sexta-feira, 3 de maio de 2013

Recordar é viver!

(imagens retiradas da internet)




Viver o passado ESPECIAL

Efemérides da semana de 27 de abril a 3 de maio


Sidónio Pais

Há exatos 141 anos, a 1 de maio de 1872, nascia Sidónio Pais, político e militar, foi um dos mais importantes Presidentes da República de Portugal da I República. Líder carismático, em apenas um ano de presidência, protagonizou o primeiro momento de ditadura no republicanismo português e marcou de forma indelével o século XX.

Sidónio Pais nasceu em Caminha. Frequentou o Liceu de Viana do Castelo e depois Coimbra, onde fez o preparatório de Matemática e Filosofia. Optando por uma vida militar, entrou em 1888 para a Escola do Exército, onde frequentou o curso da arma de Artilharia. Em 1892 foi promovido a alferes e em 1895 a tenente. Entretanto casou-se com Maria dos Prazeres Martins Bessa, em Amarante, com quem teve cinco filhos. Em 1898, Sidónio Pais doutorou-se em Matemática pela Universidade de Coimbra. Foi neste período que entrou em contato com os ideais republicanos, aderindo à causa. Em 1906, foi elevado a capitão e, em 1916, já em pleno regime republicano, a major. Considerado um distinto matemático, permaneceu em Coimbra, onde foi nomeado professor da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral da Universidade, chegando a professor catedrático e vice-reitor a 23 de outubro de 1910, sendo reitor Manuel de Arriaga (açoriano, nascido na Horta), o primeiro Presidente da República de Portugal. Sidónio Pais entrou, então, na vida política ativa, ao eleger-se como deputado à Assembleia Nacional Constituinte. 

Em 1911, Sidónio Pais foi nomeado ministro do Fomento, representando o Governo nas manifestações que assinalaram o primeiro aniversário da implantação da República, na cidade do Porto. Passou depois para a pasta das Finanças e, em agosto de 1912, partiu para Berlim, onde assumiu o cargo de Embaixador. Permaneceu na cidade alemã durante o período crítico que levou à deflagração da Grande Guerra. Quando regressou a Portugal, após a declaração de guerra à Alemanha, foi um dos mais entusiásticos defensores do não envolvimento português na Guerra. Rapidamente se afirmou como o principal líder da contestação ao Governo e à participação na Guerra. Sidónio Pais tornou-se Presidente da Junta Militar Revolucionária, a qual desencadeou uma insurreição que, em dezembro de 1917, terminou com a chegada ao poder de Sidónio, primeiro como Presidente do Ministério, e depois acumulando as funções de Presidente da República. Nos meses seguintes, tornou-se um ditador com plenos poderes, promulgando um conjunto de decretos ditatoriais, sobre os quais nem consulta o Congresso da República, suspendendo partes importantes da Constituição de 1911, dando ao regime um cunho marcadamente presidencialista. Tornou-se, então, o Presidente-Rei da República Nova. Os novos decretos exerciam o papel de lei e de constituição, levando a que muitos falem da Constituição de 1918, mas que nunca existiu de facto.

Os primeiros tempos do Governo sidonista tiveram o apoio da população. Houve uma aproximação entre o novo governo e a Igreja, que permitiu uma certa acalmia social. Portugal manteve-se na Grande Guerra, contudo a grande derrota do Corpo Expedicionário Português (CEP), em abril de 1918, em La Lys, marcou o fim da estabilidade governativa. Com o fim da Guerra, a ineficácia de Portugal em trazer o que restava do CEP e em fazer-se ouvir no pós-guerra, pois embora derrotado em França, Portugal pertencia aos aliados vencedores da Guerra. No final de 1918, a contestação era forte e dinâmica, apesar da ditadura, Portugal mantinha-se sublevado. As greves e as conspirações sucediam-se, Sidónio era contestado e posto em causa. Embora tenha exercido uma repressão profunda, não conseguiu desfazer o movimento de contestação nacional. A 5 de dezembro, Sidónio Pais foi alvo de uma tentativa de atentado, saindo ileso, mas a 14 de dezembro, na Estação do Rossio, em Lisboa, era assassinado a tiro por José Júlio da Costa, um militante republicano. Em apenas um ano de governação, Sidónio Pais marcou profundamente o país, criando uma República Nova e influenciando os seus contemporâneos, como Salazar, com uma política forte e ditatorial. Muitas vezes esquecido, foi, sem dúvida, um dos políticos mais importantes de Portugal.


António Oliveira Salazar

Há exatos 124 anos, a 28 de abril de 1889, nascia António de Oliveira Salazar, o Presidente do Conselho de Ministro de Portugal, de 1932 a 1968. Salazar foi o responsável pela criação do Estado Novo, sendo o líder de Portugal durante grande parte da ditadura que por mais anos esteve no poder na Europa. Salazar nunca foi muito dado a entrevistas ou a aparecer na televisão, mas soube sempre usar os meios de propaganda para manter o regime.

Salazar nasceu em Santa Comba Dão, filho de uma família de pequenos proprietários agrícolas. Estudou na Faculdade de Direito de Coimbra, onde, em 1917, iniciou a carreira de professor universitário, lecionando Economia Política. Em 1921, foi eleito deputado pelo Centro Católico, iniciando, assim, a sua vida política ativa. Depois de apenas um dia no Parlamento, renunciou ao mandato, porque não concordava com o sistema parlamentar em vigor. A partir de então, em Conferências e na Imprensa portuguesa, defendeu uma mudança no sistema governativo, em que o Estado tinha de ter um papel mais centralizador. A 28 de maio de 1926, após um golpe militar, a I República terminava, dando lugar à Ditadura Militar. A situação do país era gravíssima, em 16 anos (1910-1926) tinham existido 45 governos e 9 Presidentes da República, Portugal encontrava-se em pleno caos económico e político. Salazar foi, então, nomeado para Ministro das Finanças, cargo que exerceu apenas durante treze dias, porque não lhe foram atribuídos os poderes que exigia. Em 1928, quando Óscar Carmona se tornou Presidente da República de Portugal, convidou Salazar para Ministro das Finanças, garantindo-lhe o controlo absoluto sobre todas as despesas e receitas da totalidade dos Ministérios. A política de Salazar foi, a partir de então, marcada por uma forte austeridade e rigor no controlo das contas públicas, conseguindo resolver o problema económico, em apenas um ano.

De 1928 a 1932, Oliveira Salazar tornou-se na principal figura do Governo português, com uma imagem de Salvador da Pátria. O prestígio que ganhou, juntamente com uma propaganda eficaz e a manipulação das correntes da direita, de alguns sectores monárquicos e dos católicos, consolidaram o seu poder. Carmona consultava-o em cada remodelação ministerial. Salazar recusava-se a voltar ao parlamentarismo da I República, por isso, criou, a União Nacional em 1930, visando o estabelecimento de um regime de partido único. Era o início efetivo do Salazarismo, uma espécie de Fascismo à portuguesa. Em 1932, Carmona convidou Salazar a formar governo e em 1933, era aprovada, por plebiscito popular, a nova Constituição. Dava-se início, a partir de então, ao Estado Novo português, uma ditadura antiliberal e anticomunista, que se orientava segundo os princípios conservadores autoritários: Deus, Pátria e Família. A liberdade de imprensa terminava, com a criação da Censura e da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), o regime ditatorial ia-se, assim, organizando. Toda a vida económica e social do país estava, também, organizada em corporações de nomeação e direção estatal, ou seja, era um Estado Corporativo, não havendo sindicatos, muito menos direito a greves. Mantendo as doutrinas coloniais da I República, Portugal afirmava-se como "um Estado pluricontinental e multirracial". Durante o Estado Novo, os Presidentes da República, que foram regularmente eleitos por sufrágio universal até 1958, tinham na prática funções meramente cerimoniais. O detentor real do poder era o Presidente do Conselho de Ministros e era ele que dirigia os destinos do país. Salazar tornou-se, assim, o único líder de Portugal.

Na Guerra Civil de Espanha (1936-1939), Salazar apoiou o General Franco, também um fascista convicto, enviando forças militares portuguesas para Espanha. Neste mesmo período, o regime endureceu e Salazar criou a Legião e a Mocidade Portuguesa. Em 1936, para resolver os problemas internacionais da participação não-oficial portuguesa na Guerra civil espanhola, Salazar assumiu a pasta dos Negócios Estrangeiros. A guerra civil terminou em 1939, com a vitória de Franco. O regime português regozijou-se com tal vitória. A 3 de setembro de 1939, quando a II Guerra Mundial (1939-1945) rebentou, o desejo do governo português era manter a neutralidade, confirmou esta vontade, numa sessão da Assembleia Nacional. Salazar estava ideologicamente mais próximo do Eixo (Alemanha, Itália e depois Japão, regimes fascistas e totalitários, de extrema-direita), mas Portugal mantinha, desde 1373, uma aliança com a Inglaterra (um dos Aliados, ou seja, um dos países que entrou em guerra contra o Eixo, os outros dois, foram os EUA e a URSS e mais indiretamente, a França), que veio a tornar-se a trave mestra da neutralidade colaborante portuguesa. 

Durante o conflito mundial, o regime português não tolerou nenhum desvio às ordens emanadas pelo Governo. Em 1940, quando o cônsul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, concedeu vistos em grande quantidade a judeus em fuga ao regime nazi, ignorando instruções superiores, Salazar foi implacável com ele e demitiu-o. Salazar queria, assim, dar o exemplo aos outros diplomatas, acontecia-lhes o mesmo caso desrespeitassem as ordens dele. Da mesma forma viria Salazar a agir com o embaixador de Portugal em Londres, Armindo Monteiro, por haver manifestado publicamente uma posição mais pró-britânica, contrária à posição da neutralidade portuguesa.Terminada a II Guerra Mundial, Salazar passou, ainda, por momentos difíceis, devido à vitória na Guerra das democracias e com a abertura (parcial) do regime. Com o início da Guerra Fria, Salazar foi aceite pelos restantes líderes mundiais, como representante legítimo de Portugal e o regime do Estado Novo aproximou-se claramente do "bloco Ocidental", liderado pelos EUA, acabando por ser um dos membros fundadores da NATO, em 1949.

A década de 50 foi marcada pelo continuado apoio à NATO e às intervenções norte-americanas em vários cenários de guerra, contra o bloco comunista. Nesta década, um dos momentos mais marcantes, foi a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958. O General Sem Medo foi o único candidato da oposição ao regime que chegou a ir a eleições presidenciais durante o Estado Novo. Humberto Delgado recebeu apoio em massa da população, que olhava para este oficial com muita admiração e apreço. Numa famosa conferência de Imprensa, um jornalista perguntou a Humberto Delgado, o que faria a Salazar caso ganhasse as eleições, e o General respondeu, “Obviamente demito-o”, uma afirmação que causou impacto e que transformou o General, numa das principais figuras do século XX português. Esta frase teve um efeito forte e perverso em Oliveira Salazar, que tratou de preparar as eleições, que aconteceram sob forte pressão ditatorial. A fraude eleitoral foi evidente e a Humberto Delgado foi apenas reconhecido um quarto dos votos, quando se sabe hoje que muitos boletins foram queimados. Este episódio levou a que o regime mudasse a eleição do Presidente da República de sufrágio universal para colégio eleitoral. Salazar respirou de alívio. Quanto ao General Humberto Delgado, partiu rumo ao exílio e foi assassinado, em fevereiro de 1965, pela PIDE (a PVDE mudou para este nome em 1945).

Em 1961, Salazar teve um dos piores anos de sua vida. O "Estado Português da Índia" (Goa, Damão e Diu) foi invadido pela União Indiana. Nesse mesmo ano, com o início da Guerra Colonial, em Angola, muitos países começaram a pressionar o governo de Salazar para acelerar a descolonização, como era o caso dos EUA. Com a nova administração norte-americana de Kennedy, contrária à colonização, Portugal foi, pela primeira vez, sancionado na ONU (Portugal entrou para este organismo em 1955), contudo, usando as renegociações para a concessão de facilidades na Base das Lajes, fundamental aos interesses americanos, Salazar conseguiu que os EUA deixassem de pressionar o país. Apesar disso, vários outros países, como o bloco escandinavo e o bloco africano, votaram sucessivamente contra a política portuguesa em Africa. Ainda, em 1961, Salazar foi vítima de uma tentativa de derrube, por Botelho Moniz, que fracassou e o paquete Santa Maria foi desviado para África, por Henrique Galvão. Salazar conseguiu resolver todas estas situações e saiu ileso da pressão, voltou a respirar de alívio. 

Em março de 1961, no norte de Angola, acabou por estalar uma sangrenta revolta, com o assassínio de colonos civis. Salazar neste mesmo dia, na Emissora Nacional, afirmou: “Para Angola rapidamente e em força”. Era o início da Guerra Colonial, que nos anos seguintes, chegaria a Moçambique e à Guiné-Bissau. Defensor de uma política colonialista, do Portugal de Lisboa a Timor, Salazar alimentou as fileiras da guerra colonial, com o propósito de manter as chamadas províncias ultramarinas (nome dado às colónias portuguesas a partir de 1951). A Guerra Colonial (1961-1974) teve como consequências milhares de vítimas tanto locais como portugueses, além de desalojados e milhares de traumatizados de guerra. Por outro lado, esta Guerra teve um forte impacto económico em Portugal, e nas colónias, onde o desenvolvimento económico foi muito acelerado, contudo a situação de guerra abalou as estruturas políticas e sociais do País, tendo sido uma das causas da queda do regime e da Revolução do 25 de abril

Em 1968, Salazar foi vítima de um AVC (acidente vascular cerebral), que lhe causou danos cerebrais graves. Neste dia, 7 de setembro de 1968, Salazar tinha ido ao barbeiro e, preparando-se para sentar na cadeira do costume, que tinha sido deslocada para outro sítio, caiu no chão. Ainda hoje se diz que Salazar caiu da cadeira, e isto em duplo sentido, caiu da cadeira física, onde estava sentado e caiu da cadeira do poder, deixou a Presidência do Conselho de Ministros. O Almirante Américo Tomás (1958-1974), Presidente da República, chamou, então, a 27 de setembro de 1968, Marcello Caetano para substituir Salazar. Até morrer, em 1970, continuou a receber visitas como se fosse ainda Presidente do Conselho, nunca manifestando sequer a suspeita de que já não era o chefe de governo, no que não era contrariado pelos que o rodeavam. Conta-se que o Almirante Américo Tomás tinha muito medo que Salazar ficasse bom e o demitisse, por isso, alimentou sempre a mentira. Morreu, em Lisboa, a 27 de julho de 1970. Tinha estado à frente da nação portuguesa por mais de 40 anos. Salazar governou o país com punhos de ferro, criando a mais duradoura ditadura na Europa. Salazar marcou profundamente o país. As consequências da sua governação são percetíveis até aos dias de hoje e não se pode negar a forte influência que teve no percurso do país. 


Adolf Hitler

Há exatos 68 anos, a 30 de abril de 1945, suicidava-se, em Berlim, Adolf Hitler, o Führer da Alemanha Nazi. Líder do III Reich, Hitler era defensor do antissemitismo. Assim, foi o grande responsável pela II Guerra Mundial e pelo Holocausto. Político experiente, soube como ninguém usar a propaganda em favor do regime nazi. É uma das personalidades mais marcantes da História do século XX. E falar de Hitler é inevitavelmente falar sobre a II Guerra, a ação e ideologia do líder nazi durante este período.

Adolf Hitler nasceu em Braunau, na Áustria, a 20 de abril de 1889. Cresceu numa pequena localidade aos arredores de Linz, província próxima da fronteira alemã, sendo na época território do Império Austro-Húngaro. O seu pai, Alois Hitler, era funcionário da alfândega e sua mãe era Klara Hitler. Até aos 40 anos, o pai de Adolf Hitler chamava-se Alois Schicklgruber, pois nascera de um relacionamento extraconjugal. A partir de 1876, passou a usar o sobrenome do seu pai adotivo, Johann Georg Hiedler, mas por erro dum escrivão o sobrenome foi alterado para “Hitler”. Tal fato ocorreu quando Alois solicitou junto a um sacerdote responsável pelos registos de nascimento para que fosse declarada a paternidade de seu padrasto já falecido. Os inimigos políticos de Hitler usaram depois esse facto para denegrir a sua imagem, afirmando que ele não era um Hitler e sim um Schicklgruber. Os Aliados, inclusive, durante a II Guerra lançaram diversos panfletos sobre cidades alemãs com a frase: Heil Schicklgruber! Aos 19 anos, Hitler já estava órfão e partiu para Viena, pretendendo tornar-se um artista. Como possuía direito a uma ajuda governamental para órfãos, que só perderia aos 21 anos, em 1910, prestou exames na Academia de Artes de Viena, em 1907. Foi reprovado duas vezes consecutivas. Mesmo sem emprego fixo, Hitler permaneceu em Viena, vivendo no começo do apoio financeiro de sua tia Johanna Pölzl, de quem recebeu herança. Chegou mesmo até a dormir num asilo para mendigos na zona de Meidling durante o outono de 1909. Neste momento, mesmo sem ter entrado na Academia, Hitler teve então a ideia de copiar postais e pintar paisagens de Viena, atividade com a qual conseguiu pagar renda dum apartamento, na Rua Meldemann. Pintava sobretudo cenas de cartões postais e vendia-as a comerciantes, apenas pelo dinheiro. Assim, Hitler ganhou bom dinheiro, gastando algum na ópera de Viena. Começou aí a explanar o embrião das suas ideias antissemitas. 

Em 1913, com 24 anos, Hitler mudou-se para Munique, e, em agosto de 1914, alistou-se no Regimento de Infantaria, o Regimento List. Lutou assim na I Guerra Mundial, ficando ferido em 1916 na Batalha de Somme. Foi então enviado para a Alemanha, regressando de novo ao campo de batalha. Em 1918 foi novamente ferido em Wernick, e foi enviado ao Hospital de Pasewalk na Pomerânia. Depois da derrota da Alemanha na I Guerra e as enormes perdas alemães devido ao Tratado de Versalhes, Hitler juntou-se então ao Partido Trabalhista Alemão, em 1919. Em 1920, Hitler mudou o nome do partido para NSDAP, Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores. O símbolo do NSDAP era a bandeira vermelha com a suástica e incorporou ao novo partido uma organização paramilitar a SA, encarregada de perturbar as reuniões dos adversários. Aos 33 anos tornou-se o chefe do partido que já tinha 3 000 filiados. Hitler elaborou o programa do partido inspirado no fascismo de Mussolini e no bolchevismo. Em novembro de 1923, Hitler, animado pela “marcha sobre Roma” de Mussolini, preparou uma revolução a partir de Munique, capital da Baviera, que deveria culminar numa marcha sobre Berlim. Esta tentativa de revolta fracassada, entrou para a História como o Putsch da cervejaria (Buergerbraukellerputsch). Hitler foi então condenado à prisão por 5 anos em regime de fortaleza, que lhe permitia manter muita atividade, acabou por apenas cumprir nove meses. Aproveitou o tempo para escrever a 1ª parte da obra Mein Kampf (A minha luta), onde se encontram já traçadas todas as diretrizes fundamentais que guiaram o movimento nazi, incluindo a intenção de extermínio dos judeus, a erradicação do bolchevismo e a expansão da Alemanha para Leste pela conquista militar, submetendo os povos eslavos, considerados inferiores. Foi neste momento que Hitler promoveu a renúncia do partido a qualquer nova tentativa revolucionária e a opção por uma via legal de acesso ao poder, percebendo que era possível, ao nível das instituições e dos poderes estabelecidos, conquistar apoios que, juntamente com uma boa política de propaganda, o podiam conduzir ao poder. O que realmente aconteceu.

Em 1926, Hitler passou a fazer comícios e desfiles das SA e SS. Com a crise de 1929, o extremismo tomou conta da Alemanha. Em 1930, Hitler tornou-se cidadão alemão. O NSDAP reunia já 1,5 milhões de adeptos. Nas eleições legislativas de 1932, os nazis conseguiram eleger 230 deputados, mas Hitler perdeu a eleição para presidente. O marechal Hindenburg foi reeleito. Em apenas 23 meses numa sucessão de golpes, baniu partidos políticos, prendeu opositores e tornou o serviço militar obrigatório. Dissolveu então o parlamento e encarregou o marechal Hermann de preparar novas eleições gerais. Os nazis ficaram então com maioria absoluta. Hitler começou a aplicar o programa nazi e, em 1934, com a morte do presidente Hindenburg, acumulou as funções de chanceler e presidente. Era o novo Führer e nascia o III Reich. A bandeira NSDAP passou a ser a da Alemanha. Os opositores e os judeus foram levados para campos de concentração. Hitler, como diz o historiador Ian Kershaw, aproveitou o sentimento de humilhação nacional decorrente da I Guerra, para prosseguir com uma política expansionista da construção de um grande império, duma “Grande Alemanha”, a Großdeutsches. 

O processo de expansão hitleriana começou com a reintegração do Sarre, em 1935, após um plebiscito. De seguida, a Alemanha desrespeitou o Tratado de Versalhes, remilitarizando a Renânia, isso foi uma primeira afirmação do regime do III Reich. Após a supremacia sobre toda a Alemanha, devido à propaganda nazi, que limitou a visão dos alemães à mesma visão de Hitler, o Führer fez da Áustria um objetivo. Hitler pensou que a Áustria era um solo fértil para implantar as suas ideologias, sobretudo se tivermos em conta que os austríacos eram de origem germânica. Sobretudo devido às discordâncias ideológicas no parlamento austríaco e ainda mais profundas na sociedade, houve uma fácil implantação da ideia do Anschluss, uma união à Alemanha. Schusschnigg, o chanceler austríaco, acabou por aceitar a participação de nazis alemães no seu governo. A pressão nazi de anexação foi cada vez maior e, por isso, a 9 de março de 1938, Schusschnigg, desafiando o regime nazi alemão, anunciou um projeto para um referendo sobre o sim ou não à manutenção da independência. O chanceler austríaco esperava que a vontade dos seus concidadãos fosse de continuar independentes, contudo esta iniciativa não foi apreciada por Hitler, que ameaçou que invadiria a Áustria se o projeto do referendo fosse em frente. Hitler acabou por conduzir Schusschnigg à demissão. A 13 de março de 1938, Hitler proclamou a união da Áustria à Alemanha, mas para afirmar ao mundo ocidental que a anexação ao III Reich fora da vontade popular dos austríacos, Hitler organizou um referendo, que confirmou a vontade popular de união, com 99,7% dos eleitores a votar sim. A França e a Inglaterra reagiram ao Anschluss, apenas com uma condenação verbal. A Alemanha fizera a sua 1ª anexação, e ninguém reagira contra, agora podia continuar. O apetite de Hitler não se resumiu apenas ao Anschluss. A Checoslováquia foi a próxima presa do Führer. Desde das mudanças geopolíticas da Europa de Versalhes, a Checoslováquia construiu-se sobre as ruínas do antigo império dos Habsburgos. A sua população era composta por varias etnias, o que também acontecera no império Austro-húngaro. Uma dessas etnias era a germânica, na zona ocidental, a zona dos Sudetas. Hitler declarando que a etnia germânica era em número superior às outras etnias, aproveitou este discurso e afirmou juntar esta zona à Alemanha. Hitler denunciou ao mundo a opressão que os alemães eram vítimas na Checoslováquia e a sua intenção de integrar esta zona a Alemanha. Devido a esta reivindicação, a Europa estava preparada para fazer a guerra. A Checoslováquia foi uma aliada dos vencedores da I Guerra e mantinha uma excelente relação com a França e com a Grã-Bretanha. O mundo estava perante uma crise política e Hitler procurou perceber a forma como os países ocidentais iriam reagir às suas exigências. Hitler, que sabe das atitudes mais moderadoras da Grã-Bretanha, solicitou uma entrevista com Chamberlain, para apresentar a sua reivindicação sobre a integração dos Sudetas no III Reich. Se os britânicos pareciam mais dispostos a ceder às exigências de Hitler, depois das radicalizações destas, as suas atitudes foram de maior cautela e maior cuidado perante as pretensões do regime Alemão. Perante as ameaças de Hitler, a França e a Grã-Bretanha começaram a mobilizar-se militarmente.

Os partidários da paz encontraram uma solução para acalmar a situação, a Conferência de Munique. Esta foi apresentada como uma iniciativa de Mussolini. Assim, os 4 representantes da Itália, Alemanha, Grã-Bretanha e da França, Mussolini, Hitler, Chamberlain e Daladier, foram convidados a reunir-se, a 29 setembro de 1938, na FührerHaus, em Munique Depois de um dia e uma noite de negociações, porque a França e a Grã-Bretanha não seguiram uma mesma linha de orientação politica, as potências ocidentais acabaram por aceitar a integração da região ocupada pela população Sudeta (die Sudetendeutcher) na Alemanha. A Checoslováquia foi então desmembrada de grande parte dos seus territórios, assim como de um grande número de indústrias e dos seus dispositivos militares de defesa territorial, Excetuando a Checoslováquia, com esta conferência, todo o mundo pensou ter tido uma vitória, mas afinal ganharam apenas mais tempo. Hitler saiu desta negociação mais forte, com as suas reivindicações aceites. As delegações britânicas e francesas regressaram aos seus países com uma promessa de paz. A política saída da conferência de Munique ficou conhecida de Appeasement (Apaziguamento), face às atitudes expansionistas de Hitler. Munique legitimou o Führer a anexar a Áustria e os Sudetas na Grande Alemanha. Contudo Hitler queria mais e, em março de 1939, a Alemanha pura e simplesmente invadiu o que restava da Checoslováquia, transformando-a no Protetorado de Boémia-Morávia. A Alemanha informou que pretendia integrar o corredor polaco no seu III Reich. A França e a Grã-Bretanha apareceram como garantes da independência da Polónia. Após a assinatura do Pacto de não-agressão germano-soviético, a 1 de setembro de 1939 a Alemanha invadiu a Polónia e dois dias depois a França e a Inglaterra declaram-lhe guerra. Era o início da II Guerra Mundial.

A guerra na Polónia foi uma Blitzkrieg, uma guerra-relâmpago, com bombardeamentos e tanques poderosos. A Inglaterra e França não reagiram militarmente, só ameaçaram, a chamada drôle de guerre, apesar da declaração de guerra. Não havia guerra efetiva. A URSS, cumprindo o pacto germano-soviético, ocupou o que restava da Polónia e dos países bálticos. Na Inglaterra, a política do appeasement foi posta em causa e Chamberlain foi demitido. Churchill tornou-se 1º ministro da Inglaterra. A Alemanha rapidamente invadiu a Dinamarca e a Noruega (pontos estratégicos) e ainda a Holanda, a Bélgica e o Luxemburgo. Em maio de 1940, deu-se a invasão da França, feita pelos territórios das Ardenas, ridicularizando a Linha Maginot (conjunto de fortificações e barreiras que atravessavam grande extensão da fronteira de França com a Alemanha). A França capitulou. A Itália entrou na guerra ao abrigo do Pacto de Aço. A Itália tinha ambições na região balcânica e em África. Assim, envolveu-se em conflitos, mas foi mal sucedida. A Alemanha viu-se obrigada a alterar posições para ir em seu socorro, atrasando a invasão da URSS. A Suíça e a Suécia ficaram neutrais. A Península Ibérica era simpatizante de Hitler. Não conseguiu conquistar a Inglaterra. Contudo, virou-se para leste, a sua ideologia, obrigava-o a destruir o Comunismo e a Rússia Comunista, na chamada Operação Barbarossa. A invasão começou com bombardeamentos nos aeroportos e nas populações. No início do Inverno já estavam a 100km de Moscovo. A URSS não estava preparada, mas iniciou a sua resistência e Moscovo não foi conquistada. Iniciou-se aqui a 1ª travagem ofensiva, com o General Inverno, como chamava Napoleão, além de problemas logísticos e de abastecimento.

Em 1942, Hitler já governava a Europa, de Berlim ele controlava um vasto império, mas lentamente a expansão foi regredindo, pois em todos os países ocupados pelos nazis foi-se organizando movimentos de resistência. O momento de reviravolta foi a vitória soviética na batalha de Stalingrado. Na Primavera de 1942, durante o ataque a Stalingrado, houve uma grande resistência russa. As tropas alemães ficaram em grandes dificuldades. Em fevereiro de 1943, a Alemanha capitulou. Era o início da viragem decisiva no desenvolvimento da guerra. A URSS ganhava força. Seguiu-se a batalha de Kursk, que ficou famosa como a maior batalha de tanques da história e que pertenceu já ao princípio da retirada alemã. A partir de 1943, a guerra estava objetivamente decidida, quer dizer, pelas características que tinha, os fatores de potencial económico, político e militar estavam agora nas mãos da coligação antifascista. O exército vermelho começou a sua expansão para ocidente. Foi depois aberta uma 2ª frente de guerra, com o desembarque das forças aliadas na Normandia, a 6 de junho de 1944. Este episódio é relembrado como a maior operação de transporte de tropas da história militar. O desembarque no norte da França, conhecido como Operação Overlord, teve a direção do general norte-americano Eisenhower, e contou com 2 200 000 homens e mais de 450 000 veículos, desde tanques a veículos de transporte.

Em julho de 1944, deu-se outro desembarque no sul de França. Assim, as tropas aliadas atacaram as forças do Eixo em 3 frentes. Uma frente a partir da costa atlântica em direção a Paris, que libertou a cidade em agosto, com a participação ativa dos resistentes e da população civil numa insurreição, e depois Berlim. Outra frente a partir de Itália, libertada a 25 de abril de 1945 e a 3ª frente era a soviética, que avançava do leste. Em fins de 1944, os Alemães ainda reagiram com uma ofensiva nas Ardenas, que gerou fortes combates, embora a situação para a Alemanha fosse já de desespero. Mesmo assim, a ideologia de Hitler não permitia que ele aceitasse derrotas, defendendo: “Nós não capitularemos. Nunca. Podemos perder. Mas levaremos o mundo connosco”. A 25 de abril de 1945, deu-se o encontro das forças americanas e soviéticas em Torgau, nas margens do rio Elba. A Alemanha estava atacada por todos os lados. As tropas soviéticas estavam à entrada de Berlim, Hitler refugiou-se então no abrigo antiaéreo em Berlim. A 29 de abril, Hitler ditou o seu testamento e casou oficialmente com Eva Braun. No dia 30 de abril de 1945, Hitler e Eva suicidaram-se com a ingestão de cápsulas de cianeto. As tropas soviéticas entraram e arrasaram Berlim. Houve uma dupla capitulação alemã, a 8 de maio em Reims, perante as tropas anglo-americanas, a 9 de maio em Berlim, perante o exército soviético. A 2 de maio, os soldados do exército vermelho encontraram os restos carbonizados dos corpos de Hitler e de Eva na cratera de uma bomba, provavelmente levando-os para a URSS. 

Outro ponto essencial da ação política de Hitler foi o Holocausto (Shoah), o genocídio dos judeus. Ian Kershaw afirmou que “o holocausto só foi possível porque o caminho para tamanho crime foi pavimentado pela indiferença”, pois normalidade da sociedade, decorreu ao mesmo tempo que a tragédia. O historiador francês Philippe Burrin, que utilizou o termo “acomodação”, ao analisar a opinião pública francesa durante o regime de Vichy, considerou também que o regime nazi, como todo o regime de tipo totalitário, procurou suscitar a adesão e reforçar a coesão e não o fez recorrendo unicamente às suas forças.  Hitler, na sua política antissemita, seguiu 3 lógicas, a repressão política (neutralizar os adversários), a reforma Social (vigiar população pura alemã) e a exclusão (saneamento do povo). O extermínio foi feito por etapas, na 1ª, definiu-se a categoria de “judeus”. Na 2ª Etapa, de 1 abril de 1933 até 1938/39, houve o boicote ao comércio judeu, a exclusão dos judeus das profissões liberais e da função pública, a esterilização, o aborto eugénico e a eutanásia estatal. Já na 3ª Etapa, entre outubro de 1939 e 1941, o regime nazi expropriou as propriedades judias. Houve de imediato uma aceleração da emigração, a 1ª solução para a questão judia. Seguiu-se a deportação, mas o número de judeus presos era cada vez maior e o facto de se estar em guerra, dificultou o processo. A 4ª etapa foi marcada pela concentração de judeus nas grandes cidades, junto aos nós rodoviários, e o seu fecho em guetos. Começavam os massacres. Com a invasão da URSS, houve uma radicalização da política antijudaica. Na 5ª e última etapa, o regime nazi prosseguiu uma política de deportação e execução em massa, o extermínio dos judeus ganhou força. Nos campos de concentração, começaram o extermínio com gás Zyklon B, o que permitiu a “industrialização da morte”. O resultado final foram milhões de mortes. Hitler era um obcecado em estabelecer a supremacia do povo alemão, inebriado com a sua própria ansia de poder, conduziu o mundo ao maior conflito bélico da História. Utilizando uma política de propaganda e demagoga, conseguiu levar um dos povos mais cultos do mundo atrás da sua política.


Benito Amilcare Andrea Mussolini

A 28 de abril de 1945, Mussolini era assassinado a tiro. O líder do Fascismo italiano é uma das personalidades mais marcantes da 1ª metade do século XX.

Benito Amilcare Andrea Mussolini nasceu a 29 de julho de 1883 na cidade de Dovia di Predappio, na província italiana de Forli. De famílias humildes, os primeiros anos de vida de Mussolini foram numa pequena vila. O seu pai, Alessandro Mussolini, era ferreiro e alcoólatra e sua mãe, Rosa Maltoni, era professora primária, e principal fonte de sustento da família. O pai era socialista e o nome Benito foi uma homenagem ao revolucionário Benito Juarez. Aos 11 anos de idade, Benito esfaqueou um colega de escola e atirou tinta ao professor, apesar disso prosseguiu com os estudos e qualificou-se como professor primário em 1901, começando a trabalhar. Seguindo as pisadas do pai, tornou-se socialista e depois marxista, defendendo a revolução. Não querendo fazer o serviço militar obrigatório, fugiu para a Suíça, em 1902. Como não encontrou emprego, foi preso por vagabundagem, acabando por ser deportado para a Itália, onde cumpriu o serviço militar obrigatório. Em 1908, Mussolini empregou-se num jornal na cidade de Trento, na época sob domínio do Império austro-húngaro. Na mesma época, começou a viver com Rachele Guidi, com quem casou 5 anos depois. Tiveram 5 filhos (Edda, Vittorio, Bruno, Romano e Anna Maria).

Mussolini começou a defender firmemente o marxismo italiano, começando a escrever diversos artigos no jornal Avanti, do qual foi chefe de redação. Em 1914, estava na direção do jornal Popolo d’Italia, onde partiu em defesa de uma intervenção italiana em favor dos aliados e opondo-se contra a Alemanha. Com esta atitude, acabou por ser expulso do Partido Socialista Italiano. De seguida, entrou no exército logo que a Itália entrou na I Guerra Mundial, chegando ao posto de sargento. Foi ferido em combate por uma granada. Já depois do fim da I Guerra e do Tratado de Versalhes, no qual a Itália não viu os seus objetivos de alargamento conseguidos, Mussolini criou a organização Fasci Italiani di Combatimento, em 1919. Com base numa filosofia política teoricamente socialista, a nova organização atraiu os militares descontentes e grande parte da população, e com isso aumentou os quadros. Nascia então o Partido Nacional Fascista, que rapidamente cresceu e do que qual se tornou líder incontestado. Mussolini foi então eleito deputado em Milão, em 1921, promovendo ações de represálias dirigidas por suas milícias, os “Camisas Negras”, contra os comunistas e contra os “grevistas”. Em 1922, juntamente com Bianchi, De Vecchi, De Bono e Italo Balbo, Mussolini organizou a marcha sobre Roma, um golpe propagandista, convencendo o rei Victor Emanuel III a confiar-lhe o governo. Nomeado primeiro-ministro em outubro de 1922, Mussolini conseguiu plenos poderes na Câmara, afastando progressivamente toda a oposição parlamentar e exercendo uma verdadeira ditadura a partir de 3 de janeiro de 1925, com a proibição da liberdade de imprensa e da existência de partidos e sindicatos. Em 1929, por precisar do apoio da Igreja e dos católicos, findou a Questão Romana, assinando a Concordata de São João Latrão com Pio XI, no qual se acordou a criação do Estado do Vaticano. Autonomeou-se Duce, ou seja, o líder, o condutor supremo de Itália. Estava formado um Estado Totalitário. 

Em termos de política externa, a Itália fascista ocupou a Abissínia, a atual Etiópia, em 1935, perdendo então o apoio da França e da Inglaterra, que eram os seus antigos aliados políticos. A campanha militar causou a morte a 500 000 africanos, e cerca de 5 000 italianos. As armas químicas foram utilizadas contra a população local, facto que não foi noticiado na imprensa italiana, sob controlo da censura de Mussolini. Desde então, aliou-se a Adolf Hitler, com quem firmaria vários tratados. Em 1936, assinou com a Alemanha e com o Japão, um Pacto pelo qual os 3 países formavam uma aliança político-militar que arrastaria o mundo para a II Guerra Mundial. Em 1937, as tropas de Mussolini intervieram na Guerra Civil espanhola, com vários destacamentos a combater ao lado das tropas de Franco. Durante a II Guerra, reafirmou a sua aliança com Hitler e com o Japão, com o Pacto do Eixo, em 1940, no auge das conquistas militares nazis, o que permitiu à Itália poder incorporar parte do território da Jugoslávia. Depois, atacou a Grécia, porém foram repelidos e expulsos por completo em 8 dias de batalha. Derrotado em África em 1941, o Duce teve a sua liderança repudiada pelo Grande Conselho Fascista, em 1943. Foi então destituído por Pietro Badoglio em julho 1943, renunciando ao poder. Destituído e preso, foi libertado pelos para-quedistas SS alemães em Gran Sasso no dia 12 de setembro de 1943, numa ação de resgate admirável, liderada por Otto Skorzeny, conhecida como Operação Eiche

Em liberdade, Mussolini fundou a República Social Italiana, conhecida como República de Salò, no norte da Itália, mas já desmoralizado e isolado, foi preso por guerrilheiros da Resistência italiana, ao tentar fugir para a Suíça. No dia 28 de abril de 1945, juntamente com a sua companheira da época, Clara Petacci, Mussolini foi assassinado por integrantes da resistência em Giulino di Mezzegra. Num ato típico de época medieval, o seu corpo e o da sua companheira ficaram expostos à condenação pública por vários dias, pendurados de cabeça para baixo em praça pública em Milão. Não há nenhuma certeza sobre quem foi o responsável pelos disparos que mataram Mussolini e a companheira, contudo Michele Moretti, último sobrevivente do grupo guerrilheiro antifascista que matou o Duce, faleceu em 1995. Moretti, que na época da guerrilha usava o codinome Pietro, manteve até o fim o segredo sobre quem realmente disparou sobre Mussolini e Clara. Alguns historiadores italianos dizem que o próprio Moretti matou ambos, outros afirmam que o autor dos disparos, de uma metralhadora de Pietro, foi outro partigiano, Walter Audisio. Durante mais de duas décadas, Mussolini liderou a Itália fascista, permitindo que o país crescesse e procurasse um novo Império, sendo um dos grandes aliados de Hitler.

***
Falar de personalidades tão marcantes e tentar ser o mais imparcial possível não foi tarefa fácil, pois todos temos opiniões formadas de cada um deles. Procurei ser o mais sintético possível, mas sem fugir ao mais básico que podemos estudar de cada um deles. Sidónio Pais viveu e marcou a I República, mas Hitler, Mussolini e Salazar governaram no mesmo período e cada um teve um papel decisivo na política do seu país. Biografar Hitler foi dos exercícios mais complexos de fazer, sobretudo, porque apesar de ter tido uma ação que considero abominável, ter causado um genocídio que matou milhões e milhões de pessoas, ter sido um dos grandes responsáveis pela II Guerra, foi um demagogo notável. A vida destes 3 últimos ditadores se confunde, com um tempo e um período muito próprio. É preciso não esquecer que Mussolini e Hitler foram aliados diretos na II Guerra e que Salazar manteve ligações económicas com a Alemanha nazi. Um dado que todos devem refletir, a II Guerra foi, sem dúvida, um dos maiores acontecimentos da história da humanidade, sendo a maior guerra e a mais destrutiva, envolvendo 72 Estados, 110 milhões de combatentes e mais de 50 milhões de vítimas mortais. 

É essencial que aprendamos com os erros do passado, que não se cometam os mesmos erros e que a emergência dos totalitarismos nos anos 30 e 40 do século XX nos mostrem que é importante não deixarmos os “ismos” ganharem força, pois toda a ação extremista pode e deve ser travada. Não podemos deixar que se volta a pôr em causa o valor da Humanidade.

Porque recordar é viver, para a semana continuaremos a aprender! 
Francisco Miguel Nogueira 


MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

4 comentários:

  1. Um conselho gratuito: se vai dedicar-se às efemérides, trate de cruzar dados de diferentes fontes, sob pena de incorrer em erros/confusões de carácter ideológico. Àparte isso, parece-me boa ideia.

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  2. Dos bons e maus reza a historia.

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  3. Acabei de ler agora, fiquei encantada c o resumo essencial de personalidades tão marrcantes da história Portuguesa e tb universal. Sidónio Pais tantas vezes relegado p um plano secundário da nossa historia, mas c um papel fundamental na I Republica, além da sua posição acertada qto à oposição à entrada portuguesa na 1ª GM, o q veio a suceder e foi um descalabro, p um país carenciado e pobre, sendo q nem a nossa suposta indemnização de guerra foi cumprida e paga na totalidade, nem a I Republica, q procurava o reconhecimento das monarquias europeias passou a ser melhor amada ou os nossos interesses coloniais especial/te em África ficaram mais salvaguardados.. Salazar figura icontornável da nossa historia e do qual fizeste um brilhante resumo biográfico e politico, tal como de Hitler e depois fizeste uma excelente ponte c a época atual e o regresso dos "velhos fantasmas" do velho continente e c a atual situação de crise, q nos parece levar por um caminho perigosa/te parecido em certos aspetos c o passado de divisão e guerra pelo dominio europeu, apenas diferenciado, por enquanto nas motivações financeiras obscuras e globais e no dominio economico... mas existe cada vez mais o risco de extremar posições e resvalar definitiva/te p conflitos e divisões nacionalistas.... Mto mto bom o teu trabalho e desta vez transcendeste o teu trabalho a outro nivel, ñ gurou e até ultrapassou as espetativas!!!

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  4. Agradeço os comentário...e quanto ao anónimo do 1º, quero afirmar e reafirmar que cruzo informações, procuro preparar-me com as melhores fontes possíveis....qt ao resto um bom historiador deve ser imparcial, mas defender com alma o que acredita e como sabem, contra factos não há argumentos...o papel de Hitler na II Guerra é indiscutível, assim como a sua ação abominável...acho que a verdade deve ser contada sem medos nem receios!

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