevado número de efeitos das fibras para a saúde; e a complexidade analítica para medir os inúmeros componentes dos alimentos. As diferentes definições incluem, em comum, a noção de que as fibras são componentes que escapam à digestão no intestino delgado e passam para o intestino grosso onde podem ser substrato para a flora do cólon, e têm efeitos benéficos para a saúde. Mas, nas várias definições, as fibras podem ser componentes intrínsecos dos alimentos, ou extraídos da sua matriz, sintetizados, modificados ou adicionados ao alimento. 

A escola de pensamento do Instituto de Medicina dos EUA, muito utilizada como referência internacional na nutrição, reconhece que as fibras não são digeridas no intestino delgado, mas reserva a expressão “fibra alimentar”, apenas para as fibras intrínsecas e intactas nos alimentos. A ironia é que, neste momento, o número de trabalhos de intervenção é maior para os estudos com ingestão de “fibras” isoladas dos alimentos (como, por exemplo, o beta-glucano, com inúmeros efeitos documentados, como o da prevenção de doença cardiovascular), do que para os estudos com fibras intactas nos alimentos. Para além do menor número de estudos, a interpretação dos resultados quando se ingerem as fibras na matriz original do alimento é muito mais difícil pois, neste caso, o indivíduo consome alimentos (como frutas, hortícolas e leguminosas), simultaneamente ricos em vários nutrimentos protetores, como vitaminas, minerais e fitoquímicos, tornando mais difícil, isolar o mérito de cada um deles. Só nas leguminosas, por exemplo, a riqueza em ferro, zinco, selénio, fósforo, potássio, vitaminas do complexo B e componentes bioactivos pode melhorar a regulação do açúcar no sangue, proteger contra o aumento do colesterol plasmático, e a diabetes de tipo 2.

Outro assunto por resolver relaciona-se com a inclusão nas fibras, de um conjunto de componentes - os oligossacáridos - que existem, por exemplo, nas leguminosas (como feijão, fava, ervilha ou grão-de-bico, e levam à formação de gases). Ainda que os efeitos fisiológicos destes componentes, como o aumento da absorção de minerais, a acção laxante e as alterações benéficas nas bactérias do cólon possam fazer sentido na operacionalização da definição de fibras, falta unanimidade para os incluir no grupo das fibras. Mesmo sem uma definição universal de fibras, há consenso de que ganhamos saúde ingerindo em quantidade suficiente as classes reconhecidas destes nutrimentos, especialmente através do consumo de hortofrutícolas, leguminosas e cereais integrais.

Dr. Pedro Moreira (Nutricionista)
Créditos: Público/Lifestyle


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