sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!

(imagem retirada da internet)



D. Afonso Henriques, o Conquistador 

Não podia começar as minhas “divagações” pela História, sem começar pelo nosso pai fundador, D. Afonso Henriques. De filho revoltado a herói da pátria, Afonso I de Portugal teve uma vida repleta de acontecimentos e viragens, tendo sido um excelente estratega militar e um destemido combatente. 

A vida de D. Afonso Henriques está envolta em mistérios e lendas que a oralidade perpetuou até hoje. Quem não conhece as histórias de bravura e de conquista do nosso primeiro Rei? D. Afonso Henriques terá nascido em 1109 e aos 14 anos armou-se a si próprio cavaleiro, algo que só um filho de Rei podia fazer. Filho do Conde D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa, após a morte do pai, entrou em disputa com a mãe pelo Condado Portucalense. A relação amorosa de D. Teresa com o conde galego Fernão Peres de Trava, fez ressurgir o medo da perda de autonomia do Condado, o que contrariava os objectivos da nobreza portucalense, que procurava fugir ao domínio do Rei de Leão e Castela. Então, vários nobres aliaram-se a D. Afonso e, em 1128, na famosa Batalha de S. Mamede, junto ao Castelo de Guimarães, venceram as tropas de D. Teresa. 



Da vitória de S. Mamede nasceu aquela que é uma das mais conhecidas lendas da nossa nacionalidade. Segundo esta, D. Afonso Henriques terá batido em sua mãe, prendendo-a no Castelo de Lanhoso. D. Teresa, revoltada com a atitude do filho, lançou-lhe uma maldição. Em 1169, durante o cerco de Badajoz, D. Afonso Henriques, ao fugir do Castelo, feriu-se na coxa com os ferros que guarneciam a entrada, tendo ficado prisioneiro do genro e Rei de Leão. O povo não se esqueceu e clamou: era a maldição da mãe a cair sobre o filho! 


A 5 de Outubro de 1143, D. Afonso Henriques assinava, com seu primo, D. Afonso VII, Rei de Leão e Castela, o Tratado de Zamora. Nascia, então, Portugal. O passo seguinte foi a reconquista cristã aos mouros. São 7 os castelos que a nossa bandeira nacional alberga, lembrando a todos, as terras que o primeiro Rei de Portugal conquistou para a recém-criada nação. 

Em 1179, o Papa Alexandre III, com a Bula Manifestis Probatum, reconheceu, formalmente a realeza de D. Afonso Henriques e a independência de Portugal. Em 1185, D. Afonso Henriques morreu na cidade de Coimbra, onde provavelmente terá nascido, tendo deixado para o seu filho, D. Sancho I, uma nação forte e em crescimento. 

Lenda, mito, realidade…a História perpetuou a sua aura de Conquistador, que lutou contra os mouros e contra os vizinhos católicos, estendendo o país e formando novas aldeias! D. Afonso Henriques é umas das maiores referências do nosso imaginário colectivo, o pai da nossa nacionalidade, um homem que lutou pelo que acreditava e, neste momento de crise, temos de olhar para estes exemplos e ver que é tempo de “arregaçar as mangas” e procurar novas saídas, com espírito de combate. 

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira 

P.S. Esta crónica corresponde ao dia 11 de novembro (6ª feira), mas estará em destaque nos próximos dias aqui no blogue para dar oportunidade de todos os visitantes de darem a sua opinião sobre a mesma. 
A sua opinião é importante, PARTICIPE! 


MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

10 comentários:

  1. Acho que o texto tem o peso histórico da nossa portugalidade e também conseguiste transportar o espírito de Afonso Henriques para o nosso quotidiano e perspectivar um combate politico social e económico que enfrentamos perante a vaga de uma politica de neoliberalismo, que invadiu a Europa e também Portugal, que nos suga o sangue e tenta acorrentar a alma.
    Julgo mesmo, que o combate Afonsino é muito da vossa geração, que tem pela frente dificuldades enormes que provem das políticas do “Cavaquismo”, “Guterrismo”, “Barrosismo”, do “Socratismo”, que desaguaram num neoliberalismo radical com Passos e Portas. É neste cenário dantesco que a juventude e as gerações actuais tem de cultivar o espírito de combate e de conquista, para salvar Portugal.
    Gosto do teu texto e acho que são os historiadores podem trazer soluções á nossa sociedade e não os economistas que limitam a seguir processos teóricos internacionais, que na maioria das vezes não se podem aplicar como receita milagrosa, além de estarem a soldo de interesses do grande capital mundial.
    Espero que a sua mensagem – “É preciso viver o passado para construir o futuro!” – chamando ao combate todos os concidadãos de boa vontade e com espírito de cidadania, liberdade e respeito pela nossa história.

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  2. Sem duvida uma belíssima cronica sobre a nossa História cheia de heróis e exemplos de coragem, só nos pode motivar a seguir o teu conselho: “arregaçar as mangas” e ir em frente desta vez sem armas nem escudos ou muralhas que nos limitem no espaço e no tempo.

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  3. Concordo como o Sr.Anónimo ...realmente depois dum comentário desses não existem mais palavras:)
    Embora não concorde totalmente num ponto...acho que historiadores e economistas podem ambos trabalhar lado a lado...porque se queremos um país unido não é com essas divisões que vamos lá....e tem razão quando diz que tentam imitar modelos internacionais..em vez de tentar trabalhar e procurar soluções reais para o nosso contexto económico ...porque quer queiramos quer não a dívida tem que ser paga e com desunião não se faz nada....e a nossa história bem reflecte outros tempos de crise em que Portugal conseguiu ultrapassar... é pena não valoriazarmos a nossa história e nossa força....e os portugueses no geral só sabem criticar e dizer que o k é nosso não é o melhor, quando temos pessoas de valor, cientistas e empresários que podem ajudar! Se todos os portugueses unirem conseguimos chegar lá e temos de consumir os nosso produtos assim talvez consigamos...
    Sr. Francisco não vais escapar da política:)
    Mas realidade é que com essas medida sempre a restringir a juventude surgem todos os dias novos afonsinos a lutar contra o desemprego, a criar novas emresas e é nisso que temos de focar...no meio da crise é que se vê as oportunidades e a inteligência de um povo! Assim como Afonso Henriques que lutou contra mãe para hoje sermos o k somos....assim tem k ser os portugueses e os nossos governantes a lutar contra a "mãe troika".

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  4. De dia para dia, gosto cada vez mais das tuas crónicas!
    Nunca gostei da História, principalmente da História da nossa Monarquia achava secante. Mas forma como a contas, acaba por ser entusiasmante!
    Desconhecia essa lenda... Simplesmente sei que D. Afonso Henriques foi o pai da nossa nação, e o primeiro Rei.
    Continua, sei que contigo ficarei mais culta :D

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  5. Concordo contigo, são precisos heróis como D. Afonso, para levantar este País.
    Precisamos de alguém que nos motive, e que nos faça sentir orgulhosos do País que temos, bem como do POVO que somos!
    Nós somos grandes, precisamos é de alguém que nos faça lembrar do quando somos GRANDES! :D

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  6. Vejo a Crónica desta semana como uma “deixa motivadora” para finalizarmos o ano de 2011, não entulhados de amuletos ( sem ferir as susceptibilidades dos crentes), mas para inspirarmos desta luta constante de “sobrevivência moderna” e expirarmos ideias, motivações, espírito de equipe e aí sim… crença nas nossas capacidades!
    E que nasce mais Reis!
    Continuação de um bom trabalho! :)

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  7. Obrigada por mais esta partilha de historia... A maioria dos factos referidos eu não sabia porque a história que eu tive foi um pouco "à papo seco" mas adorei! Parabéns e continua a ensinar-nos que país foi o nosso. Porque o que se tornou não é tao bonito nem brilhante. Enfim. Força Mestre Dr. Francisco ;)

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  8. Após a leitura deste comentário, só tenho de referir elogios.
    Em primeiro lugar, felicito a escolha do tema. Penso que é um excelente tópico para iniciar uma série de comentários sobre a história, não conseguia escolher tema melhor.
    O texto está escrito de forma lógica, querente e interessante. Não está massudo e tem o grau certo de objectividade.
    A conclusão deste texto dá um remate de igual esplendor ao do nosso D. Afonso Henriques.

    Crónicas como esta são necessárias não só para imortalizar a nossa história mas também para lembrar à memória que Portugal é, foi e será país grande e excelente.

    Francisco, está de parabéns por esta iniciativa. Acompanharei sempre que possível as suas ideias.
    Um forte abraço e continuação de uma impressionante capacidade de reflectir.

    Rúben Ramos

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  9. Já li as crónicas e o blog e são interessantes, contribuem para a descoberta de histórias da nossa história pouco conhecidas.
    Esta crónica está bem construída e é um excelente apontamento sobre o fundador de Portugal.

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  10. O que faltou ao afonsinho foi uma valente palmada da mãe...!!!

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