sexta-feira, 22 de março de 2013

Tudo ou nada... com café!

(imagens retiradas da internet)



Mitos e maravilhas da cafeína

Tem milhares de anos a tendência do Homem em ingerir alimentos contendo uma substância chamada cafeína. O seu nome deriva do facto de ter sido pela primeira vez isolada do café. Esta planta terá sido inicialmente usada na antiga Etiópia, sendo que os primeiros registos históricos fidedignos do seu uso remontam ao séc. XV, então já como bebida. 
A cafeína está presente não só no café como noutra planta, o chá. Também sob a forma de uma bebida, o chá constitui outra forma bastante frequente de consumo de cafeína, existindo relatos da sua utilização como bebida desde há cerca de 5000 anos. Fica assim evidente que o consumo desta substância é muito antigo e praticamente universal, a que acresce a sua presença em bebidas à base de outras plantas, como a cola, o guaraná, ou o cacau, e mais recentemente naquelas a que a cafeína é artificialmente adicionada, como é o caso de muitas bebidas designadas de “energéticas”.
A cafeína exerce sobre o nosso organismo acções bem estudadas e que, de modo geral, são estimulantes de vários órgãos e sistemas. No sistema nervoso central, este composto é capaz de aumentar os níveis de alerta e reduzir a sensação de cansaço, efeito este procurado por muitas pessoas para conseguir desenvolver uma determinada actividade, como estudar ou conduzir, durante mais tempo. Esta substância, que absorvemos rápida e totalmente, é ainda capaz de exercer outros efeitos importantes como sejam uma ligeira melhoria do rendimento desportivo em exercícios de resistência ou aumento da capacidade respiratória.
Mais interessantes são os seus efeitos quando usada cronicamente, o que, aliás, se verifica ser a prática corrente na maioria dos consumidores. Assim, o consumo de café está relacionado com menor incidência de alguns cancros, sobretudo do fígado, e, nos consumidores regulares, parece haver menos casos de doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer. Mais ainda, a despeito do seu efeito estimulante sobre o aparelho cardiovascular, o consumo crónico de cafeína não está ligado a maior número de casos de hipertensão arterial ou arritmias.
Como em qualquer substância com propriedades farmacológicas, a questão da dose é da maior importância. Considera-se que a maioria dos efeitos benéficos aparece num intervalo de consumo diário entre os 200 e os 400mg. Este valor corresponde a, por exemplo, dois a quatro cafés expresso, 0,5 a 1L de chá, 2 a 4L de refrigerante de cola ou guaraná ou 3 a 5 latas de 250mL de uma bebida energética (de onde se conclui que os alegadamente elevadíssimos valores de cafeína destas bebidas são apenas ficção). Acima destes valores, não só não parece haver nenhum benefício como se tornam mais evidentes os excessivos efeitos de estimulação do sistema nervoso central, com o aparecimento de insónias, ansiedade e nervosismo.
Sabemos também que o consumo em crianças e adolescentes não é recomendado, pela muito maior sensibilidade aos seus efeitos que resulta muitas vezes numa indesejável perturbação do sono, mesmo com quantidades pequenas como as que estão presentes nos refrigerantes citados. Também as grávidas devem limitar o seu consumo (máximo de 200mg por dia), uma vez que têm menor capacidade de a metabolizar.
A ciência tem, deste modo, afastado alguns temores infundados que ainda percorrem o imaginário colectivo acerca do consumo de cafeína. Na justa proporção, o consumo de café ou chá, principalmente, pode até revelar interessantes efeitos protectores na saúde a longo prazo, contrariando deste modo o velho aforismo “ o que sabe bem, ou faz mal ou é pecado”.

Nuno Borges
Nutricionista e professor
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação Universidade do Porto


7 bons motivos para tomar café


1. Café possui nutrientes importantes
Pode não parecer, mas uma xícara de café contém, em média
  • 6% do valor diário recomendado (VDR) de Vitamina B5;
  • 11% do VDR de Vitamina B2;
  • 2% do VDR de Vitamina B3 e Vitamina B1;
  • 3% do VDR de Potássio e Manganês;
  • Quantidade considerável de antioxidantes (que ajudam a preservar suas células)

2. Café pode diminuir suas chances de morrer
Ao reduzir as chances de desenvolver diabetes tipo 2 e outras doenças mencionadas acima, a bebida pode aumentar sua expectativa de vida.


3. Café pode ajudar a preservar seu fígado
Essa é para os bebedores de plantão: tomar quatro xícaras de café por dia pode reduzir em 80% suas chances de desenvolver cirrose hepática (estágio em que grande parte do tecido do fígado está comprometida, normalmente devido a consumo excessivo e constante de álcool). O café também pode reduzir em 40% as chances de se desenvolver câncer no fígado.


4. Café pode reduzir suas chances de desenvolver doença de Alzheimer e de Parkinson
Diversas pesquisas mostram que o consumo diário de café (a depender da quantidade e de outros fatores, naturalmente) pode diminuir em 60% as chances de se desenvolver doença de Alzheimer e de 32% a 60% as chances de se desenvolver doença de Parkinson.


5. Café pode reduzir seu risco de desenvolver diabetes tipo 2
Esse tipo de diabetes afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo e faz com que o doente tenha níveis elevados de glicose no sangue, o que pode levar a uma série de complicações. Em diversos estudos de observação, pesquisadores concluíram que o consumo habitual de café pode reduzir as chances de se desenvolver diabetes tipo 2 (a redução vai de 23% a 67%, de acordo com as pesquisas).
Um estudo em particular, publicado no periódico JAMA International Medicine, avaliou dados de outros 18 (totalizando 457.922 participantes) e concluiu que cada xícara de café consumida diariamente reduzia em 7% o risco de se desenvolver esse tipo de diabetes.


6. Café pode ajudar a queimar gordura
Outro efeito da cafeína é a aceleração do metabolismo e a elevação do uso de ácidos graxos presentes nos tecidos gordurosos. Além disso, como é uma substância estimulante, pode melhorar a performance da pessoa em exercícios físicos.


7. Café pode deixar você mais inteligente
Muita gente leva algum tempo para “pegar no tranco” logo depois de acordar, e a cafeína (ingrediente ativo do café) pode ajudar no processo: ela bloqueia os efeitos inibitórios do neurotransmissor adenosina e, com isso, aumenta a atividade dos neurônios e a liberação de outros neurotransmissores, como a dopamina (importante para a transmissão de impulsos nervosos) e a noradrenalina (que pode elevar sua capacidade de atenção). Diversos estudos mostram que a cafeína pode melhorar o humor, diminuir o tempo de reação, melhorar a memória e as funções cognitivas em geral.
Créditos: hypescience



Qual a quantidade de café segura para beber?

Seja para estudar ou trabalhar, são muitas as pessoas que não vivem sem seus cafezinhos diários. Mas grandes variações na quantidade de cafeína presentes nos cafés que compramos significam que o nosso consumo diário de cafeína pode ser maior do que acreditamos. Será que isso é realmente um problema? Qual a quantidade de cafeína segura para beber? A quantidade de cafeína depende do quanto você ingere, em que condições o café cresceu, por quanto tempo ele foi torrado, o método de fabricação utilizado, o quanto de pó de café é usado para fazer a bebida e o tipo de grão usado.
E não é só no café que a cafeína está presente: ela também é encontrada no chá, chocolate, alguns refrigerantes e até em certos medicamentos.
As pessoas são afetadas pela cafeína de formas diferentes. Algumas são mais sensíveis às suas propriedades do que outras, e, portanto, tem que regular o quanto podem ingerir. Mulheres grávidas devem ter ainda mais atenção com esse elemento. A máxima dose diária recomendada para elas é de 200 mg de cafeína, o equivalente a duas xícaras de café. Essa recomendação foi divulgada em 2008, com a advertência de que muita cafeína pode resultar em aborto ou em um bebê com baixo peso ao nascer. Muito café durante a gravidez também pode prejudicar algumas condições de saúde mais tarde. Uma pesquisa constatou que a cafeína é rapidamente absorvida pelo corpo das mulheres grávidas e entra pela placenta livremente, circulando no feto. O consumo exagerado de cafeína interfere no fluxo sanguíneo na placenta e no crescimento do feto.
Bem, todos os pais querem o melhor para seus bebês, e limitar a ingestão de cafeína diária é um caminho importante para garantir um bom começo de vida para os filhos. Uma boa saída é variar os líquidos ingeridos durante a gravidez, embora não haja necessidade de cortar a cafeína da dieta completamente. Chá e café descafeinado, suco de frutas e água são algumas das diversas opções seguras para as futuras mães. Para todas as outras pessoas, os conselhos são muito menos claros. 
O café pode ter benefícios para a saúde. Acredita-se que ele aumente a capacidade de desempenho, habilidades mentais e nos deixe mais alertas, estimulando o sistema nervoso central. Um estudo realizado nos EUA descobriu que mulheres que bebiam duas ou mais xícaras de café por dia tinham menos probabilidade de ficar deprimidas.
Além disso, pesquisas sugerem que o café possa reduzir o risco de desenvolver câncer de próstata, câncer de mama e de útero. Outro estudo sugere que a bebida pode proteger as pessoas contra o aparecimento do Alzheimer.
Mas uma xícara de café (ou várias) pode não trazer só alegrias. Afinal, o café também pode ser viciante. Todos nós devemos tentar tomar café com moderação, prestando atenção aos nossos próprios corpos. Pessoas diferentes também têm diferentes tolerâncias. Algumas reagem fortemente à cafeína, outras não. É importante conhecer seu próprio limite.
Se você está com vontade de desfrutar um cappuccino pela manhã tudo bem, mas se começar a sentir palpitações ou notar um aumento de nervosismo e insónia  você provavelmente deve cortar ou diminuir sua ingestão de cafeína.
O conselho geral é que quatro ou cinco xícaras de café por dia é seguro, o que equivale a cerca de 400 mg de cafeína. Não há limite estabelecido para indivíduos saudáveis. É importante equilibrar diferentes bebidas e ser sensato e moderado na hora de ingerir o pretinho.
Créditos: hypescience


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