sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Recordar é viver!

(imagens retiradas da internet)





Viver o passado 
Efemérides da semana de 27 de julho a 2 de agosto


Guerra da Coreia

A 27 de julho de 1953, há exatos 60 anos, era assinado o armistício da Guerra da Coreia, pondo fim a três anos de luta sangrenta, mas a paz foi apenas um cessar-fogo, já que a Coreia permaneceu dividida ao longo do enormemente fortificado paralelo 38.
A 25 de junho de 1950, as tropas norte-coreanas, quase 100 000 homens, irromperam pelo paralelo 38, passando pelos defensores coreanos da fronteira sul. Dois dias mais tarde o Presidente americano Harry Truman anunciou que os EUA iriam intervir no conflito, e a 28 de junho, as Nações Unidas aprovaram o uso da força contra a Coreia do Norte comunista.
Nos meses iniciais da guerra, as forças da ONU, lideradas pelos EUA, avançaram rapidamente sobre os coreanos do Norte, mas em outubro, as tropas comunistas chinesas entraram na disputa, forçando os Aliados a uma retirada geral. A ONU e as forças sul-coreanas sofreram 500 000 baixas na Guerra, enquanto as perdas comunistas foram pelo menos três vezes mais.
Passados 50 anos, em 2000, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul encontraram-se pela 1ª vez numa cimeira, que permitiu às famílias visitar os seus parentes, situados do outro lado do paralelo 38. Ao Presidente da Coreia do Sul, Kim Dae Jung, foi entregue o Prémio Nobel da Paz em 2000 pelos seus esforços para a reconciliação com a Coreia do Norte.


Oliveira Salazar

Há exatos 43 anos, a 27 de julho de 1970, morria António de Oliveira Salazar, o Presidente do Conselho de Ministro de Portugal, de 1932 a 1968. Salazar foi o responsável pela criação do Estado Novo, sendo o líder de Portugal durante grande parte da ditadura que por mais anos esteve no poder na Europa. Salazar nunca foi muito dado a entrevistas ou a aparecer na televisão, mas soube sempre usar os meios de propaganda para manter o regime.
Salazar nasceu a 28 de abril de 1889, em Santa Comba Dão, filho de uma família de pequenos proprietários agrícolas. Estudou na Faculdade de Direito de Coimbra, onde, em 1917, iniciou a carreira de professor universitário, lecionando Economia Política. Em 1921, foi eleito deputado pelo Centro Católico, iniciando, assim, a sua vida política ativa. Depois de apenas um dia no Parlamento, renunciou ao mandato, porque não concordava com o sistema parlamentar em vigor. A partir de então, em Conferências e na Imprensa portuguesa, defendeu uma mudança no sistema governativo, em que o Estado tinha de ter um papel mais centralizador.
A 28 de maio de 1926, após um golpe militar, a I República terminava, dando lugar à Ditadura Militar. A situação do país era gravíssima, em 16 anos (1910-1926) tinham existido 45 governos e 9 Presidentes da República, Portugal encontrava-se em pleno caos económico e político. Salazar foi, então, nomeado para Ministro das Finanças, cargo que exerceu apenas durante treze dias, porque não lhe foram atribuídos os poderes que exigia. Em 1928, quando Óscar Carmona se tornou Presidente da República de Portugal, convidou Salazar para Ministro das Finanças, garantindo-lhe o controlo absoluto sobre todas as despesas e receitas da totalidade dos Ministérios. A política de Salazar foi, a partir de então, marcada por uma forte austeridade e rigor no controlo das contas públicas, conseguindo resolver o problema económico, em apenas um ano.
De 1928 a 1932, Oliveira Salazar tornou-se na principal figura do Governo português, com uma imagem de Salvador da Pátria. O prestígio que ganhou, juntamente com uma propaganda eficaz e a manipulação das correntes da direita, de alguns sectores monárquicos e dos católicos, consolidaram o seu poder. Carmona consultava-o em cada remodelação ministerial. Salazar recusava-se a voltar ao parlamentarismo da I República, por isso, criou, a União Nacional em 1930, visando o estabelecimento de um regime de partido único. Era o início efetivo do Salazarismo, uma espécie de Fascismo à portuguesa. Em 1932, Carmona convidou Salazar a formar governo e em 1933, era aprovada, por plebiscito popular, a nova Constituição. Dava-se início, a partir de então, ao Estado Novo português, uma ditadura antiliberal e anticomunista, que se orientava segundo os princípios conservadores autoritários: Deus, Pátria e Família. A liberdade de imprensa terminava, com a criação da Censura e da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), o regime ditatorial ia-se, assim, organizando. Toda a vida económica e social do país estava, também, organizada em corporações de nomeação e direção estatal, ou seja, era um Estado Corporativo, não havendo sindicatos, muito menos direito a greves. Mantendo as doutrinas coloniais da I República, Portugal afirmava-se como "um Estado pluricontinental e multirracial". Durante o Estado Novo, os Presidentes da República, que foram regularmente eleitos por sufrágio universal até 1958, tinham na prática funções meramente cerimoniais. O detentor real do poder era o Presidente do Conselho de Ministros e era ele que dirigia os destinos do país. Salazar tornou-se, assim, o único líder de Portugal.
Na Guerra Civil de Espanha (1936-1939), Salazar apoiou o General Franco, também um fascista convicto, enviando forças militares portuguesas para Espanha. Neste mesmo período, o regime endureceu e Salazar criou a Legião e a Mocidade Portuguesa. Em 1936, para resolver os problemas internacionais da participação não-oficial portuguesa na Guerra civil espanhola, Salazar assumiu a pasta dos Negócios Estrangeiros. A guerra civil terminou em 1939, com a vitória de Franco. O regime português regozijou-se com tal vitória. 
A 3 de setembro de 1939, quando a II Guerra Mundial (1939-1945) rebentou, o desejo do governo português era manter a neutralidade, confirmou esta vontade, numa sessão da Assembleia Nacional. Salazar estava ideologicamente mais próximo do Eixo (Alemanha, Itália e depois Japão, regimes fascistas e totalitários, de extrema-direita), mas Portugal mantinha, desde 1373, uma aliança com a Inglaterra (um dos Aliados, ou seja, um dos países que entrou em guerra contra o Eixo, os outros dois, foram os EUA e a URSS e mais indiretamente, a França), que veio a tornar-se a trave mestra da neutralidade colaborante portuguesa. 
Durante o conflito mundial, o regime português não tolerou nenhum desvio às ordens emanadas pelo Governo. Em 1940, quando o cônsul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, concedeu vistos em grande quantidade a judeus em fuga ao regime nazi, ignorando instruções superiores, Salazar foi implacável com ele e demitiu-o. Salazar queria, assim, dar o exemplo aos outros diplomatas, acontecia-lhes o mesmo caso desrespeitassem as ordens dele. Da mesma forma viria Salazar a agir com o embaixador de Portugal em Londres, Armindo Monteiro, por haver manifestado publicamente uma posição mais pró-britânica, contrária à posição da neutralidade portuguesa. 
Terminada a II Guerra Mundial, Salazar passou, ainda, por momentos difíceis, devido à vitória na Guerra das democracias e com a abertura (parcial) do regime. Com o início da Guerra Fria, Salazar foi aceite pelos restantes líderes mundiais, como representante legítimo de Portugal e o regime do Estado Novo aproximou-se claramente do "bloco Ocidental", liderado pelos EUA, acabando por ser um dos membros fundadores da NATO, em 1949.
A década de 50 foi marcada pelo continuado apoio à NATO e às intervenções norte-americanas em vários cenários de guerra, contra o bloco comunista. Nesta década, um dos momentos mais marcantes, foi a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958. O General Sem Medo foi o único candidato da oposição ao regime que chegou a ir a eleições presidenciais durante o Estado Novo. Humberto Delgado recebeu apoio em massa da população, que olhava para este oficial com muita admiração e apreço. Numa famosa conferência de Imprensa, um jornalista perguntou a Humberto Delgado, o que faria a Salazar caso ganhasse as eleições, e o General respondeu, “Obviamente demito-o”, uma afirmação que causou impacto e que transformou o General, numa das principais figuras do século XX português. Esta frase teve um efeito forte e perverso em Oliveira Salazar, que tratou de preparar as eleições, que aconteceram sob forte pressão ditatorial. A fraude eleitoral foi evidente e a Humberto Delgado foi apenas reconhecido um quarto dos votos, quando se sabe hoje que muitos boletins foram queimados. Este episódio levou a que o regime mudasse a eleição do Presidente da República de sufrágio universal para colégio eleitoral. Salazar respirou de alívio. Quanto ao General Humberto Delgado, partiu rumo ao exílio e foi assassinado, em fevereiro de 1965, pela PIDE (a PVDE mudou para este nome em 1945).
Em 1961, Salazar teve um dos piores anos de sua vida. O "Estado Português da Índia" (Goa, Damão e Diu) foi invadido pela União Indiana. Nesse mesmo ano, com o início da Guerra Colonial, em Angola, muitos países começaram a pressionar o governo de Salazar para acelerar a descolonização, como era o caso dos EUA. Com a nova administração norte-americana de Kennedy, contrária à colonização, Portugal foi, pela primeira vez, sancionado na ONU (Portugal entrou para este organismo em 1955), contudo, usando as renegociações para a concessão de facilidades na Base das Lajes, fundamental aos interesses americanos, Salazar conseguiu que os EUA deixassem de pressionar o país. Apesar disso, vários outros países, como o bloco escandinavo e o bloco africano, votaram sucessivamente contra a política portuguesa em Africa. Ainda, em 1961, Salazar foi vítima de uma tentativa de derrube, por Botelho Moniz, que fracassou e o paquete Santa Maria foi desviado para África, por Henrique Galvão. Salazar conseguiu resolver todas estas situações e saiu ileso da pressão, voltou a respirar de alívio. 
Em março de 1961, no norte de Angola, acabou por estalar uma sangrenta revolta, com o assassínio de colonos civis. Salazar neste mesmo dia, na Emissora Nacional, afirmou: “Para Angola rapidamente e em força”. Era o início da Guerra Colonial, que nos anos seguintes, chegaria a Moçambique e à Guiné-Bissau. Defensor de uma política colonialista, do Portugal de Lisboa a Timor, Salazar alimentou as fileiras da guerra colonial, com o propósito de manter as chamadas províncias ultramarinas (nome dado às colónias portuguesas a partir de 1951). A Guerra Colonial (1961-1974) teve como consequências milhares de vítimas tanto locais como portugueses, além de desalojados e milhares de traumatizados de guerra. Por outro lado, esta Guerra teve um forte impacto económico em Portugal, e nas colónias, onde o desenvolvimento económico foi muito acelerado, contudo a situação de guerra abalou as estruturas políticas e sociais do País, tendo sido uma das causas da queda do regime e da Revolução do 25 de abril
Em 1968, Salazar foi vítima de um AVC (acidente vascular cerebral), que lhe causou danos cerebrais graves. Neste dia, 7 de setembro de 1968, Salazar tinha ido ao barbeiro e, preparando-se para sentar na cadeira do costume, que tinha sido deslocada para outro sítio, caiu no chão. Ainda hoje se diz que Salazar caiu da cadeira, e isto em duplo sentido, caiu da cadeira física, onde estava sentado e caiu da cadeira do poder, deixou a Presidência do Conselho de Ministros. 
O Almirante Américo Tomás (1958-1974), Presidente da República, chamou, então, a 27 de setembro de 1968, Marcello Caetano para substituir Salazar. Até morrer, em 1970, continuou a receber visitas como se fosse ainda Presidente do Conselho, nunca manifestando sequer a suspeita de que já não era o chefe de governo, no que não era contrariado pelos que o rodeavam. Conta-se que o Almirante Américo Tomás tinha muito medo que Salazar ficasse bom e o demitisse, por isso, alimentou sempre a mentira. Morreu, em Lisboa, a 27 de julho de 1970. Tinha estado à frente da nação portuguesa por mais de 40 anos. 
Salazar governou o país com punhos de ferro, criando a mais duradoura ditadura na Europa. Salazar marcou profundamente o país. As consequências da sua governação são percetíveis até aos dias de hoje e não se pode negar a forte influência que teve no percurso do país. 


Início da I Guerra

Há exatos 99 anos, a 28 de julho de 1914, a Áustria-Hungria declarava guerra à Sérvia, era o passo final para o início da I Guerra Mundial. 
Um mês antes, a 28 de junho de 1914, o príncipe Francisco Fernando, arquiduque e herdeiro do trono austro-húngaro, foi assassinado em Sarajevo, por Gravrilo Princip, um estudante sérvio da Bósnia, membro duma associação secreta eslavista chamada Mão Negra, apoiada na Sérvia. A Bósnia havia sido anexada em 1908 pela Áustria-Hungria e a Sérvia nunca aceitara a situação. Assim, a monarquia austro-húngara tem a oportunidade de liquidar a Sérvia, como há bastante tempo ambicionava. Desde o último quartel do século XIX que a Europa vivia uma Paz Armada, a guerra esta iminente, e a este ambiente acrescia ainda o facto do continente europeu já estar dividido em duas grandes alianças: de um lado a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália), do lado oposto a Triple Entente (França, Inglaterra e Império Russo).
O Imperador Francisco José da Áustria-Hungria consultou o Kaiser e o chanceler alemão, que concordaram que a monarquia dual tinha todo o direito de colocar um ultimatum à Sérvia, considerando-a responsável pelo atentado, e de exigir compensações. A Áustria-Hungria exigia que, entre outros pontos menos importantes, a Sérvia abrisse um inquérito para revelar o envolvimento e as cumplicidades de funcionários sérvios. O prazo de resposta era extremamente curto (48 horas). 
A Sérvia acabou por dar uma resposta muito diplomática em que cedia a quase todas as condições exceto, justamente, a da realização do inquérito austro-húngaro no seu território, por ser considerada uma violação de soberania. Foi esta recusa que vai servir de motivo para a declaração de guerra pelo Império Austro-Húngaro à Sérvia a 28 de julho de 1914, seguida imediatamente do bombardeamento da capital da Sérvia, Belgrado. Esta guerra localizada vai arrastar num ritmo muito rápido todas as grandes potências da época para o conflito.
Durante 4 anos, vários países digladiaram-se na I Guerra Mundial, mais conhecida como a Grande Guerra. Até que à 11ª hora do 11º dia do 11º mês de 1918 era assinado o armistício da Grande Guerra. Cinco anos depois do início da Guerra, a 28 de junho de 1919, era assinado, em França, o Tratado de Paz de Versalhes, que terminava simbolicamente com a I Guerra Mundial.


Invencível Armada

A 29 de Julho de 1588, há 425 anos, dava-se a maior batalha naval alguma vez assistida desde a época clássica. Um conjunto de 130 navios de guerra de Filipe II de Espanha entrava em águas inglesas, com o objetivo de depor a “rainha herege” e restituir a coroa britânica à Igreja Católica. 
Filipe II decidiu atacar Inglaterra, tomar o reino e atribuir-lhe um monarca católico. Para tal, começou a reunir uma armada de fortes e pesados navios, chegando a um total de 130 unidades, entre 22 galeões e 108 navios mercantes, que rumaram ao estuário do Tejo, ao largo de Lisboa. Aí, e a despeito da antiga aliança entre Portugal e Inglaterra, juntaram-se as embarcações portuguesas, num total de 31, sendo que o próprio comandante da armada, o Duque de Medina Sidónia, se deslocaria no galeão português S. Martinho. Neste momento da História de Portugal, o país estava unido a Espanha, era a União Dinástica. 
A Espanha mobilizou ainda um total de cerca de 30 000 homens, prontos a integrar a, então chamada, Invencível Armada. A 28 de Maio de 1588, levantaram âncora os primeiros navios, partindo de Lisboa rumo ao Canal da Mancha, onde se haveriam de encontrar com a frota inglesa. 
A partir de 20 de julho deram-se os primeiros ataques ao largo de Inglaterra. Os ingleses, detentores de uma frota com cerca de 100 unidades, menores que as espanholas e nem todas preparadas para combate, adotaram então uma estratégia de prudência, mantendo-se à distância e procurando envolver a armada espanhola, que se dispunha em meia-lua. Lideradas pelo famoso corsário, Francis Drake, as embarcações inglesas surgiram por detrás, mais velozes e ligeiras, atacando e retirando-se, numa estratégia que obrigou os espanhóis a dispersar a armada, desorganizando-se.
Tendo os maiores galeões espanhóis de se dirigir ao porto de Calais, para arranjos, foram surpreendidos por uma ideia do referido corsário inglês. Assim, na calada da noite de 28 para 29 de julho, encontrando-se esses pesados navios alinhados no cais, foi ordenado o lançamento de oito “bulotes” em direção aos mesmos. Essas pequenas embarcações, apenas contendo o seu piloto, estavam atestadas de explosivos e todo o tipo de combustíveis, que, levadas velozmente até ao centro do cais, chocaram entre os navios espanhóis, explodindo com tudo em redor. Foi tão grande o alarido e a mortandade, que, aos espanhóis, restou uma confusa debandada para Sul, num total de 53 navios que Lisboa acolheu, alguns dias depois.
A Invencível Armada mostrou-se pouco invencível, arrumando para sempre as aspirações espanholas ao domínio dos mares, e marcando, por outro lado, o início de uma ascensão da armada britânica que culminaria nos séculos seguintes com a construção de um verdadeiro império.


Benito Mussolini

Há exatos 130 anos, a 29 de julho de 1883, nascia Benito Mussolini, o líder do Fascismo italiano e uma das personalidades mais marcantes da 1ª metade do século XX.
Benito Amilcare Andrea Mussolini nasceu na cidade de Dovia di Predappio, na província italiana de Forli. De famílias humildes, os primeiros anos de vida de Mussolini foram numa pequena vila. O seu pai, Alessandro Mussolini, era ferreiro e alcoólatra e sua mãe, Rosa Maltoni, era professora primária, e principal fonte de sustento da família. O pai era socialista e o nome Benito foi uma homenagem ao revolucionário Benito Juarez. 
Aos 11 anos de idade, Benito esfaqueou um colega de escola e atirou tinta ao professor, apesar disso prosseguiu com os estudos e qualificou-se como professor primário em 1901, começando a trabalhar. Seguindo as pisadas do pai, tornou-se socialista e depois marxista, defendendo a revolução. Não querendo fazer o serviço militar obrigatório, fugiu para a Suíça, em 1902. Como não encontrou emprego, foi preso por vagabundagem, acabando por ser deportado para a Itália, onde cumpriu o serviço militar obrigatório. Em 1908, Mussolini empregou-se num jornal na cidade de Trento, na época sob domínio do Império austro-húngaro. Na mesma época, começou a viver com Rachele Guidi, com quem casou 5 anos depois. Tiveram 5 filhos (Edda, Vittorio, Bruno, Romano e Anna Maria).
Mussolini começou a defender firmemente o marxismo italiano, começando a escrever diversos artigos no jornal Avanti, do qual foi chefe de redação. Em 1914, estava na direção do jornal Popolo d’Italia, onde partiu em defesa de uma intervenção italiana em favor dos aliados e opondo-se contra a Alemanha. Com esta atitude, acabou por ser expulso do Partido Socialista Italiano. De seguida, entrou no exército logo que a Itália entrou na I Guerra Mundial, chegando ao posto de sargento. Foi ferido em combate por uma granada.
Já depois do fim da I Guerra e do Tratado de Versalhes, no qual a Itália não viu os seus objetivos de alargamento conseguidos, Mussolini criou a organização Fasci Italiani di Combatimento, em 1919. Com base numa filosofia política teoricamente socialista, a nova organização atraiu os militares descontentes e grande parte da população, e com isso aumentou os quadros. Nascia então o Partido Nacional Fascista, que rapidamente cresceu e do que qual se tornou líder incontestado. Mussolini foi então eleito deputado em Milão, em 1921, promovendo ações de represálias dirigidas por suas milícias, os “Camisas Negras”, contra os comunistas e contra os “grevistas”.
Em 1922, juntamente com Bianchi, De Vecchi, De Bono e Italo Balbo, Mussolini organizou a marcha sobre Roma, um golpe propagandista, convencendo o rei Victor Emanuel III a confiar-lhe o governo. Nomeado primeiro-ministro em outubro de 1922, Mussolini conseguiu plenos poderes na Câmara, afastando progressivamente toda a oposição parlamentar e exercendo uma verdadeira ditadura a partir de 3 de janeiro de 1925, com a proibição da liberdade de imprensa e da existência de partidos e sindicatos. Em 1929, por precisar do apoio da Igreja e dos católicos, findou a Questão Romana, assinando a Concordata de São João Latrão com Pio XI, no qual se acordou a criação do Estado do Vaticano. Autonomeou-se Duce, ou seja, o líder, o condutor supremo de Itália. Estava formado um Estado Totalitário. 
Em termos de política externa, a Itália fascista ocupou a Abissínia, a atual Etiópia, em 1935, perdendo então o apoio da França e da Inglaterra, que eram os seus antigos aliados políticos. A campanha militar causou a morte a 500 000 africanos, e cerca de 5 000 italianos. As armas químicas foram utilizadas contra a população local, facto que não foi noticiado na imprensa italiana, sob controlo da censura de Mussolini. Desde então, aliou-se a Adolf Hitler, com quem firmaria vários tratados. Em 1936, assinou com a Alemanha e com o Japão, um Pacto pelo qual os 3 países formavam uma aliança político-militar que arrastaria o mundo para a II Guerra Mundial.
Em 1937, as tropas de Mussolini intervieram na Guerra Civil espanhola, com vários destacamentos a combater ao lado das tropas de Franco. Durante a II Guerra, reafirmou a sua aliança com Hitler e com o Japão, com o Pacto do Eixo, em 1940, no auge das conquistas militares nazis, o que permitiu à Itália poder incorporar parte do território da Jugoslávia. Depois, atacou a Grécia, porém foram repelidos e expulsos por completo em 8 dias de batalha. Derrotado em África em 1941, o Duce teve a sua liderança repudiada pelo Grande Conselho Fascista, em 1943. Foi então destituído por Pietro Badoglio em julho 1943, renunciando ao poder. Destituído e preso, foi libertado pelos para-quedistas SS alemães em Gran Sasso no dia 12 de setembro de 1943, numa ação de resgate admirável, liderada por Otto Skorzeny, conhecida como Operação Eiche
Em liberdade, Mussolini fundou a República Social Italiana, conhecida como República de Salò, no norte da Itália, mas já desmoralizado e isolado, foi preso por guerrilheiros da Resistência italiana, ao tentar fugir para a Suíça. No dia 28 de abril de 1945, juntamente com a sua companheira da época, Clara Petacci, Mussolini foi assassinado por integrantes da resistência em Giulino di Mezzegra. Num ato típico de época medieval, o seu corpo e o da sua companheira ficaram expostos à condenação pública por vários dias, pendurados de cabeça para baixo em praça pública em Milão. Não há nenhuma certeza sobre quem foi o responsável pelos disparos que mataram Mussolini e a companheira, contudo Michele Moretti, último sobrevivente do grupo guerrilheiro antifascista que matou o Duce, faleceu em 1995. Moretti, que na época da guerrilha usava o codinome Pietro, manteve até o fim o segredo sobre quem realmente disparou sobre Mussolini e Clara. Alguns historiadores italianos dizem que o próprio Moretti matou ambos, outros afirmam que o autor dos disparos, de uma metralhadora de Pietro, foi outro partigiano, Walter Audisio.
Durante mais de duas décadas, Mussolini liderou a Itália fascista, permitindo que o país crescesse e procurasse um novo Império, sendo um dos grandes aliados de Hitler.


Emily Brontë

A 30 de julho de 1818, há exatos 195 anos, nascia Emily Jane Brontë, em Thornton.
Emily Brontë deixou um único romance, O Morro dos Ventos Uivantes, considerado um dos grandes clássicos da literatura mundial. Era a irmã mais velha das irmãs Carlotte, Emily e Anne Brontë que, ao lado do irmão Branwell, cresceram no remoto vilarejo rural de Haworth, em Yorkshire. O ambiente, segundo Charlote escreveu mais tarde ao recordar a infância, tinha poucos atrativos para as crianças: "Dependíamos totalmente de nós mesmos e uns dos outros, dos livros e do estudo para encontrar diversões e ocupações na vida. O estímulo mais elevado, bem como o prazer mais vivo, que conhecemos da infância em diante residia em nossos primeiros esforços na composição literária."
Em 1847, quando O Morro dos Ventos Uivantes foi publicado, ainda vigorava a convenção segundo a qual os romances deviam servir para a formação e edificação moral dos leitores. Assim, a obra de Emily Brontë (que publicou sob o pseudônimo de Ellis Bell) foi recebida com certa desconfiança, pois ainda que muitos percebessem a força que emanava dessas páginas, a história parecia desenrolar-se em um incômodo universo desprovido de princípios morais, em que a linha entre o bem e o mal é difusa e as motivações dos personagens parecem, a um só tempo, compreensíveis e atrozes.
Emily Brontë faleceu a 19 de dezembro de 1848 com apenas 30 anos, vítima de tuberculose.


Conferência de Potsdam

A 2 de agosto de 1945 terminava a 3ª grande conferência dos “Três Grandes” da II Guerra Mundial. O ambiente nesta cimeira foi de desconfiança e de tensão.
A Conferência teve lugar em Potsdam, nos arredores de Berlim, entre os dias 17 de julho e 2 de agosto de 1945, depois da capitulação alemã a 8 (perante as tropas anglo-americanas) e 9 (perante os soviéticos) de maio. 
Os protagonistas da conferência de Potsdam não foram os mesmos da de Yalta, em fevereiro de 1945. Churchill abandonou a conferência no seu 1º dia, em virtude da derrota eleitoral face aos trabalhistas, liderados por Clement Atlee. O Presidentes dos EUA também mudara. Roosevelt, que exerceu a presidência dos EUA durante 12 anos e três mandatos, faleceu em abril de 1945, e foi substituído pelo seu vice-presidente, Harry Truman. Apenas Stalin se manteve. 
O clima entre os “Três Grandes” foi bem mais tenso do que em Yalta. A desconfiança entre os líderes mundiais era inevitável. O clima cordial e de boa convivência que marcou as anteriores conferências não se volta a manifestar. Os ensaios da bomba atómica realizados no deserto no Novo México, um dia antes do início da cimeira de Potsdam, foram bem-sucedidos e os EUA em julho de 1945 já detinham a tão desejada bomba atómica. Durante a conferência Truman deu a notícia a Stalin, que respondeu com um “obrigado pela informação” (na verdade ele já estava certamente a par do facto, através da espionagem). 
A cimeira de Postdam foi qualquer modo um evento decisivo na mudança da conjuntura militar e das relações entre as potências vencedoras. No decurso da conferência, Stalin informou sobre os contactos diplomáticos feitos pelo Japão junto do governo soviético no sentido de negociar o fim da guerra, mas Truman não se mostrou interessado. Os EUA também já não necessitavam do apoio soviético para a guerra do Pacífico. A bomba atómica, além de resolver a guerra, também ajudava a diplomacia americana a ser mais intransigente para com a URSS. 
A conferência de Potsdam não teve a importância de Yalta em termos de definição do pós-guerra. Uma das poucas decisões de Potsdam foi a criação de um Tribunal Internacional para julgamento dos crimes de guerra, em Nuremberga, cidade símbolo do regime nazi. Um dos pontos debatidos na cimeira que gerou desacordo foi a questão das reparações de guerra pela Alemanha, repetidamente reivindicadas pela URSS. EUA e Inglaterra vetaram parte das pretensões soviéticas, limitando-se a aceitar que a URSS teria direito a obter reparações na sua zona de ocupação e a um montante mal definido (25% do equipamento “desnecessário”) das zonas ocidentais. A conferência encerrou sem gerar muitos consensos, limitou-se praticamente a ratificar os acordos de Yalta.


Zeca Afonso

A 2 de agosto de 1929, há exatos 84 anos, nascia um dos maiores cantores e compositores portugueses, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, conhecido por Zeca Afonso.
Zeca Afonso foi umas das principais figuras da música de intervenção portuguesa dos anos 60 e 70. A sua música tinha uma forte componente de crítica ao Estado Novo, eram canções de intervenção. Zeca Afonso gravou a “Grândola, vila morena”, em 1971, a música que o colocaria na História de Portugal. A música foi elaborada como homenagem à "Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense", onde em 1964, tinha feito uma atuação e gostado do lugar. Para o Estado Novo esta música estava associada á fraternidade alentejana e, por isso, ao comunismo.
A canção “Grândola, Vila Morena" tornou-se importante porque foi utilizada como senha pelo Movimento das Forças Armadas (MFA). Às 00h20m do dia 25 de Abril de 1974, a canção era emitida pela Rádio Renascença, dando início às operações militares para o derrube do regime. O MFA iniciou então a revolução dos Cravos, que instaurou a democracia, em Portugal. Esta música tornou-se, assim, símbolo da liberdade e da democracia.
Zeca Afonso morreu a 23 de fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às três horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica. 
A sua música marcou os primeiros anos da Democracia.


D. João V, o Magnânimo

Há exatos 263 anos, a 31 de julho de 1750, morria D. João V, cognominado o Magnânino. Foi no seu reinado que o Absolutismo atingiu o apogeu em Portugal, assim como o Barroco. 
D. João V nasceu a 22 de outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neubourg. O Magnânino foi aclamado solenemente, a 1 de janeiro de 1707, como Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. Era o início de um reinado de mais de 43 anos, em que a religião, nas suas várias dimensões, teve um forte impacto na política do país.
D. João V subiu ao trono em plena Guerra de Sucessão de Espanha e decidiu dar continuidade à política do pai. Contudo o conflito estava a ser desastroso para as finanças do Reino e quando foi assinada a Paz, D. João V percebeu que o ideal era manter-se afastado dos problemas internacionais, e assim fará, exceto em 1715-16, a pedido do Papa Clemente XI, na luta contra os Otomanos. Portugal venceu a esquadra Otomana no Cabo de Matapan, mas com grandes custos para o país. Iniciava-se, então, uma relação complexa e intricada entre o Rei de Portugal e a Igreja Católica.
O Palácio e Convento de Mafra, o maior exemplo do Barroco e do Absolutismo régio de D. João V, iniciou a sua construção em 1717, no cumprimento da promessa do Rei no caso de a sua esposa lhe dar descendência, o que acontecera em 1711. Importa referir que as jazidas de ouro do Brasil estavam na sua exploração máxima, por isso, a Portugal afluía imensas toneladas de ouro. Assim, começou-se a construção de uma obra monumental, que empregou mais de 20 mil pessoas e que, depois de concluída, abrigava 330 frades, um palácio real e uma das melhores bibliotecas do Mundo, além de 2 carrilhões, com 92 sinos, que pesavam mais de 200 toneladas e eram os maiores e melhores do Mundo à época, cerca de 4 700 portas e janelas, 156 escadas e 1 200 divisões. Uma obra à medida da Magnanimidade do D. João V. De seguida, o Rei remodelou e aumentou a Capela Real e conseguiu a divisão de Lisboa em duas, a cidade metropolitana (Lisboa Oriental) e a Sé Patriarcal (Lisboa Ocidental). Com estas obras, o Rei engrandecia o país, mas arrasava os cofres do Reino.
Nos anos seguintes, D. João V doou dinheiro e enriqueceu vários conventos. Diz-se que em 1742, enquanto se encontrava muito doente, após uma primeira paralisia, rodeou-se de frades e padres e mandou celebrar mais de 700 000 missas em seu nome. Conseguiu sobreviver para, em 1748, conseguir do Papa Bento XIV, o título de Rei Fidelíssimo para si e para os seus descendentes e pôr, assim, Portugal ao mesmo nível das mais importantes nações europeias. Quando em 1750, D. João V morreu, as jazidas de ouro que haviam sido descobertas no tempo do seu pai, já haviam quase desaparecido em gastos e pedidos a Roma.
D. João V, além desta dimensão religiosa com a Santa Sé, tinha também uma proximidade com as freiras, daí ser conhecido como o Freirático. O rei visitava muito o Convento de Odivelas, sobretudo a Madre Paula, a sua favorita. Mas são conhecidas as suas visitas noturnas a vários conventos e freiras. Esta preferência “religiosa” pode explicar o apego que D. João V tinha em fazer obras em nome da Igreja. Seria uma forma de redimir os seus pecados? Ou de fazer felizes as Freiras? Terá a Madre Paula influenciado as construções?
Muito já se disse e escreveu sobre o Magnânimo, as suas obras e gastos excessivos, que infelizmente nem todos ficaram para a posterioridade, pois o Terramoto de 1755, destruiu muita coisa, mas não se pode esquecer que o Palácio e Convento de Mafra e o Aqueduto das Águas Livres em Lisboa, são dois dos maiores exemplos de grandes obras feitas por um Rei português-
D. João V porque tinha acesso ao ouro, não apostou nas indústrias e no avanço técnico, fazendo o país viver de um metal que depois deixou de existir. Esta falta de aposta no futuro, é a maior crítica que se pode fazer a este Rei e parece que hoje em dia, estamos a assistir ao mesmo. A aposta interna, nas indústrias e no avanço tecnológico, é reduzida, vive-se muito do “ouro” externo, vindo, sobretudo da UE, mas temos, na mesma, de repensar a nossa economia e incentivar a nossa produção nacional, como possível melhor solução sólida. Não devemos andar em disputas mesquinhas e infrutíferas e pensar numa solução para o futuro, que é já hoje.


Porque recordar é viver, para a semana continuaremos a aprender! 
Francisco Miguel Nogueira 


MEIO CRESCENTE – Ideias em movimento!

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