(imagem retirada da internet)
Crianças até dois anos devem ver pouca ou nenhuma TV
A Academia Americana de Pediatria voltou a dizer o que já tinha afirmado em 1999: as crianças com menos de dois anos devem passar o mínimo de tempo possível frente a ecrãs de televisão e de computadores. Em vez de exporem as crianças aos ecrãs, os pais deverão falar com elas e encorajá-las a brincar ou a interagir com outras pessoas e crianças. Estas conclusões foram apresentadas na convenção anual da Academia Americana de Pediatria, em Boston.
O novo estudo estima que por cada hora que uma criança com menos de dois anos passa em frente a um ecrã, ela passa menos 50 minutos a interagir com um dos pais, e cerca de menos 10 minutos envolvido numa brincadeira criativa. O artigo recomenda que os pediatras discutam com os pais o estabelecimento de um limite para o tempo que as crianças passam frente a um ecrã, mas não especifica quanto tempo é demasiado.
Apesar de este não ser um conselho novo - já em 1999 o mesmo organismo tinha alertado para os riscos deste comportamento, até com mais severidade - desta vez a Academia Americana de Pediatria ressalva que mesmo quando são os pais - e não os filhos - a ver televisão ou a interagir com aparelhos como tablets e telemóveis, que isso pode igualmente ser prejudicial para as crianças.
Os pediatras frisam que, enquanto estiverem fechados no seu papel de espectadores ou utilizadores da electrónica, os pais não interagem com os filhos e isso traduz-se em menores níveis de desenvolvimento para as crianças.
“Sentimos que estava na altura de revisitarmos este assunto porque os ecrãs estão agora em toda a parte, e a mensagem é muito mais relevante hoje do que há uma década atrás”, indicou Ari Brown, pediatra em Austin (Texas) e o responsável por este estudo publicado na edição deste mês da revista “Pediatrics” .
Se em 1999 a Academia Americana de Pediatria tinha chegado a recomendar que as famílias com crianças pequenas banissem os ecrãs de suas casas, agora as recomendações são mais realistas, numa altura em que entre aparelhos de televisão, computadores, tablets, leitores electrónicos e smartphones se estima que casa agregado familiar americano tenha dez ou mais ecrãs em sua casa.
Os peritos ressalvam, porém, que não há qualquer prova que a exposição das crianças a programas passivos emitidos em ecrãs esteja ligada a problemas de desenvolvimento de longo prazo.
Contactado pelo “The New York Times”, Georgene Troseth - psicólogo no Peabody College da Universidade Vanderbilt - recordou que as crianças aprendem mais e melhor com as interacções sociais que vão mantendo com outras pessoas. “Sabemos que os media podem contribuir para a aprendizagem”, pelo menos quando as crianças já estão em idade escolar, mas quando estas têm menos de dois anos, elas “não fazem ideia do que se está a passar”, por muito bem feito que esteja um vídeo, acrescentou o mesmo psicólogo.
Créditos: Público
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