domingo, 20 de maio de 2012

Perdidos e achados de 2011

(imagem retirada da internet)



Muletas e dentaduras entre os mais de 30 mil objectos perdidos em 2011 

Dentaduras e muletas são alguns dos artigos que continuam a surpreender quem trabalha nos Perdidos e Achados da PSP, onde diariamente chegam centenas de objectos, apesar de os agentes garantirem que os portugueses estão «a perder menos» com a crise.

O serviço da PSP dos Olivais é o destino de quase metade de todos os bens encontrados no país. Em 2011, a PSP e a GNR recolheram mais de 30 mil peças, das quais mais de 14 mil foram entregues naquela secção lisboeta. Todos os dias aparecem pessoas a tentar resgatar bens perdidos. Só no ano passado, os agentes dos Olivais receberam mais de três mil chamadas e atenderam, ao balcão, cerca de 3.500 pessoas. «A maioria dos perdidos são carteiras com documentos, mochilas, sacos com roupa ou livros, mas também existem objectos estranhos como dentaduras e objectos íntimos», conta à Lusa José Martins Cabral, chefe de secção. Um outro agente, que ouvia a conversa, acrescenta: «E muletas. Não percebo como é alguém perde umas muletas e não dá conta... São os milagres dos Perdidos e Achados», conclui sorridente.

Todos os dias chegam ali novos carregamentos. As acanhadas instalações de Perdidos e Achados guardam mais de dez mil artigos. No armazém, os bens estão «desarrumados» pelas prateleiras, catalogadas com os meses do ano. Nas prateleiras de «Inverno», destacam-se os casacos, cobertores e chapéus-de-chuva, enquanto as malas de viagem e carrinhos de bebés enchem as estantes destinadas aos achados entregues no verão. Apesar da quantidade de objectos esquecidos, o chefe Martins Cabral acredita que os portugueses estão «mais cuidadosos»: «No último ano e meio, nota-se que com a crise as pessoas têm mais responsabilidade, estão a perder menos coisas».

No entanto, os bancos de autocarros e carruagens do metropolitano continuam a ser depósitos diários de bens esquecidos, como aconteceu com o saco de mão de Manuela Esteves. Assim que percebeu que não tinha a mala, Manuela saiu de casa, em Olival Basto, e dirigiu-se confiante ao serviço da PSP. «Encontrei tudo, não faltava nada. Estava lá o bilhete de identidade, as chaves de casa, o dinheiro e uns comprimidos. Eu não contava com o dinheiro. Fiquei muito feliz porque afinal ainda há gente séria», diz animada Maria Esteves, de 70 anos. Nem todos têm a mesma sorte. Depois de inspeccionar cuidadosamente uma enorme caixa de madeira, onde a polícia guarda centenas de molhos de chaves, Hélder Santos perde a esperança: «Vinha com alguma expectativa mas não encontrei as chaves do carro. Paciência», desabafa, abandonando as instalações.

Estes agentes estão mais habituados a dar boas notícias. Além de darem objectos aos proprietários, os polícias devolvem também a quem as acha. É que, segundo a lei, os bens não reclamados no prazo de um ano, podem ser entregues a quem os achou, se pedirem para ser «fiéis depositários». Esse é o trabalho do agente principal Vítor Pinto que analisa listagens de nomes com a missão de enviar cartas a anunciar que passaram a ser legalmente donos dos objectos achados. «Normalmente são coisas de valor», explica Vítor Pinto, dando como exemplo, peças de ouro, telemóveis ou computadores.

Todos os outros bens não resgatados são leiloados. No início deste mês, a polícia leiloou 470 lotes e agora, todo o dinheiro angariado vai ser entregue aos serviços sociais da PSP.

Créditos: Lusa/SOL/Vida

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