sábado, 25 de agosto de 2012

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!



História de Portugal - 
As “minhas” 10 Grandes Mulheres 

Numa simples conversa nasceu a ideia de fazer uma listagem de grandes personalidades, mesmo sabendo todos os problemas de se “listar” pessoas. Gostei da proposta e apresento-vos as minhas 10 Grandes Mulheres da História de Portugal, todas com qualidades, mas também com defeitos. Umas são portuguesas de nascimento, outras adotaram a pátria portuguesa como sendo sua. Todas marcaram o seu tempo. 

Apresento-vos cronologicamente as mulheres que considero as 10 maiores da História de Portugal. 

1. Rainha Santa Isabel 
Isabel de Aragão nasceu em Saragoça, em 1271. Era filha do Rei de Aragão. Tinha 12 anos quando casou com D. Dinis. E desde cedo mostrou a sua ligação aos ideais da paz. Interveio na batalha entre seu marido e seu filho, o futuro D. Afonso IV, conseguindo a paz entre ambos. A rainha santa fez a peregrinação a pé até Santiago de Compostela, depois de morte do marido, em 1325, oferecendo os seus bens. Recolheu-se então ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, voltando a sair de lá apenas uma vez para evitar a Guerra entre seu filho e o rei D. Afonso XI de Castela, seu neto materno. Não conseguindo evitar o agravar da Guerra, morreu em 1336. A paz foi assinada em 1339. O episódio pelo qual é mais conhecida é o milagre das rosas. Assim reza a lenda, D. Isabel visitava e tratava de doentes, além que distribuía esmolas pelos pobres. 
Certo dia, D. Dinis viu-a sair do palácio às escondidas, foi atrás dela e perguntou-lhe o que levava escondido por baixo do manto. Era pão para distribuir pelos pobres. Mas aflita, disse: 

- São rosas, Senhor! 

- Rosas? Rosas em Janeiro? - Duvidou ele - Deixai-me ver! 

De olhos baixos, a rainha abriu o regaço e o pão tinha-se transformado em rosas, tão lindas como jamais se viu. 

2. Deu-la-deu Martins 
Terá nascido em Monção, durante o século XIV. Segundo a lenda, durante as guerras fernandinas, os castelhanos impuseram um longo cerco à vila de Monção, que ficou assim sem mantimentos. Deu-la-deu vendo que os invasores estavam já desmoralizados e sem provisões, lançou pães feitos com a pouca farinha que restava em Monção, gritando-lhes a frase Deus lo deu, Deus lo há dado. Em consequência, os castelhanos levantaram o cerco acreditando que ainda havia muita resistência dentro das muralhas. O povo agradeceu-lhe por estarem a salvo. 

3. Filipa de Lencastre 
Mulher de D. João I e rainha de Portugal entre 1387 e 1415. Dessa união nasceram oito filhos, os seis que sobreviveram foram chamados por Camões de "Ínclita Geração". Esta manteve uma grande ligação com a Inglaterra e foi uma das grandes incentivadoras da conquista de Ceuta, morrendo em 18 de julho de 1415, poucos dias antes da partida para Ceuta. 

4. Isabel de Portugal, Duquesa de Borgonha 
Filha de Filipa de Lencastre. Nasceu a 11 de fevereiro de 1397, em Évora. 
Aprendeu a ler, a escrever, falava várias línguas e distraia-se a traduzir romances de cavalaria. Casou-se com Filipe, O Bom, Duque da Borgonha e Conde da Flandres, com que foi feliz. Já em Flandres, quando soube que se preparava a colonização dos Açores, D. Isabel insistiu com os irmãos para que aceitassem colonos flamengos. Tratou diretamente da escolha de colonos. Tornou-se assim responsável pelo povoamento das ilhas. 

5. Antónia Rodrigues ou Antónia de Aveiro 
Nascida em Aveiro, em 1580. Com cerca de 15 anos, vestiu-se de homem e tornou-se “António”, o grumete que partiu para Mazagão. Antónia fazia todo o trabalho como se fosse um homem. Ao chegar a Mazagão, denunciou os abusos que alguns colegas vinham sofrendo, sendo que “António” foi convidado para alistar-se na infantaria. Prevendo um ataque mouro e, avisando o capitão da praça, comandou um troço de tropas, que venceu. Foi então “aclamado” por todos, passando a “cavaleiro” da praça. Tornou-se um grande combatente, sendo chamado de "terror dos mouros". A glória valeu-lhe o aparecimento de jovens interessadas “nele”, assim acabou por confessar que era mulher. Virou a "heroína da Mazagão", mas foi obrigada a sair da vida militar. Casou-se e regressou ao Reino, com reconhecimento por mercês régias de Filipe II. 

6. Leonor da Fonseca Pimentel 
Nasceu em Roma, a 13 de Janeiro de 1752. Ficou conhecida como Eleonora de Fonseca Pimentel, “A Portuguesa de Nápoles”. Leonor da Fonseca Pimentel considerava-se "filha de Portugal" e cultivou a língua pátria, mantendo correspondência com intelectuais portugueses. Poetisa, escritora, pedagoga, bióloga, Leonor foi uma das primeiras jornalistas europeias. Defendeu os ideais liberais que conduziram à Revolução e à instauração da malograda República Napolitana (1797- 1799), morrendo enforcada na Praça do Mercado de Nápoles. 

7. D. Amélia de Portugal 
A última Rainha de Portugal nasceu no exílio da família real em Inglaterra, a 28 de setembro de 1865. Casou-se com D. Carlos I, a 22 de maio de 1886, na Igreja de São Domingos, em Lisboa. Fundou cozinhas económicas, creches, dispensários, lactários populares e sanatórios. Foi uma rainha preocupada em ajudar o povo, fundando ainda o Instituto de Socorros a Náufragos (1892), o Instituto Pasteur em Portugal e a Assistência Nacional aos Tuberculosos. Foi a responsável pela criação, em 1905, do Museu dos Coches. Em 1 de fevereiro de 1908, o seu marido e o seu primogénito morreram assassinados, junto a ela. Viu o seu filho mais novo virar o último rei de Portugal, partindo com ele para o exílio. O filho mais novo morreu em 1932. D. Amélia perdeu a família, mesmo assim voltou a Portugal para um passeio de despedida ao país. Morreu no exílio em França, estávamos a 25 de outubro de 1951. A última rainha de Portugal tinha 86 anos. 

8. Carolina Michaelis 
Nasceu a 15 de março de 1851, em Berlim. Casou-se com o português Joaquim António da Fonseca Vasconcelos, musicólogo e historiador de arte. Carolina adotou Portugal como sua pátria. Foi crítica literária, escritora, lexicógrafa, tendo sido a primeira mulher a lecionar numa universidade portuguesa, a Universidade de Coimbra. Teve igualmente grande importância como mediadora entre a cultura portuguesa e a cultura alemã. 

9. Catarina Eufémia 
Nascida a 13 de fevereiro de 1928, em Baleizão, Alentejo, Catarina Efigénia Sabino Eufémia foi uma ceifeira que lutava por pão e trabalho e, rapidamente, tornou-se um símbolo da resistência do proletariado rural alentejano à repressão e à exploração do Estado Novo e, ao mesmo tempo, um símbolo do combate pela liberdade e da emancipação da mulher portuguesa. Com vinte e seis anos de idade, Catarina foi assinada. Tinha três filhos, o mais novo estava no seu colo no momento em que foi baleada. A história de Catarina foi adotada pelo Partido Comunista Português, tornando-se símbolo da resistência ao salazarismo. 

10. Maria de Lurdes Sá Teixeira 
Nasceu em 1907. Mais conhecida por Milú foi a primeira portuguesa a obter o seu diploma de aviadora civil, a 6 de Dezembro de 1928. Tinha apenas 21 anos de idade.
Faleceu em 1984 com 77 anos de idade e sem nunca ter tido o reconhecimento que merecia. 

Muitos mais nomes havia a referir, mas aqui deixo estes 10. Cada um pode fazer a sua lista, relembrando estas grandes mulheres que são muitas vezes esquecidas. 

É importante referir que há muitas mulheres que direta ou indiretamente contribuíram para Portugal ser o que é hoje e não devemos menosprezá-las. Homens e mulheres são iguais perante a lei, mas infelizmente a sociedade esquece este pormenor e trata as mulheres são cidadãs de segunda…não é justo! 

Portugal é um país construído por todos…homens e mulheres que meteram as “mãos na massa” e que continuam a fazê-lo por um país melhor. 

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira 

P.S. Esta crónica estará em destaque aqui blogue para dar oportunidade de todos os visitantes de darem a sua opinião sobre a mesma. A sua opinião é importante, PARTICIPE! 

MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

4 comentários:

  1. Só faltou a Carlota Joaquina!

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  2. Parabéns pela tua crónica. Existem muitas mulheres importantes na nossa História, mas foram bem escolhidas.

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  3. Parabéns pela excelente partilha

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