domingo, 15 de janeiro de 2012

Crónicas 10 minutos - Fragmentos escritos

(imagem retirada da internet)


Resoluções de Ano Novo 



As boas resoluções são sempre tentativas de interferir com as leis científicas. Provêm da pura vaidade. O seu resultado é absolutamente nulo. Proporcionam-nos, uma vez por outra, uma dessas voluptuosas emoções estéreis que produzem um certo encanto nos fracos. É tudo o que podemos dizer em sua defesa. Não passam de cheques que os homens sacam sobre um banco onde não têm conta aberta. 
Oscar Wilde 

Sempre que se inicia um ano novo, aproveito o mês de Janeiro para elaborar a minha lista de resoluções que nunca podem ser inferiores a cem. Sei que se trata de um cliché e que nunca as cumpro todas mas é algo que gosto de fazer, que me é confortável (sou a mulher das listas inpraticaveís). Este ano, a minha primeira resolução, aquela que primeiro me veio à cabeça e que foi passada ao papel de imediato parecerá estranha a muitos e ainda mais inacreditável a quem me conhece. A minha primeira resolução para 2012 foi que, durante este ano, não comprava nenhum livro. 

Muito bem, agora uma parte de vocês está a pensar Ok, ela quer passar a ir mais à biblioteca. Não é o caso, garanto-vos. Não pretendo requisitar livros durante este anos (excepto se for algo muito atractivo). Agora estão todos a pensar É por isso que Portugal está como está, gente jovem que faz resoluções destas, que não lê, que não cultiva os seus conhecimentos, etc. e tal. Acalmem-se: nada disso. A decisão foi consciente, longamente ponderada e exigirá de mim um enorme compromisso e força de vontade. E não, eu não culpo a crise. Nem a ausência de estantes em minha casa (verídico e trágico). Existe apenas um culpado neste affair: a minha pessoa. 

Passo a explicar. A minha colecção de livros é grande. A colecção de livros por ler, maior ainda. Então, dei por mim a pensar: se cada livro é um investimento, então chegou a altura de colher os rendimentos. Faço parte do site Goodreads (para quem não conhece, aconselho vivamente) e como meta para este ano tracei a leitura de 50 livros. Não faço as coisas pela metade, não senhor. 

Então, pensam vocês, como é que ela vai ler 50 livros em 2012 se não pode comprar nenhum? É uma contradição aparente mas que não me preocupa minimamente. A única coisa que me preocupa é a questão do arranjar tempo para as leituras, mas isso são contos para outro vigário. Para terem uma noção da resolução de tal enigma, deixo-vos uma lista dos livros que, neste momento, povoam a minha casa, à espera de serem lidos: 
  • Dry Bone Memories de Cecil Foster
  • Humanidade de Fernando Nobre
  • Como havemos de viver? de Peter Singer (para terminar)
  • O Segredo de Rhonda Byrne (duvido que alguma vez chegue a ler este, mas segue na lista)
  • Acreditar no Futuro de Isabel Gomes
  • Enquanto Salazar dormia de Domingos Amaral
  • Julieta de Anne Fortier (para terminar)
  • O dia inicial de Otelo Saraiva de Carvalho
  • O Palestiniano de Antonio Salas
  • A Sombra da Águia de Arturo Pérez-Reverte
  • O último cabalista de Lisboa de Richard Zimmler
  • Indignai-vos! de Stéphane Hessel
  • Mataram a Rainha! de Juliette Benzoni
  • Sputnik, meu amor de Haruki Murakami
  • Mil anos menos cinquenta de Angela Dutra de Menezes
  • Veneno com veneno de Sérgio Lorré
  • Mossad de Eric Frattini
  • A Juventude de Mandela de David James Smith
  • Band of Brothers de Stephen Ambrose
  • Columbine de Dave Cullen (a terminar)
  • Hitler de Ian Kershaw
  • The Secret Life of Marilyn Monroe de J. Randy Taraborrelli. 
Só aqui estão 22 títulos. Faltam os outros todos que estão numa estante , no sótão da ex-vizinha (uma longa, longa história) que devem contabilizar aproximadamente um montante semelhante. Entendem agora o meu problema? E o porquê da minha resolução? Falta-me agora ser forte: afastar-me de sites como a Fnac e a Bertrand. E do Wook. E principalmente da ala dos livros dos hipermercados. E deixar de acrescentar livros à minha interminável lista de livros a ler antes de morrer. E dos livros que me faltam ler do David Soares e do George R. R. Martin. E já agora, do novo do Christopher Paolini. Cheira-me que esta resolução vai ser difícil de manter (suspiro). Parece-me que vão ler muito sobre isto nas próximas crónicas (suspiro duplo). 

E já agora, aceitam-se estantes, sim? 

Seja você mesmo, seja livre. 
Crónica de Márcia Leal 

P.S. Esta crónica estará em destaque aqui no blogue até a próxima crónica para dar oportunidade de todos os visitantes lerem e darem opinião sobre a mesma. O seu comentário é importante, PARTICIPE! 

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4 comentários:

  1. Bem Márcia, consigo perceber-te...tb tenho imensos livros à espera de serem lidos...mas agora só tenho tempo para leituras de trabalho e preparação de aulas...o tempo não dá para tudo!
    as estantes eu até te oferecia, mas tb preciso lool...quem quiser oferecer, tb agradeço!
    Acho que é uma decisão dificil, esta de nao comprar livros estes ano, e acho uma empreitada interessante, a ver o que vai dar...devia fazer o msm tipo de resoluçao, mas vou precisar alguns para trabalho, porém vou tentar nao comprar mais nenhum de leitura recreativa!

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    1. É uma resolução impraticável e que, à partida vai falhar. É o que dá ter o bichinho da leitura! Não dá para resistir. E é uma boa tentação. Tivessem todos este vício, certo?

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  2. Cara Márcia Leal
    Acho que essa sua faceta organizativa no início do ano é de enaltecer. Isto porque além do tudo proporciona-lhe a salvaguarda de livros e documentos, além de ter uma organização disciplinada. Esta sua cronica sobre “Fragmentos Escritos - Resoluções do Ano Novo” é bem descrita, sempre com um toque pessoal de humor e permitindo ao leitor seguir o raciocínio claro e objetivo, sem a introdução de montanhas de complementos que tantas vezes só servem para complicar e misturar tudo.
    Gostava de Lhe deixar algumas pistas, a sugestão vale o que vale, nada mais do que isso…
    http://maufeitio3.blogs.sapo.pt/ - de Claudia Oliveira e http://youtu.be/b07LmF8KRYw - / , podem ajudar . É só consultar e decidir ou então esquecer… que também é hipótese .
    Quanto a prateleiras também vou tentar colaborar. Pode e deve passar por uma loja que venda material em “Segunda mão”, ás vezes aparecem coisa muito boas e “baratinhas”…
    Entretanto pode consular (sem qualquer compromisso) http://www.mecalux.pt/solucoes-de-armazenagem/estantes - palavra que nada me liga a esta firma , mas em tempos comprei umas estantes económicas que servem os meus livros e documentos ás mil maravilhas.
    Como não tenho nenhuma estante disponível… nada feito… mas ficou aqui expressa a minha vontade em colaborar.
    Finalmente deixe-me sugerir o seguinte esquema: leia 5 livros por mês, pois equivale a dizer que num ano lê 60 livros… Ok foi só uma proposta… e palavra que não foi desonesta…
    Felicidades – Salut e tudo do melhor para si
    8 Fev. - ml

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  3. Caro ml:

    Todas as critícas constuctivas e sugestões são bem aceites. Quanto às estantes, já tenhos umas, cheias de potencial. Só falta enchê-las com os livros que estão espalhados por todo o lado. Os 5 livros por mês são, claro, uma boa ideia mas dificil de pôr em prática quando se tem um trabalho que nos acompanha 24h/7 dias por semana. E se bem que nunca me falta vontade de ler, muitas vezes o cansaço não permite. O balanço final só será feito em Dezembro. A ver vemos.

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