quinta-feira, 14 de junho de 2012

Livro sobre Diabetes Tipo 2

(imagem retirada da internet)


A Diabetes na sua Mão 

Tratar por tu a glicemia, a dieta alimentar e o exercício físico é o lema de A Diabetes na sua Mão, um livro de respostas a perguntas frequentes sobre uma doença que já é pandemia. 

Muito se diz sobre o que a causa, mas o que tem sido feito ainda é muito pouco. A diabetes de tipo 2 já pode ser descrita como uma pandemia ou, como explica José Manuel Boavida, coordenador do Plano Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, «ao contrário das doenças que aparecem repentinamente, a diabetes é como um tsunami: é lenta mas aparece com uma força que vai levar tudo à frente». Para desfazer dúvidas e dar às pessoas um «controlo e conhecimento» mais eficazes do mal de que padecem – e desfazer mitos e dramatismos vãos – Boavida assina, com Francisco Sobral do Rosário e Maria João Afonso, A Diabetes na sua Mão. Escrito com a simplicidade de um manual de instruções, o livro apresenta a doença, o modo como se manifesta, como é feito o tratamento e alguns conselhos, sob a forma de perguntas e respostas. E no fim até apresenta cardápios adequados. Um deles é um gelado de manga (com adoçante). Um gelado? Pois claro. Ser diabético, como se explica na obra, não significa ter um cinto de castidade gastronómico. Como em tudo o que diz respeito à doença, é a disciplina dos valores de glicemia (açúcares) no sangue o que se procura, rumo a um equilíbrio, com auxílio dos medicamentos usados para o tratamento.

Lógica indiana

É de notar que esta diabetes que se explora no livro é a de tipo 2, ou seja, a mais massificada e que decorre dos estilos de vida contemporâneos: sedentários e bons de boca (a de tipo 1, que também tem aumentado, é uma doença auto-imune de origens ainda incertas para a ciência). Num tempo de crise, a fast food e associados são o tipo de ementas aparentemente mais adequados a bolsos menos poderosos. Mas a obesidade e a diabetes também têm aumentado nos países em vias de desenvolvimento e nos ‘emergentes’. Prova disso é que a China e a Índia destronaram os EUA no pódio do número de diabéticos. No caso indiano chega até a haver uma espécie de lógica perversa. «Só para ver o ridículo da situação em que vivemos, na Índia ser diabético é considerado um grau de ascensão social. É fino ter diabetes», lamenta Boavida. Talvez a tal lentidão com que a doença se manifesta ajude a iludir sobre a sua progressão. Mas, entre as sequelas, é de notar que a diabetes é a principal causa de cegueira e de amputações, por exemplo.

Hoje, 30% da população mundial já tem ou corre grande risco de vir a ter diabetes. Ou seja, mais de dois mil milhões de pessoas... Em Portugal estima-se que 12,7% da população adulta já seja diabética, uma média muito semelhante à de Espanha. A solução é muito complexa, mas implica esforços conjuntos. A Organização Mundial de Saúde, entre outras instituições, tem programas mundiais de prevenção, e este é o conceito básico também para os especialistas portugueses. «É preciso investir mais na prevenção e que haja uma responsabilização cada vez maior dos cuidados primários, que tenham uma preocupação com a medicina preventiva e não só com a curativa», articulando centros de saúde com escolas, autarquias, ONG, etc. E o desinvestimento na saúde pública pode, também neste caso, aumentar o risco. «Do ponto de vista da organização das sociedades, era o salve-se quem puder. E quem se salva são sempre os mesmos. Não serão com certeza os que mais necessitam».

A salvação também está em cada um, recomenda-se no livro. Uma ajuda a quem tem interrogações que não são esclarecidas numa consulta. «É mais um exercício para levar as pessoas à reflexão. Costumamos dizer que o verdadeiro médico na diabetes é a própria pessoa».

Créditos: Sol/Vida

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