sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Quer potenciar a inteligência do seu filho?

(imagem retirada da internet)


"Quer potenciar a inteligência do seu filho? Averigue o que o apaixona"   

Howard Gardner, psicólogo e neurologista norte-americano, tornou-se muito conhecido mundialmente na área das Ciências da Educação com a sua teoria sobre as inteligências múltiplas. Segundo ele, existem várias aptidões para além do raciocínio lógico-matemático.

É doutor honoris causa em várias universidades de todo o mundo e recebeu alguns dos prémios de maior renome nas disciplinas de Psicologia e Educação. O investigador foi galardoado, este ano, com o Prémio Príncipe das Astúrias das Ciências Sociais. Muito recentemente, foi mais uma vez nomeado doutor honoris causa pela Universidade Camilo José Cela, de Madrid.

Na sua passagem pela capital espanhola, deu uma entrevista ao jornal ABC, do qual destacamos o seguinte excerto:

Como podemos identificar o nosso potencial?
Creio que o melhor modo de o fazer é tentar ensinar algo novo a alguém e ver quanto tempo demora a aprender. Por exemplo, ensinamos a um grupo de estudantes a jogar xadrez. Depois de 20 minutos, alguns ganharão quase sempre. Claramente, esses são os que têm maior potencial.

Há pessoas competentes em todos os tipos de inteligência?
Todos temos todas as inteligências, mas a vida não é justa... Há pessoas que brilham em todos os tipos, como Leonardo da Vinci e outros... bom, não as desenvolvem por igual. Contudo, o importante desta teoria é que existe uma série de perfis: alguns têm picos altos em algumas tarefas e outros em outras, mas podemos sempre melhorar as mais baixas.

O que aconselharia aos pais para potenciar a inteligência dos seus filhos?
Prestem-lhes muita atenção e averiguem o que lhes interessa e os apaixona sem projectar neles as suas próprias prioridades, paixões ou debilidades.

Qual a sua opinião sobre os testes que medem o coeficiente de inteligência?
Não servem, é como pôr um selo na testa de alguém: tu és inteligente, tu não. Isso é muito negativo. É muito melhor descobrir em que campo alguém se destaca, o que deve aprender e proporcionar-lhe ajuda para isso. E se não é esse campo, pode-se, então, experimentar outro.

Se tivesse nas suas mãos a educação de um país, qual era a primeira mudança que faria?
A educação não deve centrar-se unicamente na escola: também depende da família, dos meios de comunicação, do meio envolvente e tudo o mais... Além disso, os professores devem ser profissionais.

Explique-se.
Têm de ter vocação e demonstrá-lo. Aceitar uma responsabilidade, ter status e serem respeitados.

O sistema educativo actual desperdiça o talento?
As nossas comunidades desperdiçam o talento porque apenas os privilegiados têm opções. Uma das coisas mais interessantes dos sistemas educativos da Finlândia e Singapura, os melhores do mundo neste momento, é que são totalmente planos e justos. Quer dizer, não há modo de saber quanto dinheiro tem a família de cada estudante num colégio. Num sistema realmente justo, os alunos com desvantagens teriam os melhores professores e as melhores escolas.

Espanha tem uma alta taxa de fracasso escolar. O que nos recomenda?
Melhorar a educação deveria ser uma das prioridades principais de um governo. Já agora, um conselho: aproveitar os meios digitais é muito importante. Não serve de nada fazer com que os estudantes memorizem as coisas se tudo está aqui (tira um smartphone do bolso). Vamos ensinar-lhes como utilizar as fontes de informação e também o saber questioná-las. Quanto aos jovens, se não há oportunidades de emprego, a motivação é muito mais difícil, mas não podem ficar em casa. Podem continuar a melhorar as suas competências e a ajudar outras pessoas. No futuro, cuidar dos nossos velhos vai ser a maior fonte de trabalho.

Créditos: Aula Magna
Saber mais: Inteligências múltiplas

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