quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!





Acúrcio Garcia Ramos – o médico


Há exatos 121 anos, a 14 de setembro de 1892, morria Acúrcio Garcia Ramos, um dos mais notáveis médicos militares portugueses. Foi ainda político, jornalista, escritor e um grande defensor do liberalismo. Acúrcio Garcia Ramos nasceu em 1834, em Angra do Heroísmo, entrando desde tenra idade em contato com os ideais liberais. Formou-se em medicina na Universidade de Lisboa. Com 27 anos, em 1861, já era médico-cirurgião no Exército.

Como grande defensor da causa liberal, acabou preso, como diz, depois de lhe ter sido “promovida tenaz e injusta perseguição”. Foi acusado de conspiração e esteve prisioneiro no Castelo de São Jorge, em Lisboa. Com ele, esteve também preso o terceirense Coronel Teotónio Coelho Bruges, um herói de África. 

Acúrcio Garcia Ramos publicou, entre outros, os livros “Notícias do Arquipélago dos Açores e do que há mais importante na sua história natural”, em 1869, “A Ilha da Madeira”, em dois volumes, entre 1879 e 1880, onde além da análise dos usos e costumes dos madeirenses, faz uma listagem detalhada da fauna e da flora do arquipélago e relata a sua vida como prisioneiro do Castelo de São Jorge. Escreveu ainda “Saudade, ou o dia 11 de Dezembro de 1848”, em comemoração do 1º aniversário da morte do padre Jerónimo Emiliano de Andrade, figura de referência da cultura terceirense.

O médico Acúrcio foi membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e de várias entidades científicas portuguesas, entre elas, a Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa. Foi agraciado com o título de cavaleiro da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e foi ainda condecorado com várias distinções honoríficas nacionais. 

Como jornalista e político, Acúrcio Garcia Ramos colaborou em vários jornais, tomando parte ativa e apaixonada na política do Partido Histórico durante o chamado Rotativismo Político, que marcou a segunda metade do século XIX. Chegou a ocupar o cargo de subchefe da repartição médica do Ministério da Guerra, sobretudo devido à sua preocupação com a Saúde.

Acúrcio Garcia Ramos morreu a 14 de setembro de 1892, depois de ter sido cirurgião-ajudante do Regimento de Infantaria nº 13 e cirurgião-mor de Brigada do Exército, reconhecido como um dos mais importantes médicos militares nacionais e também considerado, pelos seus contemporâneos, um médico imparcial e sem medo de enfrentar os problemas.

A vida de Acúrcio Garcia Ramos é o exemplo de um combatente pelos seus ideais, alguém que não se deixou abater pelos problemas e que deixou a sua marca. O médico Acúrcio foi um homem de carácter, que preocupou-se com a Saúde de todas as classes. São homens dessa fibra que Portugal precisa nesse momento, homens que vejam para além dos seus interesses e que lutem por uma causa maior, o melhor para todos. Além disso, os terceirenses deviam conhecer a história de vida de Acúrcio Garcia Ramos e homenagear decentemente um homem que empenhou-se “de alma e coração” em todas as causas que aderiu.


É preciso viver o passado para construir o futuro!
Francisco Miguel Nogueira


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