sábado, 14 de abril de 2012

Projecto de investigação da Universidade de Aveiro

(imagem retirada da internet)


Software da Universidade de Aveiro permite aperfeiçoar 'detector de mentiras' 

Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro criou um 'software' «aliado» para o polígrafo, conhecido como «detector de mentiras», que permite a análise «fria» das respostas, sem a interferência de emoções humanas, anunciou hoje aquela instituição académica. Um algoritmo desenvolvido pela Universidade de Aveiro (UA) permite que o «veredicto» sobre os momentos em que o interrogado está a mentir seja dado por um inovador 'software' que lê os sinais captados pelo polígrafo, e não por um técnico, com maior segurança na leitura dos resultados. A equipa de investigação admite que o novo 'software', ainda em aperfeiçoamento, mas que regista já uma taxa de acerto de 82 por cento, poderá reabilitar o papel do polígrafo enquanto procedimento complementar na investigação criminal. «A grande vantagem dos sinais do polígrafo serem analisados por um algoritmo é que este, ao contrário de um técnico humano, faz uma avaliação emocionalmente fria dos dados. A segurança desta leitura é muito maior», afirma Carlos Fernandes, psicólogo e coordenador do projecto financiado pela Fundação BIAL.

A investigação da equipa do docente do Departamento de Educação da UA usou um grupo de voluntários, a quem se pediu que escolhessem a carta de um baralho. Posteriormente, e já ligados ao polígrafo, observaram todas as cartas apresentadas aleatoriamente em ecrã de computador e tiveram que dizer «não» a todas elas, incluindo a que escolheram previamente, quando questionados sobre a carta que tinham escolhido. A partir dos sinais recolhidos pelo polígrafo, o algoritmo identificou a carta escolhida em 82 por cento dos casos. «Os voluntários sujeitos às perguntas dos investigadores não estavam sob pressão emocional e psicológica, pois não só não eram suspeitos de nenhum crime, como as perguntas não foram feitas por investigadores criminais. É esperado, no seguimento do estudo, que, com indivíduos debaixo de um interrogatório policial, essa taxa de acerto do 'software'aumente para valores ainda mais altos já que, nesse contexto, os sinais físicos emitidos pelos suspeitos poderão aumentar», observa Carlos Fernandes. Aquele investigador adverte, no entanto, que «os resultados dados pelo algoritmo nunca poderão ser o único elemento a ter em conta em contextos forenses», considerando-o indefensável, do ponto de vista científico, jurídico e da investigação criminal. «O algoritmo que desenvolvemos é só mais uma ajuda à investigação e não pode decidir nada por si só», conclui.

No projecto de investigação participam igualmente investigadores da Universidade da Beira Interior (UBI) e da Universidade de Coimbra (UC).


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