quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Crónicas 10 minutos - Tecnologicamente falando

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Nadadora olímpica culpa redes sociais por não atingir o Ouro na final

Os Jogos Olímpicos de Londres 2012 terminaram há dois dias atrás e foram, com certeza, os que tiveram uma relação mais íntima com as redes e mídias sociais, quer para o bem, quer para o mal. Para além do saudável, positivo e infindável apoio virtual dos fãs aos seus atletas preferidos, muitos ‘casos’ aconteceram. Só para nomear alguns, temos Michel Morganella, jogador de futebol suíço expulso da sua seleção por publicar uma mensagem com conteúdo xenófobo, apelidando os jogadores da Coreia do Sul de “atrasados mentais”, na sua conta oficial do Twitter. Por sua vez, a saltadora Grega de Triplo-Salto Voula Papachristou, também foi afastada devido a um tweet racista. O jornalista britânico Guy Adams viu a sua conta do Twitter ser suspensa devido a ter criticado a forma como a NBC estava a transmitir as provas, e por ter indicado o email de um executivo daquela cadeia de televisão. Para que se entenda melhor esta última situação, a NBC foi a única cadeia com direito de transmitir, nos Estados Unidos, os Jogos Olímpicos. Quando fez a cobertura da cerimónia de abertura, e de outras provas, não a transmitiu em direto, em vez disso, gravou-a e passou-a mais tarde num horário com mais espectadores. Esta situação chocou com o imediatismo das redes sociais, onde as atualizações são feitas ao segundo! A fricção entre uma transmissão televisiva da velha guarda e a essência da mídia social foi constante. 

Estes Jogos Olímpicos recentemente terminados, já foram apelidados de Twitter Games, e a verdade é que as várias plataformas de mídia social prestaram um papel sem precedentes em ajudar a espalhar notícias e opiniões. É certo que em Pequim 2008, algumas dessas ferramentas já existiam, mas a verdade é que, segundo números da própria empresa Twitter, foram ‘postados’ mais comentários sobre as olimpíadas no dia antes da cerimónia dos Jogos Olímpicos Londres 2012 do que durante todo o evento dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. São números que nos permitem compreender a revolução que aconteceu. De todas as competições, o momento alto a nível de comentários, ainda no Twitter, foi a vitória do atleta Jamaicano Usain Bolt no sprint dos 200 metros, gerando mais de 80 mil tweets por minuto! 

A nadadora Australiana Emily Seebohm, de 20 anos, chegou à prova final de 100 metros costas como a candidata principal a levar o ouro para casa. No final da prova, ficou-se pela prata e utilizou uma ‘desculpa’ nunca antes vista nos Jogos Olímpicos, explicando que a razão do segundo lugar se deveu... às redes sociais. 

Para além de ter ficado em segundo lugar, o que gerou mais surpresa foi o fato dela ter terminado aquela prova num tempo significantemente mais lento do que no dia antes. Inclusive a vencedora da prova e que ganhou o ouro, a nadadora americana Missy Franklin, fez um tempo mais lento do que a Australiana tinha feito. 

De acordo com Seebohm, a razão para o seu insucesso prende-se com ter estado, na noite antes da prova final, acordada até tarde a responder às muitas mensagens de encorajamento dos seus fãs no Facebook e Twitter. A campeã olímpica acabou por admitir que “se calhar comecei mesmo a acreditar quando vi tantos comentários a dizer que eu iria ganhar o ouro e convenci-me disso mesmo antes de nadar”. Por fim, disse que “sinto-me como se não me tivesse desligado [das redes sociais] e não tivesse entrado na minha própria mente.” 

Esta ‘desculpa’, válida ou não, até à data nunca tinha sido abordada e mostra bem o quanto algumas coisas mudaram e a relação que está a ser criada entre atletas, fãs e mesmo organizadores, tendo as redes sociais por base. 

Seebohm, que já tinha ganho o ouro em Pequim 2008, também ganhou o ouro em Londres 2012 na prova 4x100 metros livres. 

A questão que vos coloco é esta: 
Plataformas como Facebook, Twitter, Instagram e afins, melhoraram a experiência dos jogos olímpicos, ou apenas a arruinaram? Para quem seguiu, deu uso a estas novas tecnologias? 

Tal como a tecnologia, inove, melhore, evolva! 

João Oliveira 

P.S. Esta crónica estará em destaque aqui blogue para dar oportunidade de todos os visitantes de darem a sua opinião sobre a mesma. A sua opinião é importante, PARTICIPE! 

MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

3 comentários:

  1. Novamente, um excelente artigo ao qual nos presencias...quanto á Jovem em questão...È tão fácil culpar terceiros quando não aceitamos as nossas falhas de atitude, incapacidades intelectuais, e neste caso...uma menor performance! Novamente entramos na questão do bem senso com as nossas palavras e com o que escrevemos...é importante a divulgação de conhecimento e partilha de ideias, ao qual sou totalmente suspeita pois é o que me tenho dedicado no último ano...
    Contudo, a jovem Emily Seebohm, tem que amadurecer e considerar as suas falhas...certamente no futuro será uma grande campeã! As redes sociais são um meio de interação na nossa rotina diária, mas não serve de desculpa para impedir que avencemos com projetos/obrigações., porque a conclusão do que se faz e se pretende, é apenas uma questão de TRABALHO.

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  2. Do meu ponto de vista as redes sociais por um lado ajudam a fomentar e a promover a boa prática desportiva, no sentido em que a troca de ideias e o próprio conhecimento dos diversos desportos acaba por ser mais ou menos clarificado ou pelo menos dado a conhecer aos demais utilizadores dessas redes, o que poderá ajudar a um eventual aumento de pessoas a praticar os desportos porque afinal até lhes pareceu interessante. Mas isto para mim é momentâneo: acontece de 4 em 4 anos, durantes uns dias ou umas semanas fala-se daquilo e as pessoas estão entusiasmadas mas depois passa.
    Por outro lado, acho que o facto de os atletas poderem se dispersar e ler algumas coisas relativas às suas provas poderá não as ajudar.

    No caso da atleta em questão, para mim é apenas uma desculpa ou se quiserem, também irresponsabilidade e nada mais. Se se é atleta de alta competição e se está nuns JO, só se pode fazer por estar no melhor, ou então andou-se 4 anos a trabalhar para quê?
    Os JO são, pelo menos para mim, o ponto mais alto de qualquer desportista. O estar lá deve ser no mínimo indiscritível e "só" o facto de participar já implica muitas horas, dias, semanas, meses, anos de trabalho que às vezes em 30 segundos resumem todo o trabalho que se teve.

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  3. Obrigado pelos vossos comentários que tocam em perspetivavas diferentes, o que é algo positivo e gratificante para quem escreve! Concordo com ambos. Cumprimentos a todos.

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