terça-feira, 15 de novembro de 2011

Crónicas 10 minutos - Fragmentos escritos (2ª Crónica)

Retirado da wikipedia



O Piano (1993) de Jane Campion 

“A música começa onde acaba a fala” 
Ernst Hoffmann 


Desde os primórdios do cinema, ainda no tempo dos filmes mudos, a música tinha já um papel primordial. Muitas vezes, nas primeiras exibições de cinema, as mesmas eram acompanhadas por uma orquestra ao vivo e, mais tarde, por gravações. Com o nascimento do filme sonoro, a música passou a assumir um papel ainda mais proponderante. Surgia, assim, a banda sonora. Mais do que um instrumento de marketing, assume-se em alguns casos como obra de arte por si mesma. Entre os cinéfilos a qualidade da banda sonora é meio caminho para que o filme se torne uma obra de culto. Uma melodia certa no momento certo prende-nos à narrativa, eleva-nos e faz-nos cair. Destrói-nos e reconstrói-nos, sem compaixão. Pode entrar-nos na alma e nunca mais de lá sair. 

Existem histórias que são impossíveis de desassociar de determinadas melodias. A sua mera audição desencadeia um frenesim de emoções, de memórias, de pensamentos. Por outro lado, existem peças musicais cinematográficas que superam as barreiras da sétima arte e se tornam imortais. São aquelas que ouvimos vezes sem conta, que nos comunicam uma história sem imagens, letras ou símbolos. 

Um exemplo desta última realidade é a peça musical “The heart asks pleasure first”, o tema principal do galardoado filme O Piano, realizado por Jane Campion. Em 1994, ganhou três prémios da Academia: melhor actriz para Holly Hunter, melhor actriz secundária para Anna Paquin (que tinha apenas 11 anos na altura) e melhor argumento original para Jane Campion. A sua banda sonora, composta por Michael Nyman, ganhou também diversos prémios, sendo um enorme sucesso comercial e crítico. O álbum encontra-se incluído entre as 100 melhores bandas sonoras de todos os tempos, de acordo com a revista norte-americana Entertainment Weekly. 

O Piano conta a história de Ada McGrah (Holly Hunter) que, acompanhada pela sua filha, viaja para a Nova Zelândia ao encontro de um casamento arranjado com um rico latifundiário. Ada não fala desde os 6 anos e comunica apenas através de linguagem gestual e da música que toca no seu piano. Desde logo, a particularidade da sua música suscita interesse num dos trabalhadores locais. 

No filme, a música assume-se como a verdadeira voz de Ada e o seu principal meio de comunicação com o mundo exterior. Uma ode à inspiração. 


Seja você mesmo, seja livre. 
Crónica de Márcia Leal


P.S. Esta crónica estará em destaque aqui no blogue até a próxima crónica para dar oportunidade de todos os visitantes lerem e darem opinião sobre a mesma.
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Para ler 1ª Crónica - A cultura 

MEIO CRESCENTE - Ideias em movimento!

1 comentário:

  1. Aí está um filme que não se pode, nem se consegue, dissociar a história da música...são várias as histórias que nos remetem para uma banda sonora...que são hoje um personagem importante na própria narrativa do filme...aconselho a verem! Vale a pena!

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