sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Máquinas fotográficas digitais - Quais as mudanças?

(imagem retirada da internet)


As cinco coisas que as máquinas fotográficas digitais mudaram em nós 


Muita coisa mudou desde que, em 1975, Steve Sasson inventou a primeira câmara fotográfica digital para a Kodak. A empresa era na altura um gigante mundial da indústria e as máquinas digitais estavam a dar os primeiros passos. Na actualidade, a gigante Kodak encontra-se perto da insolvência e prepara-se, segundo avançou o Wall Street Journal na semana passada, para vender patentes, na esperança de conseguir alguma liquidez. Por outro lado, as máquinas fotográficas digitais, deixaram de ter o tamanho de uma televisão (das pequenas) e diminuíram, compactaram-se, fundiram-se com telemóveis e generalizaram-se. Hoje em dia, estima-se que 2 mil milhões e meio de pessoas possua uma câmara digital e isso está a mudar o mundo.

A BBC News destaca as cinco coisas que mais mudaram desde a democratização câmara digital:

'Instinto paparazzi'
O comportamento das pessoas mudou e passou a haver um paparazzi em cada um de nós.
Se há algum tempo seria uma excentricidade fotografar um prato de comida para mostrar a um amigo, isso tornou-se banal e inunda os murais do Facebook. Todos se querem vangloriar do sushi que provaram ao almoço ou daquele restaurante acolhedor onde jantaram na noite passada. Em concertos e eventos desportivos o 'instinto paparazzi' fica ainda mais forte porque é aumentado pela necessidade de querer mostrar: 'Eu estive lá'. Os eventos são fotografados, filmados e depois 'postados', seja no Facebook, no YouTube ou noutra rede social. O mais importante deixou de ser 'ter estado lá' e passou a ser o mostrar 'eu estive lá'.

Tiramos mais fotografias
Se, antigamente, tirar fotografias ou utilizar uma câmara estava reservado a adultos e profissionais, agora fazê-lo é barato e está ao alcance de todos. Cada vez mais coisas são fotografadas e o mais importante é partilhá-las.

Somos melhores fotógrafos
Vale a pena recordar a história de um fotógrafo que, em 1939, se deslocou a Berlim para fotografar as manifestações nazis. De acordo com Jonathan Margolis do Financial Times, esse fotógrafo tinha seis semanas e oito fotografias, para contar a sua ‘história’. Estudou os ângulos durante uma semana e saiu da capital alemã com quatro fotografias vencedoras dentro da sua câmara fotográfica. Era uma vez um fotógrafo que tinha de pensar em tudo: a velocidade do obturador, a abertura do mesmo, a composição e o foco. Ele tirava fotografias perfeitas e os amadores não conseguiam igualá-lo. O tempo passou, vieram as máquinas digitais e, hoje em dia, qualquer adolescente com um Iphone com a aplicação 'Hipstamatic' consegue ultrapassá-lo. Por outro lado, a possibilidade de tirar mais fotos – sem os custos da revelação – e a possibilidade de vê-las em tempo real proporciona que os aspirantes a fotógrafos consigam aperfeiçoar a sua técnica mais rapidamente.

Jornalismo do cidadão
O vídeo histórico da morte de Kadhafi, a febre que a todos assistiu depois do visionamento do 'Hélder, o Imaginário' ou o contágio de que fomos alvo com os 'charters da China' não teriam sido possíveis se Steven Sasson não tivesse, em 1975, inventado a câmara digital. A invenção desse engenheiro electrotécnico norte-americano fez de qualquer pessoa um potencial 'jornalista'. A Primavera árabe e a queda de ditadores como Hosni Mubarak e Muammar Kadhafi foram possíveis não pela força da palavra, nem pela força das armas, mas sim porque os egípcios e os líbios tinham na mão um telemóvel munido com uma câmara digital ligado a uma rede social.

Temos mais memória
As 24 fotografias 3º aniversário da Ritinha, transformaram-se em 150, se tiverem sido tiradas pelo tio, porque se forem tiradas pela mãe o mais provável é o número aumentar exponencialmente. A máquina digital permite armazenar uma quantidade cada vez maior de memória visual e as redes sociais organizam-na. Todos somos, cada vez mais, arquivistas da nossa própria história.

Créditos: Sol

MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

Sem comentários:

Enviar um comentário