terça-feira, 17 de abril de 2012

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!

Imagem retirada AQUI


Camões – poeta historiador 

Há 442 anos, a 7 de Abril de 1570, Luís Vaz de Camões, regressava a Lisboa das suas desventuras da Índia. Trazia consigo um caderno de poemas, que dedicou a D. Sebastião e que foram publicados, nascia assim Os Lusíadas, a grande epopeia dos descobrimentos portugueses. 

Luís Vaz de Camões deve ter nascido em Lisboa, por volta de 1524, e recebeu uma educação “clássica”, típica do renascimento, onde dominava o Latim, a Literatura e a História. Cedo iniciou-se na vida poética, na Corte de D. João III, tendo uma existência repleta de aventuras e desventuras. 

No tempo que frequentou a Corte de D. João III, Luís de Camões viveu intensamente os amores, que tão bem cantava, desde damas da Nobreza a mulheres do Povo. Contudo, foi um amor frustrado que levou Camões a alistar-se como militar e partir para África, onde perdeu um olho em batalha. Voltando de novo ao Reino, o temperamento intempestivo do Poeta levou-o a entrar em conflito com um servo do Paço, ferindo-o. Preso, Camões foi perdoado, mas partiu para o Oriente na nau São Bento, na frota de Fernão Álvares Cabral, em 1553. 

Camões passou vários anos no Oriente, onde combateu várias vezes a favor do Estado português da Índia, porém foi preso inúmeras vezes, sobretudo, devido ao seu estilo combativo e sangue quente. O facto de ter passado pelas regiões onde Vasco da Gama navegara em 1500, inspirou-o, começou, então, a escrita d’Os Lusíadas, onde contava as aventuras dos descobrimentos e da História de Portugal. 

Numa das viagens pelo Índico, conforme se conta, a nau onde Camões navegava afundou-se, tendo o poeta que se atirar ao mar para salvar o seu manuscrito. Assim, Camões salvou Os Lusíadas. Esta situação, inspirou-lhe as célebres redondilhas Sobre os rios que vão, deixando-o com um trauma do naufrágio, que se refletiu na sua poesia posterior. 

Em Dezembro de 1567, Camões iniciou a sua viagem de regresso a Portugal. A bordo da nau Santa Clara, chegou a Lisboa, estávamos em Abril de 1570. Rapidamente finalizou Os Lusíadas, dedicando o livro a D. Sebastião, rei impulsivo e, também, com um forte espírito guerreiro, que se interessou pela obra de Camões. D. Sebastião recebeu uma pequena pensão do Rei pelos serviços prestados à Coroa, mas depois do desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer Quibir, viveu na miséria. 

Luís Vaz de Camões viveu pobre e só depois de morrer, é que a sua obra lírica foi publicada numa coletânea chamada Rimas, assim como 3 obras de teatro cómico. Em pouco tempo, o reconhecimento que não recebera em vida, chegava. Era visto como um ícone da Literatura Ocidental, um renovador da Literatura e da Língua portuguesa. Os Lusíadas tornaram-se numa das obras de referência do Renascimento. 

O espírito de guerreiro de Camões faz falta aos portugueses, que deixaram de lutar pelos ideais. É preciso acordar e lutar pelo que se acredite, por um Portugal melhor e mais justo, por um país de direitos e de respeito…além disso, é preciso salientar a importância de Camões na poesia ocidental, pois, apesar de se inspirar nos clássicos, Camões inovou e trouxe um novo protagonista coletivo, os portugueses e a sua coragem pelo desconhecido, que é preciso relembrar e que a sua obra continue sempre viva… 

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira 

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4 comentários:

  1. Muito bem... Precisamos de PATRIOTAS!... Estudantes,trabalhadores,intelectuais,cientistas, professores e principalmente de políticos patriotas.Em suma de salvar o futuro de Portugal!

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  2. Muito bem Sr. Historiador.. ;) mais uma historia fascinante, com mto pormenor, alguns desconhecidos por mim.. mas temos smp o Sr. para nos clarificar a mente:P

    Bjinhos amigo.

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  3. Camões tinha "sangue quente", como tu próprio referes... Q penso ser o antagonismo ao actual sistema tecnocrata q nos governa e ao ar "réptil" do nosso PM...Tb essa caracteristica da impulsividade, tão própria do povo latino q somos, se vem perdendo ao longo dos tempos... é até mal vista, pois estamos na sociedade do "parecer" e ñ "ser"!!!Preferem se mentiras bem contadas e comedimento nas palavras do q verdades q ferem ou um tom de voz mais acertivo ou mesmo desbragado... Tb se passo a preterir os actos e a dar enfase às palavras, q no fundo, sabemos tão vazias de conteúdo ou sentimentos...

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  4. Olha amigo, acho que ter o "dom da palavra" é o saber expressar os sentimentos através destas e ñ o tom coloquial de vigário q empregam mts dos nossos supostos intelectuais de "araque".... Esse dom é reconhecido no cunho dos grandes escritores... E ñ existe melhor exemplo do q aquele q tu nos dás, Camões, q expressou como ninguém, a alma portuguesa através dos seus versos...

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