domingo, 15 de janeiro de 2012

Crónicas 10 minutos - Fragmentos escritos

(imagem retirada da internet)


O Interior 

Há muitas coisas que percebo que não sou, mas dizer exactamente o que sou não consigo. Tento, dia a dia, ganhar o título de ser uma pessoa. E já não é pouco. 
José Luís Peixoto 

Começa um novo ano, com tudo o que isso acarreta de bom e mau. Hoje decidi manter as coisas simples e deixar-vos conhecer-me um pouco melhor. A minha poesia é um dos raros vislumbres que permito para o meu interior: ela diz tão pouco, como muito de mim. Espero que apreciem. E se não apreciarem também não faz mal nenhum. 

A tua voz 

Em cada passo, em cada som, 
És tu, meu caminho, minha luz 
Farol nas trevas, chama na escuridão 
Vontade de viver e de recomeçar 
Sonho de partir. 
És o meu principio e o meu fim, 
Existes em mim, mar imenso 
De tormentas, de vida, de nada 
E na tua ausência, nesse vazio, 
Não existo, sou silêncio, sombra, 
Um oceano de lágrimas que não caem. 
Nos teus olhos vejo o mundo que existe 
Não aquele que é, mas o que será 
E nesse espelho que reconheço como meu 
Sou apenas uma gota de chuva 
Num rio que corre sem se cessar. 
E em cada noite que se ergue em mim, 
Sou o som da tua voz na escuridão. 

M.A. Leal 
Seja você mesmo, seja livre! 


P.S. Esta crónica estará em destaque aqui blogue para dar oportunidade de todos os visitantes de darem a sua opinião sobre a mesma. A sua opinião é importante, PARTICIPE! 

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1 comentário:

  1. Tenho dificuldades em comentar esta “cronica poética”… Será que existe a definição de” cronica poética” na teoria da literatura? Não quero ir por esse caminho analítico, porque me falta conhecimento, engenho e arte… Sempre tentei reconhecer as minhas limitações.
    Prefiro olhar este trabalho como olhos humildemente humanos, numa perspetiva comum dos mortais. Nada mais do que isso.
    É um poema forrado e envolto, mas reflete o posicionamento de alma., mesmo que a mensagem poética esteja um pouco blindada… se bem que se sente uma entrega voluntaria ou voluntariosa, escondendo um certo prazer de volúpia… não descrito e muito menos abordado. Dai que penso que o poema é forrado e envolto…
    “ A tua voz” é um estado de alma … um cântico de vida. Gostei, mesmo que a autora tenha sempre… ou quase sempre, um posicionamento de defesa ou auto - defesa , em relação a quem a lê. Basta ler na introdução – “Espero que apreciem. E se não apreciarem também não faz mal nenhum.” Pessoalmente acho que poderia ter ficado – “Espero que apreciem”. Seria mais humanizante, mais comunicativo e menos distante… Admito que possa estar errado, se assim for aqui me retrato pelo erro…
    Deixo aqui um poema de Florbela Espanca, que sempre, me disse MUITO, sobre os POETAS…
    “Poetas
    Ai almas dos poetas
    Não as entende ninguém,
    São almas de violeta
    Que são poetas também.
    Andam perdidas na vida,
    Como estrelas no ar;
    Sentem o vento gemer
    Ouvem as rosas chorar!
    Só quem embala no peito
    Dores amargas secretas
    É que em noites de luar
    Pode entender os poetas.
    E eu que arrasto amarguras
    Que nunca arrastou ninguém
    Tenho alma para sentir
    A dos poetas também!
    • Em dia de “reis “ de 2012
    • Solidariamente -Mário

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