domingo, 21 de abril de 2013

Crónicas 10 minutos - "Amante da sociedade"

Imagem retirada AQUI




O Futuro do Jornalismo e os Géneros! 

As profissões e os ânimos dos alunos universitários, estão por todo o mundo a descair numa tabela onde se representa a esperança de uma vida digna! No mesmo passo, o género feminino sente novamente um impasse, a mulher volta a debater-se com os seus direitos profissionais onde as curvas apenas servem de suporte num atendimento ao balcão, de tarefas que os colegas julgam que já o superaram, e onde a manutenção de instalações deixa-se em mãos femininas. Enquanto isso, os jornalistas são trocados por técnicas interativas, os analistas referem que nenhum instrumento veio sobrepor o trabalho destes, e que aliás será uma ferramenta que os facilitará a informar. Acontece que quem exerce esta profissão sente que os novos media deixaram à margem a aventura do jornalismo, não obstante, esta nova forma de informar com imagens coloridas seguidas de som estão subjugadas a interesses políticos. Na prática estes profissionais necessitam de um reajusto nas suas técnicas jornalísticas. O certo é que o sabor de folhear um jornal fica em mãos de quem ainda não perdeu o gosto, visto que a fonte de informação semelhante mais utilizada são os jornais eletrónicos com noticiário de destaque, abandonando o conteúdo informativo! 

Será um pensamento redutor? Será que a masculinidade e poder económico estão a regredir no tempo com a desculpa do fator económico? Será que mais uma vez, este problema está inacessível de comunicar através dos meios de comunicação? São estas as questões que devem ser respondidas e solucionadas a quem experiencia de perto tais evidências. Leia o que está a ocorrer com a Zenilda: 

*** 

Contando os cêntimos que restavam nos bolsos das calças de sarja pretas, cabelo apanhado com algum ondulamento, o simples eyeliner nos olhos, lábios carnudos na cor de pinho mel, decote não muito profundo com uma camisola de estampa verde-esmeralda e branco, e o seu sobretudo preto que levava no antebraço, e com sapato de salto alto, verde-escuro aveludado, assim estava a Zenilda de pé no café mais próximo do seu novo local de trabalho, pedindo um batido de mirtilo fresco no final da tarde após a sua hora de serviço. Zenilda abandonou os Açores no início do ano, conseguiu uma oferta para estagiar no Alentejo. Seis meses para dar tudo de si, mesmo que divirja das funções que antes efetuava na redação. Agora tem de confrontar-se diariamente com quatro paredes gélidas de branco, e um portátil, passando a dar informação não pela escrita ou por entrevista, mas apenas limitando-se a postar no jornal eletrónico as noticias que outro estagiário regista na rua, e a manter o seu quarto e restantes instalações imaculadas. 

Quando a Zenilda conseguiu essa vaga de trabalho respirou uma lufada de ar fresco, no entanto não foi por muito tempo, não quando foi instalada no Alentejo, e verificou que o ambiente era mais calmo do que estava habituada, e que as suas funções nesta empresa seriam de uma empregada de limpeza, não que seja superior de quem o faz, no entanto o seu esforço académico acabava de ficar reduzido a lixo, estava longe das suas amizades do norte do país, a vizinhança não lhe prestava mais conversa do que um simples “olá” ou “bom dia”. Zenilda ficava contente com a simpatia dos residentes, mas todos olhavam para ela com alguma desconfiança ou a própria não se estava a dar a conhecer! Para além de tudo isso, a mensalidade é uma autêntica miséria, dava para se alimentar, pagar a deslocação entre moradia e empresa, e o que sobra, a própria guarda para regressar aos Açores. 

O seu sorriso não é sincero, talvez até mesmo desvanecido por completo, pois caíra numa ilusão, pensa todos os dias na sua amiga Leda, imaginando a barriga da mesma a crescer de mês a mês:- Será que o bebé está bem? Será que está a sentir muitos enjoos? Pensa a Zenilda. 

Zenilda apenas comunica com alguns amigos no intervalo do serviço através do chat, não possui net na moradia onde se instala de momento, o telemóvel só é carregado de mês a mês limitando-a aos seus contatos, ela sabe que não se pode esticar mais que isso! Por vezes a Zenilda tem a sensação que paga para trabalhar! E Esta é a atual sensação de quem muda de região ou emigra até à sua total inserção se o contrato de trabalho o permitir a isso

Esta Jornalista, foi trocada por vários recursos que a tecnologia permitiu, já ninguém quer ler, e tão pouco assistir às noticias, na televisão apenas passa aquilo a que os mass media depositam interesse, iludindo e camuflando os reais problemas que o país se depara! Sente que a sua profissão não tem qualquer futuro em Portugal, onde a prática literária do jornalismo local foi transferido para uma televisão americanizada e adulterada! 

“Vivemos num pais onde o empenho é ignorado, onde o trabalho é vergonhosamente mal pago, apenas o que nos resta é a aventura de viver dia após dia”, assim escreve Zenilda no seu diário!
Sugestão:
Veja como a Zenilda encontro este trabalho, na crónica. 
Entrevistados e analisados! AQUI


(_ Sapatos?-Sei,…são para os pés e ponto!) 
Autoria de Marisa Leonardo 


P.S. O seu comentário é importante, PARTICIPE! 


MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

3 comentários:

  1. Cá está... mais uma cronica muito interesante de Marisa Leonardo, muito bom... muitos parabens pelo seu trabalho. Sou um grande Fã das suas personagens.
    Cumprimentos
    SL

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  2. sim senhora! li e gostei! :)

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  3. Caros amigos, gostaria de ver a mesma interação que já ocorreu em tempos neste "espaço", devo sublinhar para quem resta alguma dúvida, um Blogue é livre de censura, são espaços criados para debate. Todos podem e devem opinar, pois a troca de opiniões, oferece-nos a oportunidade de entendermos melhor as diversas problemáticas.
    Leiam, opinam, comentem, divulguem!
    Sobre este tema, acabo de ler outro trabalho (O impacto da Internet no Jornalismo, por Elisabete Barbosa, Universidade do Minho) que vai de encontro à exposição de ideias por mim descritas. A internet, tecnologia eletrônica, tem vindo a influenciar o trabalho dos jornalista nas redações, ou seja, nos seus postos de trabalho, substituindo o trabalho humano por um trabalho robótico, exemplo este, do jornalismo eletrônico, acompanhado por imagem e som, e que se compõem por uma noticia óbvia e breve! Mais um facto que prejudica diariamente estes profissionais a efetuarem o seu trabalho, aliás em Portugal os jornalistas estão na margem do desemprego!

    O meu muito obrigado,
    Amante da Sociedade;
    ML

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