terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!

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Portos Brasileiros - O fim do monopólio 

A 28 de janeiro passaram exatos 205 anos que o Príncipe Regente D. João (futuro D. João VI) promulgou o Decreto de Abertura dos Portos brasileiros às Nações Amigas. Este pequeno gesto abriria uma nova fase para o Brasil, que foi ganhando autonomia dentro do próprio Reino de Portugal. Esta situação desembocaria na criação de um Brasil independente. 

A família real portuguesa saiu de Portugal rumo ao Brasil para se proteger das invasões francesas. A frota chegou à Baía a 22 de janeiro e no dia seguinte desembarcaram em território brasileiro. Poucos dias depois, o futuro D. João VI promulgaria a sua primeira Carta Régia no Brasil, em Salvador, a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Esta abertura excluía a França, então em guerra com Portugal. 

O decreto de abertura dos portos marcou o fim do exclusivo comercial (o Brasil só comprava produtos e vendia matérias-primas à sua metrópole). O decreto atendia às necessidades da Corte portuguesa, que não podia enviar os produtos brasileiros para Lisboa e precisava de recursos para modernizar o Brasil. 

A abertura dos portos permitia que as outras nações adquirissem diretamente no Brasil produtos coloniais, como o açúcar, o algodão ou o tabaco. O Brasil passou a importar mercadorias europeias, sobretudo da Inglaterra, a nação mais beneficiada com o fim do monopólio comercial. As trocas comerciais floresceram nos portos brasileiros de Belém, São Luís, Recife, Salvador e Rio de Janeiro. 

Em pouco tempo, a vida das cidades brasileiras sofreu rápidas transformações. Muitos comerciantes europeus instalaram-se no Brasil. A facilidade de obter produtos europeus modificou os hábitos da população, os mais ricos começaram a vestir-se à moda europeia e a comprar artigos raros e de luxo, como os cristais, os perfumes, os talheres, as louças, os sabonetes, as escovas ou os pentes). A Corte portuguesa instalou-se no Rio de Janeiro, a cidade que mais se desenvolveu neste período. O Rio de Janeiro ganhou novo aspeto, com a urbanização promovida na época como um princípio da industrialização, além da criação e desenvolvimento da imprensa no Brasil. Promoveu-se a implantação de teatros e bibliotecas, do Jardim Botânico, da Casa da Moeda e da Academia Militar. 

Em poucos anos, a abertura dos portos brasileiros contribuíram para o desenvolvimento económico, cultural e social do Brasil, que deixou de ser colónia. A 16 de dezembro de 1815 nascia o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. 

As transformações causadas pela abertura dos portos representaram um grande passo para a emancipação política do Brasil, pois assim as forças sociais que conduziriam o processo de independência estavam economicamente fortalecidas. E o Brasil soube crescer e hoje é uma das maiores potências económicas em desenvolvimento. 

Atualmente, apesar de Portugal estar na União Europeia, é necessário divulgar e incentivar à compra de produtos nacionais, pois isso é essencial para o nosso reequilíbrio económico-social. A crise não deve ser desculpa para não apostarmos nos produtos portugueses. A união de todos, num objetivo comum de tirar o país da crise em que caiu, faz a força de um pequeno “Grande” povo que tem de defender o melhor para si, mesmo que a governação do país possa não ser a melhor. Espero que os nossos governantes não se esqueçam que são os representantes dos seus cidadãos e, como tal, têm de saber defender os direitos nacionais, sem qualquer atitude de desprezo, que tantas vezes deixam transparecer. 

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira 


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2 comentários:

  1. texto delicioso de se ler. parabéns

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  2. Fiquei mais rico com esta lição de História. Obrigado Francisco, abraço.

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