segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Made in Português!

(imagem retirada da internet)



Fotógrafo luso selecionado para expor em Nova Iorque

O fotógrafo português João Pina foi selecionado para expor, nos EUA, um trabalho sobre a repressão das ditaduras na América Latina. Entre um total de mais de 360 candidatos, a organização da Open Society selecionou cinco fotógrafos para expor na 'Moving Walls', em Nova Iorque, entre os quais o profissional luso, com o trabalho 'A Sombra de Condor'. O projeto retrata as vítimas e os carrascos da aliança político-militar com o mesmo nome, estabelecida entre os regimes militares dos anos 1970 e 80, na América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). A exposição vai passar pelo Paço das Artes, em São Paulo (Brasil) em Setembro, Buenos Aires (Argentina) e Assunção (Uruguai). Além disso, o fotógrafo já está em conversações para mostrar o seu último trabalho em Portugal.
A ideia é expor em museus de arte contemporânea, onde as pessoas "vão ver uma exposição de pintura do século XX" e acabam, antes, por ser assaltadas por outros temas. "Tenho tentado sempre mostrar isto em lugares que não tenham nada a ver com direitos humanos, fazendo com que chegue a outro tipo de público", explica à Lusa.
"A repressão política é uma coisa muito pouco falada. Fala-se muito da guerra da Bósnia, da violência étnica, da violência religiosa, mas a violência política está muito fora da agenda", afirma. Desta forma, 'A Sombra de Condor' surge como a "continuação" do que João Pina tem vindo a fazer sobre a preservação da memória, que até já foi traduzido livro, pelo título "Por Teu Livre Pensamento", relativamente aos presos políticos portugueses. 
O fotógrafo conta que o seu mais recente projeto, que será também publicado em livro, no fim do Verão, com edições em português, espanhol e inglês, exigiu "muita procura", uma vez que "existem poucas imagens" da repressão política. Como tal, João Pina passou meses em arquivos, a resgatar imagens com um "valor plástico, histórico, documental e estético brutal". Já o tinha feito uma vez, para o trabalho sobre os presos políticos portugueses, mas, agora, viu-se obrigado a "mergulhar muito mais nos arquivos, visto que se trata de uma realidade muito mais complexa: seis países, muitas histórias, muitos lugares diferentes". 
Para financiar o projeto 'A Sombra de Condor', o artista luso recorreu ao processo de 'crowdfunding' (financiamento coletivo) e recebeu mais de 20.000 euros de pessoas de 20 países diferentes. 


Tecnologia portuguesa finalista de prémio internacional

Um projeto português está entre os finalistas dos InAVation Awards 2014. Pelo nome, Elevador Axe Apollo, o mesmo consiste numa recriação do 'space shuttle' no elevador do parque de estacionamento do Largo Camões, em Lisboa, e é um dos 4 nomeados pela InAVate, uma revista britânica especializada em tecnologia audiovisual e multimédia profissional. Com esta nomeação, a empresa portuguesa EDIGMA, responsável pelo projeto e especializada no desenvolvimento de hardware, software e sistemas interativos baseados no reconhecimento multitoque e gestos, consegue estar entre os finalistas dos InAVation Awards pela 10ª vez nos últimos quatro anos. Em comunicado, a mesma conta ter transformado um elevador normal num Space Shuttle através de "tecnologia hiper-realista de vídeo 3D e efeitos sonoros imersivos, capazes de criar uma experiência vertiginosa, a que ninguém ficou indiferente". O resultado foi um equipamento agora nomeado para a categoria de melhor evento ao vivo juntamente com três projetos da República Checa, Rússia e Reino Unido. "Apesar de ter grandes concorrentes - como 'Roger Waters - The Wall Live Tour' ou 'Moscow International Innovation Fórum de Desenvolvimento' -, acreditamos que o AXE Apollo elevador tem sofisticação criativa e tecnológica mais do que suficiente para trazer o prémio para Portugal", acrescenta a empresa bracarense.
Os vencedores dos prémios InAVation 2014 vão ser anunciados no próximo dia 5 de Fevereiro, em Amesterdão.
Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes


Design: Dupla portuguesa expõe em festival parisiense

Em Paris, vai ser realizada a primeira edição da 'La Fête du Graphisme' ('A Festa do Grafismo'. A mesma vai contar com a participação da dupla de designers lusa Lizá Ramalho e Artur Rebelo, tendo por objetivo a promoção do design gráfico e a sua influência económica e cultural na sociedade.  A primeira edição de La Fête du Graphisme” vai estar presente em vários pontos da capital francesa, nos Champs-Elysées, na Biblioteca Nacional de França, na Les Docks – Cité de la Mode et du Design, no Gaîte Lyrique, na MK2 Bibliothèque e no Institut Français de la Mode. 
O trabalho dos portuenses vai estar exposto nos conhecidos Champs-Elysées, até dia 18 de Fevereiro, no âmbito da exposição 'Célebrer Paris', que vai reunir criações originais de 40 designers de renome internacional, como, por exemplo, Javier Mariscal (de Espanha), Seymor Chwast (dos EUA), Leonardo Sonnoli (de Itália), Ann Sang-Soo (da Coreia do Sul) e Cyan (da Alemanha). Para 'Celebrar Paris', Lizá e Artur responderam ao desafio com uma proposta gráfica que tem como ponto de partida a frase de Victor Hugo - 'Errer est humain, flâner est parisien' ('Errar é humano, passear é parisiense'). A mesma consiste num poster, no qual são invocados o conceito de 'Flâneur', de Baudelaire, e a 'Teoria da Deriva', do situacionista Guy Debord, ou seja, o ato de vaguear sem direção e de se deixar levar pelos estímulos psicogeográficos.
No dia 30 de Janeiro, os designers portugueses vão estar na Biblioteca Nacional de França, para apresentar o projeto 'Vai com Deus' (2008), uma instalação tipográfica criada para a fachada da Ermida Nossa Senhora da Conceição, em Lisboa. Também no dia 30 de Janeiro, inaugura na Les Docks – Cité de la Mode et du Design, a exposição “Paris Invite Le Monde” (Paris Invites the World), que reúne três trabalhos representativos do universo de 100 dos melhores designers gráficos internacionais, e na qual os R2 vão mostrar os posters 'Molly Bloom' (2002), 'Boca' (2004) e 'I Love Távora' (2005). O evento conta com a curadoria de Michel Bouvet e com os comissários Pauline Jankowiak, Yann Legendre e Azadeh Yousefi. 
Lizá e Artur fundaram a R2, em 1995, um estúdio sediado no Porto e especializado em design de comunicação visual. Trabalham para diversas organizações culturais, artistas e arquitetos, tendo ganho inúmeros prémios internacionais, participado num vasto número de exposições e sido publicados em inúmeros livros e revistas de design por todo o mundo. Atualmente são professores do curso de design e multimédia da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra. 


Dark Sky Alqueva conquista 2º lugar em prémio mundial

O projeto Dark Sky Alqueva conquistou esta quinta-feira, o segundo lugar do Prémio Ulysses, na categoria de Inovação para Organizações Não-Governamentais. Atribuído anualmente pela Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas, com sede na capital espanhola, o Prémio Ulysses visa distinguir as melhor iniciativas promovidas no setor do turismo em todo o mundo. Apadrinhado pelo Turismo de Portugal e pela Secretaria de Estado do Turismo, o programa Dark Sky Alqueva apresentou a candidatura ao prestigiado prémio internacional, conseguindo, agora, conquistar um histórico segundo lugar, de acordo com o comunicado enviado ao Boas Notícias. 
Recentemente, a iniciativa lusa foi também indicada pela Comissão Europeia como um caso de inovação e boas práticas, no documento 'Reforçar a Competitividade do Turismo na UE - Uma Abordagem para o Estabelecimento de 20 casos de inovação e boas práticas'. Destaque ainda para a conhecida revista National Geographic que elegeu o Dark Sky Alqueva como uma das atrações do Alentejo a não perder em 2014. José Calixto, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, afirma que o Prémio Ulysses traz um reconhecimento "mais que justo e merecido" ao programa Dark Sky Alqueva, que "promove o Alentejo e cria mais-valias turísticas nesta região com aquele que é um dos melhores céus noturnos do mundo". 
Graças ao Dark Sky Alqueva, esta região alentejana foi o primeiro destino do mundo a obter a certificação Starlight Tourism Destination, atribuída pela Fundação Starlight, devido ao céu nocturno que apresenta, com características únicas para o desenvolvimento de uma Reserva Dark Sky. O programa tem por objetivo dar aquela área uma nova vida ao cair da noite, permitindo ao visitante a fruição do território sob um céu límpido e estrelado. Associado ao Dark Sky Alqueva, foi já criada a 'Rota Dark Sky Alqueva', onde o turista pode optar por realizar atividades noturnas tais como passeios pedestres, passeios a cavalo, observação de estrelas, birdwatching, wildnightwatching, entre outras atividades debaixo do céu alentejano, livre de qualquer tipo de poluição luminosa. 
A Rota Dark Sky Alqueva inclui ainda unidades de alojamento, de restauração, guias intérpretes e empresas de animação turística que já estão aptos a receber os chamados “astro-turistas”. 
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Arquitetura: Faculdade do Porto nas melhores do mundo

A Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) é referida na edição de 2014 do 'Masterclass Architecture: Guide to the World's Leading Graduate Schools', como sendo uma das 29 melhores escolas do mundo com grau de mestre em arquitetura. A seleção é feita com base em critérios como a qualidade de graduação, empregabilidade, sucesso de antigos estudantes, corpo docente e reputação no campo da arquitetura profissional e destina-se a estudantes do primeiro ciclo de Bolonha (licenciatura), recém-formados ou até mesmo profissionais que procurem uma especialização na área.O  objetivo é a elaboração de um guia internacional com uma visão geral e aprofundada sobre as escolas distinguidas, com cada instituição a ser extensivamente caracterizada ao longo de dez páginas. Nas mesmas é possível encontrar todo o tipo de informações úteis, tais como plano de estudos, programa, requisitos de admissão, demografia dos estudantes, listas de alumni, propinas, bolsas de estudos e contactos. Além disso, os respetivos artigos fazem ainda uma contextualização de cada uma das escolas, com a apresentação de um perfil ilustrativo de cada uma, uma introdução do diretor do curso em questão e exemplos de trabalhos conseguidos pelos estudantes.
Há também uma entrevista com um antigo estudante bem sucedido, informações sobre a localização da escola, alojamentos próximos, transportes e ainda a perspetiva de um estudante sobre o ambiente cultural envolvente.
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Notícia sugerida por Maria da Luz


Arquitetura: 11 projetos lusos entre finalistas a prémio

Há onze projetos portugueses entre os 70 finalistas selecionados para o prémio internacional de arquitetura 'ArchDaily Building of the Year 2014'. O galardão tem como objetivo reconhecer os arquitetos cujas obras impressionaram mais os visitantes daquela plataforma de informação especializada na área de arquitetura e está agora sujeito a votação online até dia 31 de Janeiro. Os finalistas foram anunciados esta quinta-feira no site da ArchDaily, tendo sido eleitos entre as mais de 3.500 obras de todo o mundo que se candidataram às diferentes 14 categorias do prémio. Entre os nomeados nacionais para prémio de edifício do ano, na categoria de Edifícios Públicos, está o Quartel de Bombeiros de Santo Tirso, da autoria do arquiteto Álvaro Siza Vieira. Já em Cultura, encontra-se a Casa das Artes de Miranda do Corvo, projetada pelo gabinete FAT - Future Architecture Thinking.
Na categoria de Reabilitação, estão para votação o Chalet das Três Esquinas, em Braga, projetado pelo arquiteto Tiago do Vale, e um Centro Desportivo em Coimbra, da autoria de Comoco. As Casas no Bom Sucesso, criadas por Inês Lobo Arquitetos, estão nomeadas para a categoria Habitação, e o Consexto Lab, no Porto, na categoria Interiores.
Em Educacional, destaque para o projeto da Escola Secundária de Sever do Vouga, do gabinete Pedro Domingos Arquitetos, e ainda para a Escola Braamcamp Freire, em Lisboa, do ateliê CVDB Arquitetos. 
Por seu lado, em Saúde está as Residências de Alcácer do Sal, desenhado pela dupla Aires Mateus, em Hospitalidade a De Lemos Guesthouse, do arquiteto Carvalho Araújo, e ainda as Tree Snake Houses, um projeto de Luís e Tiago Rebelo de Andrade.
Fundada em 2008, a ArchDaily é a mais prestigiada plataforma de informação internacional da área da arquitetura, onde os os arquitetos podem divulgar os seus projetos, produtos, eventos, entrevistas e concursos por todo o mundo. A mesma conta com uma média de 300.000 visitas diárias.
Saiba mais AQUI.
Notícia sugerida por Elsa Fonseca


The Guardian escolhe Açores para férias de aventura

Não é preciso viajar longas distâncias para fazer umas férias repletas de aventura. Quem o diz é o jornal britânico The Guardian, num artigo que indica os melhores destinos da Europa para férias temperadas com adrenalina, sendo que o arquipélago dos Açores é uma das sugestões. Percursos pedestres, passeios de bicicleta, escalada, mergulho. Estas são algumas das atividades que se podem praticar nos oito destinos sugeridos pelo jornalista Will Coldwell. 
No artigo, as ilhas açorianas surgem logo como a terceira sugestão. “Este arquipélago vulcânico localizado a 850 milhas de Portugal (continental) atrai inúmeros viajantes suficientemente corajosos para mergulhar entre os tubarões”, diz o jornalista. “E não se trata apenas de adrenalina: aqui é possível fazer canoagem entre ravinas e quedas de água, andar de canoa e crateras vulcânicas, nadar com golfinhos ou fazer escalada e percurso de bicicleta”, sublinha. Fotografar águias na Suécia, fazer montanhismo nos Balcãs ou visitar as tartarugas protegidas da Grécia são outras das sugestões do jornalista para umas férias de Inverno na natureza, dentro do espaço europeu.
Clique AQUI para ler o artigo (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz


Designer gráfica portuguesa vence prémio internacional

A designer gráfica Marisa Passos foi distinguida na categoria de melhor website individual do prémio internacional Pixel Awards. A portuguesa foi a eleita pelo júri entre os cinco finalistas concorrentes àquela categoria pelo trabalho e talento revelados no seu site pessoal. A edição de 2013 dos Pixel Awards apurou um total de 160 finalistas nas suas trinta e duas categorias a concurso, mas apenas um português foi eleito vencedor: a designer gráfica Marisa Passos, de 26 anos. Licenciada em Química pela Universidade do Minho, a mesma encontra-se, atualmente, a tirar o mestrado em Designer Gráfico na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Marisa é natural de Braga e conta já no currículo com vários prémios nacionais e internacionais, conquistados desde 2012, além de uma menção honrosa nos Awwwards. Sob o mote 'Is your website the next big thing?', os Pixel Awards distinguem anualmente o trabalho criativo demonstrado em websites, aceitando candidaturas dos quatro cantos do mundo, desde individuais a projetos coletivos e agências. Os vencedores da edição de 2013 foram anunciados este mês no site do concurso. 
Consulte AQUI a lista completa de vencedores dos últimos Pixel Awards.
Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes


Madeira e Porto nomeados para 'Melhor Destino Europeu'

A cidade do Porto e a Ilha da Madeira são candidatas a 'Melhor Destino Europeu' de 2014. Depois de ter ganho a competição 'European Best Destinations' em 2012, a cidade nortenha volta a estar nomeada para a final, juntamente com outros 19 destinos, sendo a escolha do vencedor feita por votação online entre 22 de Janeiro e 12 de Fevereiro. A seleção do total de vinte finalistas foi feita por um júri especialista em Turismo, com base nas cidades mais visitadas do continente. "A riqueza do seu património monumental e artístico, o Vinho do Porto, os espaços de lazer ao ar livre e a vida cultural", são algumas das razões, destacadas na página oficial da competição, que levam a invicta a integrar a lista dos nomeados. Já a Madeira merece destaque pelas suas “paisagens luxuriantes e impressionantes montanhas” e pelo “clima ameno, presente durante todo o ano”. O arquipélago português oferece uma “receção calorosa, pacífica e segura” que promete “tornar as suas férias inesquecíveis”.
Em 2013, o Porto esteve ausente da competição pois, segundo as regras, o vencedor do ano anterior não pode participar no ano seguinte. No entanto, Lisboa arrecadou o 2º lugar tendo sido eleita 'Melhor Destino Europeu' de 2010. 
Este ano a capital portuguesa fica de fora, mais uma vez para cumprir as regras que ditam que só podem ser selecionados dois destinos por país. Todos os anos o portal 'European Best Destinations', com sede em Bruxelas, organiza a eleição do melhor destino europeu com o objetivo de desenvolver e promover a cultura e o turismo europeu.
Pode votar AQUI.


Hostel lisboeta no top 10 de revista internacional

O The Independent, em Lisboa, é um dos dez melhores hostels para a Condé Nast Traveller. A mais prestigiada revista de viagens do mundo colocou o hostel lisboeta em 2.º lugar numa lista onde constam outros situados na Europa, América do Sul e Ásia As escolhas do The Independent foram feitas com base na melhor oferta de uma boa relação de qualidade/preço, na localização e no design.
“Uma mansão dos finais do século XIX que foi inteligentemente recuperada por três irmãos. É recheada de características clássicas”, pode ler-se na revista sobre o hostel português.
A Condé Nast Traveller destaca ainda aspetos particulares da decoração, como “o teto fantasticamente ornamentado”, “os detalhados ferros da varanda”, “o chão em azulejos originais portugueses” e “as máquinas antigas de escrever que adicionam pormenor”. A vista para o rio Tejo também é elogiada.
Em primeiro lugar na lista surge o Kex Hostel, em Reiquiavique, na Islândia. Já em décimo encontra-se o hostel Bunk Beyoglu, na maior cidade da Turquia, Istambul.
Clique AQUI para ver o ranking.
Notícia sugerida por Maria da Luz


wePinch: Criada rede social lusa para gerar emprego

Em Portugal, um projeto inovador veio lançar aquela que é a primeira rede social a juntar todos os protagonistas essenciais à criação de um negócio. Pelo nome wePinch, a mesma serve de ponto de encontro online entre empreendedores, profissionais e investidores e promete trazer mais empresas e postos de trabalho não só para Portugal mas também para outros países. 
Exclusivamente dedicada a 'startups', profissionais e investidores, a nova rede social quer despertar os seus utilizadores para a necessidade de trabalho colaborativo na Internet à escala internacional. Numa primeira fase, a mesma estará disponível apenas em território nacional, mas a perspetiva é estender o projeto a outros países da Europa e até ao outro lado do Atlântico ainda este trimestre.
O objetivo passa por trazer para o espaço online todo o ecossistema de criação de novas empresas ('startups'), juntando todo o tipo de novos projetos e negócios que precisem de profissionais e/ou potenciais investidores. Por isso mesmo, na wePinch, os empreendedores têm oportunidade de criar e/ou completar a sua equipa, bem como internacionalizar as suas 'startups' e empresas através da ligação com profissionais residentes noutros países. 
"Nenhum pequeno negócio cresce ou sobrevive sem as pessoas certas e sem os recursos financeiros necessários", refere a fundadora da wePinch, Andreia Onofre, em comunicado enviado ao Boas Noticias. "Queremos que, nestes espaço, as mais de 30.000 empresas criadas este ano em Portugal possam encontrar as suas equipas e os seus investidores". 
Para os investidores, o wePinch vem funcionar como uma montra de ideias e negócios que os ajuda a selecionar potenciais investimentos. Por outro lado, para os profissionais, a nova rede social serve de espaço de oportunidades de trabalho, colaboração, co-founding e emprego, enquanto que para os empreendedores, as possibilidades passam por formar e completar as suas equipas para desenvolver os seus projetos, ao mesmo tempo que podem encontrar investidores, através das ferramentas de contacto e de comunicação disponíveis.
A wePinch consiste num mecanismo de rede social pura, é totalmente interativo entre as partes e dispõe de funcionalidades de partilha, alertas e até um sistema próprio de 'like', com um botão que se faz designar por 'aprov' - de aprovar projeto. "A ideia é contribuir para que se gere online um ambiente fervilhante de projetos e inovação, bases do fortalecimento do tecido socioeconómico nacional, mas terá um futuro promissor a nível internacional, para onde rapidamente se estenderá", explica a responsável. 
Saiba mais AQUI.


BD: Obra de autor português distinguida em França

Paulo Monteiro, autor do livro de banda desenhada 'O Amor Infinito Que Te Tenho e Outras Histórias', foi distinguido com o Prix Sheriff D'or 2013, em França. Aquela que é a primeira obra do escritor português foi a eleita pelos franceses para receber o galardão, atribuído pela livraria Esprit BD.
Editado naquele país pela Six Pieds Sous Terre, com o título 'L'amour infini que j'ai pour toi', o livro tem sido alvo de várias críticas favoráveis por parte dos media especializados e também de jornais generalistas como, por exemplo, o 'Le Monde'.
"Fiquei muito surpreendido e feliz", conta à Lusa, acrescentando que se trata de um prémio "importante" que irá "dar uma nova amplitude ao livro". Segundo o mesmo, o Prix Sheriff D'or é seguido "com muito interesse na imprensa francesa e pelos leitores" e, por isso, a atribuição do prémio é "uma oportunidade fantástica de chegar a um maior público".
Num país onde o mercado de banda desenhada é "gigantesco", a obra de estreia de Paulo Monteiro está também nomeada para melhor banda desenhada em outros dois prémios em França: o 'Prix Bulles De Cristal 2014', criado pela livraria Ange Bleu, e o 'Prix Lycéen De La Bd Midi-Pyrénées 2014', indicado pelos estudantes das escolas da região dos Pirinéus.
Natural de Vila Nova de Gaia, Paulo Monteiro é quem, atualmente, dirige a Bedeteca e o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. Aos 46 anos, neste livro já premiado em Portugal, o autor junta dez histórias feitas entre 2005 e 2010, que versam, de uma forma poética e assombrada, sobre o amor e a sua impossibilidade.



UCoimbra vence quatro prémios norte-americanos

Um grupo de investigação português liderado por Luís Pereira de Almeida, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra, acaba de conquistar quatro prémios monetários atribuídos pela fundação norte-americana National Ataxia Foundation (NAF) para financiar a continuação dos esforços na descoberta de terapias para impedir a progressão da doença de Machado-Joseph.
Trata-se de uma patologia cerebral rara e, por enquanto, incurável, com prevalência significativa em Portugal, especialmente nos Açores, que se carateriza pela produção anormal de uma proteína, a ataxina-3, e que provoca a perda de coordenação motora, acabando por confinar os doentes a uma cadeira de rodas. 
Luís Pereira de Almeida foi agraciado com o prémio "Pioneer SCA Translational Grant Award", no valor de 100.000 dólares (73.500 euros), para investigar a "ativação farmacológica da autofagia ["limpeza" das células] para aliviar a doença de Machado-Joseph", explica uma nota de imprensa da Universidade de Coimbra.
Com a ajuda deste financiamento, os investigadores vão aprofundar os estudos em animais transgénicos (modelos da doença) que têm mostrado possíveis efeitos benéficos de fármacos aprovados pela FDP - US Food and Drug Administration (autoridade norte-americana do medicamento) e pela Agência Europeia do Medicamento no atraso e alívio dos sintomas da doença. 

Três prémios de 15.000 dólares para o resto do grupo

Ao mesmo grupo de cientistas portugueses foram ainda atribuídos três prémios de 15.000 dólares (cerca de 11.100 euros) cada, que vão permitir progressos noutras vertentes da investigação da doença de Machado-Joseph.
Liliana Mendonça, uma das três investigadoras galardoadas com este prémio, está a realizar o transplante de células estaminais neurais em animais transgénicos numa área cerebral afetada pela patologia, o cerebelo, que, de acordo com resultados preliminares, poderá assumir-se como uma "promissora" estratégia terapêutica. 
Já Rui Nobre, outro dos elementos do grupo de investigação a ser premiado, tem estado envolvido no desenvolvimento de uma solução terapêutica associada a uma forma inovadora de administração periférica com potencial para dar um contributo importante ao nível do uso de terapia genética nesta doença. 
Finalmente, o investigador Clévio Nóbrega, também distinguido, continuará a trabalhar na possibilidade de uma outra molécula, a ataxina 2, em vez da ataxina-3 estar a contribuir para a patologia. O objetivo é esclarecer o possível mecanismo patogénico da doença de Machado-Joseph e validar a ataxina-2 como potencial alvo terapêutico. 
Fundada em 1957, a National Ataxia Foundation, que premiou, pela primeira vez em quadruplicado, estes portugueses, financia anualmente estudos altamente promissores na área das doenças degenerativas que provocam ataxia (descoordenação de movimento) em todo o mundo. 


New York Times destaca investigação portuguesa

O prestigiado jornal New York Times (EUA) destacou, na semana passada, uma investigação portuguesa sobre uma nova espécie de golfinhos. O 'golfinho clymene' é uma espécie híbrida que resulta do cruzamento de outras duas: um fenómeno muito raro nos mamíferos.
A investigação foi conduzida por cientistas da Universidade de Lisboa em parceria com o Museu Americano de História Natural. Os investigadores utilizaram amostras genéticas para determinar que os 'golfinhos-listrados' e os 'golfinhos-rotadores' cruzaram-se para formar uma terceira espécie, os 'golfinhos-clymenes', também conhecidos como 'golfinhos rotadores de focinho curto'.
Em declarações ao New York Times, a investigadora responsável pelo estudo, Ana R. Amaral, revela que este é o primeiro exemplo conhecido de hibridização, um cruzamento genético de duas espécies animais distintas, em mamíferos que resultou numa nova espécie.
Este fenómeno ocorre com mais frequência em plantas, peixes ou pássaros. As três espécies de golfinhos vivem no Oceano Atlântico, onde Howard C. Rosenbaum, um dos investigadores envolvidos no estudo, acredita que os 'golfinhos-clymene' estão a criar um conjunto de genes distintos que é “robusto o suficiente para sobreviver ao longo do tempo”.
No estudo foram analisados DNA nuclear e mitocondrial de amostras de pele retiradas de 72 'golfinhos clymene', 'golfinhos-listrados' e 'golfinhos-rotadores'.
Os investigadores descobriram que o DNA mitocondrial da espécie clymene, que revela a ascendência materna, se assemelha ao da espécie dos 'golfinhos-listrados'. Já o DNA nuclear do 'clymene', que revela ascendência paterna, está intimamente relacionado com o 'golfinho-rotador'.
Os investigadores não conseguem precisar quando ocorreu exatamente o fenómeno de hibridização, no entanto, segundo Ana R. Amaral, “os golfinhos listrados e os rotadores têm origem entre um a três milhões de anos atrás, por isso, terá sido algum tempo depois disso”.
Estas três espécies de mamíferos cooperam muitas vezes entre si. “Às vezes vemos grupos mistos de 'clymene' e 'rotadores' que capturam as suas presas em conjunto”, acrescenta a investigadora portuguesa O estudo foi publicado no jornal científico Plos One.
Clique AQUI para consultar o estudo (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz.


CNN: Lisboa é a cidade mais 'cool' da Europa

No passado domingo, a CNN apresentou ao mundo as sete razões que tornam Lisboa a cidade mais 'cool' da Europa. Num artigo onde são tecidos inúmeros elogios à capital portuguesa, a jornalista Fiona Dunlop destaca a noite, a gastronomia, as praias, os castelos, o design, a arquitetura e a arte que se podem encontrar por aqui.
"Se aquilo que procura é uma cidade carregada de uma excelente atmosfera, charme, boa comida e vida noturna, então considere Lisboa como uma das melhores opções, apesar de ser ainda desconhecida por muitos", introduz a autora. 
E razões para isso, segundo a jornalista, não faltam, começando pela oferta de vida noturna que se pode encontrar na capital portuguesa. "Se pensam que em Madrid se sai até tarde, experimentem uma noite em Lisboa", desafia Fiona Dunlop. "Esta não é uma cidade de clubes, bares e discotecas no seu conceito puro. É sim uma cidade com uma noite itinerante, de porta em porta, que termina, muito provavelmente, quando a madrugada nasce sobre o rio Tejo", acrescenta.
Os principais centros de ação são o Bairro Alto, "onde mais de 250 atraentes bares se alinham numa teia de ruas e entre paredes rabiscadas de grafite", e a frente ribeirinha junto ao Cais do Sodré. 
Uma outra razão que faz da capital a mais 'cool' da Europa é a variedade gastronómica, que, ao contrário do que muitos pensam, não se fica pelo bacalhau. Destaque para a tradição do marisco, cuja tendência é chegar à mesa de forma cada vez mais moderna e sofisticada, as típicas rulotes de "saborosas" bifanas que se podem encontrar espalhadas pela cidade, bem como para os famosos pastéis de nata.
Além disso, "Lisboa é um sítio para se inalar o aroma do Atlântico salgado, ao mesmo tempo que se sente o sol na pele e se ouve o ribombar das ondas", numa das muitas praias próximas da cidade. Sugestão ainda para a vila de Cascais, onde é possível apreciar o melhor do peixe fresco grelhado, os golfinhos no Tejo, e Sintra, localizada "entre exuberantes colinas arborizadas, salpicadas de palácios e extravagantes mansões que resumem séculos de opulência aristocrática".
Destaque ainda para a ironia do povo português, com Fiona Dunlop a referir que o mesmo podia passar a vida a gabar-se dos seus feitos (o ter sido o primeiro império do mundo, o ter os melhores pastéis de nata de sempre), mas prefere antes usar a ironia quando o assunto lhe diz respeito.
Entre as últimas razões que tornam Lisboa um destino de visita obrigatória é o "design fabuloso", presente "para onde quer que olhemos": na roupa e acessórios feitos a partir do couro, na decoração de interiores 'vintage', na "espetacular" arquitetura, etc. "Esta é uma cidade que gosta de ser bonita", conclui a jornalista. 
Referência ainda às grande arte que é possível encontrar nas exposições espalhadas pela capital, em locais como o Mude (Museu da Moda e do Design), a Gulbenkian, o Museu Berardo, o Museu da Arte Antiga ou o Museu do Oriente. 
Para terminar, como último motivo para visitar Lisboa, Fiona fala das suas "fascinantes ruas", que fazem com que "ninguém se aborreça a passear pela capital", graças à impressionante calçada portuguesa, aos azulejos e demais pormenores que tornam o exterior da cidade tão atrativo aos olhos daqueles que por ali passam.
Leia o artigo completo, em inglês, AQUI.
Notícia sugerida por Elsa Martins, Maria Pandina, Vítor Fernandes e Maria Manuela Mendes

Créditos: Boas Notícias


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(imagens retiradas da internet)




Telemóvel: proibir ou educar?

A esmagadora maioria dos jovens portugueses tem telemóvel e começa a usá-lo cada vez mais cedo. Os benefícios podem ser fascinantes mas os perigos não devem ser esquecidos. Também aqui só a educação pode minimizar os riscos.

“A futura geração precisaria de uma anatomia diferente. Pelo menos duas bocas e quatro ouvidos, por cada indivíduo, para otimizar as comunicações móveis (e quatro polegares, acrescentamos nós). Apesar desta mutação genética não ser possível, por enquanto, as operadoras de telemóveis não devem desesperar. Há quotas de mercado por preencher. Dois terços das crianças do primeiro ciclo aguardam ansiosamente. Trinta por cento das de dez anos vegetam na pré-história das comunicações. A multidão dos berçários e infantários também. E, nas maternidades, os recém-nascidos ainda não conseguem comunicar por telemóvel!” O professor e escritor José Alberto Quaresma ironiza, assim, no seu blogue de educação Falta de castigo, o número excessivo de crianças que já possui telemóvel. E os dados dão-lhe razão. Segundo o estudo Fórum da Criança 2009, 12% das crianças dos quatro aos seis anos já tem telemóvel. A percentagem sobe para os 55% entre os sete e os dez anos e atinge os 89% nas crianças de onze e doze. Helena Fonseca, coordenadora do Núcleo de Medicina de Adolescentes do Hospital de Santa Maria, confirma: “Atualmente, no primeiro ciclo, já encontramos imensas crianças com telemóvel, o que é impressionante! Cada família deve definir bem qual é a idade em que pretende dar um telemóvel ao seu filho, independentemente das pressões que existam por parte da criança. A maioria das vezes a utilidade do telemóvel é nula”. E aconselha: “Admito que possa haver situações pontuais, como doença ou razões geográficas, que o justificam, mas são exceções. Na minha opinião, as crianças não devem ter telemóvel antes dos 12 anos”.

De brinquedo a parte do corpo

Muitas vezes são os próprios pais que tomam a iniciativa de oferecer um telemóvel aos mais pequenos. Razões de segurança são as mais evocadas. “O telemóvel entrou tão rapidamente na vida das crianças porque os pais entenderam-no como uma forma de controlo dos filhos à distância. A possibilidade de monitorizar a criança faz com que os pais, que são tão resistentes a outras tecnologias, aqui facilitem”, explica Cristina Ponte, investigadora da Universidade Nova de Lisboa e coordenadora em Portugal do projeto EU Kids Online. Uma espécie de trela eletrónica que, muitas vezes, é oferecida sem a definição de regras básicas de utilização.
Se nos primeiros tempos, as crianças mais novas encaram o telemóvel como mais um brinquedo, usado essencialmente para jogar e receber chamadas da família, com a idade o seu uso intensifica-se exponencialmente. Na adolescência, o telemóvel chega mesmo a ser visto como uma parte do corpo, uma expressão da sua identidade, sem o qual já não imaginam viver. Segundo o estudo “E- Generation: os usos dos media pelas crianças e jovens em Portugal", publicado em 2007 pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE, 57% dos jovens concordavam com a frase “sinto-me muito ansioso quando não posso ter o meu telemóvel” e 74,3% consideravam que o telemóvel só lhes é útil se estiver sempre ligado. Aliás, apenas 18,6% declarou que desligava o telemóvel quando estão a estudar, 11,4% durante as refeições e 60% não desligava nem na sala de aula. O uso excessivo pode chegar a níveis de verdadeira dependência. Notícias de tratamento de crianças viciadas a partir dos 12 anos, que têm de reaprender a realizar as suas tarefas sem um telemóvel por perto, dão que pensar. A pediatra Helena Fonseca alerta: “Há miúdos que não conseguem parar de utilizar o telemóvel. Alguns entram no consultório a jogar e continuam durante o tempo todo da consulta. O curioso é que, muitas vezes, se não somos nós a pedir para desligar, os pais acham perfeitamente normal e deixam que a criança nos esteja a responder e a usar o telemóvel ao mesmo tempo!”

Regras essenciais

Margarida Geada é mãe de dois adolescentes de 16 anos. Ofereceu-lhes o primeiro telemóvel aos 12, quando começaram a ir sozinhos para a escola. “Achei que era importante para o caso de eles precisarem de falar comigo. Naqueles primeiros anos, ficava sempre preocupada e assim, ao chegarem à escola, telefonavam-me e confirmava que eles estavam bem. Juntou-se o interesse deles ao meu. Na altura, eles eram os únicos da turma que ainda não tinham telemóvel!” Impôs desde logo algumas regras: “Sou eu que carrego, mas o dinheiro é sempre da mesada deles. Têm que desligar à noite para dormir, quando estão a estudar e durante as refeições, claro. Não sou a favor de proibições irracionais, pois quanto mais limitamos mais eles desejam e mais fazem às escondidas. Estas idades não são fáceis, por isso acho que se deve proibir apenas o essencial”. Helena Fonseca concorda: “Com o avançar da idade da criança, as regras podem e devem ir sendo alteradas. Mas há coisas com as quais os pais nunca devem pactuar, independentemente da idade. Durante o tempo de estudo, às refeições e quando estão a dormir não se está com o telemóvel ligado”.

Novos usos, novos alertas

Mas não basta o alerta para o tempo e contextos de utilização, sobretudo porque o uso que as crianças e adolescentes fazem do telemóvel é completamente diferente do da maioria dos pais. “Muitas vezes, os jovens têm aparelhos muito mais sofisticados que os pais. Quando se coloca nas mãos de um filho um telemóvel que permite tirar fotografias, fazer filmes, aceder à internet e às redes sociais tem que se ter consciência que estamos a dar-lhe uma ferramenta que oferece imensas oportunidades mas que também comporta riscos”, alerta Cristina Ponte. Cyberbullying, acesso a conteúdos inapropriados, risco de encontros com pessoas estranhas, envio e circulação de imagens privadas são alguns dos perigos que os telemóveis herdaram da internet. Com alguns extras: a mobilidade, que proporciona maior privacidade, logo menor supervisão e maior vulnerabilidade e o facto de ser um equipamento que leva as crianças e adolescentes a estarem sempre ligados, sempre acessíveis e prontos para comunicar e responder a estímulos. 
“As crianças e jovens têm um saber técnico incomparável. Mas não é suficiente para que o uso da tecnologia seja correto. Há questões de literacia digital que não se aprendem pelas teclas. Por exemplo, quando uma jovem envia uma mensagem com uma foto mais sedutora para um amigo está a trabalhar numa base de confiança. Mas essa confiança pode acabar e o outro ficou com a sua imagem. Conectando o telemóvel à internet, pode fazer com ela o que quiser”, avisa Cristina Ponte. E defende: “Os pais devem proteger, mas no sentido de capacitar, de educar para a autonomia. E desde cedo, para que a criança mais tarde, quando tiver que tomar decisões, saiba tomá-las de uma forma responsável, tirando partido das oportunidades que estes meios proporcionam”. É como nas piscinas: podemos colocar proteções e até sinais de perigo, mas também ensinamos sempre as crianças a nadar.

Responsabilidade coletiva

A utilização ética, responsável e segura dos telemóveis por crianças e jovens não é uma responsabilidade exclusiva dos pais. Cristina Ponte defende: “O direito de proteção dos mais novos envolve os pais, a escola, as políticas públicas, os reguladores, as empresas de telecomunicações e os fornecedores de serviços. É uma questão social que tem que ser pensada como um todo. Costumamos exemplificar: os pais ensinam os filhos a andar de bicicleta e depois a criança anda sozinha de bicicleta. Mas para que ande em segurança, a estrada não pode ter buracos e os sinais de trânsito têm que estar bem identificados. Isto é, há outros contributos necessários para promover a segurança”. 
Em 2007, vinte e seis operadores móveis assinaram o Acordo-Quadro europeu para a utilização mais segura dos telemóveis por adolescentes e crianças, onde concordaram apoiar: campanhas de sensibilização junto de pais e crianças; o controlo do acesso a conteúdos para adultos; a classificação de conteúdos comerciais e o combate aos conteúdos ilegais nos telemóveis. Passados dois anos, avaliada a aplicação desse Acordo, a comissária europeia Viviane Reding alertou: "A proteção dos menores não é um luxo. É indispensável para que as novas tecnologias de comunicação sejam aceites na sociedade europeia. Os operadores móveis têm de ser ainda mais ambiciosos e tomar medidas para proteger os menores de forma mais efetiva em todos os países europeus e também para tornar a classificação de conteúdos mais transparente". 
Cristina Ponte sugere algumas iniciativas que poderiam ser levadas a cabo: redefinição dos tarifários para este target, que são um incentivo claro a uma utilização do telemóvel quase sem limites; uma maior capacitação dos professores e dos currículos para saberem lidar com estas novas realidades; a criação de guias parentais de aconselhamento; o envolvimento das associações de pais na promoção de encontros de formação e troca de experiências e a criação de uma linha nacional de ajuda aos pais. Atento a estas questões, o Governo britânico já anunciou que, a partir de Setembro de 2011, a segurança online (que inclui os telemóveis) fará obrigatoriamente parte dos currículos a partir dos cinco anos de idade. Em Portugal, segundo Cristina, “somos um país que está quase a acordar para esta temática”. 

Mais desafios

Com estas novas realidades, as exigências em termos de educação aumentam. Quase sem rede, os pais com filhos agora adolescentes desbravam caminho e não têm, pela primeira vez, avós para se aconselharem. Mafalda Folque tem cinco filhos, com idades entre os 20 e os nove anos: “Já senti várias vezes essa insegurança. Falo muito com amigos, família e colegas. Acho que somos os primeiros pais a levar com este embate dos telemóveis, internet e tudo o que vem por arrasto… mas temos que saber viver com isso. Saber dosear e falar muito com eles. Meter a cabeça debaixo da almofada ou protegê-los demais de nada serve. Mas sim falar, falar, falar e desmistificar as coisas”.
Imprescindível para alertar é conhecer, por isso, por mais que lhe custe, é essencial fugir à tecnofobia. Aprenda a escrever mensagens, a enviar uma fotografia, a criar um perfil no Facebook ou partilhar ficheiros por Bluetooth. É impossível guiar os filhos no que se desconhece. E se não souber, por que não pedir aos mais novos para lhe ensinar? “Acho que é muitíssimo salutar e não significa uma perda de autoridade pedir ajuda tecnológica aos filhos. Os pais devem perguntar: como é que isto se faz? E dizer: não és tu a fazer por mim, ensina-me como fazer. E depois treinar. É uma forma dos filhos verem que eles estão interessados no seu mundo e de diminuir o fosso entre gerações”, reconhece Cristina Ponte.

Equilíbrio precisa-se

Mas não nos esqueçamos das vantagens. Num dos programas promovidos pelo site de referência www.childnet.com, encontramos um cartoon que nos lembra a necessidade de equilíbrio: um adulto pergunta a outro - “Sabes qual é o maior perigo da internet? Concentrares-te apenas nos perigos e esqueceres os benefícios”. Cristina Ponte elogia: “O telemóvel traz também grandes vantagens. A possibilidade do jovem estar ligado ao mundo, aos familiares, aos amigos, a todo um mundo de informação. É também um meio de expressão muito criativo e é importante tirar partido dessas potencialidades mesmo em termos educativos”.
Eduarda Ferreira, psicóloga na Escola Secundária Sebastião da Gama, em Setúbal, tem sido pioneira na defesa do chamado m-learning. “Uma das vantagens do uso do telemóvel enquanto recurso educativo na sala de aula é o facto de ser um objeto que os jovens adoram. Têm uma ligação afetiva com ele fortíssima e uma motivação enorme para a sua utilização, que é o que falta aos jovens na escola – motivação e interesse. O telemóvel permite a passagem entre o exterior e o interior da escola. Estudos mostram que os jovens têm uma atividade imensa ao nível de produção de blogues, conteúdos para a internet, redes sociais e nada disto é falado e usado na escola. Parece que os jovens têm uma vida paralela. Têm que se arranjar pontes de ligação”. Vários estudos e práticas de m-learning em todo o mundo apresentam provas positivas em termos de motivação e resultados. “O professor precisa é de um grande planeamento para a sua utilização e as atividades propostas têm que ser muito bem estruturadas e testadas”, reconhece Eduarda. E termina com um apelo: “Invadir o país de tecnologia é ótimo, mas é necessário que os mais novos saibam utilizá-la e geri-la. É necessário investir na educação para a segurança, para o risco e para a tomada de decisão que é transversal e tão necessária a uma série de áreas fundamentais da vida do jovem”.

É melhor prevenir

Não esquecer: estas questões não são uma conversa para se ter apenas uma vez, pois a tecnologia e os serviços estão sempre a ser atualizados.

• as consequências em termos de saúde não estão comprovadas, por isso encoraje o seu filho a fazer chamadas curtas, a privilegiar os sms e a usar auricular;
• defina regras em relação à compra de serviços como músicas, toques, vídeos e acesso à internet, para evitar gastos excessivos;
• avise-o para nunca dar o número de telemóvel ou dados pessoais a desconhecidos, não responder a mensagens de pessoas que não conhece e não atender chamadas de números não identificados;
• não deve gravar dados pessoais nem contactos alternativos na mensagem do voice mail;
• manter o Bluetooth desativo;
• nunca marcar encontros com estranhos que contacte em chats, redes sociais ou mensagens de telemóvel;
• relembre-lhe que há conteúdos impróprios que podem incomodar até os adultos e encoraje-o a contar-lhe se alguma vez for confrontado com eles, seja no seu telemóvel seja no de amigos;
• nunca tirar fotografias ou fazer vídeos que possam embaraçar outras crianças e jovens e muito menos enviá-los para outras pessoas, mesmo que sejam amigos;
• alertar para que todos os conteúdos enviados por telemóvel e colocados nas redes sociais tornam-se públicos e visíveis por qualquer pessoa;
• se alguma vez receber uma chamada ou mensagem ameaçadora, partilhar logo consigo ou com um professor;
• em caso algum deve fazer chamadas de emergência para o 112, sem necessidade real;
• não andar com o telemóvel visível para evitar roubos;
• chamar a atenção para que nunca deve responder a mensagens publicitárias e que nunca deve aceitar ofertas comerciais.



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Mensagem MC

(imagem retirada da internet)



Sonhe com o que você quiser. 
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porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. 
Dificuldades para fazê-la forte. 
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.


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