terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Brinquedos para crianças cegas

(imagem retirada da internet)



Investigadora da Universidade do Minho criou brinquedos para crianças cegas 

Uma investigadora da Universidade do Minho (UM) criou uma linha de brinquedos para crianças cegas e pondera pôr os produtos no mercado, face à «escassez» de respostas para aquele público específico, foi hoje anunciado.

«Ficámos com uma forte vontade de concretizar este projecto e torná-lo mais real, à disposição de todos», refere Leonor Pereira, mestre em Engenharia Têxtil pela UM, que desenvolveu a dissertação 'Design Inclusivo: Tocar para Ver – Brinquedos para Crianças Cegas e de Baixa Visão'.

Professora do ensino básico, Leonor Pereira sublinha a «escassez» de brinquedos adaptados para aquele público, o que obriga os educadores «a construir do zero objectos didácticos, sem terem muitas vezes formação para tal tarefa».

As peças foram construídas com base nas texturas, nos relevos e nas cores, recorrendo, por isso, a diferentes malhas e bordados, perceptíveis através do tacto.

Foram testadas por crianças de um jardim-de-infância do distrito de Aveiro, com idades compreendidas entre os 3 e 6 anos, tendo o feedback sido «muito positivo».

«A interacção entre as crianças foi extremamente engraçada. Foi muito enriquecedor verificar que elas perceberam o sentido da brincadeira e partilharam a mesma experiência do que as restantes», garante.

A docente critica a «pouca formação» dos professores relativamente à educação especial.

«É muito difícil conseguirmos perceber as necessidades das crianças cegas, autistas ou surdas. Temos sempre o apoio dos professores do ensino especial, que trabalham especificamente com eles, mas nem sempre é suficiente», refere.

A formação inicial, a aposta em equipamentos e a adaptação dos espaços nas escolas são algumas das dicas deixadas.

Esta não é, segundo Leonor Pereira, uma sociedade completamente inclusiva, porque ainda há muitas barreiras.

«As crianças com deficiências não usufruem das mesmas oportunidades do que as restantes», conclui.

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