segunda-feira, 29 de abril de 2013

MEIO CRESCENTE - Agradecimento!





Todos os que tiveram presentes hoje no Workshop "Dispa" o seu stress o meu mais profundo agradecimento! 



"Aquele" abraço
Albertina Gouveia


MEIO CRESCENTE  Ideias em movimento!

Crónicas 10 minutos - Fragmentos escritos

(imagem retirada da internet)



O Terrorismo 

É mais fácil mobilizar os homens para a guerra que para a paz. Ao longo da história, a Humanidade sempre foi levada a considerar a guerra como o meio mais eficaz de resolução de conflitos, e sempre os que governaram se serviram dos breves intervalos de paz para a preparação das guerras futuras. Mas foi sempre em nome da paz que todas as guerras foram declaradas. 
José Saramago 

Não existe consenso internacional sobre uma definição efetiva e definitiva de terrorismo Talvez porque este assume características e dimensões muito próprias de situação para situação. Talvez porque é difícil definir algo que ultrapassa não só barreiras geográficas, mas também morais, éticas e filosóficas. Há também dificuldade em distinguir a noção de freedom fighter (lutador pela liberdade) dentro de um regime ditatorial e a de terrorista. Isto acontece porque muitas vezes, principalmente em lutas separatistas ou autónomas, o governo define o opositor como terrorista ou o dissidente intitula o governo de estado terrorista. Tudo isto, associado às rápidas mudanças nas estratégias de guerra torna muito difícil uma adequada definição de terrorismo que encopasse todas as vertentes deste fenómeno antigo mas cada vez mais atual. 

O terrorismo é uma forma violenta de combate não convencional, não respeitando regras de combate internacional (como a Convenção de Genebra), e, à semelhança do combate de guerrilha, opõe um adversário mais fraco frente a um mais forte. Para tal, utiliza métodos não convencionais, cujo principal objetivo é infligir terror para além da vítima original e pressionar de encontro a uma determinada agenda pré-definida. Muitas vezes, um dos objetivos é obter publicidade para o grupo ou causa em questão. 

Definições comuns de terrorismo incluem atos violentos cujo propósito é criar terror. Geralmente são direcionados a não combatentes (civis) e têm um objetivo que pode ser político, ideológico ou religioso. Pode ser concretizado por um grupo organizado, semi-organizado ou individual. O terrorismo cruza todo o espectro político – desde a extrema-direita (ataque em Oklahoma City em 1995) à extrema-esquerda (FARC na Colômbia). 

O terrorismo não é apenas um problema do Meio Oriente; é internacional, cada vez mais supra nacional. O individuo pode identificar-se com uma causa a qualquer altura e cada vez fala-se mais em auto radicalização (Ataque bombista na Maratona de Boston em 2013). Aliás, o terrorismo não é uma arma atual. Nos anos 70 e 80 do século passado era geralmente associado a tentativas de autodeterminação ou separatismo. Entidades como a ETA em Espanha e o IRA na Irlanda, os movimentos de extrema-direita nos EUA. 

Nos anos 90 e início do século XXI, houve uma ligeira mudança de paradigma, com as entidades de libertação religiosa como a Al-Quaeda a tomarem uma maior relevância no panorama mundial. Esta ascensão culminou no 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e nos ataques subsequentes em Madrid e Londres. Subitamente, para a população civil, o terrorismo deixa de ter uma causa política e passa a ter uma causa religiosa e uma posição supranacional. 

A dificuldade em lidar com o terrorismo tem várias causas: a imprevisibilidade das ações violentas e das ameaças; o impacto que as mesmas têm na população civil; o fanatismo e convicção dos membros (como é o caso dos bombistas-suicidas); a dificuldade em identificar fontes de financiamento; o facto de que a violência como resposta gera apenas mais revolta e maior recrutamento para as causas terroristas (Guerras do Iraque e Afeganistão, Palestina vs. Israel). 

Muitas vezes o terrorismo começa no berço e, como tal, a educação poderá ser a única arma contra o extremismo. A mudança é difícil, principalmente quando a sociedade clama por medidas adicionais de segurança que podem radicalizar ainda mais os indivíduos (como a construção do muro separador de Israel e a faixa de gaza). 

Cabe-nos a nós estar a par destas questões e manter uma atitude otimista e uma mente aberta na nossa vida. O terrorismo não é um problema dos outros. É nosso também. 

Seja você mesmo, seja livre! 
Crónica de Márcia Leal 


P.S. A sua opinião é importante, PARTICIPE! 


MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

Made in Português!

(imagem retirada da internet)



UMinho faz a fusão entre ebook e livro físico

E se pudesse ver conteúdos extra e multimédia enquanto folheia o seu livro de papel? Uma equipa da Universidade do Minho criou um projeto inovador que faz essa fusão entre o livro eletrónico e o livro físico. O projeto 'Bridging Book' vai ser exibido na maior conferência internacional da área, a CHI 2013, que decorre na próxima semana em Paris. O sistema, criado pelo laboratório engageLab da Uminho, faz com que um livro, ao ser colocado junto a um dispositivo 'tablet' ou smartphone, gere conteúdos multimédia relacionados com as páginas em papel do livro, através de uma aplicação desenvolvida para o efeito.
Desta forma, passa a ser possível embeber conteúdos dinâmicos e interativos que dinamizam o carácter estático das página do livro em papel. Ou seja, promove-se o interesse em simultâneo pelo ebook e pelo livro físico.
O livro não necessita de ligação física ao dispositivo nem de algum tipo de eletrónica, sendo por isso uma solução acessível em termos de produção. Para ativar a sincronização, basta embeber, no livro em papel, pequenas peças magnéticas que são detetadas pela aplicação.
Esta nova aproximação ao livro tradicional envolve os investigadores Ana Lúcia Pinto, Ana Carina Figueiredo, Pedro Branco, Eduarda Coquet, Ido Iurgel e Nelson Zagalo.
A investigação foi selecionada para ser exibida na maior conferência internacional na área da interação Homem-computador, a CHI 2013, que decorre na próxima semana, em Paris, e conta com participantes de mais de 60 países.
O projeto é cofinanciado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo FEDER/COMPETE, no âmbito do projeto “EngageBook: touch, read and play”.
O engageLab é um laboratório que cruza artes e tecnologia, servindo o Centro Algoritmi e o Centro de Estudos em Ciências da Comunicação (CECS) da UMinho.

Clique AQUI para saber mais sobre este projeto inovador.
Video demonstração AQUI


Covilhã vai testar pavimento que produz energia

Portugal vai testar, pela primeira vez, um pavimento que produz eletricidade quando é pressionado por viaturas ou peões. O equipamento, desenvolvido por dois portugueses, vai ser instalado numa alameda da Covilhã. O conceito já é usado noutros países, mas o mecanismo português - designado "Waynergy" - consegue gerar até "três vezes mais energia", disse Francisco Duarte, um dos criadores, à agência Lusa.
Prevê-se que as obras de instalação, já em curso numa faixa de rodagem e numa passadeira da Alameda Pêro da Covilhã, junto ao hospital da cidade, estejam concluídas nos primeiros dias de Maio.
A eletricidade gerada vai alimentar os semáforos e novos painéis eletrónicos informativos da zona, tornando-os autossustentáveis. Este teste vai ser uma das "provas de conceito" para validar a invenção, antes de a produzir em série e comercializar.

Waynergy em Lisboa e Guimarães

Outras instalações com a mesma finalidade vão ser feitas em Lisboa, num dos acessos pedonais ao Centro Comercial Colombo, durante o mês de Maio, e também em Guimarães. O projeto nasceu na empresa Waydip, criada na Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, em 2010, por Francisco Duarte, 29 anos, e Filipe Casimiro, 27 anos, alunos do mestrado integrado de Eletromecânica. No mesmo ano, o mecanismo ganhou os prémios EDP/Inovação Richard Branson e MIT Inovação. Em 2011, a Waydip foi escolhida pela fundação norte-americana Kauffman Foundation, dedicada ao empreendedorismo, como uma das 50 novas firmas mais inovadoras do mundo.

Clique AQUI para ler uma reportagem que o Boas Notícias publicou, em 2011, sobre a empresa. 
Notícia sugerida por Leonor Brito e Vítor Fernandes


Science4you recebe prémio do governo britânico

A Science4you, empresa portuguesa que se dedica à produção e comercialização de brinquedos científicos e que inaugurou recentemente um escritório em Londres, acaba de ser distinguida com o prémio Business Internationalization Award, por parte do governo britânico.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, a empresa salienta que este prémio, entregue à Science4you pelo ministro britânico do Comércio e do Investimento, Stephen Green, reconhece a consolidação do projeto Science4you a nível internacional.
Para Miguel Pina Martins, fundador e CEO da Science4you, "este é mais um prémio que nos dá força para continuar a acreditar no sucesso do nosso projecto, a nível internacional". "Desde que 'abrimos as portas ao mundo', a adesão e reconhecimento da qualidade dos nossos produtos tem sido excepcional. Por isso mesmo, vamos continuar a apostar na internacionalização, para levar a produção portuguesa a todos os cantos do mundo", concluiu.
A Science4you é uma empresa portuguesa que se dedica à produção, desenvolvimento e comercialização de brinquedos científicos, em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que estimulem o conhecimento de crianças e jovens. A empresa conta neste momento com escritórios em Lisboa, no Porto, em Madrid e em Londres e exporta regularmente para o Brasil e demais países lusófonos, França e Grécia.
Com uma linha de mais de 100 brinquedos científicos, organiza também atividades de caráter educacional como festas de aniversário e campos de férias científicos, oficinas de ciência em escolas e ATLs, bem como formação a jovens e docentes.


UBI: Aluna de Optometria recebe prémio internacional

Sofia Mateus venceu o prémio para a "Melhor Investigação", no encontro anual da Academia Europeia de Ótica e Optometria (AEOO), na última semana, em Málaga. A investigadora da Universidade da Beira Interior (UBI) concorreu ao lado de mais 112 trabalhos científicos de estudantes de todo o mundo. A aluna de mestrado de Optometria em Ciências da Visão foi uma das três pessoas distinguidas neste concurso internacional que, todos os anos, pretende encontrar a "Melhor Investigação", a "Melhor Apresentação Escrita" e a "Melhor Apresentação Oral".
"Letter Discrimination and Reading Performance under Spherical and Astigmatic Blur, using the 'Roman' Alphabet" é um trabalho científico desenvolvido em conjunto com os investigadores Francisco Ferreira e Pedro Serra. Neste encontro estiveram presentes mais de 300 profissionais de optometria e ótica, vindos de mais de 40 países diferentes, para se reunirem na cidade espanhola de Málaga, entre 19 e 21 de Abril.
Segundo o comunicado publicado na página oficial da UBI, o prémio foi atribuído à investigação portuguesa pela EAOO e pelo The College of Optometrists do Reino Unido.
"O prémio vem contribuir para o reforço e motivação com vista à consolidação do trabalho desenvolvido na área da Optometria e Ciências da Visão em Portugal e, em especial, na UBI", explica a universidade no comunicado.


Hipismo: Português triunfa no Qatar com cavalo lusitano

Gonçalo Carvalho alcançou o 3º lugar no prestigiado Concurso de Dressage Internacional, realizado no Qatar, no final do mês de Março. Para além da distinção, o cavaleiro português participou num jantar cerimonial que teve como objetivo a introdução do cavalo lusitano no círculo restrito desta modalidade equestre.
O atleta olímpico e campeão português participou no concurso a convite da família real daquele país árabe, tendo competido ao lado dos 15 melhores cavaleiros do mundo. Ao longo de quatro dias, cerca de 90 atletas e mais de 250 cavalos participaram na corrida do complexo hípico de 17 mil metros quadrados da Qatar Foundation. O português participou no concurso de hipismo com o cavalo lusitano Rubi, de 15 anos. Segundo informa o site oficial do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), Gonçalo Carvalho foi "convidado pelo embaixador de Portugal no Qatar para um jantar de trabalho" que teve como objetivo "a introdução do cavalo lusitano num círculo restrito onde, naturalmente, o cavalo árabe impera".
No final da prova, o cavaleiro português, embaixador do PNED, salientou que este "convite é um sinal claro de respeito pela notoriedade que o cavalo luso tem internacionalmente". Segundo o PNED, este é o "concurso mais exclusivo do mundo e o mais significativo dos países árabes".
Gonçalo Carvalho, bicampeão nacional de Dressage e 16º nos Jogos Olímpicos de Londres, participou na prova com o lusitano Rubi, ferro da Coudelaria de Alter. O filho deste cavalo, Dom Rubi, está agora preparado para competir nos próximos desafios de hipismo, permitindo à equipa portuguesa manter "a tradição de só montar cavalos Puro Sangue Lusitanos".
Notícia sugerida por Diana Rodrigues


Judo: Telma Monteiro conquista bronze nos Europeus

Telma Monteiro acaba de conquistar mais uma medalha. A judoca portuguesa foi bronze, esta quinta-feira, nos Campeonatos Europeus de judo, que decorrem em Budapeste, subindo ao pódio pela nona vez nesta competição. Um ano depois de se ter consagrado campeã da Europa, a melhor judoca portuguesa de sempre, de 27 anos, voltou a pisar o pódio ao derrotar a holandesa Sanne Verhagen, por decisão, no combate para atribuição da medalha de bronze, depois de nenhuma das atletas ter conseguido qualquer vantagem.
Única judoca feminina da seleção portuguesa presente na capital húngara, Telma Monteiro alcança, assim, a sua quarta medalha de bronze em Europeus, depois de se ter sagrado quatro vezes campeã (2006, 2007, 2009 e 2012) e de ter conquistado a prata por uma vez.


Uchi: Uma casa portuguesa móvel e económica

Custa apenas 10 mil euros, é resistente, ecológica e pode, até, ser mudada de sítio. O primeiro protótipo da casa Uchi já está pronto e pode ser visitado, a partir desta sexta-feira, no Instituto Empresarial do Minho (IEM). Os módulos base da Uchi têm uma infraestrutura de 21 metros quadrados (três metros de largura e sete de comprimento) mas podem ser redimensionados e personalizados - tanto no interior como no exterior - adaptando-se às necessidades de cada um. 
A ideia é criar uma modelo de habitação flexível e fácil de transportar para qualquer cidade ou país. "Este módulo habitacional pode também ser utilizado para turismo rural, residências de estudantes, quiosques de lojas ou escritórios, por exemplo", explica ao Boas Notícias Eurico Silva, o arquiteto criador do conceito (na foto abaixo com uma maquete da Uchi).


O módulo habitacional básico custa perto de 10 mil euros e é um T0 com uma área ampla (que pode ser servir como sala ou quarto), uma área de cozinha e um WC equipado com sanita, lavatório e duche. A casa é construída maioritariamente com contraplacado marítimo sobre uma estrutura de aço e possui também um isolamento com placas de wallmate (poliestireno extrudido) para garantir o conforto em todas as estações do ano. O transporte do módulo é assegurado através de um camião sendo que a empresa assegura esse serviço por um valor ainda a definir e que dependerá das distâncias. "Depois de montada no terreno, a casa pode ser removida e reinstalada em qualquer outro local", esclarece o arquiteto. 
Eurico Silva explica ainda que para "ter água e eletricidade dentro da estrutura, o comprador terá que instalar a casa num local com acesso às redes públicas" mas sublinha que "se preferir optar por uma modalidade autossustentável, é possível instalar painéis solares e sistemas de reaproveitamento das águas".
A Uchi está a desenvolver atualmente três modelos habitacionais – o modelo básico, o eco e o high-tech – que quer comercializar em paralelo com peças de mobiliário, complementares ao módulo habitacional. A partir de amanhã, o protótipo da primeira Uchi já está aberto a visitas, no terreno do IEM, em Soutelo, Braga.
Eurico Silva revela que a empresa já está em mãos com "duas encomendas de clientes particulares que pretendem criar um negócio de turismo rural no Gerês". Por enquanto, os módulos são produzidos num estaleiro da empresa mas o objetivo da Uchi é "criar de centros de produção em várias partes do mundo”.

Clique AQUI para aceder à apresentação do conceito Uchi ou AQUIpara visitar o Facebook da empresa com mais informações e fotos.




Gerês: Sensores óticos vão prevenir incêndios

O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) vai receber, a partir deste Verão, um sistema de vigilância através de sensores óticos que detetam fumo orgânico de fogos florestais a 15 quilómetros de distância. Este sistema tem a capacidade de reconhecer fumo orgânico através de uma análise química da atmosfera e, segundo explicou uma fonte oficial da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) à agência Lusa, deverá entrar em funcionamento até ao dia 1 de Julho. Segundo a ANPC, este sistema consegue distinguir o fumo dos incêndios “de outras fontes” - como é o caso do fumo proveniente das indústrias – e é capaz de decidir "de forma completamente autónoma, até uma distância de 15 quilómetros, se há motivo para enviar um alerta de incêndio".
O sistema conta com um sensor ótico remoto de grande alcance e uma câmara ótica de elevada resolução, que realiza um varrimento horizontal de 360 graus e vertical entre 45 a 90 graus. Inclui ainda sensores atmosféricos que monitorizam as condições atmosféricas do local, como a temperatura, humidade, direção e velocidade do vento e pluviosidade.
A ANCP explica ainda que, em caso de alarme, o sistema fornece "informações adicionais" aos centros de comando, como a "localização exata do fogo, fotografia da deteção e dados meteorológicos, que envia para um servidor central a partir do qual se possam emitir alertas para outros dispositivos" e, por isso, é capaz de garantir "uma resposta pronta e adequada a cada situação".
No âmbito deste projeto de combate aos incêndios vão ser instaladas 13 câmaras com sensores: sete na área do PNPG no distrito de Viana do Castelo, quatro no distrito de Braga e duas no distrito de Vila Real. 
Notícia sugerida por Ana Guerreiro Pereira


A história inacabada das ruínas portuguesas

À semelhança dos monumentos, também as ruínas podem contar a história de um país. Gastão de Brito e Silva, “fotógrafo de intervenção”, regista essas histórias através da sua lente como uma “chamada de atenção contra a perda de património”, revela ao Boas Notícias.
Apaixonado por história e arquitetura e fotógrafo de profissão, Gastão de Brito é o autor do blogue Ruin’arte, uma autêntica galeria digital onde expõe os seus trabalhos fotográficos, inspirados nos “descuros do património arquitetónico.” Revelar a “história inacabada" de ruínas industriais, urbanas, clericais, palacianas, rurais, militares e outras , é o objetivo de Gastão de Brito e Silva que, através da fotografia, quer apelar a que se preserve “o melhor que temos" para que esta "geração não perca o que todas as outras legaram”.
Este projeto fotográfico, marcado por uma minuciosa exploração de cores e contrastes, nasceu de “uma inspiração algo longínqua no tempo,” quando Gastão voltava da tropa, numa viagem de comboio, e avistou uma ruína “deslocada da civilização”, que despertou a sua curiosidade.
Mais de 20 anos depois voltou ao local e descobriu que aquelas eram as ruínas do antigo convento de Cister, construído em 1175, no reinado de D. Afonso Henriques. Foi então que surgiu a sua paixão pelo património esquecido e percebeu que, “na sua generalidade, todas as ruínas podem ter interesse e serem integradas em qualquer ponto da história.”

Correr riscos em busca da fotografia perfeita 

Aos 46 anos de idade, e já com cinco anos de experiência nesta exploração das ruínas, Gastão de Brito confessa que tem de ultrapassar muitas barreiras para conseguir fazer este tipo de fotografias. Além das deslocações e do difícil acesso a algum tipo de informação histórica que se vai perdendo ao longo do tempo, muitas propriedades são vedadas e isoladas, “tornando o acesso apenas possível a um Rambo”.


A Companhia de Lanifícios da Chemina (Seixal) foi inaugurada em 1890 e trabalhou em pleno até 1977, empregando 160 funcionários. Com quase mil ruínas fotografadas, Gastão afirma que, em todas elas, viveu aventuras diferentes e é isso que tenta transmitir também no blogue Ruin’arte. “Sempre que se entra numa ruína, entra-se simultaneamente num risco!", explica. Podem ocorrer derrocadas ou encontros inesperados com os proprietários, “mas sem estes riscos, o projeto não anda”, garante. 
Gastão de Brito identifica-se com os princípios do movimento urbex, embora não se considere membro desta cultura. Este é um movimento artístico de exploração urbana que pretende mostrar - através da fotografia ou do documentário - a beleza e as histórias dos locais abandonados. Geralmente, os participantes deste movimento organizam-se em fóruns ou redes sociais e estão submetidos a um código de ética específico, que passa por não vandalizar os locais que descobrem, não deixar rasto e não levar nada - além de imagens - do local.

Blogue do ano em 2012

O blogue Ruin’arte, que reúne já centenas de imagens acompanhadas de informação detalhada sobre a história de cada edíficio e de pequenas crónicas do autor, tem chamado a atenção da blogosfera e já mereceu destaque em diversos meios de comunicação. Aliás, foi o blogue de Gastão de Brito que inspirou a intervenção artística do grupo Grande Malha que, neste 25 de Abril, “plantou” cravos de lã de tamanho gigante num antigo campo militar já registado pela lente do fotógrafo.
Em 2011, o projeto Ruin’arte teve a oportunidade de sair da internet para o mundo real, através de uma exposição no Reservatório da Patriarcal, no Museu da Água, Lisboa, numa mostra com cerca de 30 fotografias em grande formato. 
No ano passado, o blogue recebeu a nomeação de “Blogue do ano” na categoria de “Arquitetura.” Um título que representa para o autor o reconhecimento do seu trabalho e a “honra de contribuir para a História de Portugal e para a cultura da nação”.

Clique AQUI para visitar o blogue Ruin'arte.


Diogo Oliveira, o menino prodígio da dança

Embora só tenha começado a dançar há cerca de 3 anos, o jovem Diogo Oliveira já conquistou cinco medalhas de ouro e outras distinções. Este mês, foi o bailarino europeu júnior que mais brilhou no concurso Youth America Grand Prix (YAGP), em Nova Iorque, onde recebeu três bolsas de estágio internacionais. Com apenas 14 anos, o aluno da Escola Domus Dança (EDD), com instalações no Porto e em Matosinhos, tem vindo a conquistar medalhas em todos os concursos em que participa, como foi o caso do ouro que arrecadou no DançArte e no Leiria Dance Competition.
Este ano, depois de ter vencido, na categoria de Solista Clássico Júnior, a semifinal europeia do YAGP (que decorreu em Setembro de 2012 em Paris), Diogo foi também o europeu júnior que se destacou, este mês, na final do YAGP. Todos os anos, o concurso norte-americano junta jovens bailarinos vindos dos quatro cantos do mundo e, além de seis medalhas principais (que este ano não foram atribuídas a nenhum europeu) distingue as melhores prestações com bolsas de treino em escolas de dança internacionais.


O jovem portuense conseguiu o melhor desempenho na sua categoria e foi convidado a ingressar a academia Orlando Ballet School, na Florida, a Rock School for Dance Education, em Filadélfia, e a Académie de Danse Princesse Grace, no Mónaco. Alexandre Oliveira e Sílvia Boga, professores de dança e tios do jovem bailarino, confirmaram ao Boas Notícias que, "no seu ainda curto percurso, Diogo Oliveira foi premiado em todos os concursos [e audições] em que se apresentou". 
O jovem bailarino frequenta o 9º ano de escolaridade e concilia os estudos com a sua formação em Dança, na EDD, onde integra o programa formativo do Projeto de Excelência em Dança. "Este Verão vai regressar aos EUA para um estágio na School of American Ballet", escola oficial do New York City Ballet, contam os professores, que são ex-bailarinos.
Aos prémios conquistados na edição de 2013 do YAGP, que decorreu entre os dias 12 a 18 de Abril, vêm juntar-se outras seis bolsas oferecidas ao jovem bailarino no decurso deste ano letivo.
Diogo Oliveira recebeu bolsas para integração na School of American Ballet, em Nova Iorque, na Escola de Ballet da Ópera de Viena, na Académie de Danse Princesse Grace, no Mónaco, na Escola de Dança do Conservatório Nacional, na Stage de Danza Marisa Yudes, em Barcelona, e no Centro Danza Victor Ullate, em Madrid. Agora, resta ao aluno, com o apoio da família, optar pela "oferta que seja mais adequada". Embora nos próximos meses vá permanecer em Portugal, a certeza é de que, em breve, este menino prodígio da dança vai partir para uma "escola internacional para, depois, iniciar uma carreira como bailarino profissional".

Ver video AQUI
Notícia sugerida por Carla Santos Ferreira


António Silva, o surfista das ondas mutantes

António Silva está entre os cinco candidatos ao prémio da Maior Onda do Ano. O jovem de 27 anos foi selecionado entre centenas de participantes pela onda que surfou este ano, ao lado de McNamara, na Nazaré. O seu sonho enquanto surfista, conta ao Boas Notícias, é "ultrapassar os seus limites". Os resultados desta competição mundial vão ser anunciados no próximo dia 3 de Maio, numa gala especial realizada na cidade de Anaheim, na Califórnia. O português é candidato ao prémio de 10.000 dólares (cerca de 7.678 euros) que lhe poderá ajudar a abrir novas portas no mundo do surf.


António Silva disse ao Boas Notícias que é "um grande orgulho" estar representado num concurso onde participam surfistas de todo o planeta. "É o reconhecimento por todo o trabalho que tenho vindo a fazer ao longo dos anos", salienta.
O surfista espera alcançar o prémio de Maior Onda, distinção atribuída na última edição (2012) ao havaiano Garrett McNamara que bateu o recorde mundial deste título, também na Praia da Nazaré, com uma onda de cerca de 34 metros. Este ano, McNamara optou decidiu não participar no prémio, segundo explicou num vídeo divulgado online, para dar oportunidade a novos surfista.  Sobre a onda de António Silva, McNamara confirmou recentemente, numa entrevista à publicação brasileira Alma Surf, que o português apanhou "uma onda gigante". Garrett McNamara salienta a importância do jovem surfista encontrar "os patrocinadores certos" e garante que "se tivesse o patrocínio da Billabong, a fotografia teria circulado por todo o mundo".

Foto © Ricardo Santos/Billabong

António Silva ainda não tem patrocinadores e terá de ir à cerimónia com "dinheiro emprestado". Ainda assim, o surfista português acredita que, depois desta nomeação internacional e de "tanto se falar" na sua onda, "venha algo de bom" não só para o surfista enquanto atleta mas também "coisas boas para Portugal", afirma. "Penso que só o facto de estar nomeado para as cinco maiores ondas do mundo é já uma grande vitória, tanto para mim como para a comunidade do surf e do bodyboard em Portugal. Esperemos que ganhe", conta António Silva.

"Faço surf para ultrapassar os meus limites"

Surfista desde os oito anos de idade, António começou a sua atividade desportiva numa praia de Sintra, "campo de treino" que lhe garantiu "grandes bases para poder surfar pelo mundo fora". "Sou mais um amante do surf em Portugal, que acorda e respira surf todo o dia e procura adrenalina em ondas um pouco invulgares. Não faço surf para ser melhor do que alguém, apenas para me divertir ao máximo e ultrapassar os meus limites cada vez mais", destaca António Silva.
O surfista conta que tem vindo a desenvolver a sua carreira desde a categoria de júnior, onde conseguiu alcançar "alguns títulos a nível competitivo, aos quais nada se compara a esta nomeação". Atualmente, António Silva opta por surfar "ondas grandes e mutantes" e sonha um dia poder "andar pelo mundo fora" ao encontro delas.


Designers Portugueses vestem 'tablet' da Microsoft

O projeto português "Burel for Surface" vai vestir o primeiro 'tablet' da líder mundial em software. Os três designers portugueses criaram capas protetoras para o Surface fabricadas com burel, um tecido artesanal português feito à base de lã. A Microsoft Portugal apresentou ontem o projeto nacional durante a apresentação do novo gadget da multinacional norte-americana, na Estação do Rossio, em Lisboa. Rui Grazina, Rute Gomes e Sara Lamurias desenharam a linha de três capas únicas, exclusivamente concebidas para o Surface.
O projeto contou com a colaboração da Burel Factory, uma empresa da Guarda de produção de lanifícios que se dedica especialmente à produção de burel e à sua utilização em projetos inovadores e criativos na área do design.
Segundo o site da Microsoft Portugal, as capas desenhadas pelos três artistas portugueses têm assinaturas próprias e refletem a identidade e inspiração de cada designer. As três peças "demarcam-se de toda a oferta existente a nível nacional" e tratam-se das primeiras e únicas capas a serem desenhadas e produzidas para o Surface.
Para Rui Grazina, porta-voz do projeto, "o desafio foi superado e estamos perante três propostas diferentes que representam bem a expressão de cada um dos designers, que conciliaram o seu mundo criativo com a especificidade deste projeto".
As capas protetoras podem sem adquiridas a partir desta quarta-feira na loja do Burel, no Chiado. Está ainda previsto que, no futuro, a linha "Burel for Surface" venha a acompanhar o Surface nos seus pontos de venda.
Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes e Lídia Dinis

Créditos das notícias: Boas Notícias


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(imagens retiradas da internet)



Vencer a dislexia

Apesar dos mitos e preconceitos, o diagnóstico de dislexia é hoje mais frequente e precoce. Com o devido apoio e muita perseverança, as dificuldades de aprendizagem são quase sempre ultrapassadas. E em lugar da frustração surge a alegria da conquista.

Foi de “coração partido e aflito” que os pais de Inês, na altura com cinco anos, decidiram procurar uma opinião profissional. Na sala de aula, Inês revelava dificuldades objetivas e a sua autoestima caíra “a pique”. Quando lhe perguntavam o que queria ser quando fosse crescida, Inês respondia que “não queria ser nada”, tal era o seu descrédito. A preocupação dos pais era evidente, mas quando ouviram da psicóloga que a sua filha“parecia ter quase todos os fatores de risco possíveis para dislexia” sentiram um alívio. “Afinal, o nosso adversário tem nome”, pensou a mãe, Carla. Com a entrada para o 1º ciclo, “tudo piorou” e a meio do primeiro período a Inês “queria morrer” para não ter de ler na sala de aula. “No Natal, a Inês ainda não lia e só nomeava metade das letras do alfabeto”. Nessa altura, com o diagnóstico confirmado, Inês iniciou o seu processo de “recuperação”. As batalhas foram sendo ganhas aos poucos, com a ajuda e o apoio incondicional dos pais. Na Páscoa, a Inês já lia. “Foi aprendendo a aceitar-se e a aceitar o tipo de trabalho que tinha de fazer”, conta Carla. E, acima de tudo, “voltou a sonhar”. O mais extraordinário foi ver como esta “fisioterapia para o cérebro” se refletiu em todos os aspetos da vida da Inês, “mesmo naqueles que aparentemente não estavam relacionados”. Inês, Carla e a psicóloga que as acompanha continuam a trabalhar juntas, “confiando que, com calma e persistência tudo se consegue, mesmo o que de início parecia inultrapassável.

A história de Inês é apenas um exemplo entre inúmeras crianças que, todos os dias, enfrentam dificuldades de aprendizagem, frustração perante o insucesso e, muitas vezes, desânimo e incompreensão. Em Portugal, estima-se que cerca de 70 por cento das crianças com dificuldades de aprendizagem têm dislexia. Estes alunos “não são preguiçosos, nem imaturos, não têm problemas visuais ou posturais, não são pouco inteligentes, nem é por não gostarem de ler que têm dificuldades”, afirma Leonor Ribeiro, técnica superior de Educação Especial e Reabilitação e coordenadora do Núcleo de Dislexia do Cadin (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil), explicando que a dislexia “é uma dificuldade crónica, que se manifesta pela dificuldade em aprender a ler, sem que tal esteja relacionado com a qualidade do ensino, o nível intelectual, as oportunidades socioculturais ou as alterações sensoriais”. Este défice tem uma “base neurobiológica, ou seja, existem alterações na estrutura e funcionamento neurológico” e também influências genéticas.


Intervenção precoce

As crianças com dislexia “apresentam uma ‘disrupção’ no sistema neurológico, que dificulta o processamento fonológico e o consequente acesso ao sistema de leitura automática”, acrescenta a psicóloga educacional Paula Teles. Esta dificuldade com as palavras “é mais alargada do que nós pensamos: não é só em relação à linguagem escrita, como também à linguagem oral”. A dificuldade de leitura é precedida de “dificuldades mais ou menos marcadas a nível da fala”. Por isso, “já no pré-escolar é possível sinalizar algumas destas limitações”, alerta Paula Teles, chamando a atenção para a importância da intervenção precoce: quando uma criança “inicia a reeducação aos quatro, cinco anos a recuperação é mais rápida”. Segundo a especialista, e diretora da Clínica de Dislexia, “quanto mais tarde se inicia o trabalho, mais demorada é a recuperação e muito do défice fonológico nunca é recuperado”.

Para os pais de José Miguel, os “problemas” começaram cedo: “recordo-me de sermos chamados para uma reunião com a educadora (ainda na sala dos meninos de um ano) sobre o que ela descrevia como ‘ele põe a sala em alvoroço’, problemas estes que foram contínuos e que nos habituámos a apelidar como ‘problemas de comportamento’”. Já noutro colégio, aos cinco anos, a educadora aconselhou os pais a procurarem o apoio de uma psicóloga, dadas “as evidências de dificuldade de aprendizagem e comportamentos de recusa na elaboração das atividades propostas na sala”. Carla e Ricardo seguiram o conselho e o acompanhamento de psicologia e terapia educacional iniciou-se aos seis anos, já no 1º ano. “Aprendemos então que o nosso filho nunca teve problemas de comportamento, mas sim uma profunda frustração por não acompanhar as atividades e o ritmo de aprendizagem proposto na sala de aula, causando posturas comportamentais desadequadas até no seio familiar e com os outros amigos”, contam os pais.

De facto, confirma Leonor Ribeiro, o que as crianças disléxicas verdadeiramente necessitam é de um “apoio específico e de adaptações no processo de ensino-aprendizagem, para que consigam ter sucesso”. Até porque, quando este apoio tarda, a frustração rapidamente se instala. “É fundamental intervir”, defende Paula Teles, explicando que “assim que a criança começa a ver, logo no primeiro ano, que tem dificuldades sente uma enorme frustração”. E se não tiver o apoio de que necessita “essa frustração vai aumentando”.


Apoio especializado

O problema é que, de acordo com Helena Serra, presidente da DISLEX (Associação Portuguesa de Dislexia), a “referenciação e o diagnóstico estão a ser feitos de uma forma contraditória, assimétrica e inconsistente: há escolas em que são os professores ou diretores de turma que referenciam estes alunos e acompanham os casos com humanidade e respeito; há escolas que não o fazem e, mesmo sendo os pais a fazê-lo, subestimam a situação, dificultam e tornam o processo moroso, numa atitude depreciativa”. Para esta professora jubilada da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, o tratamento da dislexia “só pode ser assumido por professores especializados, terapeutas e psicólogos (quando existam!), caso contrário não há tratamento adequado”. O que há por vezes é “apoio educativo dado por docentes sem especialização ou formação neste domínio, os quais vão apoiar o aluno, genericamente, em competências de estudo, competências em leitura e escrita ou matemática, mas não se trata de um ‘tratamento’ porque, não conhecendo as abordagens específicas que é necessário fazer de forma a haver de facto uma pedagogia diferenciada, eles não vão naturalmente ‘atacar’ a causa, mas apenas os efeitos”. Opinião idêntica tem Leonor Ribeiro, que considera que “os professores do ensino regular não têm recursos suficientes para, sozinhos, darem a melhor resposta a estes alunos”. Para tal, deve “existir uma equipa multidisciplinar de apoio, que em conjunto partilhe estratégias, preocupações, competências e pense nas melhores respostas para o aluno”.

Carolina Figueiredo terminou o 1º ano do ensino básico com “muitas dificuldades na aprendizagem, tanto na leitura como na escrita”. O que para a professora na altura era “uma situação normal”, para os pais era “uma situação diferente daquela que tínhamos acompanhado com a nossa filha mais velha”. Ao iniciar o 2º ano, “mudou felizmente de professora” e, em conjunto, concluíram que “havia algo de diferente com a Carolina”. Feitas as avaliações, clarificou-se a existência de dislexia. Com o devido acompanhamento, “em poucos meses”, Carolina passou da nota “Não Satisfaz” para “Bom” a língua portuguesa, “conseguindo mesmo alcançar um ‘Excelente’ em áreas específicas da disciplina”, sublinha a mãe, referindo que “não só conseguiu ultrapassar as dificuldades iniciais, como veio a melhorar muito a sua autoestima, acreditando que era capaz de ler corretamente, igualando-se assim aos restantes colegas da turma”.

A perseverança é, para Leonor Ribeiro, a maior aliada e, ao mesmo tempo, o grande desafio das crianças com dislexia. “É preciso ser muito perseverante para conseguir ultrapassar todos os desafios”, muitos dos quais podem manter-se na vida adulta. Apesar de ainda existirem muitos preconceitos e mitos em relação à dislexia, que levam a um “mau entendimento e atendimento dos alunos”, é também óbvio que existe já uma maior sensibilização para este problema, o que é “visível pela identificação de mais casos e cada vez mais precocemente”.

Para que não restem dúvidas, Paula Teles, também ela disléxica, volta a sublinhar: a dislexia é um “défice independente da inteligência”. E, por isso mesmo, “conseguimos arranjar estratégias com muita facilidade para ultrapassarmos a nossa dificuldade”.

A Carolina, o José Miguel e a Inês são a prova de que, com o devido apoio e muita dedicação, é possível vencer a dislexia e deixar para trás a frustração e o demérito, que quase sempre se instalam na mente e no coração destas crianças.


ATENÇÃO AOS SINAIS

Por ser uma dificuldade de aprendizagem da leitura, é natural que não seja possível diagnosticar a dislexia antes da aprendizagem da leitura. No entanto, salienta Leonor Ribeiro, “existem alguns indicadores precoces, identificáveis em idade pré-escolar que nos alertam para a possibilidade de vir a apresentar dificuldades na leitura: a (in)capacidade de pronunciar certas palavras, de cantar cantigas simples e tradicionais e aprender os nomes e os sons das letras do alfabeto, são alguns destes sinais”. Estes sinais observam-se precocemente e mantêm-se, “total ou parcialmente”, durante o desenvolvimento da criança. Com o início da escolaridade, surgem outras características que alertam para a possibilidade de ter dislexia, nomeadamente as “dificuldades na correspondência letra - som, em evitar ler em voz alta, em confundir palavras básicas, em cometer erros de leitura consistentes, com frequência, intensidade e duração significativos, e em dificuldades de compreensão”. Com o insucesso frequente, sublinha Leonor Ribeiro, é “natural que a criança comece a apresentar sinais de desinteresse e de desmotivação pelas aprendizagens”.

O diagnóstico só é possível quando a criança “já usufruiu de oportunidades de aprendizagem da leitura”, no entanto, uma vez que no pré-escolar já é “possível detetar alguns sinais de alerta e áreas de dificuldade”, Leonor Ribeiro considera importante ser iniciada uma “intervenção precoce, de caráter preventivo, para trabalhar as áreas onde a criança apresenta lacunas e que podem interferir com o seu sucesso em aprendizagens futuras”. Porque o mais importante é “evitar o insucesso”. Mais vale “intervir precocemente e mais tarde concluir-se que a criança não tinha uma dislexia, do que aguardar que a criança experiencie o insucesso e fique com um atraso mais marcado nas aprendizagens”. Assim, consegue evitar-se também o indesejável rombo na autoestima.


A IMPORTÂNCIA DA FLUÊNCIA LEITORA

O Ministério da Educação definiu este ano, pela primeira vez, metas curriculares para a competência leitora, uma ferramenta que, na opinião de Paula Teles, é fundamental para os professores do 1º ciclo. As metas definem o número de palavras lidas por minuto para cada ano de escolaridade. Por exemplo, no final do ano letivo, um aluno do 1º ano deverá ser capaz de ler 55 palavras por minuto. Até agora, os “professores achavam, por desconhecimento, que a velocidade da leitura era uma patetice”, afirma a psicóloga educacional, sublinhando que “estas metas são muito importantes”.

Sendo a dislexia uma perturbação da leitura e da escrita, um dos critérios de diagnóstico baseia-se nas competências leitoras: “uma criança é considerada disléxica quando a sua fluência leitora é inferior à média esperada para o seu coeficiente de inteligência e nível de escolaridade”. É por isso que as metas agora definidas pelo Ministério da Educação são “tão importantes”. Agora, os professores “já têm tabelas para cumprir”.

Paula Teles lembra que é frequente ouvir-se dizer que a “velocidade de leitura não interessa, o que interessa é que a compreensão”. No entanto, explica, as pessoas “ignoram que a compreensão depende da fluência, que é a capacidade de ler automaticamente e sem esforço”. Na realidade, as pessoas “só compreendem quando a leitura é automática, caso contrário estão mais focadas na descodificação”. Só se aprende a ler, lendo e “isto é válido para toda a gente, incluindo disléxicos”. Por isso, Paula Teles defende que a leitura “devia ser uma atividade diária obrigatória no ensino básico”, porque “é para isso que ele serve, para as crianças aprenderem a ler e hoje em dia isso é não é valorizado”.



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Esta semana...

(imagens retiradas da internet)




Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.



MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

MEIO CRESCENTE - Formação ABRIL



Com o objectivo de melhorar as suas competências pessoais e profissionais o MEIO CRESCENTE recomenda as seguintes formações:

  • Workshop "Prevenção de acidentes e primeiros socorros na infância" VER
  • Workshop "Intervenção em crise no contexto escolar" VER
                                    Comunicado Importante AQUI
  • Workshop "Dispa o seu stress" VER

Inscrições:

Ao vosso dispor,
Albertina Gouveia

MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

Ideias em movimento!

(imagem retirada da internet)



Semana em cheio sem gastar um tostão [até 03-05]

Dança e música jazz são o mote desta semana de eventos a custo zero. Mas há muitas outras atividades, como sessões de cinema ou exposições, para escolher.

Lisboa

Dia Internacional do Jazz na PT Bluestation
No mês em que se celebra o Dia Internacional do Jazz, assinalado a 30 de Abril, a Baixa-Chiado PT Bluestation oferece ao público uma programação repleta de concertos e outras atividades. O programador deste mês é o Hotclube de Portugal - Página Oficial (HCP), o mais antigo clube de jazz da Europa, que desenvolve a sua atividade há 65 anos.
Saiba mais AQUI.

Jazz em Cascais
No âmbito do Dia Internacional do Jazz, que se celebra a 30 de Abril, o Largo Cidade de Vitória, em Cascais, recebe um concerto, a partir das 18h00, em que atuam os Fidu's Blues (18h00), Maria Anadon (19h00) e George Esteves Jazz Trio (21h00). A não perder.

LX Factory: Documentário sobre Waldick Soriano
A LX Factory, em Alcântara, exibe o documentário de Patrícia Pilar sobre o cantor romântico Waldick Soriano. As sessões têm entrada livre e realizam-se nos dias 26 (21h00), 27 (18h30) e 28 de Abril (15h30). Este é um evento da iniciativa do Espaço Brasil que apresenta vários filmes brasileiros, néditos em Portugal.
Saiba mais AQUI.

SOU com cinema gratuito
Esta terça-feira, 30 de Abril, a partir das 22h00, o sofá do espaço SOU está disponivel para assistir a mais um filme, com entrada livre. Desta vez, o flime a exibir é "La Haine" (1995), de Mathieu Kassovitz.
Saiba mais AQUI.

Solistas da Metropolitana no Teatro São Luiz
Este sábado, 27 de Abril, pelas 18h30, os Solista da Orquestra Metropolitana de Lisboa atuam no Teatro Municipal São Luiz, pelas 18h30. A sessão tem como presença o Quarteto com Piano de Brahmas.
Saiba mais AQUI.

RioLisboa ao vivo no Chiado
Este sábado, dia 27 de Abril, pelas 17h00, a Fnac do Chiado recebe os RioLisboa que apresentam o seu trabalho musical com temas com o toque do fado e o balanço da bossa, assumindo uma identidade resultante da ponte entre Portugal e o Brasil.
Saiba mais AQUI.

World Press Cartoon em Sintra até Junho
A exposição anual do World Press Cartoon, com entrada livre, abriu ao público a 13 de Abril, no antigo Casino de Sintra (ex-Museu de Arte Moderna), com 343 ilustrações que foram publicadas na imprensa de todo o mundo - incluindo os vencedores. A mostra está patente até 30 de Junho.

"A esperança que resiste" no Teatro Artéria
Está em exibição por estes dias. 26, 27 e 28 de Abril, a peça "A esperança que resiste", com entrada livre, no Teatro Artéria, em Sacavém.
Saiba mais AQUI.

Documentário na Casa da América Latina 
Esta segunda-feira, dia 29 de Abril, pelas 19h00, a Casa da América Latina exibe um documentário com e sobre o escritor chileno Antonio Skármeta.
Saiba mais AQUI.

Pop Art de Andy Warhol e Pietro Psaier
A exposição no Centro Comercial Colombo conta com um total de 32 obras de Andy Warhol e Pietro Psaier, que estará patente até ao dia 11 de Julho. Não perca esta mostra que contém verdadeiros icons do movimento Pop Art, a estrela da cena artística de Nova Iorque do final dos anos 60.

Ciclo Portugal da Fundação à Atualidade
O ciclo de conferências "Portugal da Fundação à Atualidade" termina, esta terça-feira, dia 30 de Abril, na Academia de Ciências. A última conferência, que acontece pelas 17h00, tem como tema "O Marquês de Pombal e as reformas do ensino", com Manuel Ferreira Patrício.
Saiba mais AQUI.

Casa da Achada: "História - Os Derrotados no 25 de Abril de 1974"
Este sábado, dia 27 de Abril, pelas 16h00, a Casa da Achada apresenta uma tertúlia, liderada por Carlos Matos Gomes, sobre os derrotados no 25 de Abril de 1974.
Saiba mais AQUI.

Concerto no Palácio Nacional de Mafra
Esta quinta-feita, dia 02 de Maio, pelas 21h00, o Palácio Nacional de Mafra oferece ao público um concerto com o Quarteto Colonial.


Porto

Dia Mundial da Dança
No âmbito do Dia Mundial da Dança, que se celebra no dia 29 de Abril, a cidade Invicta tem um programa totalmente gratuito com muita música, movimento corporal e alegria. O Palco da Praça da Ribeira festeja a dança, este sábado e domingo, dias 27 e 28 de Abril, com aquele que é um programa que abrange todos ou quase todos os tipos de dança. Consulte AQUI o programa.

Ciclo de Jazz
Este domingo, dia 28 de Abril, a Casa - Centro Avançado de Sexualidades e Afectos apresenta uma sessão de música Jazz, com entrada livre, pelas 22h00.
Saiba mais AQUI.

Sessões de Tai-Chi ao ar livre
Durante todos os sábados, o Tai-Chi Center oferece sessões de Tai-Chi, ao ar livre, até ao fim do mês de Setembro. Os jardins do Palácio de Cristal (junto à Concha Acústica), têm aula marcada para as 11h00. Para quem prefere a tarde, a aula é às 16h00, no Monte Aventino, no jardim do Pavilhão.
Saiba mais AQUI.

Centro Português de Fotografia: O Poeta da Reportagem
Está patente no Centro Português de Fotografia a exposição sobre Ryszard Kapuscinski, escritor, viajante e jornalista polaco que dedicou toda a sua vida à reportagem. A mostra é dedicada a toda a obra literária do “mestre do jornalismo moderno” e fotografias do seu arquivo, tiradas no mundo inteiro, inclusive durante a Guerra Colonial em Angola.
Saiba mais AQUI.

Rui Lage (des)conversa sobre textos de resistência
Dia 27 de Abril, entre as 15h30 e as 17h30, o poeta Rui Lage dinamiza na Casa de Chá de Serralves a conversa sobre textos de resistência “Se não podemos mudar de país, mudemos de assunto”. A entrada nas sessões é gratuita mas requer a aquisição de bilhete para o Parque de Serralves (€3,00), válido todo o dia, bem como a reserva de lugar nas sessões para o email: casachaserralves@gmail.com.
Saiba mais AQUI.

Fernanda Alves: Imagens, Sons, Imprecações”
No âmbito do Dia Mundial do Teatro, que se celebrou a 27 de Março, o Teatro Nacional de São João tem patente, até ao dia 21 de Abril, a exposição de Nuno Carinhas “Fernanda Alves: Imagens, Sons, Imprecações”. A mostra reúne fotografias de cena e registos áudio de espetáculos da atriz que faz parte da história do teatro português.
Saiba mais AQUI.

Concertos com entrada gratuita na Casa da Guitarra
Ese sábado, dia 27 de Abril, pelas 18h00, na Casa da Guitarra - Praça das Cardosas atua o grupo Chorinho Vareiro, músicos portugueses de Ovar que tocam sonoridades jazzísticas e populares brasileiras.
Saiba mais AQUI.


Norte/Centro

Maior Álbum Fotográfico do Mundo em Braga
O Maior Álbum Fotográfico do Mundo, inscrito no Livro do Guinness, está patente, até ao dia 05 de Maio, no Centro Comercial Braga Parque. Este álbum é produzido pela portuguesa Dreambooks, mede 4,5m de altura por 8m de comprimento (por página), contém cerca de 10 mil fotografias que retratam o melhor de Portugal (768 imagens de cada região).
Samuel Úria: O Grande Medo Do Pequeno Mundo
Este fim de semana, dias 27 e 28 de Abril, Samuel Úria atua no espaço Fnac de LeiriaShopping, Coimbra e Viseu. O cantor apresenta o seu mais recente trabalho de originais "O Grande Medo do Pequeno Mundo".
Saiba mais AQUI.

Música ao Vivo com os Blue Trash Can
A Fnac de Coimbra recebe, este sábado, dia 27 Abril, os Blue Trash Can, um grupo que apresenta um rock influenciado pelo Grunge dos anos 90, mas também uma sonoridade Pop-Rock da actualidade.
Saiba mais AQUI.

"Timor Lorosae: objetos de devoção" em Lamego
Está patente, até ao dia 02 de Maio, no Museu de Lamego, a exposição "Timor Lorosae: objetos de devoção". A mostra reúne um conjunto de peças que revelam o sentido de Deus e do Sagrado na vida quotidiana do povo de Timor, nas suas mais variadas vertentes: família, justiça, dignidade, espírito batalhador e defesa dos valores.
Saiba mais AQUI.

Novos Talentos Fnac com Bruno Morgado
Este fim de semana, dias 27 e 28 de Abril, no âmbito dos Novos Talentos Fnac, Bruno Morgado atua na Fnac de Braga e do Guimarãeshopping. A escolha como Novo Talento FNAC confirma-o como tesouro escondido da prestigiada editora FlorCaveira.
Saiba mais AQUI.

Coleção de arte contemporânea Portugal Telecom
O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, tem patente a exposição "Coleção de arte contemporânea Portugal Telecom".
Saiba mais AQUI.

Exposição de miniaturas de aviões e carros
Esta segunda-feira, no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Pedrogão Grande, inaugura-se a exposição de miniaturas de aviões e carros. A mostra está patente até ao dia 15 de Maio.
Saiba mais AQUI

The Crow ao vivo
A banda The Crow, liderada pelo violinista Nuno Flores, apresenta o seu novo trabalho discográfico na Fnac Gaiashopping e na Fnac do Norteshopping, este sábado, dia 27 de Abril. A banda presta um tributo aos Muse e conta com participações especiais como de Zé Manel (ex-Fingertips) e do contrabaixista Carlos Barreto.
Saiba mais AQUI.

Mostra Coletiva de Pintura de Artistas do Concelho de Ovar
Está patente, até ao dia 02 de Junho, na galeria do Posto de Turismo do Furadouro, em Ovar, a exposição “Mostra Coletiva de Pintura de Artistas do Concelho de Ovar”.

Exposição Temporária "Realismo Abstrato" de Wilfred Hildonen
O Museu Municipal de Oliveira de Frades, em Viseu, tem patente, até ao dia 30 de Abril, a exposição de pintura "Realismo Abstrato" de Wilfred Hildonen.


SUL

Dia Mundial da dança no Barreiro
O Barreiro recebe, a partir de 29 de Abril e durante o mês de Maio, o Mês da Dança, promovido pela Câmara Municipal do Barreiro. São vários espetáculos e workshops, alguns de frqueência gratuita. Consulte AQUI o programa.

Solar dos Zagallos recebe os Solistas da Metropolitana
Em Abril, o Solar dos Zagallos, em Almada, convida a ter uns fins de tarde de sábado ao som de música clássica. Dia 27 de Abril, é oportunidade para ouvir os Solistas da Metropolitana, que dão um recital de clarinete, violino e piano.
Saiba mais AQUI.

Concerto dos Pe7erpanic
Este sábado, dia 27 de Abril, pelas 17h00, Fnac do Forum Almada, atuam os Pe7erpanic, o grupo que é o alter-ego de Pedro Botelho que, através deste projeto a solo, explora as sonoridades surf, garage e blues, munido apenas de uma guitarra ou baixo, bombo, pratos, pedal de baixo e voz.
Saiba mais AQUI.

Exposição "Bonecos de Barro - O Tesouro de Estremoz"
Está patente no posto de turismo da cidade de Estremoz, até ao dia 05 de MAio, a exposição "Bonecos de Barro - O Tesouro de Estremoz". A mostra apresenta a riqueza da arte barrística de Estremoz e o seu percurso de mais de 300 anos.

Exposição de homenagem a Joaquim Magalhães
Está patente, até ao dia 27 de Abril, a exposição "Joaquim Magalhães (1909-1999): Algarvio natural do Porto" na biblioteca da Universidade do Algarve, no campus de Gambelas. A mostra é proveniente do acervo documental do antigo professor e escritor.

Linda Scanlon ao vivo no Algarveshopping
"A Place to Be" é o mais recente EP de apesentação da cantora irlandesa Linda Scanlon, o qula vai apresentar na Fnac do Algarveshopping, já este domingo, dia 28 de Abril, pelas 17h00.
Saiba mais AQUI.

Exposição 12ª Corrida Fotográfica de Portimão
No Museu de Portimão está patente, até fim do mês de Junho, a exposição com as fotografias resultantes da 12ª corrida fotogáfica de Portimão. Os trabalhos em exposição são o registo de uma maratona de doze horas que regista diferentes olhares e perspetivas do património cultural e natural do Município de Portimão.
Saiba mais AQUI.


Ilhas

Concerta com Orquestra de Bandolins
A Orquestra de Bandolins da Direção Regional de Educação atua, já este domingo, dia 28 de Abril, pelas 17h00, no auditório do Externato São Francisco de Sales, em Gaula. O espetáculo conta com a participação de alunos da Escola Básica com Pré-escolar Dr. Clemente Tavares, bem como do referido externato.

Exposição "Bandas Sonoras" de Rita Carmo
A conhecida fotógrafa residente do Semanário Blitz, Rita Carmo, conta com a exposição da sua autoria, "Bandas Sonoras", no Clube dos Oficiais, na Base das Lages. Para quem quiser visitar a exposição, que está patente até ao dia 5 de Maio, basta enviar email com os dados pessoais para o email burra.de.milho@gmail.com
Saiba mais AQUI.

Ana Sílvia
Créditos: Boas Notícias


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Recordar é viver!

(imagens retiradas da Internet)


Viver o passado! 
Efemérides da semana de 20 a 26 de abril 

Os Curie 

A 20 de abril de 1902, os cientistas Marie e Pierre Curie conseguiram isolar com êxito o cloreto de rádio, uma substância altamente radioativa. 
No seu laboratório de Paris, em 1898, os Curie descobriram o rádio, chamado assim pelo seu brilho azulado. Descobriram ainda outro elemento químico que Marie Curie chamou polonium em homenagem à sua terra natal, a Polónia. Os Curie dedicaram o seu trabalho aos efeitos elétricos, fotográficos, luminosos, de cor e de temperatura da radioatividade. Estes estudos precursores e avançados valeram-lhes o reconhecimento internacional em 1903, ano em que o casal Curie ganhou o Prémio Nobel da Física. 
Após a morte de Pierre em 1906, Marie continuou o seu trabalho, conseguindo o isolamento do rádio no estado puro em 1910, o que lhe valeu o segundo Prémio Nobel, desta vez da Química. Marie Sklodowska Curie (1867-1935), a 1ª mulher a ganhar um prémio Nobel, transformava-se assim na única pessoa a conseguir dois. 
O rádio foi posteriormente utilizado nos tratamentos contra o cancro e tem sido um elemento básico no desenvolvimento da física nuclear. 


Joan Miró 

Joan Miró i Ferrà nasceu a 20 de abril de 1893, ou seja, há 120 anos. Miró frequentou a Escola de Belas Artes de Barcelona, sua terra natal e depois a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, visitou Paris, onde entrou em contacto com as tendências modernistas como os fauvismo e dadaísmo. 
No início dos anos 20, conheceu o fundador do movimento em que trabalharia toda a vida, André Breton, entre outros artistas surrealistas. As pinturas Maternidade (1924) e O Carnaval de Arlequim (1924-25) inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia inocente. 
Miró participou na 1ª exposição surrealista em 1925. Já em 1928, viajou para a Holanda, tendo pintado as duas obras Interiores holandeses I e Interiores holandeses II. Em 1937, trabalhou em pinturas-mural e, anos depois, em 1941, concebeu a sua mais conhecida e radiante obra: Números e constelações em amor com uma mulher. 
Em 1944, Miró começou a fazer trabalhos em cerâmica e escultura. Nas esculturas utilizava materiais surpreendentes, como lixo. Em 1947, rumou para os EUA e nos anos seguintes criou imenso. Em 1954, ganhou o prémio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prémio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra, tendo feito a sua 1ª grande exposição em Barcelona no ano de 1968. No dia 10 de junho de 1975 nascia a Fundação Joan Miró.
Morreu com 100 anos, a 25 de dezembro de 1983. Miró foi assim um importante escultor e pintor surrealista catalão. 


Bram Stoker 

A 20 de abril de 1912, há exatos 101 anos, morria Abraham "Bram" Stoker, um romancista, poeta e contista irlandês. Bram Stoker nasceu a 8 de novembro de 1847, na Irlanda e desde cedo mostrou talento para a literatura. Com apenas 16 anos, escreveu o seu primeiro ensaio. Em 1878, Stoker casou-se com Florence Balcombe, mudando-se para Londres, onde passou a trabalhar na companhia teatral Irving Lyceum, assumindo várias funções e permanecendo nela por 27 anos. Depois de anos a pesquisar o folclore europeu e as histórias mitológicas de vampiros, publicou o seu mais famoso livro, Drácula, a 26 de maio de 1897. 


Rómulo e Remo 

Segundo a lenda, no dia 21 de abril do ano 753 a.C., Rómulo e o seu irmão gémeo Remo fundaram Roma no lugar onde uma loba os adotou e amamentou quando eram bebés. Iniciaram uma disputa sem fim e quando Remo saltou sobre uma muralha que Rómulo estava a construir, este trespassou-o com a sua espada. 
Como chefe do emprazamento, Rómulo deu-lhe o nome de Roma em honra do seu irmão. Durante 1 000 anos, a cidade cresceu e expandiu-se, passando de um pequeno assentamento regional ao coração do grande Império Romano. 
Após séculos de domínio durante a era clássica, o imperador Constantino transferiu a capital do Império para Constantinopla no ano 330 da nossa era. A outrora poderosa Roma transformava-se numa cidade alvo das invasões bárbaras. Embora durante a Idade Média o Pontificado se tenha instalado em Roma, não foi até ao século XV, com o Papa Nicolau V, que se iniciou a restauração da cidade para lhe devolver a sua grandeza original. 


Achamento do Brasil 

Há exatos 513 anos, a 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral avistou terra e tornou-se oficialmente o primeiro europeu a chegar ao Brasil. Ainda neste dia, a frota de Cabral pisou terra, efetuando o desembarque na zona onde hoje fica Porto Seguro. Estava descoberto, oficialmente, o Brasil. A viagem de Cabral começou a 9 de março de 1500. Pedro Álvares Cabral e a sua frota partiram de Lisboa com destino à Índia e acabaram por fazer a descoberta do Brasil. 
Naquele ano de 1500, Portugal já festejava a abertura do caminho marítimo para a Índia, mas a 1ª visita de Vasco da Gama ao território do oriente não tinha sido fácil, era preciso solidificar as relações comerciais entre os dois países. Era necessário preparar outra frota. Além disso, Portugal queria afirmar-se no mundo e mostrar a sua primazia nas descobertas. 
É aqui que a História e as lendas se juntam. Muito se tem dito que, desde o tempo do Rei D. João II, mestre em espionagem, já havia informações da existência de territórios para a aquela zona do Atlântico, e isso explica o porquê da mudança do meridiano divisório das 100 para as 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde, quando foi assinado o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que dividia o mundo entre Portugal e Espanha. D. João II queria incorporar para a Coroa portuguesa aquele território e como a disputa com Espanha estava a atingir o seu apogeu, era necessário tratar do “achamento” oficial do Brasil. As rotas marítimas usadas pelos navegadores portugueses no Atlântico mostram que bastava um percurso mais alargado para se chegar ao Brasil, utilizado para garantir a passagem do Cabo da Boa Esperança. É possível que o Brasil tenha sido avistado numa dessas viagens. A verdade é que a necessidade de voltar à Índia, levou ao achamento do Brasil. 
Pedro Álvares Cabral, fidalgo da Corte, foi escolhido para comandar a armada. A frota era constituída por dez naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos, com o dobro do tamanho das anteriores, um bom carregamento de armas e 1 500 homens, era a maior esquadra enviada até então para o Atlântico Na partida, no Restelo, estavam presentes D. Manuel I e toda a sua Corte, assim como a Nobreza e muita gente do povo. 
Antes do início da viagem, D. Diogo Ortiz, Bispo de Ceuta, celebrou uma missa, no interior da capela de Belém. Cabral recebeu a bandeira da Ordem de Cristo e a bênção do Bispo. Em seguida, o Comandante da armada recebeu o barrete que o Papa lhe mandara. Chegara a hora de partir. 
A rota iniciada por Pedro Álvares Pereira era a mesma de Vasco da Gama. No entanto, a armada fez uma rota mais alargada, para sudoeste. A 22 de abril de 1500 estava descoberto, oficialmente, o Brasil.
Na famosa Carta do achamento do Brasil, Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada cabralista, relata a D. Manuel I as peripécias da viagem e o encontro entre povos. Segundo Caminha, o choque cultural foi evidente. Os indígenas não conheciam os animais que os navegadores portugueses transportavam. Pedro Álvares Cabral ofereceu comida e vinho aos índios, que prontamente rejeitaram, mas sentiram-se curiosos em relação aos objetos não conhecidos, como por exemplo, as contas de um rosário, tocando e apalpando neles. Os portugueses, por sua vez, ficaram admirados com os metais preciosos que os indígenas tinham consigo. Era sinal que a terra tinha riquezas a descobrir e a desfrutar. 
A 26 de abril, os portugueses celebraram a primeira missa em território brasileiro, convidando os índios a assistir e partiram para o objetivo final da viagem, a Índia. Contudo, achou-se necessário avisar o Rei da descoberta, sobretudo porque a viagem à Índia e o regresso demorariam muito tempo, e era preciso preparar uma viagem para explorar as riquezas daquele novo território, assim a naveta de mantimentos, comandada por Gaspar de Lemos, retornou a Portugal, levando consigo a Carta de Pero Vaz de Caminha. Este morreu, naquele ano, na Índia, sem nunca ter voltado a Portugal, contudo deixou o seu relato, que é um tesouro da escrita náutica mundial. 


Isabel, a Católica 

A 22 de abril 1451 nascia Isabel, a Católica, uma das monarcas mais importantes da História da Europa dos inícios da Idade Moderna. Numa Quinta-feira Santa nascia Isabel, filha de João II de Castela e de Isabel de Avis. 
João II morreu em 1454, deixando um testamento com uma clara linha sucessória. O seu filho Henrique, meio-irmão de Isabel, subiria ao trono, o que implicava uma trama de intrigas entre os partidários de Henrique e o irmão de Isabel, D. Afonso. Em janeiro de 1469 foram apresentadas as capitulações matrimoniais entre Isabel, futura herdeira do trono e Fernando de Aragão, casamento que se realizou em Valhadolid, no dia 19 de Outubro. 
Em dezembro de 1473 teve lugar a reconciliação com o seu irmão Henrique que morreu no ano seguinte. A Princesa Isabel foi proclamada então rainha Isabel I de Castela e Leão. Em 1475, a Concórdia de Segóvia delimitou claramente as competências dos esposos, nomeando Fernando rei de Castela. Em 1479 morreu João II de Aragão e Fernando foi proclamado rei, nomeando Isabel co-regente. A união de ambos os reis e reinos representa, para muita gente, nascimento de um só país, o estado moderno de Espanha. 
Durante o seu reinado, Isabel I reclamou as Ilhas Canárias, reorganizou o reino na Cortes de Toledo e proclamou uma providência a favor da imprensa, recém-inventada. Colaborou ainda na reforma do Clero, no estabelecimento da Inquisição, aboliu a venda de escravos, potenciou a universidade de Salamanca, propondo a gratuitidade aos pobres. Isabel expulsou os judeus de Castela e Leão e financiou as expedições de Cristóvão Colombo e o que foi depois considerado o descobrimento da América. Entre dezembro de 1481 a janeiro de 1492, reconquistou Granada, cidade onde foi enterrada quando morreu. Terminava a (re)conquista cristã na Península Ibérica, o último reduto mouro era tomado. 
Isabel I faleceu vítima de um cancro a 26 de novembro de 1504, com 53 anos. O Papa Alexandre VI (nascido Alexandre Bórgia, em Espanha) deu a Isabel I de Castela e Leão e a Fernando I de Aragão o título de "Reis Católicos", pela sua excecional contribuição para a purificação da religião católica. Profundamente religiosa e com um estrito sentido de justiça, Isabel foi a mulher mais poderosa do mundo da sua época, uma época de transição entre a Idade Média e a Era Moderna. 


Concílio de Constança 

Há exatos 595 anos, a 22 de abril de 1418, o Concílio de Constança encerrava e, com ele, o Grande Cisma do Ocidente. O Concílio de Constança, realizado entre 1414 e 1418 em Constança, na Alemanha, foi um concílio ecuménico realizado com o objetivo de terminar com o cisma papal que tinha resultado do Papado de Avinhão, ou "a catividade babilónica da Igreja", como também é conhecido. 
Quando o concílio foi convocado, havia três papas, todos clamando legitimidade, resultado do Grande Cisma do Ocidente. Este ocorreu entre 1378 e 1417. Entre 1309 e 1377, a residência do papado foi alterada de Roma para Avinhão, em França, pois o Papa Clemente V foi levado pelo rei francês Filipe IV, o Belo, para residir em Avinhão. Durante quase 70 anos, Avinhão foi a sede da Igreja Católica, até que, em 1378, o Papa Gregório XI voltou para Roma, onde morreu. A população italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma, foi então eleito o Urbano VI, de origem italiana. No entanto, parte dos Cardeais anulou a sua votação e foi realizado um novo conclave, sendo eleito Clemente VII, que passou a residir em Avinhão. Iniciara-se assim o Grande Cisma do Ocidente, em que o Papa residia em Roma e o Antipapa residia em Avinhão, reclamando ambos para si o poder sobre a Igreja Católica, reclamando a sua legitimidade. Surgiria posteriormente outro Antipapa em Pisa. 
Com o apoio do sacro Imperador romano-germânico Sigismundo, o concílio de Constança recomendou que todos os três papas abdicassem, e que um outro fosse escolhido. Em parte por causa da presença constante do imperador, outros monarcas exigiram que tivessem uma palavra a dizer na escolha do papa. Grande parte da discussão no conselho foi ocupada na tentativa de acalmar monarcas seculares, mais do que em efetuar uma reforma da igreja e da sua hierarquia. 
Um segundo objetivo do concílio foi continuar as reformas eclesiásticas iniciadas pelo concílio de Pisa. Estas reformas foram largamente dirigidas contra os movimentos reformistas de John Wycliffe, Jan Hus e dos seus seguidores. O concílio elegeu em 1417 um Papa italiano, Martinho V. 


O Tratado de Saragoça 

No dia 22 de abril de 1529, há 484 anos, era assinado um tratado de paz entre Espanha e Portugal que delimitou as zonas de influência portuguesa e espanhola na Ásia, o Tratado de Saragoça. 
Logo após o Tratado de Tordesilhas, em 1494, surgiram novas tensões entre os países ibéricos devido às Ilhas Molucas. O tratado foi assinado para evitar conflitos entre as Coroas de ambos os países interessados no controlo dos mares e das terras exploradas pelos marinheiros. Através deste acordo, Portugal comprou os direitos espanhóis sobre as ilhas, incluindo os de propriedade, direito de navegação e direito de comércio das Molucas por um valor de 350 000 ducados de ouro à Coroa espanhola. 


D. Afonso II, O Gordo 

Há exatos 828 anos, a 23 de abril de 1185, nascia D. Afonso II, cognominado O Gordo, O Gafo ou O Crasso, em Coimbra. D. Afonso II foi o 3º rei de Portugal, filho de Sancho I e de sua mulher, D. Dulce de Aragão, sucedeu a seu pai em 1211. Os primeiros anos do seu reinado foram marcados por violentos conflitos internos entre o Rei e as suas irmãs Mafalda, Teresa e Sancha, a quem o seu pai legara em testamento, sob o título de rainhas, a posse de alguns castelos no centro do país. D. Afonso II queria centralizar o poder régio, o que foi resolvido apenas com o confisco dos bens e exílio para Castela ou recolhimento a mosteiros das infantas. 
O reinado de Afonso II caracterizou um novo estilo de governação, contrário à tendência belicista dos seus antecessores. Afonso II não contestou as suas fronteiras com Galiza e Leão, nem procurou a expansão para Sul (não obstante no seu reinado ter sido tomada aos Mouros as cidades de Alcácer, Borba, Vila Viçosa, Veiros, em 1217, e, possivelmente também Monforte e Moura, mas por iniciativa de um grupo de nobres liderados pelo bispo de Lisboa), preferindo sim consolidar a estrutura económica e social do país. O primeiro conjunto de leis portuguesas, as Inquirições de 1220, é de sua autoria, visando temas como a propriedade privada, direito civil e a moeda. Foram ainda enviadas embaixadas a diversos países europeus, com o objetivo de estabelecer tratados comerciais. Afonso II procurou minar o poder clerical dentro do país e aplicar parte das receitas das igrejas em propósitos de utilidade nacional. Esta atitude deu origem a um conflito diplomático entre o Papado e Portugal. 
Depois de ter sido excomungado pelo Papa Honório III, Afonso II prometeu retificar os seus erros contra a Igreja, mas morreu em 1223 excomungado, sem fazer nenhum esforço sério para mudar a sua política. Só após a resolução do conflito com a Igreja, logo nos primeiros meses de reinado do seu filho e sucessor D. Sancho II, D. Afonso II seria enterrado no Mosteiro de Alcobaça, sendo o 1º monarca a fazer da abadia cisterciense o panteão real. 


Sisto V 

Há exatos 428 anos, a 24 de abril de 1586, Sisto V era eleito Papa. Sisto V nascido Felice Peretti a 13 de dezembro de 1521. Sisto V foi um homem dos tribunais da Inquisição, onde participou com tal severidade e determinação. Sisto V procurou unir as nações católicas contra Isabel I da Inglaterra e convenceu Filipe II de Espanha de que havia razões suficientes para empreender uma guerra contra Inglaterra. O rei de Espanha acabaria por enviar em 1588 a malograda Armada Invencível
Sisto V aproveitou a estrutura de perseguição da Inquisição para punir com brutalidade prostitutas e ladrões menores, criando uma imagem de crueldade e o ódio dos seus súbditos. Consciente de que o povo de Roma não lhe haveria de construir uma estátua depois de falecer, erigiu-a ele próprio no Capitólio, rapidamente demolida pelos romanos. 
Morreu a 27 de agosto de 1590, em Roma. 


Libertação de Itália 

Há exatos 68 anos, a 25 de abril de 1945, a Itália era libertada do Fascismo. O deu-se quando os partigiani (guerrilheiros antifascistas) e as forças aliadas protagonizaram a libertação de Itália da ocupação das tropas nazis, pondo fim à ameaça do fascismo ressurgir no panorama político italiano. 
Com a vitória de Stalin em Estalinegrado, em fevereiro de 1943, começou a reviravolta na II Guerra, com as vitórias sucessivas dos Aliados. O exército soviético começou a reconquista a Europa de Leste. No verão de 1943, os aliados desembarcaram na Sícilia, procurando terminar com o regime fascista de Mussolini. A 25 de julho, o órgão máximo do fascismo prendeu Mussolini. Em 1944, o rei Vitor Emanuel III rendeu-se aos Aliados e declarou guerra à Alemanha nazi, que apoiara anteriormente. Entretanto, Hitler ajudou Mussolini a fugir. O antigo Duce constituiu a República Social Italiana a norte do país. Iniciou-se, assim, um período bastante negro, onde ao movimento de resistência contra os alemães se juntou a guerra civil entre os partigiani e os combatentes da República Social. 
Com a abertura da 2ª frente de guerra, com o desembarque da Normandia, o fascismo e o nazismo passaram a estar em plena crise. O seu fim era iminente. Com a ajuda aliada, a Itália liberta-se do fascismo. A partir de então passou-se a festejar neste dia a Festa della Liberazione. 


Carlota Joaquina 

Há 238 anos, a 25 de abril de 1775 nascia, em Espanha, Carlota Joaquina, rainha de Portugal. Muito já se escreveu e disse sobre ela, do epíteto de Megera de Queluz não se livra. Esposa de D. João VI, procurou governar mais que o marido, iniciando com ele, uma disputa muito forte. Foi com D. João VI para o Brasil e no final da viagem, houve uma enorme infestação de piolhos a bordo da armada portuguesa, o que obrigou a todos a raspar a cabeça, por isso, aquando do desembarque na Baía, Carlota Joaquina e as suas filhas tinham turbantes rústicos enrolados na cabeça para disfarçar. As damas da sociedade baiana pensaram ser uma moda europeia e aderiram com tal entusiasmo, que até hoje as baianas usam o turbante no seu figurino. Deve-se ainda a ela a expressão Quinto dos Infernos, devido ao calor brasileiro, além que quando regressou a Portugal, despojou-se das roupas que trazia do Brasil, não querendo guardar nenhuma recordação do tempo que passou em terras brasileiras. 
Foi uma apoiante do Absolutismo e posteriormente de D. Miguel, seu filho. Muitos são aqueles que afirmam, sobretudo depois de testes, que envenenou seu marido. O seu nome marcou época e a nossa História. 


Acidente nuclear de Chernobyl 

Na noite de 25 para 26 de abril de 1986, o Reator Nuclear de Chernobyl (Ucrânia), na então URSS, explodiu, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a Europa Ocidental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais contaminação que a bomba atómica lançada sobre Hiroshima, no final da II Guerra Mundial. O acidente levou à evacuação de mais de 200 mil pessoas e tornou prementes os temas da segurança da indústria nuclear soviética. É difícil precisar o número de mortos causados pelos eventos de Chernobyl, mas ainda hoje morrem pessoas devido às radiações. 


Bombardeamento de Guernica 

Há 76 anos, a 26 de abril de 1937, dava-se o bombardeamento de Guernica, um dos mais marcantes bombardeios da Guerra civil espanhola (1936-1939). O bombardeamento de Guernica foi um ataque aéreo por aviões nazis da chamada Lufwaffe, que esta integrada na Legião Condor (força militar enviado por Hitler para ajudar Francisco Franco). 
Coordenado por Wolfram von Richthofen e com o apoio do Corpo Truppe Volontarie, o ataque destruiu a maior parte da localidade espanhola, na época com cerca de 7 000 habitantes. O bombardeamento teve centenas de vítimas. Hitler queria assustar o resto da Europa, mostrando do que era capaz, além disso a Guerra Civil de Espanha permitiu a que o líder alemão pudesse testar o armamento moderno que o III Reich andava a fabricar. 
O bombardeamento ficou conhecido internacionalmente quando Pablo Picasso pintou-o em Guernica, retratando a dor das pessoas, animais e a destruição de edifícios, ou seja, mostrando o sofrimento. 


A Revolução dos Cravos 

Há exatos 39 anos, a 25 de abril de 1974, dava-se a Revolução dos Cravos. O Estado Novo que vigorara em Portugal durante décadas chegava ao seu fim, o regime ditatorial que por mais anos esteve no poder na Europa. 
Na noite de dia 24 de abril, o quartel da Pontinha, em Lisboa, era secretamente ocupado por um grupo militar, chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho. Pelas 22h55, os Emissores Associados de Lisboa emitiam a canção E Depois do Adeus de Paulo de Carvalho, a primeira senha do golpe militar que terminaria com o Estado Novo. A segunda senha era transmitida à meia-noite e vinte, pela Rádio Renascença, no programa “Limite”, com a música Grândola Vila Morena de Zeca Afonso. O golpe começava, com a intervenção de vários regimes militares, como, por exemplo, o de Lisboa, do Porto, de Santarém, de Viseu, de Braga, de Mafra e de Viana do Castelo. 
Às 03h, as tropas do Movimento das Forças Armadas (MFA), numa ação conjunta, ocuparam vários pontos estratégicos de Lisboa, como o Aeroporto e as estações emissoras (Rádio Clube Português, Emissora Nacional e RTP), entre outros. Os Quartéis-generais eram cercados e o MFA passou a emitir vários comunicados. Nas horas seguintes, os Ministros do Estado Novo reuniram-se, era preciso travar a situação. O MFA pôs várias autometralhadoras e blindados na Praça do Comércio e na Rua do Ouro. O Capitão Salgueiro Maia, personagem de relevo em todo este processo, ocupou o Terreiro do Paço com a coluna da Escola Prática de Cavalariça, que veio de Santarém. 
Pelas 06h30, o Presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, refugiou-se no Quartel do Carmo, sede da PIDE/DGS, enquanto isto, o cerco a Lisboa ganhava forma e o Porto e pontualmente muitas zonas do país aderiram ao golpe. As horas seguintes marcaram a perda da força do regime. O Quartel do Carmo passou a albergar os vários membros do Governo, que protegidos pela GNR, que fechou as portas do quartel, manifestavam a intenção de resistir. Contudo, as tropas do MFA lideradas por Salgueiro Maia, movimentaram-se e vários populares foram atingidos pelas forças do regime. 
O Estado Novo percebeu que o seu fim estava iminente e que o melhor era tratar das negociações. A Comissão Democrática Eleitoral distribuiu, então, um comunicado, solidarizando-se com o MFA e os populares cercaram o Largo do Carmo. Marcello Caetano e o Quartel do Carmo renderam-se. Salgueiro Maia revelava que iria proceder-se à “transmissão de poderes” de Caetano para o General Spínola, o que aconteceu nos minutos seguintes. 
O regime de exceção que vigorou no país por 48 anos, chegava ao fim. A Liberdade e a Democracia eram anunciadas. Os meses seguintes seriam turbulentos, mas Portugal renascia com o 25 de abril. 

Porque recordar é viver, para a semana continuaremos a aprender! 
Francisco Miguel Nogueira 


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