quarta-feira, 4 de abril de 2012

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!

Imagem retirada AQUI

  • D. Maria II – a educadora? 
A 4 de Abril de 1819, faz hoje 193 anos, D. Maria II nasceu no Rio de Janeiro. Era a segunda rainha governante em Portugal, viveu e reinou numa época muito complicada, cheia de convulsões e revoluções. Era a era da afirmação do Liberalismo em Portugal. 

Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança (só são 15 nomes…), filha de D. Pedro IV (I do Brasil), tinha 7 anos quando o seu pai abdicou do trono português no seu nome, em 1826. D. Pedro preparou o casamento da filha com o seu irmão, D. Miguel, que estava no exílio. Este desembarcou, em Lisboa, a 22 de fevereiro de 1828, ratificando o juramento à Carta Constitucional, mas não tardando a mudar de resolução. A 23 de junho, D. Miguel proclamou-se Rei absoluto de Portugal, renegando o Liberalismo. D. Maria deixava de ser a rainha de Portugal. 

D. Maria II deixou o Brasil, com o objetivo de completar a educação em Viena, acompanhada pelo Marquês de Barbacena, Felisberto Caldeira Brant. Nos inícios de setembro de 1828, ao chegarem a Gibraltar, D. Maria e o Marquês ficaram a saber do golpe de D. Miguel, partindo de seguida para Londres. Neste entretanto, a resistência liberal começou a organizar-se, sobretudo na Ilha Terceira, para onde foram os apoiantes de D. Maria II. A rainha regressou ao Brasil e depois da abdicação do trono brasileiro pelo pai, tornaram ambos a Portugal. Começava a Guerra Civil. 

Em 1834, D. Miguel saiu derrotado e D. Maria II era coroada rainha de Portugal. O liberalismo estava implantado no nosso país, assim começou-se a consolidar as instituições do novo regime. Contudo, os primeiros tempos não foram fáceis, havia muitas discórdias, situação que ia marcar o reinado da rainha. 

No início do reinado, houve mudanças sucessivas no Ministério. A instabilidade estava instituída e não se conseguia acalmar os ânimos. Passos Manuel assumiu o poder, em 1836, abolindo a Carta Constitucional de 1826, na chamada Revolução Setembrista. Elaborou-se um vasto programa de reformas em vários domínios, mas a instabilidade política manteve-se, sobretudo com o apoio da Rainha a uma contra-revolução. O Governo Setembrista chegou a promulgar a Constituição de 1838, um compromisso entre a Constituição de 1822 e a Carta, mantendo-se no poder até 1842, quando Costa Cabral restaurou a Carta e iniciou uma fase de violência e de repressão fortes, que originou a Revolução da Maria da Fonte, iniciada no Minho. Em pouco tempo, o país entrava em sublevação permanente com uma nova Guerra Civil, a Patuleia, em 1846/1847, que só terminou com a intervenção estrangeira em Portugal. Em 1851, Saldanha conseguiu terminar esta primeira fase do Liberalismo, fazendo uma revolução para terminar com as revoluções. 

D. Maria, que havia casado com o tio por procuração, casou-se em 1834, príncipe D. Augusto de Beauharnais, irmão de sua madrasta, morrendo pouco depois. D. Maria II casou-se então com o Príncipe D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, de quem teve 11 filhos, morrendo ao dar à luz ao último, a 15 de novembro de 1853, tinha somente 34 anos de idade. Apesar de curto, o reinado de D. Maria II foi dos mais instáveis. 
  • NATO 
Falemos agora da NATO, que nasceu a 4 de Abril, mas de 1949. As principais razões para a formação da Aliança Atlântica foram a luta anti-comunista, o medo da subversão comunista interna e o expansionismo soviético. A NATO era uma aliança defensiva e uma organização intergovernamental e não supranacional, na qual os seus Estados membros mantêm a sua completa soberania e independência, apesar dos EUA a utilizarem como controlo sobre todo o Mundo não-comunista, tanto militar como economicamente (com a plano Marshall). Portugal foi um dos países fundadores, sobretudo devido à importância das Lajes para a política de contenção da URSS na sua esfera de influência. 
  • Luther King
Para finalizar, passam hoje 44 anos que Martin Luther King foi assassinado em Memphis, em 1968. Luther King foi um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo e aos 35 anos foi a pessoa mais jovem a receber o Prémio Nobel da Paz. O seu discurso I Have a Dream de 1963 tornou-se um grito de liberdade e de direitos do Homem. Luther King afirmava que a união e a coexistência harmoniosa entre negros e brancos deviam ser o futuro, que todos eram livres e que a liberdade e a igualdade deviam ser o caminho a ser percorrer. Acabou assassinado, momentos antes de uma marcha, por James Earl Ray. Contudo, o seu “sonho”, ganhou força e conseguiu a igualdade de todas as raças nos EUA e abriu caminho na luta pela liberdade no resto do Mundo. 

É preciso relembrar que hoje a crise é utilizada pelos governantes para limitar a liberdade e isso viola todos os nossos direitos. A liberdade de exprimirmos o que achamos, de reclamarmos e de gritarmos, de fazermos as nossas contestações, não pode nem deve ser limitada. A democracia é um direito para o qual lutamos e não deve ser violada, nem se pode utilizar a crise como forma de desculpa para se transgredir os direitos consagrados pela nossa Constituição. 

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira


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MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

2 comentários:

  1. Gostei deste texto, com uma organização diferente e com efemerides nacionais e internacionais, está excelente amigo.

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  2. Real/te dou enfase ao teu último parágrafo, já o disse e repito, q este discurso repetitivo dos representantes do governo, sobre a crise e a austeridade,sempre impondo a tónica de culpabilização dos cidadãos comuns pelo estado actual do país, mais me faz lembrar o lema salazarista do "pobrezinho, mas honrado" ou um outro qqr discurso fascista e macilento dos tempos do "Dulce"... inculcando uma responsabilização forçada a quem menos contribuiu para este estado de coisas...Isto, entre mtas outras coisas, para além de serem maus tratos inflingidos à população q tem sustentado todos estes desvarios governativos,e uma forma de proteger os interesses intocados e instalados, é ainda uma forma de limitar opinião e a contestação, usando a tática de culpabilização massiva, ou seja, Propaganda, q resulta lindamente numa população inculta, especialmente a nível politico, e pouco instruída!
    Nomeias mais, uma vez, vários marcos históricos, relacionados direta e indiretamente com a Ilha Terceira, como a rev. liberal e o tratado da Aliança Atlântica, e tb dás enfoque a Luther King, q tudo tem a ver com os valores de liberdade, q cada vez menos nos norteiam...Mais uma vez estás de parabéns por esta síntese tão em conformidade com o teu ideário de valores e com as tuas raízes!

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