Crónica 10 minutos - "Amante da sociedade"

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As cores do Ambiente 

Vejo todos a correr em subversão, uns fingem que falham na sua pontaria do saco de batatas fritas para o caixote do lixo, outros inspiram mais fumo do que um cano roto do autocarro. As meninas do liceu andam constantemente com as duas mãos nas orelhas, certamente não para as limpar mas porque um telemóvel já não lhes é suficiente! O óleo na frigideira do snack-bar tem a cor do carvão! A tia reclama que a previsão do tempo hoje será de precipitação enquanto o senhor ao lado reza para que a chuva perdure durante a semana, visto que as suas terras já estão amareladas! 

Oiço as buzinas constantes de meia dúzia de veículos, pelo simples facto que alguém se esqueceu de acelerar um pouco mais no segundo em que o semáforo passou de encarnado para verde! No entanto, não oiço, não vejo e nem me palpita, que a maioria se interrogue pelos raios ultravioletas, pelo desperdício de papel e de plástico embalado nas caixas de encomenda. 

Será do vosso conhecimento, a existência de poluição sonora? Alguma vez se interrogaram quais as repercussões para a vossa saúde? Cancro, depressão, problemas respiratórios, rugas…diz-vos alguma coisa? 

A industrialização trouxe ao homem a obtenção de bens materiais e bem-estar, assim como uma exploração da própria capacidade humana e ambiental. Estacionando neste fluxo de ideias, deparamo-nos aqui com uma controvérsia, pois desde que o Homem evoluiu na sociedade com a Industrialização e consequente globalização, diminuiu a capacidade de manter-se de boa saúde. Na minha perspectiva, somos o que comemos e como comemos…somos o que respiramos…somos o que estudamos e experimentamos… Sendo assim, o ruído constante dos toques dos telemóveis de certo não beneficiarão em muito a saúde auricular das ditas meninas do liceu, não só afectando os seus delicados tímpanos, mas também originando um tumor cerebral, segundo o Centro Internacional de investigação do Cancro em Lyon. 

Acredita-se que o aumento do nível das águas dos mares, as repentinas inundações e secas devem-se ao efeito de estufa, o que nos obriga a ter cuidados redobrados. É essencial reciclar, não desperdiçar água, manter as ruas limpas, mas a poluição que é muitas das vezes invisível, ataca-nos desde a base da cadeia alimentar. Vivemos poluídos, sem darmos conta que cada vez poluímos mais! 

A libertação constante de dióxido de carbono, óxidos de azoto, metano, entre outros, evolui vigorosamente a cada ano que passa, aumentando o efeito de estufa, ou seja, o sol e a chuva são cada vez menos saudáveis e todos os dias “pisam” as nossas terras, donde recolhemos os nossos alimentos, que são também o alicerce dos animais que dali a poucos dias estão transformados em bifes nos nossos pratos. 

Com a ajuda desses resíduos na nossa corrente sanguínea, com a desflorestação, com o ruído constante dos veículos, dos computadores, dos mp3, o ar condicionado, o bronze do verão, os combustíveis, os detritos de naves espaciais…e tantos outros em pequeníssimas partículas invisíveis a entrar e a sair a cada milésimo de segundo nas nossas vidas, no nosso organismo, por si só já nos tiram anos de vida! Sim! Porque o homem tem capacidade para viver até aos 140 anos, mas para tal teríamos de regressar às grutas! 

E para terminar em Arco-íris: Toca a reciclar! 

Em Portugal: Azul-Papel; Amarelo-Embalagens de Metal; Verde-Vidro; Vermelho-Pilhas; 

No Brasil, acrescentam as seguintes cores: Cinza- Resíduos não Recicláveis; Preto-Madeira; Branco- Resíduos de Cuidados de Saúde; Laranja- Resíduos Perigosos; Roxo- Resíduos Radioactivos; Cor de vinho – Resíduos Orgânicos 

(- Sapatos? -…sei! São para os pés e ponto.) 

Marisa Leonardo 

Crónicas 10 minutos

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