terça-feira, 22 de maio de 2012

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!

Imagem retirada AQUI


D. Pedro III - Edificador 

Há 226 anos, a 25 de Maio de 1786 morria D. Pedro III, Rei consorte de Portugal, marido da rainha D. Maria I, sua sobrinha. Personagem esquecida da nossa História, a sua morte e a de seu primogénito contribuíram fortemente para a “loucura” da Rainha. Oliveira Martins chegou a apelidá-lo de “o sacristão” devido ao ser fervor religioso. 

Pedro Clemente Francisco José António de Bragança nasceu a 05 de Julho de 1717, filho de D. João V e de D. Maria Ana d’Áustria, D. Pedro era irmão de D. José I, com quem chegou a ter algumas divergências de opinião. D. João V investiu-lhe na dignidade de Grão-Prior do Crato, Senhor da Casa do Infantado (pertença dos segundos filhos dos reis de Portugal) e Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro de Espanha. Tinha uma excelente relação com o pai. 

D. Pedro, ainda em vida do pai, começou a transformação da Casa de Campo da Quinta do Infantado em Palácio de Queluz. A sua relação nem sempre amistosa com D. José obrigou-o, no reinado do irmão, a passar longos períodos em Queluz, apesar de ter sido escolhido para marido da herdeira D. Maria Francisca, com quem contraiu matrimónio em 1760. Era 17 anos mais velho do que a esposa. 

Em 1777, D. Maria I ascendeu ao trono e iniciou-se um período chamado de “A viradeira”, em que a ação de Pombal foi criticada e este afastado da Corte. D. Pedro III esteve ao lado da esposa, ouvindo as queixas dos “inimigos” do Marquês, estando disposto a ir mais longe na repressão ao antigo governante. Contudo, D. Maria I não quis manchar a imagem do pai e não avançou mais fundo nas acusações. 

D. Pedro era muito religioso e, por isso, defendeu os Jesuítas, que haviam sido expulsos pelo Marquês de Pombal em 1759, afirmando que nunca esqueceria “os bons ensinamentos e instruções que eles me deram”. Foi um passo importante para a restauração da Companhia de Jesus. D. Pedro tinha uma grande influência sobre a sua esposa, embora se tenha mantido neutro e longe da governação. 

A 24 de Outubro de 1779, D. Pedro lançou a primeira pedra da Basílica da Estrela, em cumprimento de uma promessa feita por D. Maria I, caso lhe fosse concedida descendência varonil, o que aconteceu com o nascimento de D. José, Príncipe do Brasil, em 1761. D. Pedro morreu a 25 de Maio de 1786. Tinha 69 anos. Jaz no Panteão dos Braganças em São Vicente de Fora. D Pedro III foi cognominado de o Edificador pelas obras feitas em Queluz e na Basílica da Estrela e como o Capacidónio, pois dizia “capazeidóneo” a alguém “capaz” e “idóneo”. 

Atualmente precisamos de homens preocupados com a cultura e com o património, que procurem preservar o nosso passado e perpetuar a memória dos grandes feitos que Portugal praticou ao longo de séculos de história. O património deve ser encarado não apenas como riqueza matéria, mas sobretudo como cultural e arquitetónica. Devíamos ter sempre presente as nossas raízes patrimoniais! 

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira 

P.S. Esta crónica estará em destaque aqui blogue para dar oportunidade de todos os visitantes de darem a sua opinião sobre a mesma. A sua opinião é importante, PARTICIPE!

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5 comentários:

  1. Olá

    Muito boa crónica sobre Dom Pedro III. De facto ele é muitas vezes esquecido, diria até, injustamente.
    Nem todos os Braganças são maus, uns até republicanamente dão-se muito à Cultura LOL! (little provocation)

    ehehe

    Grande Abraço,
    David.

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  2. Parabens pelo bom trabalho ;) bjinhos

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  3. Gostei mto da crónica, sobre o "consorte" esquecido de D. MariaI,só pelo facto de preservar o nosso património já fez algo assinalável.. Qto às questões relacionadas com Marquês de Pombal, são discutiveis.. Ñ me parece q à luz da história, o afastamento deste da governação, tenha trazido qqr beneficio ao nosso país... bem pelo contrário! Adorei o tema por ser inesperado e adoro a tua linguagem despretensiosa! ;)

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    1. Meu caro Francisco Miguel,como Terceirence que sou, natural de Angra,nos meus comentários, sempre que os temas o permitem,procuro evidenciar a possível relação com a Ilha Terceira e suas famílias.
      D. Pedro III, de facto é uma figura da nossa história pouco conhecida e raramente referenciada pelos historiadores. Para tal, talvez tenha contribuído o facto de que, como rei consorte,nunca tenha revelado interesses de ordem política, vivendo afastado da corte.
      O cognome de Edificador, caracteriza bem a sua personalidade e actividade a que consagrou a sua vida.
      Foi D. Pedro III que transformou, na Quinta de Queluz,o chamado Paço Velho, om Pavilhão de Caça dos Corte Reais, no actual Palácio Nacional de Queluz, tão apreciado pelos turistas de todo o mundo, que nos visitam.
      Na realidade, após a Restauração da Independência de Portugal em 1640, todos os bens de D. Margarida Corte Real e pelo seu casamento, também de Cristóvão de Moura, foram-lhes confiscados, incluindo o magnífico Palácio Corte Real, sito em Lisboa na Ribeira das Naus, bem como a Quinta de Queluz.
      A Quinta de Queluz, onde se situa o Palácio Real de Queluz, era a grande Casa de Campo dos Corte Reais, à semelhança das lindas e famosas casas de campo que existiam nas Cortes Europeias, pertewncentes às mais notáveis famílias nobres.
      O projecto inicial foi entregue pelo Infante D. Pedro, filho de D. João V e irmão de D. José, Reis de Portugal, ao arquitecto Mateus Vicente de Oliveira. Após o casamento de D. Maria I, com seu tio D. Pedro III, o palácio foi aumentado sob a direcção do arquitecto francês, Jean Baptiste Robillion.
      D. Pedro III, profundamente religioso, lançou em 24 de Outubro de 1779, a primeira pedra da Basílica da Estrela, construída em cumprimento da promessa da Rainha D. Maria I, por lhe ter sido concedida a desejada descendência varonil. Foi projectada pelo mesmo arquitecto Mateus Vicente, a quem D. Pedro III já confiara o projecto inicial da transformação do chamado Paço Velho e Pavilhão de Caça dos Corte Reais na Quinta de Queluz.
      A construção da Basílica da Estrela foi concluída, dez anos após o lançamento da primeira pedra, já depois da morte do arquitecto Mateus Vicente. A conclusão das obras, foi feita sob a direcção do arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos.
      A Basílica da Estrela foi a primeira igreja do mundo, dedicada ao culto do Sagrado Coração de Jesus, que se propagou ao longo dos séculos seguintes.
      João Moniz

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  4. Meu caro Francisco Miguel,como Terceirence que sou, natural de Angra,nos meus comentários, sempre que os temas o permitem,procuro evidenciar a possível relação com a Ilha Terceira e suas famílias.
    D. Pedro III, de facto é uma figura da nossa história pouco conhecida e raramente referenciada pelos historiadores. Para tal, talvez tenha contribuído o facto de que, como rei consorte,nunca tenha revelado interesses de ordem política, vivendo afastado da corte.
    O cognome de Edificador, caracteriza bem a sua personalidade e actividade a que consagrou a sua vida.
    Foi D. Pedro III que transformou, na Quinta de Queluz,o chamado Paço Velho, o Pavilhão de Caça dos Corte Reais, no actual Palácio Nacional de Queluz, tão apreciado pelos turistas de todo o mundo, que nos visitam.
    Na realidade, após a Restauração da Independência de Portugal em 1640, todos os bens de D. Margarida Corte Real e pelo seu casamento, também de Cristóvão de Moura, foram-lhes confiscados, incluindo o magnífico Palácio Corte Real, sito em Lisboa na Ribeira das Naus, bem como a Quinta de Queluz.
    A Quinta de Queluz, onde se situa o Palácio Real de Queluz, era a grande Casa de Campo dos Corte Reais, à semelhança das lindas e famosas casas de campo que existiam nas Cortes Europeias, pertewncentes às mais notáveis famílias nobres.
    O projecto inicial foi entregue pelo Infante D. Pedro, filho de D. João V e irmão de D. José, Reis de Portugal, ao arquitecto Mateus Vicente de Oliveira. Após o casamento de D. Maria I, com seu tio D. Pedro III, o palácio foi aumentado sob a direcção do arquitecto francês, Jean Baptiste Robillion.
    D. Pedro III, profundamente religioso, lançou em 24 de Outubro de 1779, a primeira pedra da Basílica da Estrela, construída em cumprimento da promessa da Rainha D. Maria I, por lhe ter sido concedida a desejada descendência varonil. Foi projectada pelo mesmo arquitecto Mateus Vicente, a quem D. Pedro III já confiara o projecto inicial da transformação do chamado Paço Velho e Pavilhão de Caça dos Corte Reais na Quinta de Queluz.
    A construção da Basílica da Estrela foi concluída, dez anos após o lançamento da primeira pedra, já depois da morte do arquitecto Mateus Vicente. A conclusão das obras, foi feita sob a direcção do arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos.
    A Basílica da Estrela foi a primeira igreja do mundo, dedicada ao culto do Sagrado Coração de Jesus, que se propagou ao longo dos séculos seguintes.

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